2020/09/05
2020/08/30
Parabéns Sérgio(com-um-brilhozinho-nos-olhos)
Amanhã é o primeiro dia do resto da sua vida
Num Tempo Que Passou, estava em Lisboa a gravar o "Sexualidades" e alguém me entregou uma carta. Familiar, no plural, qualquer coisa do género "vemos-o-programa,-vens-jantar-cá-a-casa?."
A minha disposição em Maré Alta, partilhar a mesa com o Sérgio Godinho! As suas canções há anos e anos comigo; inconfundíveis. Maravilhava-me como tantas palavras nelas cabiam, não metidas a martelo, mas por a sua mestria as tornar esguias e maleáveis, tudo encaixava e era único; seria ridículo ter Cuidado Com As Imitações.
2020/08/26
Não há festa como esta
«Para eles será sempre milagre nós irmos, como cantava o Zeca, sem sabermos de dores nem mágoas. Lembras-te? Das praias do mar onde o vento cortou amarras na baía do Seixal? Lembras-te das vagas, virando a proa à nossa galera, no mar de gente a descer à noite em direcção ao Palco 25 de Abril? Lembras-te de navegarmos na fresca brisa, onde a vitória ainda nos espera para dançar a carvalhesa? E não andamos ainda todos, de formas diferentes, é certo, à procura da moura encantada? E não esperamos, no fundo, que ainda venha a manhã clara?» (António Santos, Manifesto74)
Precisamos cada vez mais de textos bonitos, textos que nos espelhem a alma, nos acalentem a esperança. Nestes tempos de crescentes escuridões, do neoliberalismo, da pandemia, da precariedade, do desemprego, precisamos de coisas bonitas, da beleza da festa que é de todos os que a quiserem fazer. Vem isto a propósito da campanha de escuridão com que os donos disto tudo querem trancar as nossas almas do lado de fora da festa. Não vão conseguir. Vamos entrar pela festa dentro com toda a esperança num mundo onde a beleza seja de todos.
2020/07/30
Bendito caruncho que desfez a perna da cadeira
«tem uma vozinha de padreco a afogar-se, uma coisinha quase de menina, que só num país com fátima a tapar os olhos ao povo é que isto se admite. já reparou, perguntava-me ele, tem uma vozinha de cagão que sabe que está a falar com cagarolas. raios partam este portugueses que puseram a virilidade na lama a ouvir este bezerro prepotente. já ouviu um discurso dele como deve ser, ó senhor silva. parece a missa. só não nos põe a rezar porque a ele lhe interessa pôr a pata em cima da igreja também. é um génio, e os padres, desde que fiquem no poleiros garantidos para engordarem, estão sempre felizes. que melhor discurso pode haver para os padres do que a promoção da beleza de se ser pobrezinho. a promoção da beleza de se ser pobrezinho. é um casamento perfeito. o político que gosta dos pobrezinhos e os mantém pobrezinhos, com a igreja que gosta dos pobrezinhos e os mantém pobrezinhos. mas, quer o político, quer a igreja, dominam ou podem dominar o fausto. não é brilhante. isto inventado seria mentira. ninguém teria cabeça para inventar tal porcaria, só sendo verdade mesmo. sabe, senhor silva, é preciso que se suje o nome de salazar para todo o sempre. é preciso que o futuro lhe reserve sempre a merda para seu significado, para que os povos se recordem como foi que um dia um só homem quis ser dono das liberdades humanas, para que nunca mais volte a acontecer que alguém se suponha pai de tanta gente. este tem de ser um nome de vergonha. o nome de um porco. para que ninguém, para a esquerda ou para a direita, volte a inventar a censura e persiga os homens que têm por natureza o direito de serem livres. e eu respondia-lhe, cala-te, miúdo, ainda me arranjas umas férias nos calabouços. fica calado. é um padreco lingrinhas, cínico, padreco lingrinhas, gritava ele eufórico. eu mexi-me como uma barata tonta a por a rádio mais alta, mas adoraria sentir coragem para me pôr ali aos berros também, mesmo exagerando, mesmo que dizendo parvoíces só pelo prazer de as poder dizer, de poder ajuizar por mim o que quisesse ajuizar. na minha barbearia. ao menos na minha barbearia. ao menos na minha casa. na minha casa e com a minha boca livre. é um porco.»
Valter Hugo Mãe, "a máquina de fazer espanhóis", porto editora
2020/07/29
Cultura e Luta de Classes
Imperialismo & imperialismos, SA
(Manuel Augusto Araújo, AbrilAbril, 2020/07/27)
Nos tempos actuais há uma evidente preponderância do capitalismo neoliberal cujo foco principal é a financeirização da economia e a adopção de políticas que visam reduzir os custos do factor trabalho, sejam quais forem as consequências sociais e económicas dessas políticas que precarizam o trabalho, atacam os direitos dos trabalhadores, fragmentam e proletarizam a força de trabalho, ainda que muitos não reconheçam a proletarização a que estão sujeitos.
Para impor e consolidar essa nova ordem, que se começa a definir a partir dos finais dos anos 60, é tão importante a produção de bens de consumo e de instrumentos financeiros como o controle dos meios de comunicação social que preparam e justificam as acções políticas e militares imperialistas através dos meios tradicionais, rádio, televisão, jornais e dos novos proporcionados pelas redes informáticas, e a construção de um imaginário global com os meios da cultura mediática de massas com dois grandes objectivos: um económico, pela captura pelos mercados dos bens culturais e pela concentração das indústrias culturais e criativas; outro político-social impondo a hegemonia da cultura anglo-saxónica pela exportação massiva dos seus produtos de entretenimento, tratando a cultura como uma campanha publicitária. Uma situação em que Adorno surge como um quase profeta quando, em 1944, com Horkheimer(1), define a indústria cultural como um sistema político e económico que tem por finalidade produzir bens de cultura – filmes, livros, música popular, programas de televisão, etc. – como mercadorias, com uma estratégia de controlo social modelando as consciências das massas populares.
Essa tendência torna-se mais evidente quando o Estado-nação vai progressivamente renunciando à sua soberania e se alarga a superfície global onde se dissolve o território, a língua e a identidade cultural, tornados conceitos móveis e transitivos. Acelera-se com o fim da equivalência do dólar-ouro e a primeira grande crise do petróleo em 1973, impõe-se nos anos 80 com as novas tecnologias.
(Manuel Augusto Araújo, AbrilAbril, 2020/07/27)
Nos tempos actuais há uma evidente preponderância do capitalismo neoliberal cujo foco principal é a financeirização da economia e a adopção de políticas que visam reduzir os custos do factor trabalho, sejam quais forem as consequências sociais e económicas dessas políticas que precarizam o trabalho, atacam os direitos dos trabalhadores, fragmentam e proletarizam a força de trabalho, ainda que muitos não reconheçam a proletarização a que estão sujeitos.
Para impor e consolidar essa nova ordem, que se começa a definir a partir dos finais dos anos 60, é tão importante a produção de bens de consumo e de instrumentos financeiros como o controle dos meios de comunicação social que preparam e justificam as acções políticas e militares imperialistas através dos meios tradicionais, rádio, televisão, jornais e dos novos proporcionados pelas redes informáticas, e a construção de um imaginário global com os meios da cultura mediática de massas com dois grandes objectivos: um económico, pela captura pelos mercados dos bens culturais e pela concentração das indústrias culturais e criativas; outro político-social impondo a hegemonia da cultura anglo-saxónica pela exportação massiva dos seus produtos de entretenimento, tratando a cultura como uma campanha publicitária. Uma situação em que Adorno surge como um quase profeta quando, em 1944, com Horkheimer(1), define a indústria cultural como um sistema político e económico que tem por finalidade produzir bens de cultura – filmes, livros, música popular, programas de televisão, etc. – como mercadorias, com uma estratégia de controlo social modelando as consciências das massas populares.
Essa tendência torna-se mais evidente quando o Estado-nação vai progressivamente renunciando à sua soberania e se alarga a superfície global onde se dissolve o território, a língua e a identidade cultural, tornados conceitos móveis e transitivos. Acelera-se com o fim da equivalência do dólar-ouro e a primeira grande crise do petróleo em 1973, impõe-se nos anos 80 com as novas tecnologias.
2020/07/19
Pandemia e luta de classes
Pandemia e luta de classes
(Atónio Avelãs Nunes, O Militante, nº 367, 2020/07)
1. Em 2008, a Sr.ª Merkel defendeu que a origem da crise estava nos excessos do mercado. Agora, a pandemia veio mostrar que o mundo depende da aspirina que (quase só) se produz na Índia e que a Europa e os EUA dependiam da China no que toca à produção de máscaras de protecção individual e de ventiladores utilizados nas unidades de cuidados intensivos. Há quem fale dos excessos da deslocalização de empresas industriais e até da necessidade de salvaguardar a «soberania farmacêutica e sanitária.» Tudo bem. Mas é ainda mais importante garantir aos povos a soberania alimentar, energética, financeira, a soberania no que toca ao controlo dos portos e aeroportos e das empresas de telecomunicações, das empresas de transporte aéreo e de todo o conjunto das empresas estratégicas, aquelas em que assenta a verdadeira soberania.
Em nome da liberdade de circulação do capital (a mãe de todas as liberdades do capital), inventou-se a internacionalização, a deslocalização de empresas industriais para os paraísos laborais, em busca de mão-de-obra barata e sem direitos. Os países emergentes seriam a fábrica do mundo, ficando as ‘metrópoles’ com os serviços ‘nobres’ (estratégicos) da investigação e concepção, os serviços financeiros e o turismo. Tudo para permitir ao grande capital aumentar a taxa de exploração (nas ‘metrópoles’ e nas novas ‘colónias’) e contrariar a tendência para a baixa da taxa média de lucro que as chamadas crises do petróleo (anos 1970) trouxeram à luz do dia.
A desindustrialização registada nos países mais industrializados arrastou consigo a subversão da estrutura produtiva (e da estrutura do emprego) e a ruptura das fileiras produtivas em vários sectores, ficando a nu os perigos destes excessos do capital. Fala-se agora da necessidade de re-industrialização. E fala-se também da necessidade de temperar o radicalismo do comércio livre imposto ao mundo através da OMC.
(Atónio Avelãs Nunes, O Militante, nº 367, 2020/07)
1. Em 2008, a Sr.ª Merkel defendeu que a origem da crise estava nos excessos do mercado. Agora, a pandemia veio mostrar que o mundo depende da aspirina que (quase só) se produz na Índia e que a Europa e os EUA dependiam da China no que toca à produção de máscaras de protecção individual e de ventiladores utilizados nas unidades de cuidados intensivos. Há quem fale dos excessos da deslocalização de empresas industriais e até da necessidade de salvaguardar a «soberania farmacêutica e sanitária.» Tudo bem. Mas é ainda mais importante garantir aos povos a soberania alimentar, energética, financeira, a soberania no que toca ao controlo dos portos e aeroportos e das empresas de telecomunicações, das empresas de transporte aéreo e de todo o conjunto das empresas estratégicas, aquelas em que assenta a verdadeira soberania.
Em nome da liberdade de circulação do capital (a mãe de todas as liberdades do capital), inventou-se a internacionalização, a deslocalização de empresas industriais para os paraísos laborais, em busca de mão-de-obra barata e sem direitos. Os países emergentes seriam a fábrica do mundo, ficando as ‘metrópoles’ com os serviços ‘nobres’ (estratégicos) da investigação e concepção, os serviços financeiros e o turismo. Tudo para permitir ao grande capital aumentar a taxa de exploração (nas ‘metrópoles’ e nas novas ‘colónias’) e contrariar a tendência para a baixa da taxa média de lucro que as chamadas crises do petróleo (anos 1970) trouxeram à luz do dia.
A desindustrialização registada nos países mais industrializados arrastou consigo a subversão da estrutura produtiva (e da estrutura do emprego) e a ruptura das fileiras produtivas em vários sectores, ficando a nu os perigos destes excessos do capital. Fala-se agora da necessidade de re-industrialização. E fala-se também da necessidade de temperar o radicalismo do comércio livre imposto ao mundo através da OMC.
2020/07/18
O Sindicalismo para os tele-trabalhadores
«A tecnologia deve servir para fazer avançar a sociedade e não para a fazer retroceder. [...] Seja sob a forma de automação, digitalização ou aposta na inteligência artificial: a tecnologia, em si fruto do trabalho, deve ser colocada ao serviço dos trabalhadores e das suas condições de vida e de trabalho, ao serviço do desenvolvimento soberano do País, dando um contributo para a promoção da coesão social e territorial» salientou Isabel Camarinha, lembrando a posição da CGTP-IN sobre o desenvolvimento tecnológico.
Concordo quase plenamente, deixando de lado a conservadora territorialidade do país com odor a inexplicáveis nacionalismos e substituindo-os pela humanidade e o internacionalismo proletário.
