(Jacques Baud (*), soft.net, 2022/04/02)
Parte Um: O Caminho para a Guerra
Durante anos, do Mali ao Afeganistão, trabalhei pela paz e arrisquei a minha vida por ela. Não se trata, portanto, de justificar a guerra, mas de compreender o que nos levou a ela.
Vamos tentar examinar as raízes do conflito ucraniano. Comecemos por aqueles que nos últimos oito anos têm falado em "separatistas" ou "independentistas" do Donbass. Este é um equívoco. Os referendos realizados pelas duas autoproclamadas Repúblicas de Donetsk e Lugansk em maio de 2014, não foram referendos de "independência" (независимость), como alguns jornalistas sem escrúpulos afirmaram, mas referendos de "autodeterminação" ou "autonomia" (самостоятельность ). O qualificativo "pró-russo" sugere que a Rússia era parte do conflito, o que não era o caso, e o termo "russófonos" teria sido mais honesto. Além disso, esses referendos foram realizados contra o conselho de Vladimir Putin.
De facto, essas repúblicas não procuravam separar-se da Ucrânia, mas ter um esatuto de autonomia, garantindo-lhes o uso da língua russa como língua oficial — pois o primeiro ato legislativo do novo governo resultante do derrube, patrocinado pelos americanos, do presidente [eleito democraticamente] Yanukovych, foi a abolição, em 23 de fevereiro de 2014, da lei Kivalov-Kolesnichenko de 2012 que tornou o russo uma língua oficial na Ucrânia. Um pouco como se os golpistas alemães decidissem que o francês e o italiano não mais seriam as línguas oficiais da Suíça.
Parte Um: O Caminho para a Guerra
Durante anos, do Mali ao Afeganistão, trabalhei pela paz e arrisquei a minha vida por ela. Não se trata, portanto, de justificar a guerra, mas de compreender o que nos levou a ela.
Vamos tentar examinar as raízes do conflito ucraniano. Comecemos por aqueles que nos últimos oito anos têm falado em "separatistas" ou "independentistas" do Donbass. Este é um equívoco. Os referendos realizados pelas duas autoproclamadas Repúblicas de Donetsk e Lugansk em maio de 2014, não foram referendos de "independência" (независимость), como alguns jornalistas sem escrúpulos afirmaram, mas referendos de "autodeterminação" ou "autonomia" (самостоятельность ). O qualificativo "pró-russo" sugere que a Rússia era parte do conflito, o que não era o caso, e o termo "russófonos" teria sido mais honesto. Além disso, esses referendos foram realizados contra o conselho de Vladimir Putin.
De facto, essas repúblicas não procuravam separar-se da Ucrânia, mas ter um esatuto de autonomia, garantindo-lhes o uso da língua russa como língua oficial — pois o primeiro ato legislativo do novo governo resultante do derrube, patrocinado pelos americanos, do presidente [eleito democraticamente] Yanukovych, foi a abolição, em 23 de fevereiro de 2014, da lei Kivalov-Kolesnichenko de 2012 que tornou o russo uma língua oficial na Ucrânia. Um pouco como se os golpistas alemães decidissem que o francês e o italiano não mais seriam as línguas oficiais da Suíça.