2016/12/31
2016/12/28
Os Lucros Chineses da EDP
De todo não compreendo a irritação com a apropriação privada dos lucros de uma empresa privada.
As empresas privadas são isso mesmo: privadas. Existem para dar lucros aos donos das empresas privadas. Para cobrar o máximo possível ao "consumidor" (ou "às familias" como é bem dizer) e pagar o menos possível de impostos ... e de ordenados, e de matérias primas, e de custos de localização ... e, e, e, e.
Resumindo: As empresas privadas não existem para cobrir necessidades sociais, nem para ajudar os pobrezinhos nem para fazer crescer a economia. As empresas privadas existem para dar lucro aos donos. Ponto!
Para satisfazer necessidades sociais, dar de comer aos pobrezinhos e fazer crescer a economia existem as empresas públicas. Querem dessas? Então têm de votar nos que também querem empresas públicas.
Não há empresas públicas a fornecer electricidade?
Azar!
Quando havia não gostavam, diziam (e votaram maioritariamente nos que defendiam) que privado é que era bom, no público o atendimento é mau, filas de espera, má cara, uma chatice, dá prejuizo, andamos todos a pagar uma cambada de calões. Agora expliquem essa coisa do mau atendimento à Marta do call center.
Votaram nos que privatizaram as empresas que eram públicas. Podiam ter escolhido os que queriam gerir corretamente essas empresas, mas ai meu deus que esses são vermelhos por dentro e por fora e roubam-me o direito de votar no salazarento-de-fato-e-gravata que vai privatizar a electricidade e a vaquinha e o chaço e a courela e a marquize e o barraco onde guardo as batatas .
Então comam e calem e deixem lá os srs levarem os lucros.
Ou não?
As empresas privadas são isso mesmo: privadas. Existem para dar lucros aos donos das empresas privadas. Para cobrar o máximo possível ao "consumidor" (ou "às familias" como é bem dizer) e pagar o menos possível de impostos ... e de ordenados, e de matérias primas, e de custos de localização ... e, e, e, e.
Resumindo: As empresas privadas não existem para cobrir necessidades sociais, nem para ajudar os pobrezinhos nem para fazer crescer a economia. As empresas privadas existem para dar lucro aos donos. Ponto!
Para satisfazer necessidades sociais, dar de comer aos pobrezinhos e fazer crescer a economia existem as empresas públicas. Querem dessas? Então têm de votar nos que também querem empresas públicas.
Não há empresas públicas a fornecer electricidade?
Azar!
Quando havia não gostavam, diziam (e votaram maioritariamente nos que defendiam) que privado é que era bom, no público o atendimento é mau, filas de espera, má cara, uma chatice, dá prejuizo, andamos todos a pagar uma cambada de calões. Agora expliquem essa coisa do mau atendimento à Marta do call center.
Votaram nos que privatizaram as empresas que eram públicas. Podiam ter escolhido os que queriam gerir corretamente essas empresas, mas ai meu deus que esses são vermelhos por dentro e por fora e roubam-me o direito de votar no salazarento-de-fato-e-gravata que vai privatizar a electricidade e a vaquinha e o chaço e a courela e a marquize e o barraco onde guardo as batatas .
Então comam e calem e deixem lá os srs levarem os lucros.
Ou não?
What if ...
Alfredo Maia aborda hoje no Abril Abril três casos de enviesamento informativo ainda presentes nas memórias recentes de todos nós. Fá-lo de forma objectiva, distanciada, ponderada. Fá-lo como os meios de comunicação social ao serviço da ideologia dominante não fazem quando dão tempo de antena ao golpista brasileiro. Um golpista mergulhado aos olhos de toda a gente numa entourage completamente corrupta. Descreve três casos de manipulação informativa como as televisões não fazem quando choram de dor a libertação de Alepo pelas tropas do legitimo governo sirio e dos seus aliados. Fá-lo chamando a atenção para a forma como as televisões escondem da opinião pública os movimentos de massas que contestam o governo golpista de corruptos e marginais no poder em Brasilia.
Depois de ler o artigo fica-me na cabeça a interrogação: o que é que eu sei sobre "os maus" da fita que não tenha origem nas mesmas agências de informação que me vendem os terroristas maus em França como bons em Alepo? O que é que eu sei de mau sobre a Dilma e o Maduro e o Assad que não tenha vindo dos caneiros informativos? Que não tenha origem nas mesmas agências de informação que me despejavam portas adentro as ondas de contestação à Presidente brasileira democraticamente eleita e que ainda o golpe estava a decorrer já se sabia não ter nada a ver com corrupção? Mais! Além de não ter nada a ver com corrupção estava a dar força a quem investigava os corruptos que deram o golpe. O que é que eu sei sobre o Maduro além de umas anedotas sobre Natais que começam em principio de Dezembro e notas de 100 que desaparecem de circulação. Porque é que os armazéns venezuelanos estão cheios daquilo que falta nas lojas? Não sei, ninguém me diz.
Quantas mais vezes vamos deixar que nos vendam os maus como se fossem bons? Quantas mais vezes nos vamos deixar convencer a ter pena dos verdadeiros maus, dos corruptos, dos traficantes, dos assassinos? Pena?
E se, quando formos ver, no final, afinal os maus forem os outros? Outra vez!
Depois de ler o artigo fica-me na cabeça a interrogação: o que é que eu sei sobre "os maus" da fita que não tenha origem nas mesmas agências de informação que me vendem os terroristas maus em França como bons em Alepo? O que é que eu sei de mau sobre a Dilma e o Maduro e o Assad que não tenha vindo dos caneiros informativos? Que não tenha origem nas mesmas agências de informação que me despejavam portas adentro as ondas de contestação à Presidente brasileira democraticamente eleita e que ainda o golpe estava a decorrer já se sabia não ter nada a ver com corrupção? Mais! Além de não ter nada a ver com corrupção estava a dar força a quem investigava os corruptos que deram o golpe. O que é que eu sei sobre o Maduro além de umas anedotas sobre Natais que começam em principio de Dezembro e notas de 100 que desaparecem de circulação. Porque é que os armazéns venezuelanos estão cheios daquilo que falta nas lojas? Não sei, ninguém me diz.
Quantas mais vezes vamos deixar que nos vendam os maus como se fossem bons? Quantas mais vezes nos vamos deixar convencer a ter pena dos verdadeiros maus, dos corruptos, dos traficantes, dos assassinos? Pena?
E se, quando formos ver, no final, afinal os maus forem os outros? Outra vez!
Os maus eram as FARC?
Mais um daqueles casos que me têm atormentado desde a libertação de Alepo. O Abril Abril tem como imagem do dia esta guerrilheira das FARC e eu pergunto-me onde está a semelhança com a dos traficantes-de-droga-assassinos-maus-buuu-fujam-vêm-aí-os-comunistas que o imperialismo estado-unidense vendeu ao longo dos últimos trinta anos. Onde está a semelhança com a imagem que o imperialismo construiu sobre a mais antiga guerrilha da América- Latina? Como é que as FARC sobreviveram 20 anos à queda do leste, do IRA, da OLP? Como é que sobreviveram ao desaparecimento de quaisquer outros canais de financiamento que não fossem baseados no território libertado? Como é que sobreviveram ao ataque cerrado do mais poderosos exécito latino-americano aliado aos pelotões da morte da extrema direita e aos cartéis da droga colombianos? Como? Será que eram assim tão maus? Ou maus eram os outros?
2016/12/26
Abstract what?
Abstract comics? Never heard? Me neither, but here is Sugar Forest Fire from Gareth H. Hopkins.
Porque ontem foi Domingo (III)
Ok, porque ontem foi Domingo e a gripe não me deixa ir procurar umas pranchas de bd para por aqui, fui roubar isto ao café central.
Porque ontem foi sábado (III)
E véspera de natal ficamos com uma canção de natal. Em direto do youtube para todo o mundo, ladies and gentlemans, dos miticos "The Pogues" fairytale of new york. Ainda no mesmo espirito de uma dirty old town resta-me a rendição ao facto de a rubrica ser rebaptizada.
2016/12/24
Terroristas? São todos europeus!
Quem mata mais na europa? Os europeus!
E se não vejamos.
Em 1918 e 1939 foram os alemães, em 1992 eram bósnios e sérvios instigados por alemães, franceses e ingleses, em 2014 foram ucranianos, polacos, checos ... e alemães. Outra vez? Poças que estes estão em todas!
Mas se pensarmos nos Assassinos que só matam umas dezenas temos de ir buscar o terrorismo de direita. Uma visita à wikipedia serve para lembrar os menos conhecidos:
1.França - Os neonazis do Partido Nacionalista Francês e Europeu foram responsáveis por uma série de atentados terroristas anti-muçulmanos em 1988. Os albergues Sonacotra em Cagnes-sur-Mer e Cannes foram bombardeados, matando o imigrante romeno George Iordachescu e ferindo 16 pessoas, em sua maioria tunisinos. Numa tentativa de enquadrar extremistas judeus pelo atentado em Cagnes-sur-Mer, os terroristas deixaram folhetos ostentando estrelas de Davi e o nome "Masada" no local do crime, com a mensagem "Para destruir Israel, o Islã tem escolhido a espada. Por esta escolha, o Islã perecerá."
2. Alemanha - Em 1980, um ataque terrorista de direita em Munique, Alemanha, matou o agressor e outras 14 pessoas, ferindo 215. Os temores de uma campanha contínua de grandes ataques terroristas de direita não se materializaram. Além de vários assaltos a bancos, o Nationalsozialistischer Untergrund foi o responsável pelos assassinatos em série de Bósforo (2000-2006), pelo atentado em Colônia em 2004 e pelo assassinato da policial Michéle Kiesewetter em 2007. Em novembro de 2011, dois membros do Nationalsozialistischer Untergrund cometeram suicídio depois de um assalto a banco e um terceiro membro foi preso alguns dias depois.
3. Itália - Em agosto de 1980, no atentado de Bolonha, um grupo de terroristas de direita explodiu uma bomba Numa estação de trem em Bolonha, Itália, matando 84 pessoas e ferindo mais de 180. De acordo com a polícia italiana, os perpetradores foram Valerio Fioravanti e Francesca Mambro, dois membros da organização neofascista Nuclei Armati Rivoluzionari. Em dezembro de 2011, ativistas da CasaPound de extrema direita participaram de um tiroteio direcionado aos comerciantes senegaleses em Florença, matando dois e ferindo três.
3a. Itália - «Na década de 70, acções terroristas, maioritariamente conduzidas por comandos de extrema-direita, provocaram cerca de 5 mil mortes; só no ano de 1978 registaram-se mais de 3 mil acções da extrema-direita, de que resultaram 831 mortos e 3121 feridos. O trágico rapto e assassínio de Aldo Moro em 1978 [...]; Aldo Moro, então presidente da Democracia Cristã, que fora chefe de governo por várias vezes e que então era o negociador do "compromisso histórico" entre a Democracia Cristã e o Partido Comunista para formação de um novo governo bipartidário foi, segundo vários testemunhos, «sacrificado» para proteger a Operação Gladio e fazer valer os objectivos desta. Nas palavras de Steve Pieczenik, agente enviado pelo Presidente dos EUA para integrar a «comissão de crise» que acompanhou o rapto: «Tivemos de sacrificar Aldo Moro para manter a estabilidade da Itália»
4. Noruega - Em 22 de julho de 2011, um extremista norueguês de direita, simpatizante do naZismo e fascismo Anders Behring Breivik, realizou ataques terroristas na Noruega, o maior assassinato em massa de pessoas na Noruega por uma única pessoa durante tempo de paz, excluindo a utilização de bombas. Primeiramente, bombardeou vários prédios do governo em Oslo, matando oito pessoas e ferindo mais de 30. Após os atentados, ele foi para a ilha Utøya com um uniforme policial falso e começou a disparar nas pessoas que frequentam um acampamento político de jovens para Liga da Juventude Trabalhista (AUF), um partido político de esquerda, matando 68 pessoas e ferindo mais de 60.
