«até no meio da casta amestrada dos politólogos começam a ouvir-se considerações sobre a «direitização da política», tão evidente ela é.»
José Goulão*
Com este senhor é fácil. Cada cavadela, cada minhoca. Mais um artigo, é mais um a ler com tempo e até ao derradeiro ponto final.
Obviamente, fica aqui o link do artigo para futura Refer&ncia.
*O artigo de opinião foi publicado no AbrilAbril a 29/06/2017
«Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação. Só há liberdade a sério quando pertencer ao povo o que o povo produzir.»(Sérgio Godinho)
2017/06/30
Repressão na Argentina sem cobertura mediática
Não viram? A repressão policial na Argentina não abriu os telejornais? A miséria argentina não tem interesse mediático? Imaginem se fosse mais acima, ali entre a Colômbia e o Brasil. Chama-se "media corporativo ao serviço do capital" e reproduz a ideologia dominante, a ideologia burguesa.
2017/06/27
O Rui é que vai ser
É no Manifesto74 que, mais uma vez, puxam o banquinho de baixo do rabiosque aos sonsos. Tá-se mesmo a ver que depois das autárquicas, com tempo, quando as coisas estiverem mais amenas, passado o verão, os fogos, a abertura do ano escolar, lhe dão um pontapé e o substituem por outro que esse sim, esse é que vai ser, esse é que vai ser diferente, homem honesto, impoluto, que não seja politico como o Cavaco nunca foi durante os 20 anos em que andou de governo em governo até chegar a presidente por mais 10, o próximo é que vai ser diferente dos outros todos, vai trabalhar pelo país, por todos, que isto não há uns melhores do que os outros e os ricos e os eucaliptos não são menos do que os pobres e os sobreiros e eles é que criam empregos e riqueza na floresta, não é quem produz nos empregos nem as hortas dos reformados, diferente do maldito Passos, do Barroso que se pirou pa Bruxelas, do Cavaco mais lá sua entourage bêpênista, o próximo é que vai ser. Um homem honesto, impoluto, que vai fazer pelo país. Acredite ;-)
2017/06/25
Fogos, consistências e inconsistências
Já li melhores. Digo isto a propósito de uma opinião do João Dinis no abrilabril.
Não vou falar da forma que merecia uma redacção mais cuidada - e ainda vai a tempo de a fazer, ou alguém por ele, é uma das vantagens do digital sobre a letra pintada a preto no papel que custa árvores - mas vou deter-me em três aspectos do discurso.
O primeiro é o apelo à demissão da ministra, primeira brecha numa politica, consistente e corretamente mantida neste quadrante politico, de que as pessoas pouco importam, relevantes são as politicas. É para manter? A politica? Quero dizer, a consistência da politica alicerçada na realidade da história ou vamos começar a ceder no estratégico ao conjuntural em nome de mais uns sapos de grande porte engolidos para manter o pafismo longe do sns, dos circulos uninominais e da ruina da segurança social? Eu confesso, sou adepto incondicional desta solução viabilizada por uma AR pela primeira vez democrática em 41 anos, mas prefiro um pragmatismo alicerçado numa consistência teorica a arrepios de populismo conjuntural. Cuidado, vão no bom caminho, mas é estreito e não convém deixar ir o menino com a àgua suja do banho. Ou se pede a demissão do conjunto ou se exije a mudança radical da politica, incluindo os investimentos necessários ao arrepio dos mandantes.
O segundo é a falta de cristalina clareza no apontar do dedo. O Agostinho Lopes já fez melhor com uma raiva sem fim ao escrever que uma melhor politica de protecção da floresta e de combate ao fogo é possivel. É! Escreve ele que é possivel, mas é mais cara e Bruxelas não deixa e essa é a principal causa das desgraças - incluindo as florestais - que grassam neste bocado de planeta. É preciso denunciar e repetir à exaustão os nomes de quem impôe uma floresta de combustivel em nome de uma fileira do papel: O Capital das celuloses, os seus serventuários de Bruxelas e os moços de recados do centrão "Social-Democrata" aqui nos limites do império. É verdade, é verdade que a culpa é de uma PAC toda ela orientada para uma agricultura privadamente industrializada, com o objectivo único do lucro, sem a menor preocupação com as reais necessidades alimentares ou a sustentabilidade dessa agricultura intensiva. Mas mais uma vez cuidado, cuidado com os voluntarismos populistas. A mecanização, industrialização, robotização e informatização da agricultura é um processo - felizmente - imparável. A história está aí a demonstrá-lo. Antes dos sindicatos e das reivindicações queimaram-se teares, só com raiva, os teares ficaram e hoje um Engenheiro de Sistemas controla 10, 20, 50 teares a partir de uma consola, 50 teares mantidos por 5 técnicos especializados e controlados por um engenheiro a partir de uma consola. Chama-se progresso tecnológico. É inelutavel. As lutas no campo já foram pela jornada de oito horas, e hoje que os esclavagistas a vão estendendo às dez e doze, os migrantes lutam por melhores condições ergonómicas dos tabuleiros rotativos que impõem o ritmo na apanha da alface. Chama-se progresso tecnológico. É imparável. Felizmente. Há que o pôr ao serviço do Trabalho e da sustentabilidade da vida.