E Cuidado.
O sindicalismo começou a perder o comboio quando não soube antecipar a ofensiva ideológica com que o capital acompanhou a precarização e o endividamento dos trabalhadores, formas de fortificar o exército de desempregados usado pelo capital para combater os direitos do trabalho.
Perdeu-o quando não soube identificar a massiva terceirização do trabalho proporcionada pela, ainda em fase de plena implantação, robotização dos setores primário e secundário.
Se quisermos voltar a colocar o sindicalismo no centro da luta de classes, se quisermos fazer dos sindicatos veiculos de progresso social, se quisermos que o sindicalismo lidere o proletariado (que hoje, no ocidente imperialista, transcende já largamente o operariado) nas imprescindiveis transformações sociais que dêem lugar a outras formas de propriedade dos meios de produção, importa ir além da denúncia dos males do teletrabalho, importa procurar e encontrar as formas de mobilizar as massas de tele-proletários precarizados, desprotegidos e sobre-explorados que inexoravelmente vão ocupar o lugar dos grandes e ineficientes centros de escritórios.
A robotização e a generalização do tele-trabalho são felizmente imparáveis, tal como imparável foi no século XIX a industrialização dos setores primário e secundário que exterminou o garimpo e a produção artesanal, e no século XX, a informatização e as comunicações, que revolucionaram os setores terciário e financeiro, e como o são em qualquer momento histórico as deslocações massivas de sobre-explorados das terras da fome e da guerra para as do pão e do mel. Chama-se processo histórico segundo os canhanhos do marxismo-leninismo.
Marx e Engels souberam ver e exprimir no século XIX a inexorabilidade da emancipação humana do trabalho com dor, imposto pela necessidade de sobreviver, rumo ao prazer do trabalho criativo voluntário, numa sociedade em que os meios de produção fossem propriedade colectiva de todos os produtores.
Cabe-nos a nós encontrar as formas de impor a distribuição justa e equitativa dos frutos do trabalho. Para tal não podemos deixar-nos encurralar em meros discursos de denúncia ou tentativas de parar ou mesmo retardar a enxurrada.
Para voltarmos a colocar o sindicalismo no centro da luta de classes, temos de procurar e encontrar os meios, as formas, os discursos e as acções que nos permitam voltar a mobilizar as massas proletarizadas que nem disso têm consciência, identificá-las e trabalhar no seu seio, temos de reaprender o proselitismo dos dealbares sindicalistas, resgatar das mãos religiosas as instituições de caridade transformando-as em palcos de solidariedade que nos permitam dialogar com os mais desprotegidos. Não podemos deixar-nos encurralar em nacionalismos conservadores mas antes procurar e encontrar, muito além das imprescindiveis solidariedades internacionalistas, a internacionalização das causas e das lutas por essas causas. Se não conseguimos fazê-lo com as nossas, temos de trabalhar nas lideradas por outros demonstrando-lhes a necessidade de mais profundas e radicais transformações. É na luta que se cria a consciência de classe. Atualmente, onde há luta falta organização e consciência de classe e onde está esta não se divisa a primeira.
Que parte do "Proletários de todo o mundo uni-vos" é que nos está a escapar?
Concordo quase plenamente, deixando de lado a conservadora territorialidade do país com odor a inexplicáveis nacionalismos e substituindo-os pela humanidade e o internacionalismo proletário.
E Cuidado.
O sindicalismo começou a perder o comboio quando não soube antecipar a ofensiva ideológica com que o capital acompanhou a precarização e o endividamento dos trabalhadores, formas de fortificar o exército de desempregados usado pelo capital para combater os direitos do trabalho.
Perdeu-o quando não soube identificar a massiva terceirização do trabalho proporcionada pela, ainda em fase de plena implantação, robotização dos setores primário e secundário.
Se quisermos voltar a colocar o sindicalismo no centro da luta de classes, se quisermos fazer dos sindicatos veiculos de progresso social, se quisermos que o sindicalismo lidere o proletariado (que hoje, no ocidente imperialista, transcende já largamente o operariado) nas imprescindiveis transformações sociais que dêem lugar a outras formas de propriedade dos meios de produção, importa ir além da denúncia dos males do teletrabalho, importa procurar e encontrar as formas de mobilizar as massas de tele-proletários precarizados, desprotegidos e sobre-explorados que inexoravelmente vão ocupar o lugar dos grandes e ineficientes centros de escritórios.
A robotização e a generalização do tele-trabalho são felizmente imparáveis, tal como imparável foi no século XIX a industrialização dos setores primário e secundário que exterminou o garimpo e a produção artesanal, e no século XX, a informatização e as comunicações, que revolucionaram os setores terciário e financeiro, e como o são em qualquer momento histórico as deslocações massivas de sobre-explorados das terras da fome e da guerra para as do pão e do mel. Chama-se processo histórico segundo os canhanhos do marxismo-leninismo.
Marx e Engels souberam ver e exprimir no século XIX a inexorabilidade da emancipação humana do trabalho com dor, imposto pela necessidade de sobreviver, rumo ao prazer do trabalho criativo voluntário, numa sociedade em que os meios de produção fossem propriedade colectiva de todos os produtores.
Cabe-nos a nós encontrar as formas de impor a distribuição justa e equitativa dos frutos do trabalho. Para tal não podemos deixar-nos encurralar em meros discursos de denúncia ou tentativas de parar ou mesmo retardar a enxurrada.
Para voltarmos a colocar o sindicalismo no centro da luta de classes, temos de procurar e encontrar os meios, as formas, os discursos e as acções que nos permitam voltar a mobilizar as massas proletarizadas que nem disso têm consciência, identificá-las e trabalhar no seu seio, temos de reaprender o proselitismo dos dealbares sindicalistas, resgatar das mãos religiosas as instituições de caridade transformando-as em palcos de solidariedade que nos permitam dialogar com os mais desprotegidos. Não podemos deixar-nos encurralar em nacionalismos conservadores mas antes procurar e encontrar, muito além das imprescindiveis solidariedades internacionalistas, a internacionalização das causas e das lutas por essas causas. Se não conseguimos fazê-lo com as nossas, temos de trabalhar nas lideradas por outros demonstrando-lhes a necessidade de mais profundas e radicais transformações. É na luta que se cria a consciência de classe. Atualmente, onde há luta falta organização e consciência de classe e onde está esta não se divisa a primeira.
Que parte do "Proletários de todo o mundo uni-vos" é que nos está a escapar?
2020/05/04
A Covid-19, o Trabalho e a Luta pelo Trabalho Com Direitos
Perante o brutal assalto do capital aos direitos do Trabalho, a central sindical portuguesa decidiu fazer do dia do trabalhador um dia de luta pelo trabalho digno e com direitos.
Acordou com a Direcção Geral de Saúde as normas de segurança sanitária, chamou 800 activistas sindicais, transportou-os aos grupos de 16 em autocarros de 60 lugares, com máscaras e dispensadores de gel desinfectante e, ordeira e organizadamente, os 800 activistas colocaram-se a 4-5 metros uns dos outros com a bandeira do seu sindicato a representar o trabalho que paga a crise. Em Lisboa, Porto e mais 16 capitais de distrito o trabalho esteve na rua graças à coragem dos seus activistas sindicais.
E sim, os activistas sindicais deslocaram-se dos conselhos limítrofes até à Alameda cumprindo as regras de distanciamento social e ao abrigo da lei que permite deslocações por motivos laborais, e de facto eles foram trabalhar em prol dos nosso direitos.
Cumpriram-se as regras de distanciamento social e mostrou-se ao país o crescente número de desempregados, a precariedade a justificar desemprego, os despedimentos abusivos e fora da lei, os recursos ao lay-off por empresas que distribuem lucros, as necessidades de quem já nem trabalho tem, a fome mais mal do que bem escondida,
É dever de cada um de nós reconhecer o valor de quem ali esteve, por nós, a fazer ver ao capital que não é por termos de ficar em casa, que nos vamos deixar roubar sem dar luta.
E ela vai ser necessária para reverter o big brother que se agigantou a reboque da pandemia.
Aqui ficam outras opiniões à revelia da ideologia dominante e dominada pelas aChegas ben-turristas.
Os indignados
(Anabela Fino, Avante!, 2020/05/07)
«É inaceitável.» «É uma pouca vergonha.» «Assim não!» A ruidosa indignação, revolta, fúria, ira, raiva de Rui Rio, logo secundada pela opinião publicada de uns quantos cães de guarda do establishment e replicada por quantos, no seu profundo reaccionarismo ou infinita ignorância não atinam em distinguir emergência sanitária de emergência totalitária, é digna de registo.
Acordou com a Direcção Geral de Saúde as normas de segurança sanitária, chamou 800 activistas sindicais, transportou-os aos grupos de 16 em autocarros de 60 lugares, com máscaras e dispensadores de gel desinfectante e, ordeira e organizadamente, os 800 activistas colocaram-se a 4-5 metros uns dos outros com a bandeira do seu sindicato a representar o trabalho que paga a crise. Em Lisboa, Porto e mais 16 capitais de distrito o trabalho esteve na rua graças à coragem dos seus activistas sindicais.
E sim, os activistas sindicais deslocaram-se dos conselhos limítrofes até à Alameda cumprindo as regras de distanciamento social e ao abrigo da lei que permite deslocações por motivos laborais, e de facto eles foram trabalhar em prol dos nosso direitos.
Cumpriram-se as regras de distanciamento social e mostrou-se ao país o crescente número de desempregados, a precariedade a justificar desemprego, os despedimentos abusivos e fora da lei, os recursos ao lay-off por empresas que distribuem lucros, as necessidades de quem já nem trabalho tem, a fome mais mal do que bem escondida,
É dever de cada um de nós reconhecer o valor de quem ali esteve, por nós, a fazer ver ao capital que não é por termos de ficar em casa, que nos vamos deixar roubar sem dar luta.
E ela vai ser necessária para reverter o big brother que se agigantou a reboque da pandemia.
Aqui ficam outras opiniões à revelia da ideologia dominante e dominada pelas aChegas ben-turristas.
Os indignados
(Anabela Fino, Avante!, 2020/05/07)
«É inaceitável.» «É uma pouca vergonha.» «Assim não!» A ruidosa indignação, revolta, fúria, ira, raiva de Rui Rio, logo secundada pela opinião publicada de uns quantos cães de guarda do establishment e replicada por quantos, no seu profundo reaccionarismo ou infinita ignorância não atinam em distinguir emergência sanitária de emergência totalitária, é digna de registo.
2020/03/23
O Virus Norte-Americano "Plantado" em Wuhan
A meio da pandemia começam a surgir vários dedos apontados ao culpado do costume. Se os EUA mentiram uma, duas, três, incontáveis vezes, quem nos garante que não estão a mentir outra vez?
Os rabos de fora já são cinco: 1. O fecho em Agosto do laboratório militar de Fort Detrick 2. A presença em Wuhan, no mês de outubro, de militares estado-unidenses que participaram nos jogos militares mundiais com um fraquíssimo desempenho 3. O Event 201, um ensaio para resposta a uma pandemia global provocada por um vírus mortífero que se iniciou em Nova-Iorque no mesmo dia em que começavam os jogos militares em Wuhan 4. O facto de a maior diversidade de genomas do SARS-CoV-2, o vírus responsável pela pandemia de Covid-19, se encontrar nos EUA, enquanto na China, Itália, Irão e Japão só terem sido detectados, até à data, exemplares de um mesmo genoma 5. A possibilidade de o vírus ter andado a circular desde setembro nos EUA mascarado de gripe.
Coincidências? Por enquanto, nada mais do que isso, mas esta meia dúzia delas já merecem uma investigação mais profunda. Ou não?
Os rabos de fora já são cinco: 1. O fecho em Agosto do laboratório militar de Fort Detrick 2. A presença em Wuhan, no mês de outubro, de militares estado-unidenses que participaram nos jogos militares mundiais com um fraquíssimo desempenho 3. O Event 201, um ensaio para resposta a uma pandemia global provocada por um vírus mortífero que se iniciou em Nova-Iorque no mesmo dia em que começavam os jogos militares em Wuhan 4. O facto de a maior diversidade de genomas do SARS-CoV-2, o vírus responsável pela pandemia de Covid-19, se encontrar nos EUA, enquanto na China, Itália, Irão e Japão só terem sido detectados, até à data, exemplares de um mesmo genoma 5. A possibilidade de o vírus ter andado a circular desde setembro nos EUA mascarado de gripe.
Coincidências? Por enquanto, nada mais do que isso, mas esta meia dúzia delas já merecem uma investigação mais profunda. Ou não?