Espanha -
Autor do "massacre de Atocha" apanhado no Brasil dá entrada na prisão em Madrid
García Juliá foi condenado em Espanha em 1980 por ser um dos autores do massacre em que três advogados sindicais, um estudante de direito e um oficial administrativo foram mortos a tiro, em Madrid.
Mas veja em https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Terrorismo_de_direita como a extrema direita não nos dá sossego, são todos branquinhos, loirinhos de olhos azuis ... todos europeus.
Quanto aos fundamentalistas islâmicos, até hoje, eram t o d o s nados e criados n a e u r o p a ... todos. Contra factos não há senso comum que resista ; - )
E se não vejamos.
Em 1918 e 1939 foram os alemães, em 1992 eram bósnios e sérvios instigados por alemães, franceses e ingleses, em 2014 foram ucranianos, polacos, checos ... e alemães. Outra vez? Poças que estes estão em todas!
Mas se pensarmos nos Assassinos que só matam umas dezenas temos de ir buscar o terrorismo de direita. Uma visita à wikipedia serve para lembrar os menos conhecidos:
1.França - Os neonazis do Partido Nacionalista Francês e Europeu foram responsáveis por uma série de atentados terroristas anti-muçulmanos em 1988. Os albergues Sonacotra em Cagnes-sur-Mer e Cannes foram bombardeados, matando o imigrante romeno George Iordachescu e ferindo 16 pessoas, em sua maioria tunisinos. Numa tentativa de enquadrar extremistas judeus pelo atentado em Cagnes-sur-Mer, os terroristas deixaram folhetos ostentando estrelas de Davi e o nome "Masada" no local do crime, com a mensagem "Para destruir Israel, o Islã tem escolhido a espada. Por esta escolha, o Islã perecerá."
2. Alemanha - Em 1980, um ataque terrorista de direita em Munique, Alemanha, matou o agressor e outras 14 pessoas, ferindo 215. Os temores de uma campanha contínua de grandes ataques terroristas de direita não se materializaram. Além de vários assaltos a bancos, o Nationalsozialistischer Untergrund foi o responsável pelos assassinatos em série de Bósforo (2000-2006), pelo atentado em Colônia em 2004 e pelo assassinato da policial Michéle Kiesewetter em 2007. Em novembro de 2011, dois membros do Nationalsozialistischer Untergrund cometeram suicídio depois de um assalto a banco e um terceiro membro foi preso alguns dias depois.
3. Itália - Em agosto de 1980, no atentado de Bolonha, um grupo de terroristas de direita explodiu uma bomba Numa estação de trem em Bolonha, Itália, matando 84 pessoas e ferindo mais de 180. De acordo com a polícia italiana, os perpetradores foram Valerio Fioravanti e Francesca Mambro, dois membros da organização neofascista Nuclei Armati Rivoluzionari. Em dezembro de 2011, ativistas da CasaPound de extrema direita participaram de um tiroteio direcionado aos comerciantes senegaleses em Florença, matando dois e ferindo três.
3a. Itália - «Na década de 70, acções terroristas, maioritariamente conduzidas por comandos de extrema-direita, provocaram cerca de 5 mil mortes; só no ano de 1978 registaram-se mais de 3 mil acções da extrema-direita, de que resultaram 831 mortos e 3121 feridos. O trágico rapto e assassínio de Aldo Moro em 1978 [...]; Aldo Moro, então presidente da Democracia Cristã, que fora chefe de governo por várias vezes e que então era o negociador do "compromisso histórico" entre a Democracia Cristã e o Partido Comunista para formação de um novo governo bipartidário foi, segundo vários testemunhos, «sacrificado» para proteger a Operação Gladio e fazer valer os objectivos desta. Nas palavras de Steve Pieczenik, agente enviado pelo Presidente dos EUA para integrar a «comissão de crise» que acompanhou o rapto: «Tivemos de sacrificar Aldo Moro para manter a estabilidade da Itália»
4. Noruega - Em 22 de julho de 2011, um extremista norueguês de direita, simpatizante do naZismo e fascismo Anders Behring Breivik, realizou ataques terroristas na Noruega, o maior assassinato em massa de pessoas na Noruega por uma única pessoa durante tempo de paz, excluindo a utilização de bombas. Primeiramente, bombardeou vários prédios do governo em Oslo, matando oito pessoas e ferindo mais de 30. Após os atentados, ele foi para a ilha Utøya com um uniforme policial falso e começou a disparar nas pessoas que frequentam um acampamento político de jovens para Liga da Juventude Trabalhista (AUF), um partido político de esquerda, matando 68 pessoas e ferindo mais de 60.
Espanha -
Autor do "massacre de Atocha" apanhado no Brasil dá entrada na prisão em Madrid
García Juliá foi condenado em Espanha em 1980 por ser um dos autores do massacre em que três advogados sindicais, um estudante de direito e um oficial administrativo foram mortos a tiro, em Madrid.
Mas veja em https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Terrorismo_de_direita como a extrema direita não nos dá sossego, são todos branquinhos, loirinhos de olhos azuis ... todos europeus.
Quanto aos fundamentalistas islâmicos, até hoje, eram t o d o s nados e criados n a e u r o p a ... todos. Contra factos não há senso comum que resista ; - )
2016/12/23
Os Bons, os Maus e quem manda neles
A cada atentado novas medidas repressivas. Deixem-me ver se percebo. Quem Manda criou, treinou, armou e financiou bandos de Malfeitores Bons para atacarem Os Maus. Por artes do demo, os bandos de Malfeitores Bons fartaram-se de matar Maus e desataram a matar também os povos das terras de Quem Manda. Por artes do Demo Quem Manda torna-se ainda mais repressivo "para proteger os seus bem amados povos" dos bandos de Malfeitores Bons criados, amamentados, armados e treinados por Quem Manda para lutar contra os Maus. Será isto obra do demo ou do Capital que manda nisto tudo? Mas alguém acredita no diabo? E no Capital?
Já me esquecia. Toda esta conversa vem a propósito da nova legislação securitária e repressiva promulgada pelos germões depois do atentado alegadamente perpetrado pelo camionista que acabou morto em Itália sem denunciar os mandantes.
Já me esquecia. Toda esta conversa vem a propósito da nova legislação securitária e repressiva promulgada pelos germões depois do atentado alegadamente perpetrado pelo camionista que acabou morto em Itália sem denunciar os mandantes.
2016/12/21
14 000 000 000
Só para me lembrar que entre 2008 e 2015 os governos dos trócastes-coelhos-portas deram 14 340 000 000 (14 mil e 340 milhões) à banca, aos banqueiros e ao capital financeiro.
2016/12/20
2016/12/19
E Deviam Ser 900€
Aqui fica manifesto da minha inveja. Era assim que eu gostava de escrever, como o Manuel "Do Violino".
<<[...] Tantos anos depois, poucos meses depois das discussões acerca de quantos milhões seriam suficientes para remunerar os iluminados da administração da CGD, considerou-se que 600 euros é paga demasiada para quem dos seus braços tira, dia após dia, o pão seu e o dos seus filhos, e ainda o resort, o Armani e os ricos jantares “solidários” com que os Lopes, os Saraivas e os Farias de Oliveira pagam a cozinha económica dos pobres.>>
Como não escrevo, deixo a referência para quando me vierem dizer que 600 euros era muito, que as empresas não podiam pagar, que iam à falência, que depois os empresarios não tinham dinheiro para a gasolina dos ferraris, enfim, tretas.
<<[...] Tantos anos depois, poucos meses depois das discussões acerca de quantos milhões seriam suficientes para remunerar os iluminados da administração da CGD, considerou-se que 600 euros é paga demasiada para quem dos seus braços tira, dia após dia, o pão seu e o dos seus filhos, e ainda o resort, o Armani e os ricos jantares “solidários” com que os Lopes, os Saraivas e os Farias de Oliveira pagam a cozinha económica dos pobres.>>
Como não escrevo, deixo a referência para quando me vierem dizer que 600 euros era muito, que as empresas não podiam pagar, que iam à falência, que depois os empresarios não tinham dinheiro para a gasolina dos ferraris, enfim, tretas.
2016/12/18
Porque hoje foi domingo(II)
E porque hoje foi domingo deixo-vos com umas ideias da autoria de João Pedro Coutinho sobre o dia de amanhã
Alepo aos olhos de Eva Bartlett
Ver o blogue RiseUp Portugal a prestar serviço público é sempre agradável, vê-lo a divulgar Jornalismo é mais do que isso. O artigo sobre a conferência de imprensa já saiu há uns dias e agora aqui, fica para referência futura a tradução do mail da jornalista Eva Bartlet. O video que se tornou viral está aqui.
Porque ontem foi sábado (II)
Porque ontem foi sábado e não pude vir dar música e porque até parecia mal falhar ao segundo dia, deixo aqui hoje um concerto da Hindi Zahra para quem queira uma hora de sensualidade e duas peças mais curtas para quem não tenha tempo. Beautiful Tango e Imik Simik. Bom domingo.
2016/12/17
Os Bolsanamão que não foram detidos em Cuba
OK. Se desta vez não foi verdade e mesmo depois de tentarem desmentir ficaram as dúvidas todas (1). Se desta e desta também eram vigarices. Como raio é que alguém ainda acredita no que os bolsanamão propagam nos caneiros deles? Não será tempo de pedir ao Zuckerberg para os pôr sobre especial escrutinio?
E mais interessante ainda é o PSD apresentar um voto de condenação por um facto-bolsanamão que, à semelhança de todo os outros "facto-bolsanamão", não aconteceu. Mas alguém quer eleger deputados que apresentam propostas baseados em noticias falsas?
(1) Segundo os Truques da Imprensa Portuguesa há <<Novidades sobre O estranho caso dos jornalistas portugueses "detidos" em Cuba: Ontem à noite, fomos contactados pelo jornalista Pedro Benevides, editor de política da SIC e enviado a Cuba durante o funeral de Fidel Castro, que negou globalmente os factos fornecidos pela embaixada cubana. Disse que "os jornalistas da SIC e do Expresso não trabalharam em Cuba com visto de turista" sem, porém, esclarecer se viajaram ou não para Cuba com vistos de jornalistas (era isso que constava do texto original). Acrescentou que "nunca tentaram furar qualquer perímetro de segurança", "nem andaram em carros ilegais." Questionámos Pedro Benevides sobre se (1) confirmava toda a história de Cristina Margato, publicada no Expresso e (2) porque é que, se eram falsas as informações da embaixada, a SIC e o Expresso não emitiam uma nota, via editorial ou comunicado oficial, a contestar e a repor a verdade. As duas perguntas ficaram sem resposta e a conversa terminou ali.
Devemos questionar, ainda, a razão pela qual a edição do Expresso de hoje não dedica uma única linha ao caso, ignorando o comunicado da embaixada e remetendo tudo para o esquecimento. Também a SIC se mantém em silêncio. De facto, se os elementos fornecidos pela embaixada são falsos, como alega Pedro Benevides, a posição da SIC/Expresso é ainda mais vergonhosa, por permitir que o nome dos seus jornalistas arda em praça pública sem defendê-los com a verdade.
Devemos também reflectir sobre o facto de nenhum outro órgão de comunicação social português ter pegado no caso, nem na hora da "detenção", nem à posteriori, mesmo havendo, naquele momento, bastantes enviados a Cuba com a mesma missão, de cobrir o funeral. Não consideraram a "detenção arbitrária " de jornalistas portugueses, para os "intimidar", um assunto suficientemente importante? Duvidamos que seja essa a razão.
A detenção arbitrária de jornalistas, nacionais ou estrangeiros, é muito grave. Em Cuba ou em qualquer lugar do mundo. Por isso, queremos levar este assunto ao limite, pois se essa detenção ocorreu, de facto, tem de ser discutida. Porém, se a prosa de Cristina Margato se tratou de um golpe de marketing para criar um facto, o caso é igualmente grave e fere irreversivelmente a confiança na jornalista e no jornal.