O terceiro é a ausência da enumeração e da descrição das soluções propostas por quem as conhece. A CNA tem vindo a propor ano após ano uma outra política agrícola, florestal, decente. Os Verdes têm propostas ambientais, propostas para uma floresta sustentavel. Têm não têm? Quais? Enumerem-nas, descrevam-nas. O emparcelamento como via para o aumento da rentabilidade e da sustentabilidade da floresta? Pois. E mais? E mais? E mais? Como diz o moço do macdrive. E mais? Cada vez que oiço um comunista a dizer que não são precisas mais comissões, e não são, de facto, porque já foi tudo estudado e dito e redito e impresso com tinta preta em papel que custa florestas, fico sempre com a pergunta: e quais?
E ao terceiro dia elas vieram: resultados da reunião do PCP com o 1º ministro
Bom, o link para o objecto deste escrito já está lá em cima, mas só para quem tenha chegado aqui e ganho curiosidade, fica aqui mais uma vez.
Não vou falar da forma que merecia uma redacção mais cuidada - e ainda vai a tempo de a fazer, ou alguém por ele, é uma das vantagens do digital sobre a letra pintada a preto no papel que custa árvores - mas vou deter-me em três aspectos do discurso.
O primeiro é o apelo à demissão da ministra, primeira brecha numa politica, consistente e corretamente mantida neste quadrante politico, de que as pessoas pouco importam, relevantes são as politicas. É para manter? A politica? Quero dizer, a consistência da politica alicerçada na realidade da história ou vamos começar a ceder no estratégico ao conjuntural em nome de mais uns sapos de grande porte engolidos para manter o pafismo longe do sns, dos circulos uninominais e da ruina da segurança social? Eu confesso, sou adepto incondicional desta solução viabilizada por uma AR pela primeira vez democrática em 41 anos, mas prefiro um pragmatismo alicerçado numa consistência teorica a arrepios de populismo conjuntural. Cuidado, vão no bom caminho, mas é estreito e não convém deixar ir o menino com a àgua suja do banho. Ou se pede a demissão do conjunto ou se exije a mudança radical da politica, incluindo os investimentos necessários ao arrepio dos mandantes.
O segundo é a falta de cristalina clareza no apontar do dedo. O Agostinho Lopes já fez melhor com uma raiva sem fim ao escrever que uma melhor politica de protecção da floresta e de combate ao fogo é possivel. É! Escreve ele que é possivel, mas é mais cara e Bruxelas não deixa e essa é a principal causa das desgraças - incluindo as florestais - que grassam neste bocado de planeta. É preciso denunciar e repetir à exaustão os nomes de quem impôe uma floresta de combustivel em nome de uma fileira do papel: O Capital das celuloses, os seus serventuários de Bruxelas e os moços de recados do centrão "Social-Democrata" aqui nos limites do império. É verdade, é verdade que a culpa é de uma PAC toda ela orientada para uma agricultura privadamente industrializada, com o objectivo único do lucro, sem a menor preocupação com as reais necessidades alimentares ou a sustentabilidade dessa agricultura intensiva. Mas mais uma vez cuidado, cuidado com os voluntarismos populistas. A mecanização, industrialização, robotização e informatização da agricultura é um processo - felizmente - imparável. A história está aí a demonstrá-lo. Antes dos sindicatos e das reivindicações queimaram-se teares, só com raiva, os teares ficaram e hoje um Engenheiro de Sistemas controla 10, 20, 50 teares a partir de uma consola, 50 teares mantidos por 5 técnicos especializados e controlados por um engenheiro a partir de uma consola. Chama-se progresso tecnológico. É inelutavel. As lutas no campo já foram pela jornada de oito horas, e hoje que os esclavagistas a vão estendendo às dez e doze, os migrantes lutam por melhores condições ergonómicas dos tabuleiros rotativos que impõem o ritmo na apanha da alface. Chama-se progresso tecnológico. É imparável. Felizmente. Há que o pôr ao serviço do Trabalho e da sustentabilidade da vida.
O terceiro é a ausência da enumeração e da descrição das soluções propostas por quem as conhece. A CNA tem vindo a propor ano após ano uma outra política agrícola, florestal, decente. Os Verdes têm propostas ambientais, propostas para uma floresta sustentavel. Têm não têm? Quais? Enumerem-nas, descrevam-nas. O emparcelamento como via para o aumento da rentabilidade e da sustentabilidade da floresta? Pois. E mais? E mais? E mais? Como diz o moço do macdrive. E mais? Cada vez que oiço um comunista a dizer que não são precisas mais comissões, e não são, de facto, porque já foi tudo estudado e dito e redito e impresso com tinta preta em papel que custa florestas, fico sempre com a pergunta: e quais?
E ao terceiro dia elas vieram: resultados da reunião do PCP com o 1º ministro
Bom, o link para o objecto deste escrito já está lá em cima, mas só para quem tenha chegado aqui e ganho curiosidade, fica aqui mais uma vez.