2020/03/07
Evo Venceu à Primeira Volta diz o WP
Os golpistas do regime de Añez prendem 1400 opositores, fecham rádios, reprimem a contestação e preparam a chapelada que pretendem fazer passar por eleições com a ajuda da OEA que patrocinou o golpe. Ao mesmo tempo, o partido com maior representação parlamentar já nomeou os seu candidatos à presidência e vice-presidência e um novo estudo do MIT revela que não houve fraude eleitoral e Evo Morales foi mesmo eleito à primeira volta.
Entretanto os media corporativos portugueses decretaram que "En Bolivia No Se Pasa Nada", just business as usual, enquanto o governo português assobia para o ar.
A ditadura boliviana continuará no poder devido à pandemia -- O orgão eleitoral boliviano, controlado pelo regime da líder do golpe Jeanine Áñez, decidiu adiar as eleições presidenciais agendadas para 3 de maio sem data, devido à pandemia do coronavírus. O presidente do Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia, Salvador Romero, explicou que a nova data será acordada com as forças políticas do país.
Candidato do MAS à frente na Bolivia -- Luis Arce, candidato do Movimento para o Socialismo (MAS) do presidente deposto Evo Morales, segue distanciado na frente das sondagens para as eleições presidenciais previstas para Maio na Bolívia. O ex-ministro da Economia de Morales e um dos rostos de anos sucessivos de crescimento económico e de redução da pobreza está com 33,3% das intenções de voto, segundo a mais recente sondagem da empresa Ciesmori, uma subida de dois pontos percentuais em relação à consulta anterior. Seguem-no o ex-presidente Carlos Mesa, segundo classificado nas eleições anteriores a mais de 10 pontos de Morales, com 18%; e a usurpadora fascista e “presidente” saída do golpe de Estado, Jeanine Añez, com 16%. (O Lado Oculto 2020/03/17)
Entretanto os media corporativos portugueses decretaram que "En Bolivia No Se Pasa Nada", just business as usual, enquanto o governo português assobia para o ar.
A ditadura boliviana continuará no poder devido à pandemia -- O orgão eleitoral boliviano, controlado pelo regime da líder do golpe Jeanine Áñez, decidiu adiar as eleições presidenciais agendadas para 3 de maio sem data, devido à pandemia do coronavírus. O presidente do Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia, Salvador Romero, explicou que a nova data será acordada com as forças políticas do país.
Candidato do MAS à frente na Bolivia -- Luis Arce, candidato do Movimento para o Socialismo (MAS) do presidente deposto Evo Morales, segue distanciado na frente das sondagens para as eleições presidenciais previstas para Maio na Bolívia. O ex-ministro da Economia de Morales e um dos rostos de anos sucessivos de crescimento económico e de redução da pobreza está com 33,3% das intenções de voto, segundo a mais recente sondagem da empresa Ciesmori, uma subida de dois pontos percentuais em relação à consulta anterior. Seguem-no o ex-presidente Carlos Mesa, segundo classificado nas eleições anteriores a mais de 10 pontos de Morales, com 18%; e a usurpadora fascista e “presidente” saída do golpe de Estado, Jeanine Añez, com 16%. (O Lado Oculto 2020/03/17)
2020/02/23
Cuba: 61 anos de bloqueio criminoso
Nos media corporativos passam duas versões autorizadas sobre o criminoso bloqueio norte-americano à ilha dos Vencedores do Impossível: ou o bloqueio não existe ou é apenas um conjunto de medidas esparsas e ineficazes. Mentira, o bloqueio é uma realidade que mata, uma realidade ilegal à luz do direito internacional e humanamente criminosa. Dele podemos encontrar noticias nos meios de informação que o capital ainda não comprou.
Bloqueio dos Estados Unidos dificulta transplante de órgãos em Cuba -- O bloqueio económico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba dificulta hoje o avanço em transplantes de órgãos vitais num grau que é praticamente impossível de quantificar, afirmou um especialista nesses procedimentos. Em declarações à televisão local, o doutor Julio César Serra, coordenador de transplante na região sul-oriental, aludiu a esse negativo impacto pelos obstáculos para a aquisição de recursos que vão desde medicamentos muito específicos, quase todos provenientes de nações desenvolvidas, até insumos diversos. (2020/02/08 Prensa Latina)
Bloqueio dos Estados Unidos dificulta transplante de órgãos em Cuba -- O bloqueio económico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba dificulta hoje o avanço em transplantes de órgãos vitais num grau que é praticamente impossível de quantificar, afirmou um especialista nesses procedimentos. Em declarações à televisão local, o doutor Julio César Serra, coordenador de transplante na região sul-oriental, aludiu a esse negativo impacto pelos obstáculos para a aquisição de recursos que vão desde medicamentos muito específicos, quase todos provenientes de nações desenvolvidas, até insumos diversos. (2020/02/08 Prensa Latina)
2020/02/21
Colômbia: um estado assassino dos barões da cocaina
Janeiro ainda não acabara e na Colômbia já tinham sido assassinados 27 ativistas sociais, fevereiro chega ao fim com mais de 50 assassinatos. Nesta rolha sul-americana, onde os EUA mantêm 9 bases militares, em três anos foram assassinados 480 ativistas sociais e 173 ex-elementos das extintas FARC. A dualidade de critérios com que os media corporativos noticiam uma agressão num aeroporto venezuelano e omitem mais de 600 assassinatos na Colômbia só tem um nome: censura corporativa paga em cocaina colombiana.
FARC denuncia ameaças contra paz na Colômbia -- O partido colombiano Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) denunciou na segunda-feira, 9, as intenções do governo de desmantelar o Acordo de Paz negociado em Havana e assinado em 2016 pelo Estado colombiano e a ex-guerrilha FARC-EP. «No que concerne à implementação do acordo, reafirmamos a nossa análise com base não só nos incumprimentos por parte do presidente [Iván] Duque mas também nas suas reiteradas pretensões de desmontar ou distorcer o acordado, as quais são disfarçadas mediante uma estratégia de simulação», afirmou o partido.
FARC denuncia ameaças contra paz na Colômbia -- O partido colombiano Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) denunciou na segunda-feira, 9, as intenções do governo de desmantelar o Acordo de Paz negociado em Havana e assinado em 2016 pelo Estado colombiano e a ex-guerrilha FARC-EP. «No que concerne à implementação do acordo, reafirmamos a nossa análise com base não só nos incumprimentos por parte do presidente [Iván] Duque mas também nas suas reiteradas pretensões de desmontar ou distorcer o acordado, as quais são disfarçadas mediante uma estratégia de simulação», afirmou o partido.
2020/02/19
Da Série: Miséria do Capitalismo V
Doentes endividados vão parar à cadeia num condado do Kansas
(AbrilAbril, 2020/02/18)
Em Coffeyville, EUA, doentes com dívidas às seguradoras são obrigados a comparecer em tribunal a cada três meses. Se faltarem a duas audiências seguidas, vão parar à prisão, com uma fiança de 500 dólares.
O condado rural de Coffeyville, no estado norte-americano do Kansas, apresenta uma taxa de pobreza duas vezes superior à média nacional. É aqui que o juiz David Casement preside a casos de pessoas com dívidas médicas e que são levadas a tribunal para enfrentar as seguradoras de saúde às quais «devem dinheiro». Nas audiências, os endividados são sujeitos a um «exame de devedores» em que têm de provar a sua pobreza.
(AbrilAbril, 2020/02/18)
Em Coffeyville, EUA, doentes com dívidas às seguradoras são obrigados a comparecer em tribunal a cada três meses. Se faltarem a duas audiências seguidas, vão parar à prisão, com uma fiança de 500 dólares.
O condado rural de Coffeyville, no estado norte-americano do Kansas, apresenta uma taxa de pobreza duas vezes superior à média nacional. É aqui que o juiz David Casement preside a casos de pessoas com dívidas médicas e que são levadas a tribunal para enfrentar as seguradoras de saúde às quais «devem dinheiro». Nas audiências, os endividados são sujeitos a um «exame de devedores» em que têm de provar a sua pobreza.
2020/02/15
Ninguém Quer Matar Ninguém!
A morte medicamente assistida a pedido do paciente «não obriga ninguém a morrer, tal como o aborto não obriga ninguém a abortar, o divórcio não obriga ninguém a divorciar-se e o casamento homossexual não obriga ninguém a casar-se com alguém do mesmo sexo. [...] Os direitos não são obrigações.»
Dito isto, e clarificada a minha posição de principio sobre o "meu" direito sobre a "minha" vida, nada obsta, muito pelo contrário, a que: 1. Se apresentem projetos de lei que superem as insuficiências dos existentes. 2. Se invista mais na saúde, na investigação e num sns de qualidade 3. Se invista mais e melhor em cuidados paliativos. 4. Se o que acima ficou escrito é motivo de preocupação, amarre-se por lei o "nosso" direito a «tomar nas nossas mãos os destinos das nossas vidas» ao digno financiamento e a uma gestão pública de um SNS livre de lucros.
Dito de forma mais abstrata: Exceptuando a ganância do capital, nada obsta a que a sociedade faça tudo o que entenda necessário para que eu não escolha usufruir do meu direito de acabar com a minha vida.
Para quem, como eu, veja na história da luta de classes a história da emancipação das forças produtivas a opção é sempre por mais e melhor liberdade, por mais e melhores direitos. O limite é sempre e só a liberdade dos outros.
A "minha" decisão sobre o momento da "minha" morte não é do foro da moral de terceiros.
Sobre o devoto e evangélico pedido de que se não mate, resta esclarecer que 1. Nenhum dos projectos de lei defende a morte de ninguém. 2. Todos eles pretendem legalizar o "meu" direito de "eu" me pronunciar sobre o momento em que "eu" queira pôr fim à "minha" vida e 3. Só pretendem que, não podendo "eu" fazê-lo pelos "meus" próprios meios e necessite de pedir a ajuda de terceiros, esses não sejam, como atualmente, acusados de assassinio por "me" ajudarem a "mim" a livrar-me do "meu" sofrimento.
Não vejo onde é que no meio de tanto "eu", "meu", "minha" alguém consegue meter a moral de terceiros.
Não se pretende que "ninguém" mate ninguém. Não se pretende que "ninguém" ajude ninguém a morrer contra a sua vontade e sem a sua consciente, lúcida e expressa vontade.
Tudo o que vos peço é que por instantes se deitem, fechem os olhos e não se movam. Imaginem-se imóveis por um dia, um mês, um ano, dois, dez, vinte ...
Serviu este escrito para introduzir uma série de textos, pró e contra os projetos de lei em discussão, nos quais reconheço argumentos válidos.
Dito isto, e clarificada a minha posição de principio sobre o "meu" direito sobre a "minha" vida, nada obsta, muito pelo contrário, a que: 1. Se apresentem projetos de lei que superem as insuficiências dos existentes. 2. Se invista mais na saúde, na investigação e num sns de qualidade 3. Se invista mais e melhor em cuidados paliativos. 4. Se o que acima ficou escrito é motivo de preocupação, amarre-se por lei o "nosso" direito a «tomar nas nossas mãos os destinos das nossas vidas» ao digno financiamento e a uma gestão pública de um SNS livre de lucros.
Dito de forma mais abstrata: Exceptuando a ganância do capital, nada obsta a que a sociedade faça tudo o que entenda necessário para que eu não escolha usufruir do meu direito de acabar com a minha vida.
Para quem, como eu, veja na história da luta de classes a história da emancipação das forças produtivas a opção é sempre por mais e melhor liberdade, por mais e melhores direitos. O limite é sempre e só a liberdade dos outros.
A "minha" decisão sobre o momento da "minha" morte não é do foro da moral de terceiros.
Sobre o devoto e evangélico pedido de que se não mate, resta esclarecer que 1. Nenhum dos projectos de lei defende a morte de ninguém. 2. Todos eles pretendem legalizar o "meu" direito de "eu" me pronunciar sobre o momento em que "eu" queira pôr fim à "minha" vida e 3. Só pretendem que, não podendo "eu" fazê-lo pelos "meus" próprios meios e necessite de pedir a ajuda de terceiros, esses não sejam, como atualmente, acusados de assassinio por "me" ajudarem a "mim" a livrar-me do "meu" sofrimento.
Não vejo onde é que no meio de tanto "eu", "meu", "minha" alguém consegue meter a moral de terceiros.
Não se pretende que "ninguém" mate ninguém. Não se pretende que "ninguém" ajude ninguém a morrer contra a sua vontade e sem a sua consciente, lúcida e expressa vontade.
Tudo o que vos peço é que por instantes se deitem, fechem os olhos e não se movam. Imaginem-se imóveis por um dia, um mês, um ano, dois, dez, vinte ...
Serviu este escrito para introduzir uma série de textos, pró e contra os projetos de lei em discussão, nos quais reconheço argumentos válidos.