(Achámos que, por uma questão de honestidade e tendo em conta o compromisso que assumimos com os nossos seguidores, tínhamos de publicar aqui a defesa de Pedro Benevides, colocando, ainda assim, as questões que ficam por esclarecer, que são todas.)>>
E mais interessante ainda é o PSD apresentar um voto de condenação por um facto-bolsanamão que, à semelhança de todo os outros "facto-bolsanamão", não aconteceu. Mas alguém quer eleger deputados que apresentam propostas baseados em noticias falsas?
(1) Segundo os Truques da Imprensa Portuguesa há <<Novidades sobre O estranho caso dos jornalistas portugueses "detidos" em Cuba: Ontem à noite, fomos contactados pelo jornalista Pedro Benevides, editor de política da SIC e enviado a Cuba durante o funeral de Fidel Castro, que negou globalmente os factos fornecidos pela embaixada cubana. Disse que "os jornalistas da SIC e do Expresso não trabalharam em Cuba com visto de turista" sem, porém, esclarecer se viajaram ou não para Cuba com vistos de jornalistas (era isso que constava do texto original). Acrescentou que "nunca tentaram furar qualquer perímetro de segurança", "nem andaram em carros ilegais." Questionámos Pedro Benevides sobre se (1) confirmava toda a história de Cristina Margato, publicada no Expresso e (2) porque é que, se eram falsas as informações da embaixada, a SIC e o Expresso não emitiam uma nota, via editorial ou comunicado oficial, a contestar e a repor a verdade. As duas perguntas ficaram sem resposta e a conversa terminou ali.
Devemos questionar, ainda, a razão pela qual a edição do Expresso de hoje não dedica uma única linha ao caso, ignorando o comunicado da embaixada e remetendo tudo para o esquecimento. Também a SIC se mantém em silêncio. De facto, se os elementos fornecidos pela embaixada são falsos, como alega Pedro Benevides, a posição da SIC/Expresso é ainda mais vergonhosa, por permitir que o nome dos seus jornalistas arda em praça pública sem defendê-los com a verdade.
Devemos também reflectir sobre o facto de nenhum outro órgão de comunicação social português ter pegado no caso, nem na hora da "detenção", nem à posteriori, mesmo havendo, naquele momento, bastantes enviados a Cuba com a mesma missão, de cobrir o funeral. Não consideraram a "detenção arbitrária " de jornalistas portugueses, para os "intimidar", um assunto suficientemente importante? Duvidamos que seja essa a razão.
A detenção arbitrária de jornalistas, nacionais ou estrangeiros, é muito grave. Em Cuba ou em qualquer lugar do mundo. Por isso, queremos levar este assunto ao limite, pois se essa detenção ocorreu, de facto, tem de ser discutida. Porém, se a prosa de Cristina Margato se tratou de um golpe de marketing para criar um facto, o caso é igualmente grave e fere irreversivelmente a confiança na jornalista e no jornal.
(Achámos que, por uma questão de honestidade e tendo em conta o compromisso que assumimos com os nossos seguidores, tínhamos de publicar aqui a defesa de Pedro Benevides, colocando, ainda assim, as questões que ficam por esclarecer, que são todas.)>>
2016/12/15
E se?
Os esfomeados civis de Alepo Oriental (8/12/2016) |
Há duas semanas, se abordasse a guerra na Síria ou a libertação de Aleppo, ainda salvaguardaria a possibilidade de o Presidente Assad ser má pessoa, mas, algo incompreensivelmente, quanto mais a ideologia mainstream me quer vender essa ideia, menos eu acredito nela.
Será a experiência do inexistente ataque vietnamita no golfo de Tomkin? Dos massivamente ignorados massacres de sérvios às mãos dos bósnios? Das inexistentes armas de destruição maciça iraquianas? Das anunciadas primaveras árabes que todos os dias produzem insanes rastos de sangue e refugiados? Verdadeiros invernos que transformaram economias viáveis em desertos habitados por facínoras mercenários?
Já não acredito em nada do que os media me metem pela casa dentro sobre a guerra na Siria. Talvez seja tempo de começar a aceitar que os sírios resolvam os seus problemas e reconstruam o seu país, agora também um destroço em carne viva esfolado por imperialistas, wahhabitas e sionistas.
E se russos e sírios tiverem razão e "os sitiados" forem de facto bandos de mercenários estrangeiros? Terroristas que usam civis como escudos humanos? Facínoras que violam continua e repetidamente os cessar-fogo acordados para impedirem os civis de abandonar os últimos redutos fundamentalistas? Peões de um imperialismo estado-unidense que, por engano, violou um cessar fogo bombardeando e matando uma centena de soldados sírios? E se?
2016/12/14
Outsider? Quem?
3 militares, 1 kkk, 1 ex-ExxonMobil, 1 negacionista, 1 securitarista, 1 ex-Goldman Sachs |
2016/12/13
Sacrificar o conteúdo à forma dá nisto
Só a direita vende a sociedade de consumo |
A "esquerda" que balbuceie "progressos económicos" não é esquerda. Não pôe a solidariedade acima dos egoismos. Não é esquerda, é direita.
O que é o progresso económico? Nada. O progresso ou é social ou não é nada, é enriquecimento ilicito de uns poucos à custa da escravização de muitos. Isso não é progresso.
Eu sei que é cómodo atirar a porcaria ao ar, é consensual, ganha likes, concordâncias, unanimidades.
É mais dificil apontar o dedo aos culpados, aos verdadeiros, aos que acham possível um país estar bem com o povo mal, uma economia a crescer e a destruir o planeta, uma sociedade a evoluir e a matar cada vez mais. Mas se não apontarmos o dedo à direita é ela que nos limpa o cebo e as últimas presidenciais norte-americanas dão-me razão. E o Manuel Cruz como boa pessoa que se quer bem até gosta de chamar os bois pelos nomes.
Cuidado, quando se atira com a porcaria à ventoinha muita dela cai-nos em cima. De certeza.
Esclarecido quão injusto e perigoso é espalhar culpas por todos, é um bonito texto a acompanhar excelentes fotografias o que o Manuel Cruz nos deixa nas Quatro Almas.
2016/12/12
O Dia em que o PPC Deixou de Servir
Um amanhã sem os coisos |
Há ano e meio era o sound byte do vencedor de eleições. Ele tinha ganho, ele tinha de governar. Sem maioria na AR para aprovar os seus orçamentos predatórios. Orçamentos quatro vezes chumbados por nove inconstitucionalidades e meia. Revelava a mais absoluta ignorância sobre o sistema politico português. Sobre um sistema onde encabeçou o governo com mais orçamentos rectifictivos da história da democracia. Revelava não saber ter participado numas eleições para a Assembleia da República. Julgava que tinha ido a eleições para Primeiro Ministro. Ignorava o facto de em Portugal os cidadãos elegerem três orgãos de soberania, o Presidente da República, as Autarquias e a Assembleia da República. Revelava ignorar que o Primeiro Ministro é chamada a formar governo de acordo com a vontade expressa da maioria dos deputados eleitos. Ignorava ele e o então inquilino do Palácio de Belém. Mas as caixas de ressonância forneceram-lhe os palcos possíveis e impossíveis, as lotações esgotadas e as casas vazias, os comentadores e os comentadeiros. A ladainha do governo ilegal durou quase um ano.
Falhado o recurso à mais reles vigarice, mesmo depois de mil vezes repetida, veio a idade das calamidades.
A "Geringonça" não durava três meses e ia ser a catástrofe. Vai entrar no segundo ano.
O orçamento de 2016 não passava em Bruxelas. Passou, depois de muita chantagem e persporrência neo-liberal, mais shauble menos junker, passou.
As taxas de juro iam subir para valores estratósféricos, era a bancarrota, ia ser o caos. Baixaram.
Afirmava à SIC "O país perde competitividade, não atrai investimento externo e não está a crescer o que devia". Investiram, e continuaram a investir, e investiram outra vez e mais uma vez, e outra vez.
Em Setembro vinha aí o diabo. O PIB cresceu, o desemprego baixou.
Foi um ano a acertar ao lado nas previsões da bola de cristal.
O Presidente da CGD!!! Ai Ai Ai. A CGD!!! Ai a CGD!!! Foi de facto onde se revelou o PS no seu melhor. Leia-se "no seu pior". O António Costa nomeia um individuo que se julga acima da lei para ganhar meio milhão ao ano fora benesses e prémios de jogo. Não o deixaram ficar acima da lei, demitiu-se e foi à sua vida.
Hoje começou o principio do fim do Coiso Coelho. Os donos do Coiso cansaram-se de lhe dar corda, estão a tirar-lhe o tapete antes da antecipada hecatombe autárquica.
O Correio da Manha acusa-o de ter vendido diamantes a Angola abaixo do valor de mercado, dias antes de se mudar para Massamá. Diamantes ? Não, não vendeu diamantes, vendeu uma quota portuguesa numa empresa de diamantes, mas sabemos que para o Correio da Manha isso são pormenores. Relevante é notar que hoje a capa não foi o Trócaste Vigaro-de-Serviço, foi o Coiso Coelho Novo-(quase?)-Vigaro-de-Serviço.
O Expresso Diário diz que o Coiso Coelho está cercado e que já há muito gato a lutar pelo lugar ao sol.
A capa do I reproduz um recado de Guilherme Silva, ex-lider paralamentar do PSD.
O porta voz da sonae afirma na capa que o "Governo Passos Congelou Alertas das Finanças até Perto das Eleições".
Às 20:45 desta noite o telejonal da familia bolsanamão promove Rui Rio de ex-Presidente da Camâra do Porto, a estadista que propoem ... um novo imposto. Imposto sobre o capital? Sobre as mais valias? Sobre as grandes fortunas? Não, nada disso. Um imposto dos que os bolsanamão gostam. Mais um democrático imposto sobre todos os portugueses, mais um daqueles que vão taxar todos os rendimentos, excepção feita aos que conseguirem apanhar o avião para o Panamá ou a fibra óptica para as Ihas Virgens onde eles guardam as poupanças.
O rei morreu, viva rei, perdão viva o Rio. Só me pergunto se conseguirão trocar o Coiso Coelho pelo Coiso Rio a tempo de evitar a hecatombe das autárquicas.
Nota de Rodapé:
Pois, é isso, e o Guterres tomou posse como secretário geral das nações unidas. Não percebi bem se tomou posse ou só jurou sobre a carta ou se jurou e tomou, sobre isso as conversas dos comentadeiros e os rodapés eram contraditórios, quero dizer, a televisão escrita e a televisão falada não estavam de acordo sobre os factos. Mas eu gostei. Acho que trocaram o norte-americano Ban Ki Moon de nacionalidade Indonésia, pelo Português Guterres de nacionalidade Católica-cripto-socialista. Pior do que o outro não vai ser e eu até estou contente. Acreditem, estou contente com o novo secretário geral da ONU, não vai fazer grande diferença, mas sabe-me bem. Pelo menos não foi a cristalina do schauble.
2016/12/11
Porque Hoje Foi Domingo (I)
Também é graças a eles que as nossas cidades nos maravilham. Um mural do Bordalo II em Turim.
2016/12/10
Porque Hoje é Sábado (I)
Eu sei que é plágio, mas seguindo o hábito de um outro blogue: Porque Hoje é Sábado deixo-vos um Lester Bowie "For Louie" porque só tenho olhos para ti and I'm the Great Pretender :-D
2016/12/09
O Pafismo não sabe ler
A ignorância de um ex-pm sem curriculo já era conhecida, mas um ex-ministro da educação, também ex qualquer coisa de uma associação das batebáticas, aritmeticamente iletrado é um recorde trans-galático. Tudo a propósito dos resultados do PISA. Olhando para a amostra do estudo referente ao ano de 2015 percebemos que os alunos avaliados não tiveram os exames do Crato no 4º nem no 6º pela simples razão de que frequentaram esses anos antes do Crato os instituir. Mas eles não viram isso? Ou viram e fazem parte da fábrica de mentiras?