2017/06/23
O Anticomunismo da Ideologia Burguesa
A melhor forma de comemorar Outubro é produzir desassossego, abanar consciências, revolucionar. Manuel Gusmão conseguiu fazê-lo com uma intervenção nas comemorações do centenário da Revolução de Outubro.
E porque lhe quis arranjar mais um poiso no ciberespaço, além da referência acima, deixo aqui também uma cópia.
A ideologia burguesa é a ideologia da burguesia. Dizer isto não é uma banalidade sem consequências ou uma mera tautologia. É que uma das características básicas da ideologia burguesa consiste em recusar que seja uma ideologia e que seja referida a um sujeito social preciso, a burguesia. Assim, a maior parte das vezes, a ideologia burguesa tenta fazer-se passar por uma espécie de senso comum, ou por uma difusa doxa, uma espécie de “opinião pública” que atravessasse as fronteiras entre as diferentes classes. Todas essas formas de se considerar a si mesma, comportam gestos que visam recusar e dificultar a sua percepção como ideologia, ou seja, como um conjunto de representações, imagens do mundo e valores que exprimem os interesses e as necessidades de reprodução das condições de existência de uma determinada classe social.
Uma outra das suas características básicas que visa também dificultar a sua percepção como ideologia que representa os interesses, os desejos e os fantasmas de uma classe social, manifesta-se no seu carácter intensamente contraditório, flexível, destinado a adaptar-se a um número extensível de conjunturas e a diferentes funções-sujeito.
Sendo social e colectivamente produzida, a ideologia burguesa funciona como uma banca onde se vão buscar estruturas pré-fabricadas de sentidos que asseguram aos indivíduos uma estruturação e uma afirmação de si próprio como sujeito. Podemos dizer que o indivíduo abstracto burguês é um produto das relações de produção capitalistas e da ideologia burguesa que se apresenta como um pensamento que seria uma função de tal sujeito. Ou seja, a ideologia burguesa constitui um sujeito ilusoriamente criador de um pensamento, que é de facto fabricado algures. A essência agressiva da ideologia burguesa tem no seu coração o anticomunismo.
A grande Revolução Socialista de Outubro é a primeira revolução operária vencedora e constitui por isso a demonstração prática, e na história, da necessidade e da possibilidade da revolução. A necessidade da revolução de Outubro é a necessidade de resolver ou superar revolucionariamente o feixe de contradições que caracteriza qualquer sociedade capitalista. Por outro lado a possibilidade de uma tal revolução torna-se evidente e investigável face aos acontecimentos históricos que marcam a Comuna de Paris e que ligam essa experiência à da revolução de Outubro.
Marx e Engels utilizam a palavra ideologia em duas acepções: a restrita e a geral.” (João Vasco Fagundes, «Fragmentos sobre ideologia, de Vasco Magalhães-Vilhena: Alguns Tópicos para Reflexão, O Militante, nº 344, p.47).
“Aquilo que é criticado na ideologia dos jovens hegelianos, não é o poder de idealização, não é o caracter ideal das ideias, as ideias não são criticadas por serem ideias. Aquilo que é criticado nos jovens hegelianos, sobre a designação de ideologia, é o idealismo que comanda as suas concepções, é a autonomia absoluta que eles conferem às ideias, é a desconsideração da génese e do vínculo objectivo das ideias com a realidade e a prática social que a transforma; é, no fundo, a atribuição às ideias do estatuto de fundamento da realidade, levando a que as relações entre o ser social e consciência social surjam invertidas, assim como invertidas surgem a relações entre, por exemplo, base e superestrutura e entre valor e preço. (…)
Como afirma Vasco Magalhães-Vilhena: “ideológico” é penas uma outra palavra para idealista”. Vasco Magalhães-Vilhena, Fragmentos sobre a Ideologia (idem 36, p.50).
“Na sua acepção geral, a ideologia traduz, para Marx e para Engels, o conjunto das formas da consciência social, que se ergue sobre uma base social dada, o acervo das representações sociais, dos objectivos, desígnios, ideias, opiniões, e formas de sentir disponíveis, a cada momento na sociedade.
A este título, a categoria histórico-filosófica de ideologia significa concepção geral do mundo e da vida que, simultaneamente, reflete a marca social da sua origem, e projecta eixos de actuação prática sobre a realidade. (João Vasco Fagundes, idem, p.48-49)
A revolução de 1917, situando-se embora na continuidade da Comuna de Paris, implica alguns traços inovadores onde podemos ter em conta as diferenças entre essa tradição e o modo como deles se pode extrair a possibilidade efectiva da revolução.
O anticomunismo é uma das formações da ideologia burguesa de conteúdo mais virulento e agressivo.
Porque o anticomunismo visa desacreditar a ideia de que uma revolução socialista é uma forma necessária e possível de resolver ou superar revolucionariamente o feixe de contradições que caracteriza qualquer sociedade capitalista.
A grande Revolução Socialista de Outubro é um acontecimento histórico que demonstra na prática a necessidade e a possibilidade dessa revolução. Situando-se no primeiro quartel do século XX, e sucedendo a uma série de insurreições operárias, em 1830, 1848 e 1871, passando pela experiência de 1905, na própria Rússia, a Revolução Socialista de Outubro estabelece uma linha de continuidade com aquelas rebeliões operárias nas quais introduz características inovadoras que certamente justificam o facto de esta ser a primeira revolução que vence.