Cuidado com a Huawei
CRYPTO CIA, A ESPIONAGEM COMO GUERRA GLOBAL
(Lourdes Hubermann, Berna; Exclusivo O Lado Oculto, 2020/02/14)
O escândalo explodiu na “neutral” Suíça. Uma empresa com sede no país, denominada Crypto, dedicou-se a produzir e exportar, desde os anos setenta do século passado, aparelhagens manipuladas para descodificar comunicações secretas em mais de cem países. Embora actuasse como uma outra qualquer sociedade, neste caso registada no Liechtenstein, Crypto era propriedade da norte-americana CIA e dos serviços secretos da Alemanha Federal (BND). “É o golpe de espionagem do século”, considera o Washington Post.
(Lourdes Hubermann, Berna; Exclusivo O Lado Oculto, 2020/02/14)
O escândalo explodiu na “neutral” Suíça. Uma empresa com sede no país, denominada Crypto, dedicou-se a produzir e exportar, desde os anos setenta do século passado, aparelhagens manipuladas para descodificar comunicações secretas em mais de cem países. Embora actuasse como uma outra qualquer sociedade, neste caso registada no Liechtenstein, Crypto era propriedade da norte-americana CIA e dos serviços secretos da Alemanha Federal (BND). “É o golpe de espionagem do século”, considera o Washington Post.
2020/02/11
A História do Neo-liberalismo em 40 Minutos
Vale mesmo a pena tirar uns trinta quarenta minutos para ler esta breve história dos últimos noventa anos, e depois voltar a ler e a reler.
«É essencial tomar consciência da «assimetria fundamental» que resulta da «globalização assimétrica» e que Ulrich Beck sintetiza magistralmente: a «assimetria entre poder e legitimidade» («um grande poder e pouca legitimidade do lado do capital e dos estados, um pequeno poder e uma elevada legitimidade do lado daqueles que protestam».)
É essencial levar a sério a luta ideológica, que nos ajuda a combater os interesses estabelecidos e as ideias feitas e que é, hoje mais do que nunca, um factor essencial das lutas políticas e das lutas sociais que fazem andar o mundo»
Primeira parte (para quem goste de história e de aprender com ela)
Segunda parte (para quem tenha pressa de chegar aos dias de hoje)
«É essencial tomar consciência da «assimetria fundamental» que resulta da «globalização assimétrica» e que Ulrich Beck sintetiza magistralmente: a «assimetria entre poder e legitimidade» («um grande poder e pouca legitimidade do lado do capital e dos estados, um pequeno poder e uma elevada legitimidade do lado daqueles que protestam».)
É essencial levar a sério a luta ideológica, que nos ajuda a combater os interesses estabelecidos e as ideias feitas e que é, hoje mais do que nunca, um factor essencial das lutas políticas e das lutas sociais que fazem andar o mundo»
Primeira parte (para quem goste de história e de aprender com ela)
Segunda parte (para quem tenha pressa de chegar aos dias de hoje)
Venezuela: Cada Dia Que Resiste É Um Dente Partido ao Imperialismo
Sobre a guerra de baixa intensidade movida pelos EUA contra a Venezuela os media corporativos construiram uma imensa muralha de um estrondoso silêncio. Nesses media ninguém fala, escreve ou mostra o bloqueio financeiro que impede a Venezuela de fazer transações em dólares, os assaltos às embaixadas, o roubo dos ativos venezuelanos no estrangeiro, as tentativas de golpes de estado, as infiltrações de mercenários pela fronteira colombiana. Para os media comprados pelos EUA nada disso existe, sobre tudo isso caiu o muro da censura corporativa. "Et puoro si muove" dizia Galileu há mais de 500 anos.
Trump "enganou-se": A Droga Vem da Colômbia e Não da Venezuela -- Trump, com os seus parceiros francês e britânico, sob os auspícios da NATO, estão a montar um circo de guerra contra a Venezuela a pretexto de uma “operação contra o narcotráfico” alegadamente praticado sobretudo pelo governo de Caracas, com o presidente Maduro à cabeça. Porém, segundo os relatórios da agência antidroga dos Estados Unidos, a DEA, a Colômbia é o responsável, praticamente monopolista, pelo tráfico de cocaína na região; e a Venezuela não surge sequer na lista dos países envolvidos. Os registos da agência antidroga dos Estados Unidos, a DEA, desmentem rotundamente as inacreditáveis acusações de narcotráfico lançadas por Donald Trump contra o seu homólogo venezuelano Nicolás Maduro e membros do seu governo. Fica claro que a nova e agressiva investida do magnata do imobiliário contra a Venezuela nada tem a ver com a democracia. Pelo contrário, é uma consequência do absoluto fracasso de todos os planos golpistas e desestabilizadores da sua administração contra o governo constitucional e legítimo do presidente Maduro. É também um desesperado acto eleitoralista para fazer com que os norte-americanos olhem para outro lado perante o quadro dantesco da sua cada vez mais desastrosa e mortífera gestão da pandemia de coronavírus, com um saldo altamente negativo ao nível mundial, superando a notável velocidade o ritmo de contágio e de disfunções de outros países afectados pela doença.[...](Angel Guerra Cabrera, America Latina en Movimiento/O Lado Oculto)
Forças do Pentágono Ameaçam a Venezuela -- Os Estados Unidos enviaram forças de guerra para as imediações da Venezuela no âmbito de uma série de acções políticas, conspirativas e terroristas para forçar a mudança de governo no país numa altura em que povo venezuelano se debate contra a epidemia de coronavírus. Um combate travado em situações tornadas ainda muito mais difíceis devido às carências sanitárias impostas pelas sanções dos Estados Unidos e da União Europeia. Portugal surge envolvido em aspectos desta operação conduzida pela administração Trump que viola o direito internacional e contraria a Carta das Nações Unidas.(Luís O. Nunes, Caracas, O Lado Oculto)
EUA impede a Venezuela de comprar remédios para tratar o Covid-19 -- O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, denunciou hoje que as medidas coercitivas e unilaterais impostas pelos Estados Unidos impedem a aquisição de medicamentos e suprimentos para enfrentar o Covid-19. (2020/03/14 Prensa Latina) - Quando dispararem os mortos e infetados que se saiba que a culpa é dos EUA! O que bolsará agora o ass sobre a protecção dos portugueses residentes na Venezuela? Ou será que o proconsul metedó vai buscar máscaras às fábricas de cocaina da colômbia?
Governo venezuelano desmonta outro «fake» de Guaidó - O governo da Venezuela apresentou provas de mais uma montagem criada pela extrema-direita e apontou as «falsas informações» em torno do atentado «inventado» contra Juan Guaidó na cidade de Barquisimeto. [...] A este propósito, o titular da pasta da Comunicação lembrou que a agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) já veio informar que não esteve presente na concentração de dia 29 de Fevereiro convocada por Guaidó em Barquisimeto, desmentindo assim que seja a autora da imagem – que lhe foi facultada pela equipa de Guaidó. Neste sentido, Rodríguez instou a AP e outros meios de comunicação internacionais que fizeram ecoar a montagem a publicar o depoimento de Clímaco Medina e a divulgar a «verdade» dos factos, depois das provas apresentadas. (2020/03/06 - AbrilAbril)
Trump "enganou-se": A Droga Vem da Colômbia e Não da Venezuela -- Trump, com os seus parceiros francês e britânico, sob os auspícios da NATO, estão a montar um circo de guerra contra a Venezuela a pretexto de uma “operação contra o narcotráfico” alegadamente praticado sobretudo pelo governo de Caracas, com o presidente Maduro à cabeça. Porém, segundo os relatórios da agência antidroga dos Estados Unidos, a DEA, a Colômbia é o responsável, praticamente monopolista, pelo tráfico de cocaína na região; e a Venezuela não surge sequer na lista dos países envolvidos. Os registos da agência antidroga dos Estados Unidos, a DEA, desmentem rotundamente as inacreditáveis acusações de narcotráfico lançadas por Donald Trump contra o seu homólogo venezuelano Nicolás Maduro e membros do seu governo. Fica claro que a nova e agressiva investida do magnata do imobiliário contra a Venezuela nada tem a ver com a democracia. Pelo contrário, é uma consequência do absoluto fracasso de todos os planos golpistas e desestabilizadores da sua administração contra o governo constitucional e legítimo do presidente Maduro. É também um desesperado acto eleitoralista para fazer com que os norte-americanos olhem para outro lado perante o quadro dantesco da sua cada vez mais desastrosa e mortífera gestão da pandemia de coronavírus, com um saldo altamente negativo ao nível mundial, superando a notável velocidade o ritmo de contágio e de disfunções de outros países afectados pela doença.[...](Angel Guerra Cabrera, America Latina en Movimiento/O Lado Oculto)
Forças do Pentágono Ameaçam a Venezuela -- Os Estados Unidos enviaram forças de guerra para as imediações da Venezuela no âmbito de uma série de acções políticas, conspirativas e terroristas para forçar a mudança de governo no país numa altura em que povo venezuelano se debate contra a epidemia de coronavírus. Um combate travado em situações tornadas ainda muito mais difíceis devido às carências sanitárias impostas pelas sanções dos Estados Unidos e da União Europeia. Portugal surge envolvido em aspectos desta operação conduzida pela administração Trump que viola o direito internacional e contraria a Carta das Nações Unidas.(Luís O. Nunes, Caracas, O Lado Oculto)
EUA impede a Venezuela de comprar remédios para tratar o Covid-19 -- O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, denunciou hoje que as medidas coercitivas e unilaterais impostas pelos Estados Unidos impedem a aquisição de medicamentos e suprimentos para enfrentar o Covid-19. (2020/03/14 Prensa Latina) - Quando dispararem os mortos e infetados que se saiba que a culpa é dos EUA! O que bolsará agora o ass sobre a protecção dos portugueses residentes na Venezuela? Ou será que o proconsul metedó vai buscar máscaras às fábricas de cocaina da colômbia?
Governo venezuelano desmonta outro «fake» de Guaidó - O governo da Venezuela apresentou provas de mais uma montagem criada pela extrema-direita e apontou as «falsas informações» em torno do atentado «inventado» contra Juan Guaidó na cidade de Barquisimeto. [...] A este propósito, o titular da pasta da Comunicação lembrou que a agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) já veio informar que não esteve presente na concentração de dia 29 de Fevereiro convocada por Guaidó em Barquisimeto, desmentindo assim que seja a autora da imagem – que lhe foi facultada pela equipa de Guaidó. Neste sentido, Rodríguez instou a AP e outros meios de comunicação internacionais que fizeram ecoar a montagem a publicar o depoimento de Clímaco Medina e a divulgar a «verdade» dos factos, depois das provas apresentadas. (2020/03/06 - AbrilAbril)
2020/02/09
Assange - Preso e Torturado sob Falsas Acusações
O julgamento começou na passada segunda feira e a campanha negra com origem nas Agências de Informação Centralizada já está em campo. Vale tudo até desenterrar falsas acusações, datadas de 2010, em que as alegadas vítimas são agora promovidas a menores de idade e que a justiça sueca já deu como não comprovadas. O importante é extraditá-lo para um país que vive debaixo de um regime totalitário (1)(2)(3). Estaremos nós à altura de defender O Homem que já passou 8 anos preso numa embaixada e mais um em isolamento, numa prisão de alta segurança, por nos mostrar a verdadeira face dos verdadeiros torturadores?
O Relator especial da ONU sobre Tortura revela pela primeira vez as descobertas chocantes que fez durante as investigações do caso Julian Assange. Tortura, prisão e fraude judicial são a regra num caso que pode pôr em risco a liberdade de imprensa.
Violação fabricada e manipulação de provas na Suécia, pressão do Reino Unido sobre a Suécia e tortura psicológica: Nils Melzer, relator especial da ONU para a Tortura fala pela primeira vez das descobertas chocantes que fez durante a sua investigação sobre o caso Assange.
Em entrevista ao jornal alemão Republik, o representante explica que o caso Assange é fundamental para o seu mandato, que consiste em combater a tortura em todas as suas formas. Para ele, apesar das denúncias de torturas sistemáticas contra o jornalista, quem está a ser perseguido é a vítima, e não os torturadores. "Assange denunciou a tortura, ele próprio foi torturado, e pode vir a ser torturado até a morte se for para os Estados Unidos", disse Melzer. Caso seja extraditado para os EUA, Assange pode ser condenado a até 175 anos de prisão.(4)
A defesa do ativista denuncia que Assange foi algemado 11 vezes, despido e levado para 5 celas diferentes no primeiro dia do julgamento de extradição -- A defesa do ativista denuncia o tratamento que o fundador do WikiLeaks está a receber durante o julgamento e durante a sua prisão e que existe um "alto risco de suicídio". Assange foi algemado 11 vezes, despido e levado para 5 celas diferentes no primeiro dia do julgamento de extradição. Os advogados do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, denunciaram nesta terça-feira, perante o tribunal, o tratamento excessivamente rigoroso a que o ativista foi submetido no primeiro dia do julgamento sobre a sua extradição para os Estados Unidos. (2020/02/25)
O Relator especial da ONU sobre Tortura revela pela primeira vez as descobertas chocantes que fez durante as investigações do caso Julian Assange. Tortura, prisão e fraude judicial são a regra num caso que pode pôr em risco a liberdade de imprensa.