2016/12/08
2016/12/07
Desmascare-se a lavagem do trumpismo
A operação de branqueamento começou na noite das eleições para imperador mundial com o trumpista de serviço a papaguear a teoria da normalidade e do tudo vai bem porque na capital do império reina, por definição, a democracia. E mesmo quando não reine, isso não é relevante porque se aplica a definição e eles equilibram-se todos uns aos outros. Ponto.
A lavagem continuou com uma moderaçãozita do discurso oficial porque é preciso ganhar tempo e ir enganando os incautos, breve desmentida pelos oficiosos impulsos twisteiros do imperador.
Começou agora a campanha de pré-anúncio de medidas populistas destinada no seu essencial a camuflar e desviar as atenções das nomeações que se vão oficializando.
Um breve olhar sobre os interesses corporativos que se vão instalar na casa branca revela logo à cabeça um enorme conflito de interesses entre o imperador de serviço e os seus próprios negócios. Conflito resolvido com a nomeação dos filhos para gestores do negócio familiar apenas se forem interditas conversas sobre o tema nos almoços de domingo. Serão os serviços secretos a vigiar o cumprimento da interdição? Ou a empresa de segurança da familia?
Mas se não virarmos a cara de vergonha, salta à vista que os interesses corporativos vão deixar de ser legalmente defendidos pelos lobysmos e ilegalmente pelos interpostos agentes por eles financiados e vão passar a ser directamente executados pelo governo.
É possível pior do que pôr o lobo a guardar o galinheiro? Claro que é possível! Basta tornar o lobo dono e gestor do galinheiro! A produtividade e peso das galinhas vai crescer e todas serão comidas ao fim do dia pelo trump de serviço.
Garantido ou o seu dinheiro de volta.
A lavagem continuou com uma moderaçãozita do discurso oficial porque é preciso ganhar tempo e ir enganando os incautos, breve desmentida pelos oficiosos impulsos twisteiros do imperador.
Começou agora a campanha de pré-anúncio de medidas populistas destinada no seu essencial a camuflar e desviar as atenções das nomeações que se vão oficializando.
Um breve olhar sobre os interesses corporativos que se vão instalar na casa branca revela logo à cabeça um enorme conflito de interesses entre o imperador de serviço e os seus próprios negócios. Conflito resolvido com a nomeação dos filhos para gestores do negócio familiar apenas se forem interditas conversas sobre o tema nos almoços de domingo. Serão os serviços secretos a vigiar o cumprimento da interdição? Ou a empresa de segurança da familia?
Mas se não virarmos a cara de vergonha, salta à vista que os interesses corporativos vão deixar de ser legalmente defendidos pelos lobysmos e ilegalmente pelos interpostos agentes por eles financiados e vão passar a ser directamente executados pelo governo.
É possível pior do que pôr o lobo a guardar o galinheiro? Claro que é possível! Basta tornar o lobo dono e gestor do galinheiro! A produtividade e peso das galinhas vai crescer e todas serão comidas ao fim do dia pelo trump de serviço.
Garantido ou o seu dinheiro de volta.
2016/12/06
A RTP3 e a Srª Maria - dois lados da mesma moeda
Ao ruído de fundo dos mentideros e restantes redes sociais sobrepuseram-se hoje dois tópicos.
A noticia sobre as críticas do Tribunal de Contas ao mau desempenho da srª maria enquanto ministra das finanças pafista e a opinião generalizada sobre o escandalo de a RTP3 ter convidado 4 neo-cons para um painel de 4 comentadores.
A srª maria devia ter controlado devidamente as contas da CGD e não controlou mas isso só surpreende quem não viu como o pafismo tudo fez para privatizar o banco público.
A RTP3 deveria nortear-se por critérios minimamente informativos, convidando para os seus painéis formadores de opinião com diferentes olhares sobre a realidade, mas o facto de não o fazer só surpreende os mais distraídos.
Canalhada!
A noticia sobre as críticas do Tribunal de Contas ao mau desempenho da srª maria enquanto ministra das finanças pafista e a opinião generalizada sobre o escandalo de a RTP3 ter convidado 4 neo-cons para um painel de 4 comentadores.
A srª maria devia ter controlado devidamente as contas da CGD e não controlou mas isso só surpreende quem não viu como o pafismo tudo fez para privatizar o banco público.
A RTP3 deveria nortear-se por critérios minimamente informativos, convidando para os seus painéis formadores de opinião com diferentes olhares sobre a realidade, mas o facto de não o fazer só surpreende os mais distraídos.
Canalhada!
2016/12/05
O PSD Votou Contra - E você ?
Adicionar legenda |
A Fábrica de Mentiras dos Neo-Fascistas
E x c e l e n t e artigo sobre o papel do google na reprodução da ideologia
dominante. Os judeus são demoníacos? São! As mulheres são demoníacas! São! Os
muçulmanos são maus! São! Quem foi bonzinho? Quem? O hitler! O maior
genocida de todos os tempos aparece numa busca do google transformado em boa
pessoa que nem queria matar tanta gente.
E não, não é um, nem dois, nem meia dúzia de sites racistas, xenófobos, misóginos, fundamentalistas cristãos de extrema-direita a afirmarem-no, é o resultado de uma busca sobre "womens are evil?" ou "jews are evil?" ou "muslims are evil?". É a "realidade" apresentada por um motor de busca com base num algoritmo feito para reproduzir e ampliar o senso comum.
E não, não vou afirmar nem defender as teses do único culpado, do principal culpado ou sequer a de um dos principais culpados pela proliferação da ignorância. Não vou acusar um algoritmo pela vitória do trumpismo nos estados-unidos, nem do òrban na hungria ou dos 47% de neo-nazis austríacos. Mas importa perceber que faz mossa, faz muita mossa, e não se trata de um erro do algoritmo, muito pelo contrário, é o seu excelente funcionamento, é a sua capacidade de apresentar os resultados mais consultados pela maioria dos utilizadores que faz
dele um perigo para a humanidade, para o conhecimento, para a verdade. É a
prova acabada de que << a ideologia dominante se reproduz>> natural
e organicamente como Hengels defendeu há mais de 100 anos. E vêm-me dizer que o
materialismo histórico está ultrapassado?
Importa perceber que a direita construiu cuidadosamente um império de reprodução e ampliação do que de mais inumano existe no ser humano e que pelas esquerdas ninguém deu por nada. Importa perceber que a direita cumpriu o seu papel e está agora a colher os frutos. Importa perceber que a classe dominante aplaude, incentiva e financia esse império reprodutor da ideologia dominante, da mentira, da inverdade, dos pseudo-factos fabricados virtualmente. Importa começar a fazer mais pela proliferação do bom senso e da verdade dos factos.
É assim tão difícil?
E não, não é um, nem dois, nem meia dúzia de sites racistas, xenófobos, misóginos, fundamentalistas cristãos de extrema-direita a afirmarem-no, é o resultado de uma busca sobre "womens are evil?" ou "jews are evil?" ou "muslims are evil?". É a "realidade" apresentada por um motor de busca com base num algoritmo feito para reproduzir e ampliar o senso comum.
E não, não vou afirmar nem defender as teses do único culpado, do principal culpado ou sequer a de um dos principais culpados pela proliferação da ignorância. Não vou acusar um algoritmo pela vitória do trumpismo nos estados-unidos, nem do òrban na hungria ou dos 47% de neo-nazis austríacos. Mas importa perceber que faz mossa, faz muita mossa, e não se trata de um erro do algoritmo, muito pelo contrário, é o seu excelente funcionamento, é a sua capacidade de apresentar os resultados mais consultados pela maioria dos utilizadores
Importa perceber que a direita construiu cuidadosamente um império de reprodução e ampliação do que de mais inumano existe no ser humano e que pelas esquerdas ninguém deu por nada. Importa perceber que a direita cumpriu o seu papel e está agora a colher os frutos. Importa perceber que a classe dominante aplaude, incentiva e financia esse império reprodutor da ideologia dominante, da mentira, da inverdade, dos pseudo-factos fabricados virtualmente. Importa começar a fazer mais pela proliferação do bom senso e da verdade dos factos.
É assim tão difícil?
2016/12/04
Fidel Castro - As 7 Mentiras Desmontadas
Ao que chegámos. Dos dez posts mais partilhados nas redes sociais a propósito da morte de Fidel Castro, quatro são puras vigarices, cinco são meias verdades e uma é piada de um site satírico.
O que é que lhes deu para andar tudo a partilhar vigarice? Os trolls invadiram o facebroncas? A direita fascistóide anda a pagar falsos perfis? Anda tudo a alucinar? Tá tudo doido?
Felizmente o OperaMundi dedicou algum tempo a rebater 7 das vigarices mais difundidas, aqui fica uma reprodução do trabalho deles para minha memória futura:
<<A morte do líder da Revolução Cubana e ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, gerou uma ampla comoção nas redes sociais. O fato tornou-se um elemento de mobilização apaixonada.
O problema é que boa parte das informações que mais circularam estão incorretas. De acordo com o levantamento feito pela página Monitor do Debate Político no Meio Digital, dos 10 posts mais partilhados no Facebook sobre o evento, quatro são chamadas com fatos inverídicos no título e outra é uma piada do site Sensacionalista.
As outras cinco notícias são bastante parciais, publicadas por veículos à direita no espectro político. Por isso, o Opera Mundi resolveu esclarecer algumas das informações incorretas mais difundidas e fez uma lista dos sete erros capitais de desinformação sobre o líder da Revolução Cubana. Veja a lista abaixo:
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1. Fidel tem fortuna estimada em US$ 550 milhões. Seu patrimônio ultrapassa o da rainha da Inglaterra
De fato, o nome de Fidel Castro apareceu na relação das pessoas mais ricas do mundo por quase 10 anos, entre 1997 e 2006, num ranking da revista norte-americana Forbes. De acordo com a publicação, a fortuna do líder cubano seria, inclusive, maior do que a da rainha britânica Elizabeth. Fidel então, em 2006, desafiou a publicação: “Desafio que provem. E, se o provarem (...), renuncio ao cargo e às funções que estou desempenhando”. Ele fez o mesmo desafio ao então presidente George W. Bush, para que usasse as empresas e inteligência norte-americanas para provar que ele tinha US$ 1 que fosse.
A publicação não respondeu, o governo dos Estados Unidos tampouco e o nome do cubano foi retirado da lista nos anos subsequentes.
Mas de onde vêm esses números? A revista contava como sendo de Fidel as companhias de propriedade do Estado cubano. Em matéria publicada pela Folha de S.Paulo em 1997, a repórter Carleen Hawn explicou o “método” utilizado na contagem: “Tivemos de fazer uma estimativa", justificou. “Não temos conhecimento exato do que Fidel Castro tem ou deixa de ter. Não sabemos, por exemplo, se ele tem conta na Suíça ou algo do gênero. Estimamos que 10% da economia cubana passa pelas mãos dele, uma estimativa até muito conservadora". A própria repórter, à época, fez uma ressalva: o número não significa que esta seja a fortuna pessoal do presidente de Cuba, mas a que poderia, eventualmente, vir a ser.
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2. Fidel, um dos maiores assassinos do século 20
De acordo com texto apócrifo que circula na internet, o número de pessoas mortas por fuzilamento e colocadas na conta de Fidel Castro teria sido 5.621, além de 1.163 assassinados extrajudiciais. A conta final entre combatentes de guerra e pessoas que tentaram fugir do país seria de 115.127 pessoas.
Mesmo o informe do grupo de direitos humanos crítico ao governo cubano Cuba Archive, divulgado há dois anos, indica que 7.634 pessoas morreram desde 1959, incluindo mortes e desaparecimentos em combate em países estrangeiros.
De acordo com o doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos Salim Lamrani, durante os primeiros meses de 1959, ano da Revolução, Ernesto “Che” Guevara era o encarregado dos tribunais revolucionários. Nesse período, cerca de 1.000 pessoas passaram pela “justiça expeditiva” e cerca de 500 foram fuziladas.