Lenine propõe ao congresso do Partido Operário Social Democrata Russo (bolchevique) de 1918, que o partido passe a designar-se Partido Comunista, homenageando assim os militantes operários da Comuna de Paris. Reclamando-se assim de uma continuidade com anteriores insurreições operárias, o Partido inscreve na sua adaptação programática alguns traços inovadores que poderão ter contribuído para a vitória da Revolução de Outubro.
O anticomunismo, enquanto arma fundamental da ideologia burguesa, indica a direcção e a orientação fundamental da sua estratégia de mistificação. Os seus diferentes temas visam assegurar a “invisibilidade” dos comunistas ou da alternativa comunista. Por isso, um dos eixos fundamentais do seu comportamento é o sistemático, prolongado e implacável silenciamento da sua voz, das suas propostas, da sua história, indiscernível da história, dos últimos 150 anos, em particular, dos povos. O mesmo se passa em Portugal.
O silenciamento do PCP é assumido por um discurso que atribui ao excluído a responsabilidade por aquilo que é assim apresentado como a sua autoexclusão. É o que o próprio PCP é, aquilo porque tem combatido e combate, que é a razão da sua (auto)exclusão. A exclusão do PCP é, por outro lado, “justificada” porque o PCP “está fechado à realidade”. A credibilização desta ideia passa por uma manipulação completa da realidade. Assim, o PCP não aparece na realidade portuguesa porque dela foi previamente retirado. A televisão não concede a palavra ao PCP, ignora iniciativas, grandes reuniões, debates de propostas para os problemas do país, lutas um pouco por todo o território nacional e em variadíssimos sectores da vida nacional, e depois conclui que o PCP está calado, não tem opinião ou a sua opinião não é visível. Nos debates sobre os grandes temas económicos, políticos e sociais, frequentemente não há comunistas. O argumento, que podem explicitar, ou deixar que as pessoas o infiram: é o de que não há comunistas que sejam especialistas dessa matéria, ou que tenham ideias interessantes sobre aquela outra matéria. Isto torna-se mais escandaloso quando o tema parece trazer consigo os comunistas, os trabalhadores, a sua luta. Suponhamos uma luta de empresa ou a luta num sector profissional. Se é demasiado escandaloso não convidar nenhum representante dos trabalhadores, da CGTP ou dos comunistas, a dificuldade pode ser contornada convidando a participar um elemento da UGT, mesmo que nada efectivamente represente nessa luta ou nesse sector de actividade, ou um especialista universitário de “sociologia do trabalho” que represente os interesses patronais.
A manipulação da realidade, a fabricação do consenso e a imposição da obediência
A televisão e os media em geral apresentam as medidas que o governo (seja ele um qualquer governo que conduza uma política de direita) vem tomando como inevitáveis. Esta é uma das características que identificam a política de direita: a inevitabilidade é uma espécie de deus ex maquina que governa a situação política, social e económica portuguesa. A tentativa de convencer dessa inevitabilidade representa uma activa imposição da obediência, baseada na generalização de um falso consenso, que é sobretudo a obtenção, pela violência psicossocial e pela aculturação, de uma disposição para o consentimento. Esse consenso manipulado que se visa impor é também a partilha de uma outra ideia que não precisa de ser explicitada para ficar a pairar suspensa, ao nível sub-consciente dos espectadores, mas sempre que necessário pronta a ser reactivada, segundo a qual o capitalismo é a realidade, a ordem natural das coisas; e a realidade é um dado intransponível, imóvel e intransformável, contra o qual nada se pode fazer. O PCP, ao não aceitar esta realidade que representaria o final da evolução histórica [houve história mas já não há – é o máximo de flexibilidade consentida] mostra assim estar fora da realidade.
A “realidade” é configurada pelos grandes meios audiovisuais de forma intensamente mistificadora. Desde os programas de informação ao conjunto da programação; tudo trabalha para impôr uma noção de realidade.
A realidade é algo de inteiramente visível: é algo que se vê completamente, no ecrã de televisão, que mostra o que se passa (presente), ou o que se passou, (passado) e se pode passar (futuro).
Telenovelas, noticiários, diversos tipos de talk-shows, concursos, documentários, séries, filmes, tudo se homogeneíza num discurso uniforme e absolutamente dominante, que absorve qualquer reparo crítico, que tende a impor modelos de reconhecimento da realidade e padrões de comportamentos aceitáveis.
Toda a descrição da realidade é, neste quadro, subordinada à definição de objectivos a alcançar, num determinado momento. Os reality-shows, por exemplo, não se limitam a pôr ou a “dar” em espectáculo aquilo que é a realidade, mas constroem modelos de comportamento susceptíveis de serem reconhecidos e adoptados. As sondagens mais do que diagnósticos de um estado da opinião são construções tendentes a induzir determinados resultados. Os programas de entretenimento potenciam o que já é conhecido quanto aos valores e desejos maioritários e tendem a torná-los ainda mais maioritários.