Violação fabricada e manipulação de provas na Suécia, pressão do Reino Unido sobre a Suécia e tortura psicológica: Nils Melzer, relator especial da ONU para a Tortura fala pela primeira vez das descobertas chocantes que fez durante a sua investigação sobre o caso Assange.
Em entrevista ao jornal alemão Republik, o representante explica que o caso Assange é fundamental para o seu mandato, que consiste em combater a tortura em todas as suas formas. Para ele, apesar das denúncias de torturas sistemáticas contra o jornalista, quem está a ser perseguido é a vítima, e não os torturadores. "Assange denunciou a tortura, ele próprio foi torturado, e pode vir a ser torturado até a morte se for para os Estados Unidos", disse Melzer. Caso seja extraditado para os EUA, Assange pode ser condenado a até 175 anos de prisão.(4)
A defesa do ativista denuncia que Assange foi algemado 11 vezes, despido e levado para 5 celas diferentes no primeiro dia do julgamento de extradição -- A defesa do ativista denuncia o tratamento que o fundador do WikiLeaks está a receber durante o julgamento e durante a sua prisão e que existe um "alto risco de suicídio". Assange foi algemado 11 vezes, despido e levado para 5 celas diferentes no primeiro dia do julgamento de extradição. Os advogados do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, denunciaram nesta terça-feira, perante o tribunal, o tratamento excessivamente rigoroso a que o ativista foi submetido no primeiro dia do julgamento sobre a sua extradição para os Estados Unidos. (2020/02/25)
2020/02/05
Joker podemos ser todos!
(Santana Castilho, Púbico, 2020/02/05)
Que sociedade estamos a criar? A democracia não pode ser tolerante com aqueles que a querem destruir.
1. Um vídeo mostrando um rosto limpo, antes da imobilização feita com brutalidade inaceitável por um polícia, um rosto deformado por hematomas, feridas com sangue pisado, olhos e lábios inchados, depois, a mulher acusando o polícia e o polícia acusando a mulher no fim, foi tema de muitas análises. Não vi nenhuma sobre o que terá ficado gravado na psique da criança de oito anos, que assistiu à brutalidade exercida sobre a mãe. Mas desejo que um dia, já adulta, esteja livre de qualquer trauma, provocado pela sociedade em que começou a viver. Como o palhaço triste de Gotham, metaforicamente afundada no lixo moral que o transformou no vilão do Joker.
2. O fenómeno da penetração da extrema-direita nas nossas forças de segurança (foi o Conselho da Europa que o disse) deve ser encarado com urgência, porque as repetidas suspeitas sobre a actuação de alguns dos seus membros degradam o Estado de direito.
(Santana Castilho, Púbico, 2020/02/05)
Que sociedade estamos a criar? A democracia não pode ser tolerante com aqueles que a querem destruir.
1. Um vídeo mostrando um rosto limpo, antes da imobilização feita com brutalidade inaceitável por um polícia, um rosto deformado por hematomas, feridas com sangue pisado, olhos e lábios inchados, depois, a mulher acusando o polícia e o polícia acusando a mulher no fim, foi tema de muitas análises. Não vi nenhuma sobre o que terá ficado gravado na psique da criança de oito anos, que assistiu à brutalidade exercida sobre a mãe. Mas desejo que um dia, já adulta, esteja livre de qualquer trauma, provocado pela sociedade em que começou a viver. Como o palhaço triste de Gotham, metaforicamente afundada no lixo moral que o transformou no vilão do Joker.
2. O fenómeno da penetração da extrema-direita nas nossas forças de segurança (foi o Conselho da Europa que o disse) deve ser encarado com urgência, porque as repetidas suspeitas sobre a actuação de alguns dos seus membros degradam o Estado de direito.
Romanos, raças e etnias
Especialmente dedicado a racistas admiradores do império romano
Porque é que ensino raça e etnicidade na antiguidade clássica
(Rebecca Futo Kennedy, Eidolon, 2017/09/11)
«[...] Os romanos são provavelmente o mais famoso povo "misto" da antiguidade e que afirmaram nas suas estórias e nas artes a sua origem de imigrantes e refugiados. Enéias migrou os últimos troianos (fenícios) de Tróia para a Itália, e teve um filho de uma nativa italiana que fundou outra cidade, Alba Longa, de onde terão eventualmente vindo Romulus e Remus. Romulus fundou Roma matando o seu irmão e convidando os bandidos e criminosos que se quisessem juntar a ele. Foi então que, aonperceberem-se que uma cidade não poderia perpetuar-se sem mulheres, raptaram as mulheres Sabinas e casaram-se com elas. Os romanos tiveram reis etruscos, e muitas das cidades que incorporaram no sul da Itália eram colónias gregas. Estes mitos espelhavam a realidade romana.
Porque é que ensino raça e etnicidade na antiguidade clássica
(Rebecca Futo Kennedy, Eidolon, 2017/09/11)
«[...] Os romanos são provavelmente o mais famoso povo "misto" da antiguidade e que afirmaram nas suas estórias e nas artes a sua origem de imigrantes e refugiados. Enéias migrou os últimos troianos (fenícios) de Tróia para a Itália, e teve um filho de uma nativa italiana que fundou outra cidade, Alba Longa, de onde terão eventualmente vindo Romulus e Remus. Romulus fundou Roma matando o seu irmão e convidando os bandidos e criminosos que se quisessem juntar a ele. Foi então que, aonperceberem-se que uma cidade não poderia perpetuar-se sem mulheres, raptaram as mulheres Sabinas e casaram-se com elas. Os romanos tiveram reis etruscos, e muitas das cidades que incorporaram no sul da Itália eram colónias gregas. Estes mitos espelhavam a realidade romana.
2020/02/01
O Estado: questão fundamental do nosso tempo
Interessante como o texto do Ricardo Paes Mamede leva um comentador a efabular sobre pós-modernismos e pós-histórias, desmentidos pela realidade contemporânea, onde eu vejo um marxista a explicar que o papel do estado na sociedade é o critério fundamental que destingue a direita da esquerda.
Marx e Engels foram só os primeiros a ver no estado "O" aparelho repressivo ao serviço da classe dominante. É assim, quando surge, durante o esclavagismo, na sua evolução monárquica do feudalismo e na contemporaneidade do capitalismo e do imperialismo. De acordo com as predições desse modelo explicativo-interventivo continuará a sê-lo durante a democracia do proletariado para reprimir O Capital (tem-se verificado em todas as revoluções e exceptuando o caso de Cuba, mostrado ineficiente nesse papel) até se extinguir ele próprio por evolução para uma superestrutura de gestão numa sociedade sem propriedade privada de meios de produção, fase nunca atingida até porque as zonas geográficas "revolucionadas", maiores ou menores, tiveram e têm de lutar para se defenderem de intensíssimas guerras de agressão por parte do capitalismo hegemónico e portanto não podem prescindir de um estado repressivo.(1)
A direita, porque defensora do capital, da "sua" propriedade privada e da liberdade para maximizar a exploração de quem não possui meios de produção (2) é sempre favorável a um estado repressivo forte na imposição da exploração e fraco na repressão dos desmandos da classe dominante. Independentemente do que propagandeie, prometa ou queira fazer de conta que defende, vai agir sempre no sentido de reforçar o estado de classe repressivo e limitar-lhe a capacidade de distribuir com justiça a riqueza socialmente criada.
A esquerda, enquanto defensora dos que não possuem meios de produção, vai pugnar sempre por um estado que garanta amplas liberdades para a maioria (os que não possuem meios de produção) e reprima os desmandos de quem de facto detém o poder: os proprietários dos meios de produção.(3)
Este é o principal critério para perceber onde andam a esquerda e a direita. As restantes modas, identitárias, culturais, "fracturantes" não passam disso mesmo, de modas a que o facto de a esquerda defender os interesses da maioria (de explorados) e portanto a mudança da ordem vigente, e a direita defender os interesses da minoria (de exploradores) e portanto a manutenção do "estado da coisa", empurram naturalmente para os lado da mudança em detrimento do lado da manutenção, para a esquerda em detrimento da direita, os que pugnam por mudanças na "ordem da coisa".
Afinal o lema da refer&ncia é o critério diferenciador: a esquerda está com o trabalho e a direita com o capital ;-)
A esquerda, a direita e o Estado
(Ricardo Paes Mamede, DN, 2020/01/28)
É um equívoco comum: a ideia de que esquerda e direita se distinguem pelo desejo de mais ou menos Estado. Há esquerda e direita estatizante, como há esquerda e direita libertária. Há direita que se afirma liberal e nada faz (ou pretende fazer) para reduzir a dimensão do Estado, como há esquerda que se diz socialista e contribui activamente para a redução do espaço da intervenção pública. A questão não é apenas conceptual, influencia muitas das opções políticas que são tomadas todos os dias.
Vale a pena lembrar que o Estado contemporâneo é indissociável da emergência e do desenvolvimento do capitalismo. Neste processo, o papel do Estado foi duplamente repressivo: proteger a propriedade privada, não apenas contra os bandidos mas também contra aqueles que se opunham à acumulação de riqueza nas mãos de uns poucos; e submeter pela força outros países e povos, para permitir a expansão do poder económico além-fronteiras.
Marx e Engels foram só os primeiros a ver no estado "O" aparelho repressivo ao serviço da classe dominante. É assim, quando surge, durante o esclavagismo, na sua evolução monárquica do feudalismo e na contemporaneidade do capitalismo e do imperialismo. De acordo com as predições desse modelo explicativo-interventivo continuará a sê-lo durante a democracia do proletariado para reprimir O Capital (tem-se verificado em todas as revoluções e exceptuando o caso de Cuba, mostrado ineficiente nesse papel) até se extinguir ele próprio por evolução para uma superestrutura de gestão numa sociedade sem propriedade privada de meios de produção, fase nunca atingida até porque as zonas geográficas "revolucionadas", maiores ou menores, tiveram e têm de lutar para se defenderem de intensíssimas guerras de agressão por parte do capitalismo hegemónico e portanto não podem prescindir de um estado repressivo.(1)
A direita, porque defensora do capital, da "sua" propriedade privada e da liberdade para maximizar a exploração de quem não possui meios de produção (2) é sempre favorável a um estado repressivo forte na imposição da exploração e fraco na repressão dos desmandos da classe dominante. Independentemente do que propagandeie, prometa ou queira fazer de conta que defende, vai agir sempre no sentido de reforçar o estado de classe repressivo e limitar-lhe a capacidade de distribuir com justiça a riqueza socialmente criada.
A esquerda, enquanto defensora dos que não possuem meios de produção, vai pugnar sempre por um estado que garanta amplas liberdades para a maioria (os que não possuem meios de produção) e reprima os desmandos de quem de facto detém o poder: os proprietários dos meios de produção.(3)
Este é o principal critério para perceber onde andam a esquerda e a direita. As restantes modas, identitárias, culturais, "fracturantes" não passam disso mesmo, de modas a que o facto de a esquerda defender os interesses da maioria (de explorados) e portanto a mudança da ordem vigente, e a direita defender os interesses da minoria (de exploradores) e portanto a manutenção do "estado da coisa", empurram naturalmente para os lado da mudança em detrimento do lado da manutenção, para a esquerda em detrimento da direita, os que pugnam por mudanças na "ordem da coisa".
Afinal o lema da refer&ncia é o critério diferenciador: a esquerda está com o trabalho e a direita com o capital ;-)
A esquerda, a direita e o Estado
(Ricardo Paes Mamede, DN, 2020/01/28)
É um equívoco comum: a ideia de que esquerda e direita se distinguem pelo desejo de mais ou menos Estado. Há esquerda e direita estatizante, como há esquerda e direita libertária. Há direita que se afirma liberal e nada faz (ou pretende fazer) para reduzir a dimensão do Estado, como há esquerda que se diz socialista e contribui activamente para a redução do espaço da intervenção pública. A questão não é apenas conceptual, influencia muitas das opções políticas que são tomadas todos os dias.
Vale a pena lembrar que o Estado contemporâneo é indissociável da emergência e do desenvolvimento do capitalismo. Neste processo, o papel do Estado foi duplamente repressivo: proteger a propriedade privada, não apenas contra os bandidos mas também contra aqueles que se opunham à acumulação de riqueza nas mãos de uns poucos; e submeter pela força outros países e povos, para permitir a expansão do poder económico além-fronteiras.
