A não perder o artigo do Manuel Augusto Araújo aqui no AbrilAbril.
2022/08/29
Este ano não ponho os pés na feira
«A miserável queima de livros na Ucrânia emparceira com outras fogueiras célebres em que livros foram consumidos como no incêndio da Biblioteca de Alexandria pelos romanos em 48 a.C.; a de livros islâmicos ordenada pelo cardeal Cisneros em Granada, em 1501; dos manuscritos aztecas em 1560, pelos invasores espanhóis; pelos nazis em várias cidades alemãs, em 1933; dos livros marxistas na década de 50 por McCarthy; pela queima de livros considerados subversivos por Pinochet, em 1973; os livros ímpios que o Estado Islâmico descobriu em 2015 na Biblioteca de Mossul. A lista podia ser mais longa, mas é a bastante e suficiente para colocar Zelensky em lugar destacado entre essa estirpe de gente que odeia a cultura. É isso que, mal ou bem, o pavilhão da Ucrânia na Feira de Lisboa, queiram ou não queiram os seus promotores, acaba por celebrar.»
2022/08/28
Os negócios privados defraudam o bem público
Mais uma vez, a mantra do privadoékébom sai desmentida e derrotada em toda a sua propaganda.
Como se vê pela 1ª página do orgão em papel da famiglia Bolsanamão, não só a alegada concorrência não baixa os preços como, depois da privatização das águas que esfrangalhou a rede nacional em mil e uma pequenas tabancas de esquina, as tabancas de esquina deixaram de investir na manutenção da rede então existente.
Resultado da privatização das águas? O país perde anualmente 1900 milhões de litros de água através das condutas. Aconteceu exatamente o mesmo que com a Rodoviária Nacional, privatizada depois de um forte investimento em novos autocarros, os ladrões que roubaram as várias peças de lombo com empréstimos bancários venderam rapidamente os autocarros novos e adquiriram chaços alemães com 20 e 30 anos para pagar os empréstimos com que roubaram o pais.
2022/08/26
São Mil e Quatrocentos Milhões a Espirrar Ao Mesmo Tempo
São mil e quatrocentos milhões de individuos que estão sossegados na terra deles a fazerem por ser felizes à moda deles.
Convém ter em conta que se metade deles bater com o pé no chão a terra dá um salto e se todos espirrarem temos um tsunami.
Talvez fosse boa ideia deixá-los ser felizes na terra deles como eles bem entenderem em vez de ir lá abanar a colmeia.
O que é que acham?
2022/08/25
Sobre o jacob de São Sérgio Figueiredo
Mas quanto a subir a pulso da aldeia até ao apartamento do amigo em Paris até já tivemos um.
O Sócrates veio lá da Covilhã, com meio canudo de construtor civil e uma mão à frente e outra atrás e, alegadamente*, em menos de uma década, construi um império de consultoria e networking 😉 para o grupo do (ainda!) dono disto tudo. Bem sei que tinha tanta vergonha da sua humilde origem que, alegadamente*, até inventou a fortuna da mãe para, alegadamente*, camuflar os dinheiros que o maroto do motorista lhe levava a casa, mas que diabo, para self-made-man não encontro melhor exemplo.
* por respeito ao pricipio de presunção da inocência e até que todos os processos transitem em julgado.
2022/08/24
Qatar? Mundial? Mesmo?
Confesso-me quase tão indignado com o futebol como com o Qatar, e mesmo sendo, por príncipio, contra a impante cultura do cancelamento e das sanções que o otanistão começou a promover aquando dos Jogos Olimpicos de Moscovo, vejo neste mundial da criminalidade e da vigarice uma excelente oportunidade para nos questionarmos sobre semelhante espectáculo.
A Itália como espelho de Portugal
Quem de entre nós ainda se lembrará da "Conferência Nacional Sobre Os 20 anos da Adesão de Portugal à União Europeia", organizada pelo PCP, e das suas conclusões sobre a já então real e factualmente comprovada perda de soberania política e económica e submissão às politicas neoliberais impostas por orgãos de gestão europeus sem qualquer legitimidade eleitoral?
"Quem te avisa teu amigo é" ... diziamos nós nos idos anos 80 do século passado.
Para quem ainda tivesse dúvidas sobre o rolo compressor que asfaltou este nosso apêndice da economia europeia, veja-se aqui o estado da terceira economia do euro.
2022/08/21
Sobre a importância do contexto histórico
Na era dos julgamentos relâmpago e radicais, das sentenças perpétuas e indiscutíveis, dos cancelamentos e das censuras moralistas é interessante ler textos distanciados e contextualizantes. Este é curto, e deixa-nos entrever uma paleta de cores num mundo que "as redes" nos vendem colorido a preto e branco. Ontem, na têvê, revi "O Leitor", um filme que nos confronta com uma nação onde o nazismo esteve tão normalizado que uma analfabeta operária da siemens "preferiu" candidatar-se a um emprego de guarda de campo nas ss e, mais tarde, assumir, sózinha, em julgamento, o massacre de dezenas de judeus, a revelar o analfabetismo de que se envergonhava. Ficção? Sim, também. Mas porquê o paralelo? Pelo arco-iris de sentimentos, razões, motivos e justificações para aquilo que, aos olhos já então era inadmissível e hoje injustificável.
"Et puoro si move" ;-)