É conhecido o fenómeno da espectacularização do político e da aplicação da lógica da publicidade comercial à propaganda política. São os efeitos de expansão de dois dos grandes valores da ideologia burguesa, que reflectem duas tendências do desenvolvimento do capitalismo contemporâneo: a mercadoria – a tendência para a mercantilização de todas as relações sociais e humanas; e o espectáculo - a tendência para a espectacularização de todas as esferas da vida humana.
Estes dois valores e tendências exprimem a imposição de dois modelos da organização burguesa do viver social: o mercado, que tende a substituir o diálogo e o confronto no espaço público e o espectáculo, que impõe a distância e promove uma satisfação ilusória dos desejos dos cidadãos reduzidos de participantes a espectadores.
A ideologia burguesa, jogando com estes dois valores, acaba por confundir o funcionamento do mercado capitalista com o funcionamento da democracia e este com o da representação.
São várias as formulações produzidas sobretudo na área das relações internacionais onde os representantes do imperialismo e das potências capitalistas identificam, numa confusão deliberada, as sociedades democráticas como “sociedades de livre mercado”. Essa confusão é tal que, para a ideologia burguesa dizer que as sociedades democráticas são sociedades de mercado e estas são necessariamente sociedades democráticas é rigorosamente equivalente, embora essa equivalência possa ser empiricamente refutada.
Uma idolatria da representação
Por outro lado, pode dizer-se que a ideologia burguesa é uma idolatria da representação. A sua concepção da democracia tende a esgotar-se no mecanismo de representação, que introduz ou supõe uma separação inultrapassável entre representantes e representados. Essa separação traduz-se numa forte desigualdade na participação e exercício do poder. A maioria da população só pode ser representada, ou seja, a sua participação no poder limita-se à escolha de quem serão os seus representantes. A pressão das divisões sociais procede a uma evidente (e, contudo, silenciosa) selecção social dos representantes. Assim, os trabalhadores tendem a ser representados por indivíduos com outras origens e situações de classe.
É claro que as sociedades baseadas na exploração do trabalho e na opressão dos trabalhadores tudo fazem para autonomizarem a representação, da função pela qual ela é representação de outros. Assistimos então a uma manipulação da representação, de tal forma empreendida, que os representantes em vez de cuidarem da fidelidade àqueles que os escolheram para os representarem, constroem a representação como modelação retroactiva dos representados.
A representação pode então tornar-se um colossal embuste: os representantes escolhem e fabricam os conteúdos da representação; modelam e remodelam a vontade daqueles mesmos que os “escolheram” como seus representantes e que, nesse preciso momento, ficam sem efectiva representação.
A representação da realidade processa-se através de frases onde os verbos são dominantemente verbos de descrição. Entretanto esses textos, mais do que descrições de estados de coisas, são indicações de comportamentos e de gestos, de acções a serem desempenhadas pelos “parceiros” da comunicação.
“Os partidos são todos iguais”
Pode dizer-se que esta “fórmula”, embora parecendo corresponder à experiência real que os eleitores têm dos partidos burgueses e da mistificação que é a representação formal na democracia burguesa, é desviada desse terreno e é posta a funcionar fundamentalmente contra o PCP. Porque o PCP é o partido mais diferente, pela sua natureza de classe, pela teoria que o guia, pelos objectivos imediatos e finais que prossegue, pelas regras explícitas do seu funcionamento, o PCP deveria ser a opção eleitoral de inúmeros eleitores fartos de serem enganados pelos partidos em que têm votado. Entretanto a fórmula “são todos iguais” é usada particularmente por aqueles que, desesperados com o sistemático logro em que são levados a cair, não são ainda capazes de alterarem a sua opção de voto e votarem no PCP. A fórmula “são todos iguais” é assim uma espécie de seguro de vida para os partidos da política de direita que assim conseguem que os seus eleitores rigorosamente não vejam a diferença dos comunistas.
E porque lhe quis arranjar mais um poiso no ciberespaço, além da referência acima, deixo aqui também uma cópia.
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A ideologia burguesa é a ideologia da burguesia. Dizer isto não é uma banalidade sem consequências ou uma mera tautologia. É que uma das características básicas da ideologia burguesa consiste em recusar que seja uma ideologia e que seja referida a um sujeito social preciso, a burguesia. Assim, a maior parte das vezes, a ideologia burguesa tenta fazer-se passar por uma espécie de senso comum, ou por uma difusa doxa, uma espécie de “opinião pública” que atravessasse as fronteiras entre as diferentes classes. Todas essas formas de se considerar a si mesma, comportam gestos que visam recusar e dificultar a sua percepção como ideologia, ou seja, como um conjunto de representações, imagens do mundo e valores que exprimem os interesses e as necessidades de reprodução das condições de existência de uma determinada classe social.
Uma outra das suas características básicas que visa também dificultar a sua percepção como ideologia que representa os interesses, os desejos e os fantasmas de uma classe social, manifesta-se no seu carácter intensamente contraditório, flexível, destinado a adaptar-se a um número extensível de conjunturas e a diferentes funções-sujeito.