2020/01/29
Bolivia: os golpistas atuam como se fossem governo
Os golpistas do regime de Añez prendem 1400 opositores, fecham rádios, reprimem a contestação e preparam a chapelada que pretendem fazer passar por eleições com a ajuda da OEA que patrocinou o golpe. Ao mesmo tempo, o partido com maior representação parlamentar já nomeou os seu candidatos à presidência e vice-presidência e um novo estudo do MIT revela que não houve fraude eleitoral e Evo Morales foi mesmo eleito à primeira volta.
Entretanto os media corporativos portugueses decretaram que "En Bolivia No Se Pasa Nada", just business as usual, enquanto o governo português assobia para o ar.
Polícia boliviana respondeu com repressão a quem exigia justiça em El Alto -- Os agentes lançaram gás lacrimogéneo para dispersar as centenas de pessoas que esta quinta-feira exigiram justiça para as vítimas do massacre de Senkata, durante os protestos contra o golpe de Estado. (2020/03/06 . AbrilAbril)
Não houve fraude, revela estudo do MIT - Media corporativos silenciam o estudo de investigadores do MIT que chegaram à mesma conclusão de outro estudo publicado ainda em novembro: o então presidente boliviano havia sido reeleito à primeira volta. O jornal norte-americano Washington Post publicou uma análise nesta quinta-feira (27/02) que aponta que as eleições de outubro de 2019 na Bolívia, que indicavam a reeleição do hoje ex-presidente Evo Morales, foram legítimas, sem indicativos de fraude. A conclusão é a mesma de um estudo publicado em novembro pelo Centro de Pesquisa Econômica e Política (CEPR).(2020/02/27 - Opera Mundi)
Entretanto os media corporativos portugueses decretaram que "En Bolivia No Se Pasa Nada", just business as usual, enquanto o governo português assobia para o ar.
Polícia boliviana respondeu com repressão a quem exigia justiça em El Alto -- Os agentes lançaram gás lacrimogéneo para dispersar as centenas de pessoas que esta quinta-feira exigiram justiça para as vítimas do massacre de Senkata, durante os protestos contra o golpe de Estado. (2020/03/06 . AbrilAbril)
Não houve fraude, revela estudo do MIT - Media corporativos silenciam o estudo de investigadores do MIT que chegaram à mesma conclusão de outro estudo publicado ainda em novembro: o então presidente boliviano havia sido reeleito à primeira volta. O jornal norte-americano Washington Post publicou uma análise nesta quinta-feira (27/02) que aponta que as eleições de outubro de 2019 na Bolívia, que indicavam a reeleição do hoje ex-presidente Evo Morales, foram legítimas, sem indicativos de fraude. A conclusão é a mesma de um estudo publicado em novembro pelo Centro de Pesquisa Econômica e Política (CEPR).(2020/02/27 - Opera Mundi)
2020/01/27
Chile - A brutal repressão da policia de Piñeras
Em 32 semanas de luta por uma constituição democrática, a policia de choque do regime neoliberal de Piñeras mistura gás pimenta e soda caústica nos depósitos dos canhões de água para queimar a pele e cegar os manifestantes, dispara chumbo grosso à altura dos olhos, tendo cegado dezenas de manifestantes e destruido a vista de centenas, já assassinou 43 manifestantes e ainda ninguém foi preso. Tudo muito democrático, muito livre e liberal.
En Chile No Pasa Nada! Ou pelo menos é disso que as Agências de Informação Centralizada nos querem convencer. As televisões portuguesas conseguiram não dizer nada sobre o chumbo nos olhos, não mostrar os jovens atropelados por carros de combate, não falar no gás pimenta e na soda cáustica misturados nos depósitos dos canhões de água. Como? "Critérios Editoriais" dizem eles. Corporação Censórea contrapomos nós, censura decretada pelas Agências de Informação Centralizada.
Mas está a acontecer e são inúmeros os media alternativos a noticiar os crimes do regime de Piñeras.
Estudantes fazem a maior manifestação do ano contra governo de Piñera, na capital do Chile -- Protesto é ápice da semana em que revoltas voltaram a acontecer na capital do país, após retorno de férias estudantis.(2020/03/07 O Globo)
Central Unitária de Trabalhadores do Chile lança ofensiva a favor da nova Constituição -- A CUT iniciou uma campanha, em articulação com os partidos da oposição, no sentido de apelar ao voto favorável a uma nova Constituição no referendo de 26 de Abril próximo.(2020/02/13)
En Chile No Pasa Nada! Ou pelo menos é disso que as Agências de Informação Centralizada nos querem convencer. As televisões portuguesas conseguiram não dizer nada sobre o chumbo nos olhos, não mostrar os jovens atropelados por carros de combate, não falar no gás pimenta e na soda cáustica misturados nos depósitos dos canhões de água. Como? "Critérios Editoriais" dizem eles. Corporação Censórea contrapomos nós, censura decretada pelas Agências de Informação Centralizada.
Mas está a acontecer e são inúmeros os media alternativos a noticiar os crimes do regime de Piñeras.
Estudantes fazem a maior manifestação do ano contra governo de Piñera, na capital do Chile -- Protesto é ápice da semana em que revoltas voltaram a acontecer na capital do país, após retorno de férias estudantis.(2020/03/07 O Globo)
Central Unitária de Trabalhadores do Chile lança ofensiva a favor da nova Constituição -- A CUT iniciou uma campanha, em articulação com os partidos da oposição, no sentido de apelar ao voto favorável a uma nova Constituição no referendo de 26 de Abril próximo.(2020/02/13)
França - a greve que os media querem esconder
Em França todos os dias há greves, manifestações, concentrações contra a reforma do sistema de pensões. Estranhamente nada disto "acontece" nas capas dos jornais corporativos ou nos telejornais das televisões portuguesas.
Mas a luta dos franceses é uma realidade. Aqui ficam algumas ligações para meios alternativos que as têm noticiado.
Protestos contra a reforma das pensões continuam fortes em França -- Milhares de pessoas voltaram a manifestar-se, esta quinta-feira, nas ruas de diversas cidades francesas para exigir a retirada do projecto de reforma das pensões de Macron, que já está a ser debatido.
Protestos contra a reforma das pensões em França mantêm-se há 2 meses -- Centenas de milhares de pessoas manifestaram-se em várias cidades francesas, esta quinta-feira, no âmbito da nona jornada de protestos contra o projecto de reforma das pensões de Macron.(2020/02/07)
Um directo não editado da manifestação de hoje 2020/01/28 - Melanchon sobre a gréve e a manifestação.
Nova greve geral em França contra alteração das reformas -- Uniões sindicais e outros sectores convocaram para sexta-feira, 24, nova greve geral em França, contra a alteração do sistema de reformas dos trabalhadores, a qual o governo formaliza nesse dia.
França É a Linha da Frente na Guerra Contra a Segurança Social -- Milhões de franceses lutam há semanas contra o assalto do governo de Emmanuel Macron ao sistema de segurança social, desenvolvido a rogo do sistema financeiro privado, ansioso por transformar em lucros os descontos de vidas de trabalho.
Nuevas protestas en Francia contra reforma de pensiones -- Las manifestaciones y paros en rechazo a la reforma del sistema de pensiones se suma a las de los "Chalecos Amarillos" contra las políticas de Emmanuel Macron.
Mais de 1,5 milhão nas ruas em protesto contra a reforma de Macron -- A CGT caracterizou como «histórica» a jornada de mobilização desta quinta-feira, afirmando que estiveram nas ruas de França cerca de 1 700 000 manifestantes, mais que no primeiro dia de protestos, a 5 de Dezembro.
Sindicatos não dão tréguas a Macron e mantêm pressão contra a reforma das pensões
AbrilAbril -- No final do 13.º dia de greves e da terceira jornada de mobilização nacional contra a reforma das pensões, a maioria dos sindicatos recusou a trégua natalícia que o governo de Macron tentou obter.
Mas a luta dos franceses é uma realidade. Aqui ficam algumas ligações para meios alternativos que as têm noticiado.
Protestos contra a reforma das pensões continuam fortes em França -- Milhares de pessoas voltaram a manifestar-se, esta quinta-feira, nas ruas de diversas cidades francesas para exigir a retirada do projecto de reforma das pensões de Macron, que já está a ser debatido.
Protestos contra a reforma das pensões em França mantêm-se há 2 meses -- Centenas de milhares de pessoas manifestaram-se em várias cidades francesas, esta quinta-feira, no âmbito da nona jornada de protestos contra o projecto de reforma das pensões de Macron.(2020/02/07)
Um directo não editado da manifestação de hoje 2020/01/28 - Melanchon sobre a gréve e a manifestação.
Nova greve geral em França contra alteração das reformas -- Uniões sindicais e outros sectores convocaram para sexta-feira, 24, nova greve geral em França, contra a alteração do sistema de reformas dos trabalhadores, a qual o governo formaliza nesse dia.
França É a Linha da Frente na Guerra Contra a Segurança Social -- Milhões de franceses lutam há semanas contra o assalto do governo de Emmanuel Macron ao sistema de segurança social, desenvolvido a rogo do sistema financeiro privado, ansioso por transformar em lucros os descontos de vidas de trabalho.
Nuevas protestas en Francia contra reforma de pensiones -- Las manifestaciones y paros en rechazo a la reforma del sistema de pensiones se suma a las de los "Chalecos Amarillos" contra las políticas de Emmanuel Macron.
Mais de 1,5 milhão nas ruas em protesto contra a reforma de Macron -- A CGT caracterizou como «histórica» a jornada de mobilização desta quinta-feira, afirmando que estiveram nas ruas de França cerca de 1 700 000 manifestantes, mais que no primeiro dia de protestos, a 5 de Dezembro.
Sindicatos não dão tréguas a Macron e mantêm pressão contra a reforma das pensões
AbrilAbril -- No final do 13.º dia de greves e da terceira jornada de mobilização nacional contra a reforma das pensões, a maioria dos sindicatos recusou a trégua natalícia que o governo de Macron tentou obter.
2020/01/25
A História É Uma Arma da Luta de Classes
Há 75 anos o Exército Vermelho libertou Auschwitz
(Gustavo Carneiro, Avante!, 2020/01/23)
A reescrita da História é um dos eixos da ofensiva ideológica do grande capital que marca o nosso tempo
Assinala-se na próxima segunda-feira, 27 de Janeiro, 75 anos sobre a libertação do campo de extermínio nazi de Auschwitz. Do muito que já se disse sobre o assunto, e do que seguramente se dirá nos próximos dias nos meios de comunicação social dominados pelo grande capital, não sobressai devidamente a identidade do libertador: a União Soviética e o seu Exército Vermelho.
Só quem andar distraído poderá achar estranho semelhante desvalorização ou mesmo ocultação, tal a dimensão e descaramento das operações de reescrita da História que marcam o nosso tempo. Elas são parte integrante da ofensiva ideológica que acompanha – e enquadra – o brutal e multifacetado ataque do imperialismo contra os direitos dos trabalhadores e dos povos.
(Gustavo Carneiro, Avante!, 2020/01/23)
A reescrita da História é um dos eixos da ofensiva ideológica do grande capital que marca o nosso tempo
Assinala-se na próxima segunda-feira, 27 de Janeiro, 75 anos sobre a libertação do campo de extermínio nazi de Auschwitz. Do muito que já se disse sobre o assunto, e do que seguramente se dirá nos próximos dias nos meios de comunicação social dominados pelo grande capital, não sobressai devidamente a identidade do libertador: a União Soviética e o seu Exército Vermelho.
Só quem andar distraído poderá achar estranho semelhante desvalorização ou mesmo ocultação, tal a dimensão e descaramento das operações de reescrita da História que marcam o nosso tempo. Elas são parte integrante da ofensiva ideológica que acompanha – e enquadra – o brutal e multifacetado ataque do imperialismo contra os direitos dos trabalhadores e dos povos.
2020/01/24
As #fakenews da RTP (III)
O substantivo é: vigarice!
(facebroncas, 2020/01/18)
No telejornal das 20:00 de 18/01 mostraram umas imagens às quais sobrepuseram excertos de declarações de uma entrevista telefónica com o presidente da câmara da Loures descontextualizando-as e deturpando-as. Só isso já seria desonesto. Mas desta vez conseguiram ir mais além.
A abertura da peça salienta a preocupação do autarca com o fim de uma PPP omitindo, propositada e desonestamente, que a principal preocupação é com o facto de não ser claro que a esse anunciado fim se venha ou não a seguir uma nova PPP, em lugar da passagem do Hospital para uma gestão pública, tal como defende o partido do autarca e o próprio autarca. Os textos em voz off e as intervenções da pivot, inseridas entre declarações do autarca, mantêm na obscuridade, desonesta e propositadamente, a oposição frontal do autarca à continuação da PPP.
Nunca tinha assistido a coisa tão manhosa.