Se comparado ao ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush, somente na Guerra do Iraque, o saldo foi de 4.000 soldados norte-americanos mortos e 650 mil iraquianos que perderam a vida em decorrência da guerra, de acordo com um estudo realizado pela Universidade Johns Hopkins (EUA) e pela Universidade Al Mustansiriya (Iraque), em parceria com o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA).
De fato, houve mortos em decorrência da Revolução Cubana, muitos deles torturadores e responsáveis por incontáveis crimes à época do ditador Fulgencio Batista. Esse número, entretanto, não permite colocar Fidel em qualquer lista dos maiores assassinos do século 20.
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3. Fidel perseguia e executava dissidentes de forma sistemática
Embora os cúmplices da ditadura Batista tenham sido executados no paredão no início da Revolução, as penas capitais que se seguiram foram para crimes comuns.
A legislação cubana prevê pena de morte para crimes como traição; corrupção; homicídio qualificado; violação ou rapto de mulher; roubo executado com violência, além de ações de terrorismo, como incendiar prédios públicos e portar explosivos. Desde 2003, quando foram condenados com a pena capital os cubanos que sequestraram uma embarcação com passageiros para tentar fugir da ilha, não há mais execuções em Cuba – na prática, o país não adota mais a pena de morte, embora ela ainda esteja prevista no código penal.
Pessoas críticas ao governo, inclusive, trabalham com liberdade, como é o caso da blogueira Yoani Sánchez, que mantém sua atividade jornalística a partir da ilha, escrevendo para seu blog e para jornais de todo o mundo — embora relate dificuldades operacionais frequentemente (internet cara, por exemplo) – e o escritor Leonardo Padura, que viaja o mundo e expõe muitas críticas ao governo cubano em seus livros, entre eles o best seller “O homem que amava os cachorros”.
Yoani, no entanto, depois de voltar da Suíça, onde viveu dois anos, precisou esperar cinco anos até obter a autorização para viajar ao exterior, o que ocorreu com a reforma migratória de 2013, que permite a todos os cubanos deixar o país sem outra formalidade além da obtenção de um passaporte e um visto. Antes disso, ela teve os pedidos para sair do país negados diversas vezes.
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4. Cuba é um país de miseráveis passando fome
A ideia de que o país socialista é composto por pessoas famintas e sem acesso a alimentação de qualidade é constantemente difundida nas redes.
No entanto, apesar de ser um país empobrecido, resultado, entre outros motivos, do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos à ilha, não há indigência e o direito à alimentação satisfatória está assegurado de fato à quase totalidade do país.
De acordo com o Banco Mundial, o PIB de Cuba saltou de US$ 5,6 bilhões em 1970 para US$ 77,15 bilhões em 2013. Já o PIB per capita, que é o resultado da divisão do produto interno bruto pela quantidade de habitantes de um país, saltou de US$ 850 em 1972 para US$ 5.880 em 2011, superando o da Bolívia (US$ 3.080 em 2015) e o do Paraguai (US$ 4.220 em 2015). Considerando o PIB recalculado considerando a paridade de poder de compra, o número chega a US$ 10.200 em Cuba, valor próximo ao do Equador (US$ 11.300) e do Egito (US$ $11.800).
Além disso, Cuba é o único país de América Latina e Caribe que não apresenta o problema de desnutrição infantil severa, de acordo com o último relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), de 2006, o que faz do país, mesmo após os anos do chamado “período especial” (a crise econômica posterior à queda da União Soviética), um cumpridor dos Objetivos do Milênio e das metas estabelecidas pela Cúpula Mundial da Alimentação.
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5. Fidel era agente da CIA
Questionando as razões de os Estados Unidos não terem invadido Cuba para dar cabo de Fidel, como foi feito com Saddam Hussein no Iraque, e as razões de a prisão de Guantánamo ficar na ilha sem qualquer ataque dos comunistas a ela, há quem sustente que Fidel foi agente do órgão de inteligência norte-americano.
Talvez o fato de a CIA ter tentado mais de 600 vezes matar Fidel usando as mais diversas técnicas, como charuto explosivo ou caneta envenenada, responda essa questão, como mostra esse documentário do History Channel (em espanhol):
Além disso, acusar líderes ou personalidades ligadas à esquerda de ser agente da CIA não é incomum. Uma pesquisa rápida no Google mostra uma série de sites acusando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, ou Sean Penn, ator norte-americano e amigo de líderes sul-americanos como ex-presidente Hugo Chávez, de serem agentes secretos. Em nenhum desses casos, como no de Fidel, há indícios que sugiram a veracidade da afirmação, mas, como é praticamente impossível desmentir um boato do gênero, ele acaba se propagando.
A CIA nunca desmentiu se Fidel foi ou não um dos agentes secretos a serviço da agência, claro, até porque qualquer pronunciamento seria visto com desconfiança: afinal, um serviço secreto trabalha com informações secretas e desinformação profissional, não com transparência.
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6. Revolução perseguiu homossexuais
De fato, no início da revolução, houve uma grande perseguição a pessoas homossexuais no país. Elas não podiam, por exemplo, trabalhar com educação ou cultura porque o Partido Comunista considerava que seriam maus exemplos para crianças e alunos. De acordo com Mariela Castro, filha do presidente Raúl Castro e expoente da luta pela igualdade sexual e de gênero em Cuba, em entrevista a Opera Mundi, “o PC cubano era o reflexo da sociedade cubana, isto é, machista e homofóbico”.
Ela ressalta que isso era reflexo de uma época na qual esse tipo de pensamento era disseminado. Tal orientação se refletiu na criação das Unidades Militares de Ajuda à Produção, as Umap, às quais muitos homens homossexuais foram integrados à força.
Em entrevista ao jornal mexicano La Jornada em 2010, o próprio Fidel reconheceu a "grande injustiça" perpetrada contra pessoas homossexuais nos primeiros anos da Revolução. "Foram momentos de uma grande injustiça, uma grande injustiça", enfatizou. Ele alegou que, na época, estava imerso nas questões políticas mais urgentes da Revolução. "Tínhamos tantos e tão terríveis problemas, problemas de vida ou morte, que não prestamos suficiente atenção" ao tratamento dispensado às pessoas homossexuais, afirmou, reconhecendo sua responsabilidade: "Se alguém é responsável, sou eu."
Segundo Mariela, “Fidel Castro é como o Quixote. Sempre assumiu suas responsabilidades como líder do processo revolucionário. Em razão de seu cargo, considera que deve assumir a responsabilidade de tudo o que ocorreu em Cuba, tanto os aspectos positivos como os negativos”. Ela afirma, porém, que Fidel não teve qualquer participação nessas decisões, a não ser na que decidiu extinguir as Umap.
De acordo com artigo de Bruno Mattos, militante da Insurgência Babadeira, setorial LGBT da tendência do PSOL Insurgência, “os campos de trabalhos forçados cubanos eram vistos como mais que medida punitiva, mas espaços de ‘desintoxicação’, de ‘libertação’ de padrões comportamentais degenerados e contrarrevolucionários e ambientes em que esses sujeitos contribuiriam através de seu trabalho, de forma compulsória, com a revolução, manutenção do regime e as necessidades coletivas. As chamadas Umaps não continham somente mão de obra LGBT. Em verdade, a maior parte dos que ali trabalhavam de forma compulsória eram homens héteros. Todo homem cubano adulto estava sujeito a ser enviado a uma Umap e nem todos os homens gays e bissexuais eram submetidos aos trabalhos forçados”.
A homossexualidade deixou de ser crime em Cuba nos anos 1990 e, desde 2007, a ilha celebra, anualmente, o dia de luta contra a homofobia. Além disso, desde 2008 o Estado cubano se encarrega gratuitamente das cirurgias de redesignação sexual de pessoas transgênero. “Cuba, portanto, reconhece seu passado LGBTfóbico e vem dando tratamento a isso, avançando em direitos em uma velocidade muito maior que boa parte das nações capitalistas e signatárias dos tratados de direitos humanos internacionais do mundo”, ressalta Mattos.
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7. Fidel tinha uma mansão e uma ilha só dele
A suposta existência da ilha exclusiva de Fidel, chamada Cayo Piedra, foi contada no livro “A vida luxuosa de Fidel”, escrito por seu ex-guarda-costas Juan Reinaldo Sánchez que, após servir o líder cubano por 17 anos, fugiu de Cuba depois de passar dois anos na prisão, acusado de insubordinação.
Com uma pesquisa básica na internet, encontramos fotos de um pedaço de terra rodeado por um mar azul turquesa e as diversas indicações do que seriam as mansões de Fidel no local. Consta ainda que ele dirigia um luxuoso barco por 45 minutos desde Havana até ilha, para onde só levava amigos próximos, como o escritor colombiano Gabriel García Márquez. De fato, em 2015, ao pesquisar a localidade no Google Maps, aparecia a indicação “Fidel Castro Island”.
Porém, o Google reconheceu o erro e retirou a menção no mapa ao ex-presidente cubano no mesmo ano. Apesar de o livro de Sánchez ter alcançado um grande sucesso de vendas e ampla repercussão nos meios de comunicação, de acordo com a imprensa cubana, a casa na ilha Cayo Piedra é do Estado cubano e destinada a recepcionar personalidades políticas, “especialmente dos Estados Unidos que, para evitar sanções por causa do bloqueio, não era conveniente receber em Cuba”, como diz reportagem da emissora Cubavisión.
Com relação às diversas mansões das quais Fidel seria proprietário, novamente a emissora desmente ressaltando que ao longo de seis décadas o líder cubano morou em três casas diferentes, mas sempre teve apenas uma. As casas mencionadas pelo ex-guarda-costas são, novamente, do Estado cubano.
Há ainda imagens da casa dos Castro vendidas à imprensa norte-americana por uma ex-namorada de um dos filhos de Fidel que fugiu para Miami (como mostra o vídeo acima). As imagens, no entanto, atestam pela simplicidade das acomodações. Nas fotos divulgadas na imprensa por ocasião dos encontros do líder com personalidades estrangeiras desde sua saída da presidência, de fato, o que se vê são instalações relativamente simples, especialmente se comparadas com o luxo reservado a chefes de Estado de todo o planeta.>>
Retirado de Opera Mundi
O que é que lhes deu para andar tudo a partilhar vigarice? Os trolls invadiram o facebroncas? A direita fascistóide anda a pagar falsos perfis? Anda tudo a alucinar? Tá tudo doido?
Felizmente o OperaMundi dedicou algum tempo a rebater 7 das vigarices mais difundidas, aqui fica uma reprodução do trabalho deles para minha memória futura:
<<A morte do líder da Revolução Cubana e ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, gerou uma ampla comoção nas redes sociais. O fato tornou-se um elemento de mobilização apaixonada.
O problema é que boa parte das informações que mais circularam estão incorretas. De acordo com o levantamento feito pela página Monitor do Debate Político no Meio Digital, dos 10 posts mais partilhados no Facebook sobre o evento, quatro são chamadas com fatos inverídicos no título e outra é uma piada do site Sensacionalista.
As outras cinco notícias são bastante parciais, publicadas por veículos à direita no espectro político. Por isso, o Opera Mundi resolveu esclarecer algumas das informações incorretas mais difundidas e fez uma lista dos sete erros capitais de desinformação sobre o líder da Revolução Cubana. Veja a lista abaixo:
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1. Fidel tem fortuna estimada em US$ 550 milhões. Seu patrimônio ultrapassa o da rainha da Inglaterra
De fato, o nome de Fidel Castro apareceu na relação das pessoas mais ricas do mundo por quase 10 anos, entre 1997 e 2006, num ranking da revista norte-americana Forbes. De acordo com a publicação, a fortuna do líder cubano seria, inclusive, maior do que a da rainha britânica Elizabeth. Fidel então, em 2006, desafiou a publicação: “Desafio que provem. E, se o provarem (...), renuncio ao cargo e às funções que estou desempenhando”. Ele fez o mesmo desafio ao então presidente George W. Bush, para que usasse as empresas e inteligência norte-americanas para provar que ele tinha US$ 1 que fosse.