Sendo social e colectivamente produzida, a ideologia burguesa funciona como uma banca onde se vão buscar estruturas pré-fabricadas de sentidos que asseguram aos indivíduos uma estruturação e uma afirmação de si próprio como sujeito. Podemos dizer que o indivíduo abstracto burguês é um produto das relações de produção capitalistas e da ideologia burguesa que se apresenta como um pensamento que seria uma função de tal sujeito. Ou seja, a ideologia burguesa constitui um sujeito ilusoriamente criador de um pensamento, que é de facto fabricado algures. A essência agressiva da ideologia burguesa tem no seu coração o anticomunismo.
A grande Revolução Socialista de Outubro é a primeira revolução operária vencedora e constitui por isso a demonstração prática, e na história, da necessidade e da possibilidade da revolução. A necessidade da revolução de Outubro é a necessidade de resolver ou superar revolucionariamente o feixe de contradições que caracteriza qualquer sociedade capitalista. Por outro lado a possibilidade de uma tal revolução torna-se evidente e investigável face aos acontecimentos históricos que marcam a Comuna de Paris e que ligam essa experiência à da revolução de Outubro.
Marx e Engels utilizam a palavra ideologia em duas acepções: a restrita e a geral.” (João Vasco Fagundes, «Fragmentos sobre ideologia, de Vasco Magalhães-Vilhena: Alguns Tópicos para Reflexão, O Militante, nº 344, p.47).
“Aquilo que é criticado na ideologia dos jovens hegelianos, não é o poder de idealização, não é o caracter ideal das ideias, as ideias não são criticadas por serem ideias. Aquilo que é criticado nos jovens hegelianos, sobre a designação de ideologia, é o idealismo que comanda as suas concepções, é a autonomia absoluta que eles conferem às ideias, é a desconsideração da génese e do vínculo objectivo das ideias com a realidade e a prática social que a transforma; é, no fundo, a atribuição às ideias do estatuto de fundamento da realidade, levando a que as relações entre o ser social e consciência social surjam invertidas, assim como invertidas surgem a relações entre, por exemplo, base e superestrutura e entre valor e preço. (…)
Como afirma Vasco Magalhães-Vilhena: “ideológico” é penas uma outra palavra para idealista”. Vasco Magalhães-Vilhena, Fragmentos sobre a Ideologia (idem 36, p.50).
“Na sua acepção geral, a ideologia traduz, para Marx e para Engels, o conjunto das formas da consciência social, que se ergue sobre uma base social dada, o acervo das representações sociais, dos objectivos, desígnios, ideias, opiniões, e formas de sentir disponíveis, a cada momento na sociedade.
A este título, a categoria histórico-filosófica de ideologia significa concepção geral do mundo e da vida que, simultaneamente, reflete a marca social da sua origem, e projecta eixos de actuação prática sobre a realidade. (João Vasco Fagundes, idem, p.48-49)
A revolução de 1917, situando-se embora na continuidade da Comuna de Paris, implica alguns traços inovadores onde podemos ter em conta as diferenças entre essa tradição e o modo como deles se pode extrair a possibilidade efectiva da revolução.
O anticomunismo é uma das formações da ideologia burguesa de conteúdo mais virulento e agressivo.
Porque o anticomunismo visa desacreditar a ideia de que uma revolução socialista é uma forma necessária e possível de resolver ou superar revolucionariamente o feixe de contradições que caracteriza qualquer sociedade capitalista.
A grande Revolução Socialista de Outubro é um acontecimento histórico que demonstra na prática a necessidade e a possibilidade dessa revolução. Situando-se no primeiro quartel do século XX, e sucedendo a uma série de insurreições operárias, em 1830, 1848 e 1871, passando pela experiência de 1905, na própria Rússia, a Revolução Socialista de Outubro estabelece uma linha de continuidade com aquelas rebeliões operárias nas quais introduz características inovadoras que certamente justificam o facto de esta ser a primeira revolução que vence.
Lenine propõe ao congresso do Partido Operário Social Democrata Russo (bolchevique) de 1918, que o partido passe a designar-se Partido Comunista, homenageando assim os militantes operários da Comuna de Paris. Reclamando-se assim de uma continuidade com anteriores insurreições operárias, o Partido inscreve na sua adaptação programática alguns traços inovadores que poderão ter contribuído para a vitória da Revolução de Outubro.
O anticomunismo, enquanto arma fundamental da ideologia burguesa, indica a direcção e a orientação fundamental da sua estratégia de mistificação. Os seus diferentes temas visam assegurar a “invisibilidade” dos comunistas ou da alternativa comunista. Por isso, um dos eixos fundamentais do seu comportamento é o sistemático, prolongado e implacável silenciamento da sua voz, das suas propostas, da sua história, indiscernível da história, dos últimos 150 anos, em particular, dos povos. O mesmo se passa em Portugal.