Agradeço que transmita este texto tal como está aos assalariados que editaram a entrevista telefónica, à assalariada que leu os trechos capciosos, à estagiária que fez de pivot e aos editores do referido programa, com a adjetivação que se segue:
Sois uns vigaristas desonestos. Tende vergonha na cara sua corja fabricantes de #fakenews
sem mais
************************
A continuação do diálogo:
(facebroncas, 2020/01/18)
No telejornal das 20:00 de 18/01 mostraram umas imagens às quais sobrepuseram excertos de declarações de uma entrevista telefónica com o presidente da câmara da Loures descontextualizando-as e deturpando-as. Só isso já seria desonesto. Mas desta vez conseguiram ir mais além.
A abertura da peça salienta a preocupação do autarca com o fim de uma PPP omitindo, propositada e desonestamente, que a principal preocupação é com o facto de não ser claro que a esse anunciado fim se venha ou não a seguir uma nova PPP, em lugar da passagem do Hospital para uma gestão pública, tal como defende o partido do autarca e o próprio autarca. Os textos em voz off e as intervenções da pivot, inseridas entre declarações do autarca, mantêm na obscuridade, desonesta e propositadamente, a oposição frontal do autarca à continuação da PPP.
Nunca tinha assistido a coisa tão manhosa.
Agradeço que transmita este texto tal como está aos assalariados que editaram a entrevista telefónica, à assalariada que leu os trechos capciosos, à estagiária que fez de pivot e aos editores do referido programa, com a adjetivação que se segue:
Sois uns vigaristas desonestos. Tende vergonha na cara sua corja fabricantes de #fakenews
sem mais
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A continuação do diálogo:
2020/01/22
Não são muitas a oportunidades para partilhar descrições factuais sobre a evolução da guerra de baixa intensidade movida pelos eua contra a nação venezuelana. São ainda menos os canais onde se conseguem divulgar essas descrições e ainda mais raros são os que atingem grandes audiências. Por tudo isso, é importante partilhar entre as nossas amizades os artigos que se opõem às narrativas dos agressores que tentam diabolizar os agredidos. @Refer&ncia
A Novela Das Marionetas de Trump na Venezuela
(João Pedro Stedile*, A Terra é Redonda/O Lado Oculto, 2020/01/20)
De usurpação em usurpação, o homem de mão de Trump na Venezuela, Juan Gaidó, prossegue a sua saga contra as instituições democráticas ao mesmo tempo que vai esfacelando a oposição de direita. Não na sua qualidade de presidente da República “interino” mas na de “presidente” de um parlamento paralelo decidiu nomear um chefe fascista ausente do país para “recuperar” a estação de televisão Telesur, espaço de liberdade de expressão e informação na América Latina. Desconhece-se como se processará o assalto às instalações e fontes de emissão, mas Washington não desiste de agitar Guaidó.
A Novela Das Marionetas de Trump na Venezuela
(João Pedro Stedile*, A Terra é Redonda/O Lado Oculto, 2020/01/20)
De usurpação em usurpação, o homem de mão de Trump na Venezuela, Juan Gaidó, prossegue a sua saga contra as instituições democráticas ao mesmo tempo que vai esfacelando a oposição de direita. Não na sua qualidade de presidente da República “interino” mas na de “presidente” de um parlamento paralelo decidiu nomear um chefe fascista ausente do país para “recuperar” a estação de televisão Telesur, espaço de liberdade de expressão e informação na América Latina. Desconhece-se como se processará o assalto às instalações e fontes de emissão, mas Washington não desiste de agitar Guaidó.
Temos Pena: A Culpa É Dos EUA
Será possível ver como se comporta um país que deixe de obedecer aos EUA sem que os EUA o boicotem, bloqueiem, sancionem, subvertam e pirateiem?
Veja-se o exemplo português. Os EUA nunca sancionaram o botas, nunca bloquearam o regime do botas, deixaram o botas sossegado e até o aceitaram na NATO e nós só levámos 48 anos a ver-nos livre do botismo, mas pusemos-lhe um fim.
Veja-se o exemplo da Arábia Saudita, regime mais democrático não há e, tal como o do botas, nunca os EUA os sancionaram, bloquearam ou boicotaram, nem mesmo quando o Príncipe saudita cortou ás postas o jornalista do New York Times na embaixada da Arábia Saudita em Istambul ...
Veja-se o exemplo do Iraque. Bastou o parlamento iraquiano aprovar uma lei a pedir para tropas estrangeiras abandonarem o país, para os EUA o ameaçarem com as "mais terríveis sanções e o bloqueio da conta que o Iraque tem nos EUA por onde passa o dinheiro todo da venda de petróleo" ...
Deixem os venezuelanos tratar deles mesmos e veremos o que acontece, mas enquanto os EUA continuarem a nomear um Metedó, a organizar golpes e a roubar o dinheiro da Venezuela temos pena: a culpa é dos EUA 😎
Veja-se o exemplo português. Os EUA nunca sancionaram o botas, nunca bloquearam o regime do botas, deixaram o botas sossegado e até o aceitaram na NATO e nós só levámos 48 anos a ver-nos livre do botismo, mas pusemos-lhe um fim.
Veja-se o exemplo da Arábia Saudita, regime mais democrático não há e, tal como o do botas, nunca os EUA os sancionaram, bloquearam ou boicotaram, nem mesmo quando o Príncipe saudita cortou ás postas o jornalista do New York Times na embaixada da Arábia Saudita em Istambul ...
Veja-se o exemplo do Iraque. Bastou o parlamento iraquiano aprovar uma lei a pedir para tropas estrangeiras abandonarem o país, para os EUA o ameaçarem com as "mais terríveis sanções e o bloqueio da conta que o Iraque tem nos EUA por onde passa o dinheiro todo da venda de petróleo" ...
Deixem os venezuelanos tratar deles mesmos e veremos o que acontece, mas enquanto os EUA continuarem a nomear um Metedó, a organizar golpes e a roubar o dinheiro da Venezuela temos pena: a culpa é dos EUA 😎
2020/01/19
As Pensões de Reforma Que Pararam a França
França É a Linha da Frente na Guerra Contra a Segurança Social
(Salim Lamrani*, L’Humanité/O Lado Oculto, 2020/01/18)
Milhões de franceses lutam há semanas contra o assalto do governo de Emmanuel Macron ao sistema de segurança social, desenvolvido a rogo do sistema financeiro privado, ansioso por transformar em lucros os descontos de vidas de trabalho. E, contudo, o sistema francês de pensões – considerado um dos melhores do mundo - é saudável e capaz de absorver naturalmente o défice, de tal maneira que os próprios mentores da “reforma” admitem que não haveria urgência em fazê-la. Como a seguir se demonstra nas respostas do académico Salim Lamrani a 10 perguntas sobre o assunto, bastaria, por exemplo, que as mulheres tivessem salários iguais aos dos homens ou que houvesse um combate sério à evasão fiscal para o actual sistema de pensões estar perfeitamente equilibrado. França é, pois, a linha da frente da luta decisiva contra a ofensiva pela privatização da Segurança Social que mina a União Europeia. O neoliberalismo não dá tréguas.
(Salim Lamrani*, L’Humanité/O Lado Oculto, 2020/01/18)
Milhões de franceses lutam há semanas contra o assalto do governo de Emmanuel Macron ao sistema de segurança social, desenvolvido a rogo do sistema financeiro privado, ansioso por transformar em lucros os descontos de vidas de trabalho. E, contudo, o sistema francês de pensões – considerado um dos melhores do mundo - é saudável e capaz de absorver naturalmente o défice, de tal maneira que os próprios mentores da “reforma” admitem que não haveria urgência em fazê-la. Como a seguir se demonstra nas respostas do académico Salim Lamrani a 10 perguntas sobre o assunto, bastaria, por exemplo, que as mulheres tivessem salários iguais aos dos homens ou que houvesse um combate sério à evasão fiscal para o actual sistema de pensões estar perfeitamente equilibrado. França é, pois, a linha da frente da luta decisiva contra a ofensiva pela privatização da Segurança Social que mina a União Europeia. O neoliberalismo não dá tréguas.
2020/01/13
A Saúde Pública a Pagar Lucros Privados
SNS – Problemas e soluções
(Isabel do Carmo, Púbico, 2019/12/07)
Qualquer de nós que trabalhou em hospitais sabe que o que deseja a maioria dos recém-especialistas é ser contratada e ficar no SNS. Estará o Estado à espera que lhes aconteça como à menina do Capuchinho Vermelho e que venha um lobo e os coma? É que os lobos estão por aí. É o mercado…
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem aparecido aos olhos do público como sendo um caos, mas não é um caos. Convém ver a quem aproveita esse retrato e claro que se chega facilmente à conclusão que aproveita a quem vive do negócio da saúde: serviços privados e seguros. Não é o caso dos profissionais do SNS, que acreditam que este é um serviço que está na base, a par da Educação e da Segurança Social, do que nos resta na luta pela igualdade. Serviço público baseado no Orçamento Geral do Estado (OGE), o qual vive sobretudo dos impostos, que são progressivos. Um esforço de compensação das desigualdades de rendimentos. É também para isto que servem os nossos impostos. Podemos ter uma doença crónica como a diabetes ou uma doença aguda como um infarto ou um acidente vascular cerebral, sem temermos ficar na miséria, endividados ou morrer sem assistência.
(Isabel do Carmo, Púbico, 2019/12/07)
Qualquer de nós que trabalhou em hospitais sabe que o que deseja a maioria dos recém-especialistas é ser contratada e ficar no SNS. Estará o Estado à espera que lhes aconteça como à menina do Capuchinho Vermelho e que venha um lobo e os coma? É que os lobos estão por aí. É o mercado…
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem aparecido aos olhos do público como sendo um caos, mas não é um caos. Convém ver a quem aproveita esse retrato e claro que se chega facilmente à conclusão que aproveita a quem vive do negócio da saúde: serviços privados e seguros. Não é o caso dos profissionais do SNS, que acreditam que este é um serviço que está na base, a par da Educação e da Segurança Social, do que nos resta na luta pela igualdade. Serviço público baseado no Orçamento Geral do Estado (OGE), o qual vive sobretudo dos impostos, que são progressivos. Um esforço de compensação das desigualdades de rendimentos. É também para isto que servem os nossos impostos. Podemos ter uma doença crónica como a diabetes ou uma doença aguda como um infarto ou um acidente vascular cerebral, sem temermos ficar na miséria, endividados ou morrer sem assistência.
2020/01/12
A Saúde: Factos X Senso Comum Neoliberal
Muito bom. Uma excelente panorâmica que, da minha perspetiva, só peca em dois aspetos. Um é não denunciar o real motivo para o "bom" desempenho mediático do neoliberalismo: os media pertencem às mesmas corporações com participações cruzadas na saúde privada, e são esses media corporativos a impôr a agenda da ideologia dominante. O outro é propor um link para uma opinião neoliberalista sobre o papão da "carga fiscal" que não esclarece sobre quem recai esse alegado aumento, se sobre o trabalho ou o capital, nem sobre a diferença, em Portugal muito clara, entre impostos e contribuições sociais. É que, para quem não saiba, o aumento do emprego e dos salários faz crescer direta e imediatamente as contribuições sociais arrecadadas, e isso é bom porque significa que há mais trabalho e melhores salários.
O “caos” na Saúde, dizem eles
(Isabel do Carmo, Púbico, 2020/01/11)
Este clima atinge algo que é precioso – a relação utente ou doente com os serviços públicos e nomeadamente a relação médico-doente, que deve ir além da mera tecnocracia do diagnóstico e terapêutica.
O “caos” na Saúde, dizem eles
(Isabel do Carmo, Púbico, 2020/01/11)
Este clima atinge algo que é precioso – a relação utente ou doente com os serviços públicos e nomeadamente a relação médico-doente, que deve ir além da mera tecnocracia do diagnóstico e terapêutica.
2020/01/10
Mas ninguém os põe no lugar?
Estou cansado.
Vejo o país com a maior divida externa do mundo, a maior divida externa per capita do mundo, um país que vive do papel que imprime e impinge ao mundo como coisa de valor colocar-se na mais completa ilegalidade, praticar a mais abjeta pirataria, bombardear, invadir, ocupar, roubar, matar, torturar, trair e enganar, sem que o mundo o faça calar-se e remeter-se ao seu lugar de estado pária, terrorista, renegado a quem a comunidade internacional tem de socorrer para impor um governo que respeite o resto do mundo na sua legitima diversidade.