A publicação não respondeu, o governo dos Estados Unidos tampouco e o nome do cubano foi retirado da lista nos anos subsequentes.
Mas de onde vêm esses números? A revista contava como sendo de Fidel as companhias de propriedade do Estado cubano. Em matéria publicada pela Folha de S.Paulo em 1997, a repórter Carleen Hawn explicou o “método” utilizado na contagem: “Tivemos de fazer uma estimativa", justificou. “Não temos conhecimento exato do que Fidel Castro tem ou deixa de ter. Não sabemos, por exemplo, se ele tem conta na Suíça ou algo do gênero. Estimamos que 10% da economia cubana passa pelas mãos dele, uma estimativa até muito conservadora". A própria repórter, à época, fez uma ressalva: o número não significa que esta seja a fortuna pessoal do presidente de Cuba, mas a que poderia, eventualmente, vir a ser.
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2. Fidel, um dos maiores assassinos do século 20
De acordo com texto apócrifo que circula na internet, o número de pessoas mortas por fuzilamento e colocadas na conta de Fidel Castro teria sido 5.621, além de 1.163 assassinados extrajudiciais. A conta final entre combatentes de guerra e pessoas que tentaram fugir do país seria de 115.127 pessoas.
Mesmo o informe do grupo de direitos humanos crítico ao governo cubano Cuba Archive, divulgado há dois anos, indica que 7.634 pessoas morreram desde 1959, incluindo mortes e desaparecimentos em combate em países estrangeiros.
De acordo com o doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos Salim Lamrani, durante os primeiros meses de 1959, ano da Revolução, Ernesto “Che” Guevara era o encarregado dos tribunais revolucionários. Nesse período, cerca de 1.000 pessoas passaram pela “justiça expeditiva” e cerca de 500 foram fuziladas.
Se comparado ao ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush, somente na Guerra do Iraque, o saldo foi de 4.000 soldados norte-americanos mortos e 650 mil iraquianos que perderam a vida em decorrência da guerra, de acordo com um estudo realizado pela Universidade Johns Hopkins (EUA) e pela Universidade Al Mustansiriya (Iraque), em parceria com o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA).
De fato, houve mortos em decorrência da Revolução Cubana, muitos deles torturadores e responsáveis por incontáveis crimes à época do ditador Fulgencio Batista. Esse número, entretanto, não permite colocar Fidel em qualquer lista dos maiores assassinos do século 20.
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3. Fidel perseguia e executava dissidentes de forma sistemática
Embora os cúmplices da ditadura Batista tenham sido executados no paredão no início da Revolução, as penas capitais que se seguiram foram para crimes comuns.
A legislação cubana prevê pena de morte para crimes como traição; corrupção; homicídio qualificado; violação ou rapto de mulher; roubo executado com violência, além de ações de terrorismo, como incendiar prédios públicos e portar explosivos. Desde 2003, quando foram condenados com a pena capital os cubanos que sequestraram uma embarcação com passageiros para tentar fugir da ilha, não há mais execuções em Cuba – na prática, o país não adota mais a pena de morte, embora ela ainda esteja prevista no código penal.
Pessoas críticas ao governo, inclusive, trabalham com liberdade, como é o caso da blogueira Yoani Sánchez, que mantém sua atividade jornalística a partir da ilha, escrevendo para seu blog e para jornais de todo o mundo — embora relate dificuldades operacionais frequentemente (internet cara, por exemplo) – e o escritor Leonardo Padura, que viaja o mundo e expõe muitas críticas ao governo cubano em seus livros, entre eles o best seller “O homem que amava os cachorros”.
Yoani, no entanto, depois de voltar da Suíça, onde viveu dois anos, precisou esperar cinco anos até obter a autorização para viajar ao exterior, o que ocorreu com a reforma migratória de 2013, que permite a todos os cubanos deixar o país sem outra formalidade além da obtenção de um passaporte e um visto. Antes disso, ela teve os pedidos para sair do país negados diversas vezes.
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4. Cuba é um país de miseráveis passando fome
A ideia de que o país socialista é composto por pessoas famintas e sem acesso a alimentação de qualidade é constantemente difundida nas redes.
No entanto, apesar de ser um país empobrecido, resultado, entre outros motivos, do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos à ilha, não há indigência e o direito à alimentação satisfatória está assegurado de fato à quase totalidade do país.
De acordo com o Banco Mundial, o PIB de Cuba saltou de US$ 5,6 bilhões em 1970 para US$ 77,15 bilhões em 2013. Já o PIB per capita, que é o resultado da divisão do produto interno bruto pela quantidade de habitantes de um país, saltou de US$ 850 em 1972 para US$ 5.880 em 2011, superando o da Bolívia (US$ 3.080 em 2015) e o do Paraguai (US$ 4.220 em 2015). Considerando o PIB recalculado considerando a paridade de poder de compra, o número chega a US$ 10.200 em Cuba, valor próximo ao do Equador (US$ 11.300) e do Egito (US$ $11.800).
Além disso, Cuba é o único país de América Latina e Caribe que não apresenta o problema de desnutrição infantil severa, de acordo com o último relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), de 2006, o que faz do país, mesmo após os anos do chamado “período especial” (a crise econômica posterior à queda da União Soviética), um cumpridor dos Objetivos do Milênio e das metas estabelecidas pela Cúpula Mundial da Alimentação.
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5. Fidel era agente da CIA
Questionando as razões de os Estados Unidos não terem invadido Cuba para dar cabo de Fidel, como foi feito com Saddam Hussein no Iraque, e as razões de a prisão de Guantánamo ficar na ilha sem qualquer ataque dos comunistas a ela, há quem sustente que Fidel foi agente do órgão de inteligência norte-americano.
Talvez o fato de a CIA ter tentado mais de 600 vezes matar Fidel usando as mais diversas técnicas, como charuto explosivo ou caneta envenenada, responda essa questão, como mostra esse documentário do History Channel (em espanhol):
Além disso, acusar líderes ou personalidades ligadas à esquerda de ser agente da CIA não é incomum. Uma pesquisa rápida no Google mostra uma série de sites acusando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, ou Sean Penn, ator norte-americano e amigo de líderes sul-americanos como ex-presidente Hugo Chávez, de serem agentes secretos. Em nenhum desses casos, como no de Fidel, há indícios que sugiram a veracidade da afirmação, mas, como é praticamente impossível desmentir um boato do gênero, ele acaba se propagando.
A CIA nunca desmentiu se Fidel foi ou não um dos agentes secretos a serviço da agência, claro, até porque qualquer pronunciamento seria visto com desconfiança: afinal, um serviço secreto trabalha com informações secretas e desinformação profissional, não com transparência.
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6. Revolução perseguiu homossexuais
De fato, no início da revolução, houve uma grande perseguição a pessoas homossexuais no país. Elas não podiam, por exemplo, trabalhar com educação ou cultura porque o Partido Comunista considerava que seriam maus exemplos para crianças e alunos. De acordo com Mariela Castro, filha do presidente Raúl Castro e expoente da luta pela igualdade sexual e de gênero em Cuba, em entrevista a Opera Mundi, “o PC cubano era o reflexo da sociedade cubana, isto é, machista e homofóbico”.
Ela ressalta que isso era reflexo de uma época na qual esse tipo de pensamento era disseminado. Tal orientação se refletiu na criação das Unidades Militares de Ajuda à Produção, as Umap, às quais muitos homens homossexuais foram integrados à força.
Em entrevista ao jornal mexicano La Jornada em 2010, o próprio Fidel reconheceu a "grande injustiça" perpetrada contra pessoas homossexuais nos primeiros anos da Revolução. "Foram momentos de uma grande injustiça, uma grande injustiça", enfatizou. Ele alegou que, na época, estava imerso nas questões políticas mais urgentes da Revolução. "Tínhamos tantos e tão terríveis problemas, problemas de vida ou morte, que não prestamos suficiente atenção" ao tratamento dispensado às pessoas homossexuais, afirmou, reconhecendo sua responsabilidade: "Se alguém é responsável, sou eu."
Segundo Mariela, “Fidel Castro é como o Quixote. Sempre assumiu suas responsabilidades como líder do processo revolucionário. Em razão de seu cargo, considera que deve assumir a responsabilidade de tudo o que ocorreu em Cuba, tanto os aspectos positivos como os negativos”. Ela afirma, porém, que Fidel não teve qualquer participação nessas decisões, a não ser na que decidiu extinguir as Umap.
De acordo com artigo de Bruno Mattos, militante da Insurgência Babadeira, setorial LGBT da tendência do PSOL Insurgência, “os campos de trabalhos forçados cubanos eram vistos como mais que medida punitiva, mas espaços de ‘desintoxicação’, de ‘libertação’ de padrões comportamentais degenerados e contrarrevolucionários e ambientes em que esses sujeitos contribuiriam através de seu trabalho, de forma compulsória, com a revolução, manutenção do regime e as necessidades coletivas. As chamadas Umaps não continham somente mão de obra LGBT. Em verdade, a maior parte dos que ali trabalhavam de forma compulsória eram homens héteros. Todo homem cubano adulto estava sujeito a ser enviado a uma Umap e nem todos os homens gays e bissexuais eram submetidos aos trabalhos forçados”.
A homossexualidade deixou de ser crime em Cuba nos anos 1990 e, desde 2007, a ilha celebra, anualmente, o dia de luta contra a homofobia. Além disso, desde 2008 o Estado cubano se encarrega gratuitamente das cirurgias de redesignação sexual de pessoas transgênero. “Cuba, portanto, reconhece seu passado LGBTfóbico e vem dando tratamento a isso, avançando em direitos em uma velocidade muito maior que boa parte das nações capitalistas e signatárias dos tratados de direitos humanos internacionais do mundo”, ressalta Mattos.
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7. Fidel tinha uma mansão e uma ilha só dele
A suposta existência da ilha exclusiva de Fidel, chamada Cayo Piedra, foi contada no livro “A vida luxuosa de Fidel”, escrito por seu ex-guarda-costas Juan Reinaldo Sánchez que, após servir o líder cubano por 17 anos, fugiu de Cuba depois de passar dois anos na prisão, acusado de insubordinação.
Com uma pesquisa básica na internet, encontramos fotos de um pedaço de terra rodeado por um mar azul turquesa e as diversas indicações do que seriam as mansões de Fidel no local. Consta ainda que ele dirigia um luxuoso barco por 45 minutos desde Havana até ilha, para onde só levava amigos próximos, como o escritor colombiano Gabriel García Márquez. De fato, em 2015, ao pesquisar a localidade no Google Maps, aparecia a indicação “Fidel Castro Island”.
Porém, o Google reconheceu o erro e retirou a menção no mapa ao ex-presidente cubano no mesmo ano. Apesar de o livro de Sánchez ter alcançado um grande sucesso de vendas e ampla repercussão nos meios de comunicação, de acordo com a imprensa cubana, a casa na ilha Cayo Piedra é do Estado cubano e destinada a recepcionar personalidades políticas, “especialmente dos Estados Unidos que, para evitar sanções por causa do bloqueio, não era conveniente receber em Cuba”, como diz reportagem da emissora Cubavisión.
Com relação às diversas mansões das quais Fidel seria proprietário, novamente a emissora desmente ressaltando que ao longo de seis décadas o líder cubano morou em três casas diferentes, mas sempre teve apenas uma. As casas mencionadas pelo ex-guarda-costas são, novamente, do Estado cubano.