O silenciamento do PCP é assumido por um discurso que atribui ao excluído a responsabilidade por aquilo que é assim apresentado como a sua autoexclusão. É o que o próprio PCP é, aquilo porque tem combatido e combate, que é a razão da sua (auto)exclusão. A exclusão do PCP é, por outro lado, “justificada” porque o PCP “está fechado à realidade”. A credibilização desta ideia passa por uma manipulação completa da realidade. Assim, o PCP não aparece na realidade portuguesa porque dela foi previamente retirado. A televisão não concede a palavra ao PCP, ignora iniciativas, grandes reuniões, debates de propostas para os problemas do país, lutas um pouco por todo o território nacional e em variadíssimos sectores da vida nacional, e depois conclui que o PCP está calado, não tem opinião ou a sua opinião não é visível. Nos debates sobre os grandes temas económicos, políticos e sociais, frequentemente não há comunistas. O argumento, que podem explicitar, ou deixar que as pessoas o infiram: é o de que não há comunistas que sejam especialistas dessa matéria, ou que tenham ideias interessantes sobre aquela outra matéria. Isto torna-se mais escandaloso quando o tema parece trazer consigo os comunistas, os trabalhadores, a sua luta. Suponhamos uma luta de empresa ou a luta num sector profissional. Se é demasiado escandaloso não convidar nenhum representante dos trabalhadores, da CGTP ou dos comunistas, a dificuldade pode ser contornada convidando a participar um elemento da UGT, mesmo que nada efectivamente represente nessa luta ou nesse sector de actividade, ou um especialista universitário de “sociologia do trabalho” que represente os interesses patronais.
A manipulação da realidade, a fabricação do consenso e a imposição da obediência
A televisão e os media em geral apresentam as medidas que o governo (seja ele um qualquer governo que conduza uma política de direita) vem tomando como inevitáveis. Esta é uma das características que identificam a política de direita: a inevitabilidade é uma espécie de deus ex maquina que governa a situação política, social e económica portuguesa. A tentativa de convencer dessa inevitabilidade representa uma activa imposição da obediência, baseada na generalização de um falso consenso, que é sobretudo a obtenção, pela violência psicossocial e pela aculturação, de uma disposição para o consentimento. Esse consenso manipulado que se visa impor é também a partilha de uma outra ideia que não precisa de ser explicitada para ficar a pairar suspensa, ao nível sub-consciente dos espectadores, mas sempre que necessário pronta a ser reactivada, segundo a qual o capitalismo é a realidade, a ordem natural das coisas; e a realidade é um dado intransponível, imóvel e intransformável, contra o qual nada se pode fazer. O PCP, ao não aceitar esta realidade que representaria o final da evolução histórica [houve história mas já não há – é o máximo de flexibilidade consentida] mostra assim estar fora da realidade.
A “realidade” é configurada pelos grandes meios audiovisuais de forma intensamente mistificadora. Desde os programas de informação ao conjunto da programação; tudo trabalha para impôr uma noção de realidade.
A realidade é algo de inteiramente visível: é algo que se vê completamente, no ecrã de televisão, que mostra o que se passa (presente), ou o que se passou, (passado) e se pode passar (futuro).
Telenovelas, noticiários, diversos tipos de talk-shows, concursos, documentários, séries, filmes, tudo se homogeneíza num discurso uniforme e absolutamente dominante, que absorve qualquer reparo crítico, que tende a impor modelos de reconhecimento da realidade e padrões de comportamentos aceitáveis.
Toda a descrição da realidade é, neste quadro, subordinada à definição de objectivos a alcançar, num determinado momento. Os reality-shows, por exemplo, não se limitam a pôr ou a “dar” em espectáculo aquilo que é a realidade, mas constroem modelos de comportamento susceptíveis de serem reconhecidos e adoptados. As sondagens mais do que diagnósticos de um estado da opinião são construções tendentes a induzir determinados resultados. Os programas de entretenimento potenciam o que já é conhecido quanto aos valores e desejos maioritários e tendem a torná-los ainda mais maioritários.
É conhecido o fenómeno da espectacularização do político e da aplicação da lógica da publicidade comercial à propaganda política. São os efeitos de expansão de dois dos grandes valores da ideologia burguesa, que reflectem duas tendências do desenvolvimento do capitalismo contemporâneo: a mercadoria – a tendência para a mercantilização de todas as relações sociais e humanas; e o espectáculo - a tendência para a espectacularização de todas as esferas da vida humana.
Estes dois valores e tendências exprimem a imposição de dois modelos da organização burguesa do viver social: o mercado, que tende a substituir o diálogo e o confronto no espaço público e o espectáculo, que impõe a distância e promove uma satisfação ilusória dos desejos dos cidadãos reduzidos de participantes a espectadores.
A ideologia burguesa, jogando com estes dois valores, acaba por confundir o funcionamento do mercado capitalista com o funcionamento da democracia e este com o da representação.
São várias as formulações produzidas sobretudo na área das relações internacionais onde os representantes do imperialismo e das potências capitalistas identificam, numa confusão deliberada, as sociedades democráticas como “sociedades de livre mercado”. Essa confusão é tal que, para a ideologia burguesa dizer que as sociedades democráticas são sociedades de mercado e estas são necessariamente sociedades democráticas é rigorosamente equivalente, embora essa equivalência possa ser empiricamente refutada.