Olho para o mundo e vejo os eua a assassinarem um general de um país de que não gostam porque sim, porque não gostam. Vejo-os a manter tropas de ocupação na Síria, impunemente, apesar de o governo sirio já os ter mandado para a terra deles inúmeras vezes. Vejo-os a ocuparem militarmente o Iraque porque querem ver paga em petróleo a guerra que aí mantêm desde 2003, mesmo depois de o parlamento e o governo os terem finalmente mandado para casa. Vejo-os apoiar entusiásticamente um golpe de estado na Bolivia e o governo golpista que se lhe seguiu. Vejo-os intervir descaradamente na Venezuela, estrafegando o país com sanções ilegais, nomeando um pró-consul que mete dó, roubando e vilipendiando, organizando golpes e financiando golpistas. Vejo-os a apoiar a ocupação israelita de jerusalém à revelia de todas as resoluções e votações da ONU. Continuo a assistir a um bloqueio de 59 anos que não conseguiu dobrar um povo de Vencedores do Impossível.
E tenho de ver um miserável capacho, careca, verde bilioso, afirmar perante as câmaras que está e estará ao lado desse estado terrorista.
Estou cansado.
Vejo o país com a maior divida externa do mundo, a maior divida externa per capita do mundo, um país que vive do papel que imprime e impinge ao mundo como coisa de valor colocar-se na mais completa ilegalidade, praticar a mais abjeta pirataria, bombardear, invadir, ocupar, roubar, matar, torturar, trair e enganar, sem que o mundo o faça calar-se e remeter-se ao seu lugar de estado pária, terrorista, renegado a quem a comunidade internacional tem de socorrer para impor um governo que respeite o resto do mundo na sua legitima diversidade.
Olho para o mundo e vejo os eua a assassinarem um general de um país de que não gostam porque sim, porque não gostam. Vejo-os a manter tropas de ocupação na Síria, impunemente, apesar de o governo sirio já os ter mandado para a terra deles inúmeras vezes. Vejo-os a ocuparem militarmente o Iraque porque querem ver paga em petróleo a guerra que aí mantêm desde 2003, mesmo depois de o parlamento e o governo os terem finalmente mandado para casa. Vejo-os apoiar entusiásticamente um golpe de estado na Bolivia e o governo golpista que se lhe seguiu. Vejo-os intervir descaradamente na Venezuela, estrafegando o país com sanções ilegais, nomeando um pró-consul que mete dó, roubando e vilipendiando, organizando golpes e financiando golpistas. Vejo-os a apoiar a ocupação israelita de jerusalém à revelia de todas as resoluções e votações da ONU. Continuo a assistir a um bloqueio de 59 anos que não conseguiu dobrar um povo de Vencedores do Impossível.
E tenho de ver um miserável capacho, careca, verde bilioso, afirmar perante as câmaras que está e estará ao lado desse estado terrorista.
Estou cansado.
2020/01/09
A Morte "privada" Que Desapareceu dos Media
A Leonor não cabe na campanha
(Daniel Oliveira, in Espesso, 2020/01/08)
A morte de Leonor vai ficar nos registos do Hospital Garcia de Orta. O hospital público onde teve o tratamento que merecia. Infelizmente, tarde demais. Leonor, com 12 anos, tinha dores fortes e febre. Foi atendida pela primeira vez a 17 de dezembro, fez análises para saber se tinha uma infeção urinária e depois foi medicada para um problema muscular. A 20 de dezembro piorou e no dia seguinte voltou ao hospital. Nem a camisola a mandaram tirar, diz a mãe. Com enormes dores, gritou. A pediatra disse que ela não podia sentir tantas dores depois do medicamento que lhe tinha sido ministrado. Aconselhou uma consultada com um pedopsiquiatra. Estaria a pedir atenção.
(Daniel Oliveira, in Espesso, 2020/01/08)
A morte de Leonor vai ficar nos registos do Hospital Garcia de Orta. O hospital público onde teve o tratamento que merecia. Infelizmente, tarde demais. Leonor, com 12 anos, tinha dores fortes e febre. Foi atendida pela primeira vez a 17 de dezembro, fez análises para saber se tinha uma infeção urinária e depois foi medicada para um problema muscular. A 20 de dezembro piorou e no dia seguinte voltou ao hospital. Nem a camisola a mandaram tirar, diz a mãe. Com enormes dores, gritou. A pediatra disse que ela não podia sentir tantas dores depois do medicamento que lhe tinha sido ministrado. Aconselhou uma consultada com um pedopsiquiatra. Estaria a pedir atenção.
2020/01/08
A Estupidificação Da Nova Ordem Capitalista
As modernidades para lá do espelho
(Manuel Augusto Araújo, AbrilAbril, 2020/01/07)
Ultrapassado o espelho da «modernidade» assumida por algumas esquerdas, por mais que lapidem a realidade o que se encontra, de facto, é a renúncia a uma sociedade que se oponha à desordem do mundo actual.
A batalha ideológica que se trava desde que Marx estabeleceu as traves mestras de interpretação do mundo, em que a ideia central é a relação entre o capital e o trabalho, a luta de classes, as relações entre infra-estrutura e superestrutura, tem sido intensa e, na actualidade, é polarizada pelo imperialismo norte-americano que persegue dois grandes objectivos consonantes: um económico e outro cultural.
(Manuel Augusto Araújo, AbrilAbril, 2020/01/07)
Ultrapassado o espelho da «modernidade» assumida por algumas esquerdas, por mais que lapidem a realidade o que se encontra, de facto, é a renúncia a uma sociedade que se oponha à desordem do mundo actual.
A batalha ideológica que se trava desde que Marx estabeleceu as traves mestras de interpretação do mundo, em que a ideia central é a relação entre o capital e o trabalho, a luta de classes, as relações entre infra-estrutura e superestrutura, tem sido intensa e, na actualidade, é polarizada pelo imperialismo norte-americano que persegue dois grandes objectivos consonantes: um económico e outro cultural.
2020/01/06
A Guerra Vigarista
Acabo de ouvir um opinadeiro na TSF afirmar que o Irão ameaça os interesses norte-americanos no médio oriente.
Vejamos se consigo compreender a coisa.
O médio oriente fica a uns 5000 km do território norte americano.
O Irão fica a uns 5000 km dos EUA, mais coisa menos coisa.
O Irão não tem bases militares no estrangeiro.
Os EUA têm mais de 20 bases militares em redor do Irão.
E o Irão é que ameaça os interesses dos EUA?
Ninguém mais nota um certo facciosismo na opinião do opinadeiro?
Vejamos se consigo compreender a coisa.
O médio oriente fica a uns 5000 km do território norte americano.
O Irão fica a uns 5000 km dos EUA, mais coisa menos coisa.
O Irão não tem bases militares no estrangeiro.
Os EUA têm mais de 20 bases militares em redor do Irão.
E o Irão é que ameaça os interesses dos EUA?
Ninguém mais nota um certo facciosismo na opinião do opinadeiro?
2020/01/05
O Negócio Prisional Privado
As privatizações ressuscitam o feudalismo
(Paul Craig Roberts, in Resistir, 03/01/2020)
A América é um país de escândalos. O mais recente é a utilização do trabalho dos call centers prisionais pelo multimilionário judeu Mike Bloomberg a fim de divulgar a propaganda da sua campanha presidencial.
Parece-me que o ataque de Bloomberg à Constituição americana é que constitui o escândalo, não a sua utilização da mão-de-obra prisional. Bloomberg quer revogar a Segunda Emenda e desarmar o povo americano exactamente no momento em que o país está a desmoronar espiritualmente, moralmente, economicamente e politicamente.
(Paul Craig Roberts, in Resistir, 03/01/2020)
A América é um país de escândalos. O mais recente é a utilização do trabalho dos call centers prisionais pelo multimilionário judeu Mike Bloomberg a fim de divulgar a propaganda da sua campanha presidencial.
Parece-me que o ataque de Bloomberg à Constituição americana é que constitui o escândalo, não a sua utilização da mão-de-obra prisional. Bloomberg quer revogar a Segunda Emenda e desarmar o povo americano exactamente no momento em que o país está a desmoronar espiritualmente, moralmente, economicamente e politicamente.
Tens fome? Vai vender sangue!
Ceifando o sangue dos pobres dos EUA: a mais recente etapa do capitalismo
(Alan MacLeod, MintPress O Diário.info, 2019/01/04)
Para boa parte do mundo, doar sangue é puramente um acto de solidariedade; um dever cívico que os saudáveis cumprem para ajudar os necessitados. A ideia de ser pago por tal acção seria considerada bizarra. Mas nos Estados Unidos é um grande negócio. De facto, na desgraçada economia de hoje, em que cerca de 130 milhões de norte-americanos admitem a incapacidade de pagar por necessidades básicas como alimentação, habitação ou assistência médica, comprar e vender sangue é uma das poucas indústrias em expansão que restam nos EUA.
(Alan MacLeod, MintPress O Diário.info, 2019/01/04)
Para boa parte do mundo, doar sangue é puramente um acto de solidariedade; um dever cívico que os saudáveis cumprem para ajudar os necessitados. A ideia de ser pago por tal acção seria considerada bizarra. Mas nos Estados Unidos é um grande negócio. De facto, na desgraçada economia de hoje, em que cerca de 130 milhões de norte-americanos admitem a incapacidade de pagar por necessidades básicas como alimentação, habitação ou assistência médica, comprar e vender sangue é uma das poucas indústrias em expansão que restam nos EUA.
2020/01/03
As #fakenews da RTP (II)
Sobre a utilização da "voz off" para manipular o conteúdo das imagens.
Acabo de ver, na rtp 3 16:00, uma "peça" onde se pode ouvir uma voz off afirmar que o assassínio do general iraniano é festejado nas ruas (tendo por fundo um vídeo de telemóvel de uma longa bandeira iraquiana transportada por aquilo que parecem 1 dezena de pessoas aos saltos) e condenado pelo governo (tendo por fundo uns milhares de pessoas enlutadas).
Recapitulemos. A montagem "mostra" 10 pessoas (20?) aos saltos a comemorar (0k, à revelia do que a rtp nos habitou, acreditemos que) o assassinio do general iraniano e, em seguida, uns milhares de luto (acreditemos que) pelo assassinio do mesmo general iraniano. O texto lido diz: nas ruas comemora-se e o governo condena.
Perguntas: porque é que as primeiras 10 (20?) pessoas são "as ruas" e as segundas milhares de pessoas são "o governo"? Quem é que escreveu o texto que subverte o conteúdo das imagens? Porque é que em lugar de uma informação honesta o "critério editorial" da rtp é dar voz a um texto faccioso e manipulador que não reflete o conteúdos das imagens? Quando é que pensam contratar jornalistas, dos honestos e vertebrados e dispensar os mercenários vigaristas?
Acabo de ver, na rtp 3 16:00, uma "peça" onde se pode ouvir uma voz off afirmar que o assassínio do general iraniano é festejado nas ruas (tendo por fundo um vídeo de telemóvel de uma longa bandeira iraquiana transportada por aquilo que parecem 1 dezena de pessoas aos saltos) e condenado pelo governo (tendo por fundo uns milhares de pessoas enlutadas).
Recapitulemos. A montagem "mostra" 10 pessoas (20?) aos saltos a comemorar (0k, à revelia do que a rtp nos habitou, acreditemos que) o assassinio do general iraniano e, em seguida, uns milhares de luto (acreditemos que) pelo assassinio do mesmo general iraniano. O texto lido diz: nas ruas comemora-se e o governo condena.
Perguntas: porque é que as primeiras 10 (20?) pessoas são "as ruas" e as segundas milhares de pessoas são "o governo"? Quem é que escreveu o texto que subverte o conteúdo das imagens? Porque é que em lugar de uma informação honesta o "critério editorial" da rtp é dar voz a um texto faccioso e manipulador que não reflete o conteúdos das imagens? Quando é que pensam contratar jornalistas, dos honestos e vertebrados e dispensar os mercenários vigaristas?
2020/01/01
A Moda ao Serviço da Ideologia Dominante
É «moderno» aceitar a pobreza?
(AbrilAbril, 2019/08/29)
A ideologia dominante vai encontrando formas de perpetuar a exploração através do discurso. E é sobretudo aos jovens que tenta vender como «modernas» as «velhas» condições de precariedade a que muitos estão sujeitos.
A precariedade laboral tem consequências directas sobre aqueles que a sofrem. Nos últimos anos, pudemos ver como os meios de comunicação dominante normalizaram e tentaram classificar como «modernas» ou «ecológicas» – e até «anti-sistema» e «anti-consumismo» – as condições em que os trabalhadores com vínculos precários vivem.
(AbrilAbril, 2019/08/29)
A ideologia dominante vai encontrando formas de perpetuar a exploração através do discurso. E é sobretudo aos jovens que tenta vender como «modernas» as «velhas» condições de precariedade a que muitos estão sujeitos.
A precariedade laboral tem consequências directas sobre aqueles que a sofrem. Nos últimos anos, pudemos ver como os meios de comunicação dominante normalizaram e tentaram classificar como «modernas» ou «ecológicas» – e até «anti-sistema» e «anti-consumismo» – as condições em que os trabalhadores com vínculos precários vivem.