Há ainda imagens da casa dos Castro vendidas à imprensa norte-americana por uma ex-namorada de um dos filhos de Fidel que fugiu para Miami (como mostra o vídeo acima). As imagens, no entanto, atestam pela simplicidade das acomodações. Nas fotos divulgadas na imprensa por ocasião dos encontros do líder com personalidades estrangeiras desde sua saída da presidência, de fato, o que se vê são instalações relativamente simples, especialmente se comparadas com o luxo reservado a chefes de Estado de todo o planeta.>>
Retirado de Opera Mundi
Pessoas 53% vs Coisos 47% - É Pouco
Respiro fundo. O nazi não venceu as eleições austriacas e eu ganho uns dois ou três anos para ver se os austriacos e os neo-liberais europeistas aprendem com a porcaria que andaram a fazer. Infelizmente, o tom de regozijo com que os media festejam a vitória, com 53%, de um candidato que agregou todos os votos, da extrema esquerda ao centro direita, contra os 47% de votos num candidato fascista com uma retórica claramente nazi, não me deixa descansado. O tom dos bolsanamão e dos capitais mediáticos e dos confintas deixa-me inquieto a pensar o que é preciso para esta gente, gente que até se diz democrata e bate com a mão no peito e tudo, o que é preciso para esta gentalha começar a perceber que quanto mais ajudarem o capital a esmifrar o trabalho, maiores as probabilidades de continuarmos a resvalar para uma tirania global só antecipada pelas distopias orwelinas. Desta safámo-nos, mas até quando?
2016/12/03
As Teses, os Socialismos e as Realidades
Em resposta a umas confusões de uma jornalista do público, o tempo das cerejas reproduz umas ideias do programa do PCP e do ponto 1.3.15 da proposta de resolução politica que importa guardar para memória futura e por isso as reproduzimos já a partir daqui:
«Os países que afirmam como orientação e objectivo a construção de sociedades socialistas – China, República Popular Democrática da Coreia, Cuba, Laos e Vietname – constituem, na sua grande diversidade de situações quanto ao grau de desenvolvimento económico e social e modelos sócio-políticos, um importante factor de contenção aos objectivos de domínio mundial do imperialismo. É hoje ainda mais claro que estes países são alvo de um conjunto de manobras de pressão económica e financeira, de desestabilização e ingerência, de ofensiva ideológica e de cerco geoestratégico que condicionam, a par com os efeitos da crise do capitalismo a que não estão imunes, o seu próprio desenvolvimento e opções de política económica e relações internacionais.
Simultaneamente, e numa relação dialéctica entre questões internas e condições externas, os países que afirmam como orientação e objectivo a construção das sociedades socialistas enfrentam desafios e contradições que em alguns casos suscitam legítimas preocupações e dúvidas sobre a sua situação e evolução.
O PCP acompanha a evolução destes países e as orientações dos respectivos partidos comunistas, quer quanto às suas tarefas internas, quer quanto ao seu posicionamento na situação internacional. Rejeitando a ideia de modelos únicos de transformação social e afirmando o seu próprio projecto de construção de uma sociedade socialista em Portugal,o PCP considera que a evolução destes países deve continuar a merecer uma permanente e cuidada observação e análise, seja pelas experiências e realizações, seja pelas interrogações e discordâncias, algumas de princípio, suscitadas por certas orientações em alguns destes países, independentemente das suas particularidades, percurso e história, nomeadamente quanto a orientações que se distanciam de princípios e características de edificação de sociedades socialistas, seja no plano da organização económica, seja no plano do sistema político.
[A luta e a resistência dos povos destes países face à ofensiva do imperialismo exigem não a associação a campanhas que visam a desestabilização e a agressão, mas a solidariedade de todos os que defendem a soberania e a paz.]»
Quanto ao mais, cabe perguntar porque raio haveria ou precisaria o PCP de, de quatro em quatro anos, em cada Congresso, voltar a repetir o que está escrito há bastante tempo no Programa de Partido, documento aliás de valor superior a qualquer Resolução de Congresso e de onde consta o seguinte (sobretudo para quem não souber ou tiver esquecido) :
«Apesar das grandes transformações e realizações democráticas revolucionárias de carácter económico, social e cultural, acabou por instaurar-se e instituir-se naqueles países em determinadas circunstâncias históricas um «modelo» que violou características essenciais de uma sociedade socialista e se afastou, contrariou e afrontou aspectos essenciais dos ideais comunistas. Em vez do poder político do povo, um poder excessivamente centralizado nas mãos de uma burocracia cada vez mais afastado da intervenção e vontade das massas e cada vez menos sujeito a mecanismos fiscalizadores da sua actuação. Em vez do aprofundamento da democracia política, a acentuação do carácter autoritário do Estado. Em vez de uma economia dinamizada pela propriedade social dos principais meios de produção, uma economia excessivamente estatizada desincentivando progressivamente o empenhamento dos trabalhadores e a produtividade. Em vez de um partido de funcionamento democrático, enraizado nas massas e delas recebendo energias revolucionárias, um centralismo burocrático baseado na imposição administrativa de decisões, tanto no partido como no Estado, agravado pela fusão e confusão das funções do Estado e do partido. Em vez de uma teoria viva e criativa, a sua dogmatização e instrumentalização.
A experiência revela assim que a intervenção consciente e criadora das massas populares é condição necessária e indispensável na construção da sociedade socialista e que as soluções adoptadas para os mais diversos problemas (organização económica, sistemas de gestão, estrutura do Estado, política social, intervenção popular, cultura) têm de estar constantemente sujeitas à verificação dos resultados, prontas à correcção e à mudança quando necessárias, abertas ao constante aperfeiçoamento e enriquecimento.
A experiência revela ainda que para impedir um distanciamento entre os governantes e as massas, o uso indevido do poder político, o abuso da autoridade, a não correspondência da política e das realidades com os objectivos definidos e proclamados do socialismo, desvios e deformações incompatíveis com a sua natureza – são essenciais o exercício efectivo do poder pelo povo, o controlo popular e a consideração permanente do aprofundamento da democracia.»
«Os países que afirmam como orientação e objectivo a construção de sociedades socialistas – China, República Popular Democrática da Coreia, Cuba, Laos e Vietname – constituem, na sua grande diversidade de situações quanto ao grau de desenvolvimento económico e social e modelos sócio-políticos, um importante factor de contenção aos objectivos de domínio mundial do imperialismo. É hoje ainda mais claro que estes países são alvo de um conjunto de manobras de pressão económica e financeira, de desestabilização e ingerência, de ofensiva ideológica e de cerco geoestratégico que condicionam, a par com os efeitos da crise do capitalismo a que não estão imunes, o seu próprio desenvolvimento e opções de política económica e relações internacionais.
Simultaneamente, e numa relação dialéctica entre questões internas e condições externas, os países que afirmam como orientação e objectivo a construção das sociedades socialistas enfrentam desafios e contradições que em alguns casos suscitam legítimas preocupações e dúvidas sobre a sua situação e evolução.
O PCP acompanha a evolução destes países e as orientações dos respectivos partidos comunistas, quer quanto às suas tarefas internas, quer quanto ao seu posicionamento na situação internacional. Rejeitando a ideia de modelos únicos de transformação social e afirmando o seu próprio projecto de construção de uma sociedade socialista em Portugal,o PCP considera que a evolução destes países deve continuar a merecer uma permanente e cuidada observação e análise, seja pelas experiências e realizações, seja pelas interrogações e discordâncias, algumas de princípio, suscitadas por certas orientações em alguns destes países, independentemente das suas particularidades, percurso e história, nomeadamente quanto a orientações que se distanciam de princípios e características de edificação de sociedades socialistas, seja no plano da organização económica, seja no plano do sistema político.
[A luta e a resistência dos povos destes países face à ofensiva do imperialismo exigem não a associação a campanhas que visam a desestabilização e a agressão, mas a solidariedade de todos os que defendem a soberania e a paz.]»
Quanto ao mais, cabe perguntar porque raio haveria ou precisaria o PCP de, de quatro em quatro anos, em cada Congresso, voltar a repetir o que está escrito há bastante tempo no Programa de Partido, documento aliás de valor superior a qualquer Resolução de Congresso e de onde consta o seguinte (sobretudo para quem não souber ou tiver esquecido) :
«Apesar das grandes transformações e realizações democráticas revolucionárias de carácter económico, social e cultural, acabou por instaurar-se e instituir-se naqueles países em determinadas circunstâncias históricas um «modelo» que violou características essenciais de uma sociedade socialista e se afastou, contrariou e afrontou aspectos essenciais dos ideais comunistas. Em vez do poder político do povo, um poder excessivamente centralizado nas mãos de uma burocracia cada vez mais afastado da intervenção e vontade das massas e cada vez menos sujeito a mecanismos fiscalizadores da sua actuação. Em vez do aprofundamento da democracia política, a acentuação do carácter autoritário do Estado. Em vez de uma economia dinamizada pela propriedade social dos principais meios de produção, uma economia excessivamente estatizada desincentivando progressivamente o empenhamento dos trabalhadores e a produtividade. Em vez de um partido de funcionamento democrático, enraizado nas massas e delas recebendo energias revolucionárias, um centralismo burocrático baseado na imposição administrativa de decisões, tanto no partido como no Estado, agravado pela fusão e confusão das funções do Estado e do partido. Em vez de uma teoria viva e criativa, a sua dogmatização e instrumentalização.
A experiência revela assim que a intervenção consciente e criadora das massas populares é condição necessária e indispensável na construção da sociedade socialista e que as soluções adoptadas para os mais diversos problemas (organização económica, sistemas de gestão, estrutura do Estado, política social, intervenção popular, cultura) têm de estar constantemente sujeitas à verificação dos resultados, prontas à correcção e à mudança quando necessárias, abertas ao constante aperfeiçoamento e enriquecimento.
A experiência revela ainda que para impedir um distanciamento entre os governantes e as massas, o uso indevido do poder político, o abuso da autoridade, a não correspondência da política e das realidades com os objectivos definidos e proclamados do socialismo, desvios e deformações incompatíveis com a sua natureza – são essenciais o exercício efectivo do poder pelo povo, o controlo popular e a consideração permanente do aprofundamento da democracia.»
Elogio Funebre de uma Ratazana
Sobre esta coisa esquisita é a realidade que se opõe a qualquer tentativa de lavagem com lixivia.
E se não, vejamos o que nos diz um artigo do insuspeito Guardian:
1 - A venda das casas arrendadas deixou os compradores a braços com empréstimos impagáveis a juros que alcançaram os 17%.
2 - O desemprego quando deixou o governo em 1990 continuava mais elevado (6.9%) do que quando chegou em 1979 (5.7%) depois de ter atingido um pico de 11.3% em 1984.
3 - O número de crianças pobres quase duplicou.
4 - A desigualdade aumentou com os rendimentos dos mais pobres a crescerem 5% e os dos mais ricos três vezes mais depressa - 15%.
5 - O número de permanentemente doentes mais do que duplicou de 700 000 para 1 700 000.
Se em alguma coisa esse ser triunfou foi em fazer da sociedade britânica algo de mais selvagem e menos solidário; quando chegou ao poder 39% dos britânicos gostariam de viver numa sociedade mais individualista/egoista, hoje são 46%. É isso que aplaudem nesta coisa?
E se não, vejamos o que nos diz um artigo do insuspeito Guardian:
1 - A venda das casas arrendadas deixou os compradores a braços com empréstimos impagáveis a juros que alcançaram os 17%.
2 - O desemprego quando deixou o governo em 1990 continuava mais elevado (6.9%) do que quando chegou em 1979 (5.7%) depois de ter atingido um pico de 11.3% em 1984.
3 - O número de crianças pobres quase duplicou.
4 - A desigualdade aumentou com os rendimentos dos mais pobres a crescerem 5% e os dos mais ricos três vezes mais depressa - 15%.
5 - O número de permanentemente doentes mais do que duplicou de 700 000 para 1 700 000.
Se em alguma coisa esse ser triunfou foi em fazer da sociedade britânica algo de mais selvagem e menos solidário; quando chegou ao poder 39% dos britânicos gostariam de viver numa sociedade mais individualista/egoista, hoje são 46%. É isso que aplaudem nesta coisa?