Uma idolatria da representação
Por outro lado, pode dizer-se que a ideologia burguesa é uma idolatria da representação. A sua concepção da democracia tende a esgotar-se no mecanismo de representação, que introduz ou supõe uma separação inultrapassável entre representantes e representados. Essa separação traduz-se numa forte desigualdade na participação e exercício do poder. A maioria da população só pode ser representada, ou seja, a sua participação no poder limita-se à escolha de quem serão os seus representantes. A pressão das divisões sociais procede a uma evidente (e, contudo, silenciosa) selecção social dos representantes. Assim, os trabalhadores tendem a ser representados por indivíduos com outras origens e situações de classe.
É claro que as sociedades baseadas na exploração do trabalho e na opressão dos trabalhadores tudo fazem para autonomizarem a representação, da função pela qual ela é representação de outros. Assistimos então a uma manipulação da representação, de tal forma empreendida, que os representantes em vez de cuidarem da fidelidade àqueles que os escolheram para os representarem, constroem a representação como modelação retroactiva dos representados.
A representação pode então tornar-se um colossal embuste: os representantes escolhem e fabricam os conteúdos da representação; modelam e remodelam a vontade daqueles mesmos que os “escolheram” como seus representantes e que, nesse preciso momento, ficam sem efectiva representação.
A representação da realidade processa-se através de frases onde os verbos são dominantemente verbos de descrição. Entretanto esses textos, mais do que descrições de estados de coisas, são indicações de comportamentos e de gestos, de acções a serem desempenhadas pelos “parceiros” da comunicação.
“Os partidos são todos iguais”
Pode dizer-se que esta “fórmula”, embora parecendo corresponder à experiência real que os eleitores têm dos partidos burgueses e da mistificação que é a representação formal na democracia burguesa, é desviada desse terreno e é posta a funcionar fundamentalmente contra o PCP. Porque o PCP é o partido mais diferente, pela sua natureza de classe, pela teoria que o guia, pelos objectivos imediatos e finais que prossegue, pelas regras explícitas do seu funcionamento, o PCP deveria ser a opção eleitoral de inúmeros eleitores fartos de serem enganados pelos partidos em que têm votado. Entretanto a fórmula “são todos iguais” é usada particularmente por aqueles que, desesperados com o sistemático logro em que são levados a cair, não são ainda capazes de alterarem a sua opção de voto e votarem no PCP. A fórmula “são todos iguais” é assim uma espécie de seguro de vida para os partidos da política de direita que assim conseguem que os seus eleitores rigorosamente não vejam a diferença dos comunistas.
2017/06/21
O Estado Só Tem 3% da Floresta
Banner do Entre as Brumas. |
E sob o titulo Porra de Sísifo diz muito mais, e como o que diz faz todo o sentido, deixo já aqui a devida referência para citar quando vier a jeito.
2017/06/19
A liberdade para desgraçar o próximo
Em pouco tempo surgiram dois exemplos, dois casos, duas àreas em que o interesse coletivo se sobrepoem claramente à liberdade individual de desgraçar o próximo.
Um é o da liberdade individual para não vacinar os filhos. Qualquer que seja o douto argumento dessas mentes esclarecidas, a realidade é que ao não imunizar os filhos, os progenitores estão a criar veiculos para a sobrevivencia da doença, veiculos que poderão atacá-los a eles e servir-se deles para atacar outros, os outros e os filhos dos outros.
Outro foi agora desmascarado por 64 vitimas mortais. A liberdade do proprietário abandonar o seu bocado de floresta aos elementos pôs nas mão do fogo as florestas dos vizinhos, as florestas e as vidas.
Dois casos a demostrar como o interesse coletivo se sobrepoem claramente às opções individuais.
E nem menciono o direito industrial de aquecer o planeta muito para além do que o planeta pode aquecer sem começar a matar os industrializadores.
Já somos demasiados para podermos continuar a agir individualmente contra o bem comum.
Um é o da liberdade individual para não vacinar os filhos. Qualquer que seja o douto argumento dessas mentes esclarecidas, a realidade é que ao não imunizar os filhos, os progenitores estão a criar veiculos para a sobrevivencia da doença, veiculos que poderão atacá-los a eles e servir-se deles para atacar outros, os outros e os filhos dos outros.
Outro foi agora desmascarado por 64 vitimas mortais. A liberdade do proprietário abandonar o seu bocado de floresta aos elementos pôs nas mão do fogo as florestas dos vizinhos, as florestas e as vidas.
Dois casos a demostrar como o interesse coletivo se sobrepoem claramente às opções individuais.
E nem menciono o direito industrial de aquecer o planeta muito para além do que o planeta pode aquecer sem começar a matar os industrializadores.
Já somos demasiados para podermos continuar a agir individualmente contra o bem comum.
2017/06/11
Violadas e obrigadas a casar nos EUA ??? Diz a Slate !!!
Cheguei aqui a partir de um post do tempo das cerejas e ainda não acredito no que os meus olhos leram. A origem é um artigo da Slate francesa baseado num outro de Nicholas Kristof no New York Times.
2017/06/07
Young People With Corbyn
#WhereIsTheresa
The poll, for Good Morning Britain, put the Conservatives on 41.5 per cent, just ahead of Labour on 40.4 per cent, with two days to go until the election.
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