1 Ano 2 Orçamentos
As voltas que o mundo dá. Se há dois anos me perguntassem quando tinha lido a última crónica de um deputado do PS, eu responderia peremptório: quando tinha dez anos e jurei para nunca mais. Hoje apanho-me a ler a de uma deputada e a publicá-la num blogue. O que mudou? A conjuntura. Eu explico. Tudo o que escreve a Isabel Moreira foi possível porque pela primeira vez em 40 anos o PS está no governo a negociar orçamentos com a esquerda e não com a direita, tudo o que ela enumera só foi possível porque não teve maioria absoluta, só foi possível porque o Secretário Geral do PCP, na noite de 4 de Outubro de 2015, disse alto e bom som que o PS só não formaria governo se não quisesse. Só foi possível porque pouco depois alguém do bloco repetiu a mesma ideia.
Bem ditos sejam os governos minoritários que tão bem fazem à democracia. Há quanto tempo não víamos um orçamento negociado, discutido e escrutinado na Assembleia da República? Na casa da democracia? Durante quantos anos assistimos impotentes às danças de cadeiras e trocas de tachos negociados por baixo da mesa do orçamento? Bem dito seja o fortalecimento da esquerda e a divisão dos seus votos pela esquerda, bem ditos os que votaram CDU e BE porque foram eles que puseram um travão à cavalgada neo-liberal socrática e pafista. Foram eles que abriram as portas a uma politica de reposição de direitos em que <<[...] os números batem todos certo para desespero da direita, mas a recuperação dos rendimentos das famílias, a eliminação da sobretaxa, o aumento real das pensões, do Rendimento Social de Inserção e do Complemento Solidário para Idosos, a atribuição de uma prestação única de deficiência, a extensão do abono de família, a promoção da natalidade, os manuais escolares gratuitos, o alargamento da oferta da educação pré-escolar, dos apoios às refeições, aos transportes e às propinas, o reforço dos apoios às instituições de segurança social, a expansão da rede das unidades de saúde familiar e de cuidados continuados, entre outras medidas, são decência e são alternativa. A tal, a que “não era possível”.>>
O resto podem ler aqui porque vale a pena.
Agora vou continuar a ver o congresso do PCP em directo na sinca do bolsanamão. O quê? Não estão lá em directo? Não acredito, eles passam sempre os congressos dos partidos todos em directo! Queres ver que se esqueceram do do PCP? Ou será a familia bolsanamão que não gosta de bandeiras vermelhas?
2016/12/02
Standing Rock - 2000 veteranos contra o NDPL
2000 Veteranos chegaram hoje a Standing Rock para formar uma muralha humana e proteger os que lutam contra a construção do pipeline que atravessa o Dakota do Norte pondo em risco o abastecimento de água das tribos deslocadas para a reserva aí situada quando há mais de 150 anos foram forçados a abandonar as suas terras de caça. Alguns destes veteranos deslocaram-se mais de 300 km para apoiar os protestantes.
2016/12/01
O Terror Estalinista
Deixo aqui a referencia "[À] Derrota da URSS e o Revisionismo" da autoria do José Paulo Gascão publicado no diario.info porque é de facto extremamente interessante para quem goste de aprender com a história a fim de evitar repetir erros do passado. Infelizmente, ao analisar o revisionismo do XX congresso do PCUS, esquece-se de frisar as raízes desse revisionismo ao passar por cima do facto de "os companheiros de estaline" que sobreviveram aos 20 anos de estalinismo serem os que o seu companheiro estaline não assassinou. Sim porque o grande crime do estalinismo foi a decapitação do movimento comunista mundial, incluindo o russo. Tirando esse facto histórico, o artigo é de facto muito interessante.
O PCP e as Teses de 100km
Fui experimentar ler as teses do congresso e mais uma vez sofri a terrível desilusão do completo fracasso. Qual de vocês as leu do principio ao fim?
Quem passsou do Capitulo I? Quem saltou para o IV? Aquilo foi escrito para ser lido, consultado, ignorado? Tudo bem, mesmo admitindo que sendo o congresso o orgão máximo do PCP e portanto devendo ele definir uma consubstanciada descrição da realidade e uma fundamentada enumeração das tarefas para os curto e médio prazo, não seria aconselhável adicionar um "resumo" passível de ser lido e discutido e que, quando necessário, remetesse a discussão e clarificação para o, de outra forma intragável, corpo das teses? Qualquer coisa com duas ou três páginas de letra grossa? Qualquer coisa do tipo:
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Resumindo -
1. No panorama internacional
A. a ofensiva neo-liberal começa a ganhar contornos fascizantes especialmente preocupantes.
B. o desiquilibrio de forças a favor do capital recuou para níveis anteriores à revolução bolchevique.
C. a união europeia provou já ser um espaço priviligiado de actuação do capital multinacional e de imposição de politicas económicas, laborais e sociais neo-liberais e portanto contrárias aos interesses dos trabalhadores e dos povos.
D. a colaboração e solidariedade internacionalista entre os partidos comunistas é hoje claramente insuficiente para os desafios de uma sociedade claramente globalizada.
2. No panorama nacional:
A. a ofensiva neo-liberal encabeçada pelos diferentes governos desde o último congresso produziu:
- um enorme recuo na economia com perda de capacidade produtiva,
- um aumento da taxa de expropriação privada da mais valia produzida pelo trabalho com um agravamento das desigualdades,
- o quase colapso do estado-social saído da Revolução de Abril.
B. o fortalecimento do PCP provou ser, após as mais recentes legislativas, e tal como tem sido afirmado ao longo das últimas décadas, o fator fundamental na desaceleração e travagem dessa ofensiva neo-liberal fascizante levada a cabo pelo capital desde o XIX congresso, tendo permitido:
- em conjunto com outras forças democráticas aprovar já dois orçamentos de estado que, pela primeira vez em 40 anos, invertem o descalabro neo-liberalizante,
- em conjunto com outras forças democráticas aprovar legislação conducente à recuperação de direitos e de pilares do estado social como o trabalho, a saúde e a educação.
3. O PCP - Crescer, Agir, Formar, Internacionalizar
O crescimento e consolidação do PCP, tanto a nível organizacional como eleitoral, são vistos como fatores fundamentais para travar a ofensiva neo-liberal em curso, inverter esse descalabro civilizacional e recomeçar a trajectória de implantação do socialismo rumo ao comunismo.
Para tal apontam-se como acções proritárias:
A - Crescer
- É fundamental regressar a uma intensa procura e captação de novos militantes para a qual deveremos mobilizar os nossos melhores e mais criativos recursos.
B - Agir
- O PCP deve abrir-se ainda mais à sociedade através de sistemáticas acções na rua e à porta dos locais de trabalho,
- O PCP deve dinamizar ainda mais atividades e coletividades que tirem as pessoas de casa e as levem a um são convivio com ideias e pessoas que se opoem conscientemente à ideologia dominante.
- As reuniões dos organismos de base devem ser encaradas como rápidos encontros orientados para organizar a acção de rua e socialização com a população.
- o papel na reprodução da ideologia dominante desempenhado pela socialização no ciberespaço exige um combate sem tréguas em prol de uma consciencialização por todos e cada militante, individual e coletivamente devendo a forma de o levar a cabo ser motivo de intenso debate interno.
C - Formar
Para crescer de forma sustentada e agir de forma consistente é imprescindivel uma significativa intensificação da formação de quadros, tanto teórica como prática e organizacional.
- Os quadros forjam-se na luta e formam-se no confronto de ideias. As acções de rua são o espaço ideal para a formação prática e os subsequentes convivios informais um ponto privilegiado para a discussão e clarificação teóricas.
D - Internacionalizar
O PCP vive hoje num mundo globalizado económica, social e culturalmente, o seu internacionalismo é um facto, quanto mais não seja, anualmente comprovado pelo crescente número de forças comunistas presentes na Festa do Avante.
A - para combater eficazmente a ofensiva neo-liberal do capital é imprescindivel intensificar a cooperação e solidariedade com todas as forças democráticas e progressistas em especial com os comunistas de todo o mundo.
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Ok, confesso que uma coisa destas seria o que eu gostaria de ter como teses se ainda fosse militante, como já me transformei em militante de bancada há mais de 20 anos resta-me ir refilando de x em x anos. De qualquer forma desejo-vos um bom congresso, produtivo e que saiam daí mais combativos, afinal, sou eu, proletário, que preciso de vocês ;)
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Resumindo -
1. No panorama internacional
A. a ofensiva neo-liberal começa a ganhar contornos fascizantes especialmente preocupantes.
B. o desiquilibrio de forças a favor do capital recuou para níveis anteriores à revolução bolchevique.
C. a união europeia provou já ser um espaço priviligiado de actuação do capital multinacional e de imposição de politicas económicas, laborais e sociais neo-liberais e portanto contrárias aos interesses dos trabalhadores e dos povos.
D. a colaboração e solidariedade internacionalista entre os partidos comunistas é hoje claramente insuficiente para os desafios de uma sociedade claramente globalizada.
2. No panorama nacional:
A. a ofensiva neo-liberal encabeçada pelos diferentes governos desde o último congresso produziu:
- um enorme recuo na economia com perda de capacidade produtiva,
- um aumento da taxa de expropriação privada da mais valia produzida pelo trabalho com um agravamento das desigualdades,
- o quase colapso do estado-social saído da Revolução de Abril.
B. o fortalecimento do PCP provou ser, após as mais recentes legislativas, e tal como tem sido afirmado ao longo das últimas décadas, o fator fundamental na desaceleração e travagem dessa ofensiva neo-liberal fascizante levada a cabo pelo capital desde o XIX congresso, tendo permitido:
- em conjunto com outras forças democráticas aprovar já dois orçamentos de estado que, pela primeira vez em 40 anos, invertem o descalabro neo-liberalizante,
- em conjunto com outras forças democráticas aprovar legislação conducente à recuperação de direitos e de pilares do estado social como o trabalho, a saúde e a educação.
3. O PCP - Crescer, Agir, Formar, Internacionalizar
O crescimento e consolidação do PCP, tanto a nível organizacional como eleitoral, são vistos como fatores fundamentais para travar a ofensiva neo-liberal em curso, inverter esse descalabro civilizacional e recomeçar a trajectória de implantação do socialismo rumo ao comunismo.
Para tal apontam-se como acções proritárias:
A - Crescer
- É fundamental regressar a uma intensa procura e captação de novos militantes para a qual deveremos mobilizar os nossos melhores e mais criativos recursos.
B - Agir
- O PCP deve abrir-se ainda mais à sociedade através de sistemáticas acções na rua e à porta dos locais de trabalho,
- O PCP deve dinamizar ainda mais atividades e coletividades que tirem as pessoas de casa e as levem a um são convivio com ideias e pessoas que se opoem conscientemente à ideologia dominante.
- As reuniões dos organismos de base devem ser encaradas como rápidos encontros orientados para organizar a acção de rua e socialização com a população.
- o papel na reprodução da ideologia dominante desempenhado pela socialização no ciberespaço exige um combate sem tréguas em prol de uma consciencialização por todos e cada militante, individual e coletivamente devendo a forma de o levar a cabo ser motivo de intenso debate interno.
C - Formar
Para crescer de forma sustentada e agir de forma consistente é imprescindivel uma significativa intensificação da formação de quadros, tanto teórica como prática e organizacional.
- Os quadros forjam-se na luta e formam-se no confronto de ideias. As acções de rua são o espaço ideal para a formação prática e os subsequentes convivios informais um ponto privilegiado para a discussão e clarificação teóricas.
D - Internacionalizar
O PCP vive hoje num mundo globalizado económica, social e culturalmente, o seu internacionalismo é um facto, quanto mais não seja, anualmente comprovado pelo crescente número de forças comunistas presentes na Festa do Avante.
A - para combater eficazmente a ofensiva neo-liberal do capital é imprescindivel intensificar a cooperação e solidariedade com todas as forças democráticas e progressistas em especial com os comunistas de todo o mundo.
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Ok, confesso que uma coisa destas seria o que eu gostaria de ter como teses se ainda fosse militante, como já me transformei em militante de bancada há mais de 20 anos resta-me ir refilando de x em x anos. De qualquer forma desejo-vos um bom congresso, produtivo e que saiam daí mais combativos, afinal, sou eu, proletário, que preciso de vocês ;)