2024/08/25

Ainda sobre a forma como a NA(zi)TO usa o nazismo

O Nazismo Ucraniano Reanimado e Agora Apresentado Como Democrático - Uma Velha História
(Carlos Matos Gomes, Facebroncas)



Estava a ver na SIC Notícias um programa de catequese a propósito guerra na Ucrânia. Não refiro os intervenientes por não serem relevantes. Os catequistas repetem o catecismo. E o catecismo é que na Ucrânia se está a defender a democracia, a liberdade. São catequistas de leituras recentes. O nazismo na Ucrânia é tão antigo foi tão violento como o da Alemanha. Não consta que o nazismo tivesse defendido a democracia e a liberdade… Mas é o que corre por aí.

O nazismo ucraniano nasceu com o nazismo e sobreviveu ao nazismo. Eu conheço as técnicas de contrapropaganda e de propaganda negra. Uma delas é descredibilizar os que desmontam as verdades convenientes. Quanto à Ucrânia todos os que afirmam e demonstram que o regime de Zelenski foi criado pelos Estados Unidos dentro da sua estratégia de domínio da Eurásia e levado a cabo por uma sua funcionária superior Vitória Nuland (Fuck EU) que organizou a revolta da Praça Maidan, tendo como tropa de choque os grupos nazis que nunca desapareceram são apresentados como putinistas. Assim como os que afirmam que o Estado de Israel é terrorista e sionista e que o seu objetivo é eliminar todos os palestinianos são expostos como antissemitas.

Um velho livro que encontrei nas minhas desarrumações, L’ Orquestre Noir, de Frédéric Laurent, antigo jornalista do Libération, editado em 1978, quando não havia Putin, mas Brejnev, não existia a Rússia, mas a União Soviética, contém um capitulo dedicado à extrema direita europeia e ao modo como os aliados recuperaram os nazis ucranianos, trazendo-os para a Alemanha para integrarem os seus serviços de informações e os exércitos secretos para combater a então União Soviética.

“ Imediatamente após o final da Segunda Guerra, com a intenção de evitar a propaganda e as infiltrações comunistas nos campos de refugiados da Áustria e da Alemanha onde se encontravam milhões de pessoas, os serviços de contraespionagem dos Estados Unidos recrutaram em 1946 os efetivos da Organização dos Nacionalistas Ucranianos para controlar e eventualmente liquidar suspeitos. Esta ação recebeu o nome de código de Operação Ohio.

Quem eram os novos defensores do Mundo Livre? Um grupo de extremistas criado em 1929 e que desde 1938 colaborava com os nazis. Tinha feito parte em 1941 de dois batalhões ucranianos « Nachtingale » e «Roland» que sob o comando da Wehrmacht desempenharam um papel importante na invasão da União Soviética. Distinguiram-se por numerosos massacres de judeus e comunistas.

Será com a mesma eficácia com que haviam servido os nazis que os membros da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (Organisation of Ukrainian Nationalists (OUN)) vão cumprir as missões atribuídas pelos americanos, eliminando os seus adversários tidos por progressistas, incluindo moderados julgados como tendo ideias progressistas. Estas eliminações eram sobretudo realizadas pela Sluzhba Bespeky (SB), a polícia secreta da OUN que tinha uma organização idêntica aos serviços de segurança nazis.

A ligação entre os americanos e a SB foi estabelecida pelo capelão do batalhão Nachtingale, de nome Ivan Grinyokh, condecorado com a Cruz de Ferro nazi e que havia trabalhado para a Gestapo.

Segundo uma investigação realizada pelo jornal nova-iorquino Daily News, estima-se entre os quinhentos e os dois mil os criminosos de guerra europeus. Joshua Eileberg, ao tempo presidente da subcomissão da imigração da Câmara de Representantes explicou a impunidade que gozaram nos Estados Unidos:

«O serviço de imigração e o Ministério da Justiça, de que depende, interessavam-se principalmente pelos comunistas e também não queríamos criar conflitos com a Alemanha que fornecera os criminosos que haviam tomado parte nos genocídios sem precedentes na história.»

Outra das razões para impunidade dos nazis é que muitos destes criminosos de guerra eram utilizados durante a guerra fria pelos serviços secretos americanos, como Edgar Laipeniks, antigo agente letão que a CIA empregou nos anos 60, ou Vilis Haznurs, acusado de ter massacrado centenas de judeus em Riga, em 1941, e que a CIA empregou nas emissões da Rádio Livre

A Operação Ohio ilustra uma das principais razões pela qual o fascismo não se extinguiu com o nazismo. Como candidamente revela a história oficial do Pentágono: «Apesar de isso não aparecer nas diretivas oficiais, o serviço de contra espionagem das forças armadas dos Estados Unidos compreendeu rapidamente que a sua missão primária de desnazificação seria substituído pelo problema soviético.» Em menos de um ano aqueles que tinham sido os primeiros a descobrir o horror dos campos de concentração integravam a seu lado os autores, os nazis e os fascistas contra os soviéticos .

Esta inversão de situações enquadrava-se na prioridade de Winston Churchill (que apenas se preocupara com o nazismo como ameaça de ataque a Inglaterra e jamais com a sua ideologia racista e totalitária — que ele saudou como um bom sistema em conversações com Mussolini — ao cunhar a expressão «Cortina de Ferro», que era de facto um ameaça ao capitalismo, à desigualdade social, o regime de privilégios, o sistema financeiro dominado pelo FED, a Reserva Federal Americana e o dólar.

O nazismo ucraniano é antigo e persistente, está impregnado na sociedade e no aparelho de Estado e veio à superfície logo que os Estados Unidos criaram as condições para que ele se pudesse manifestar, criando um veículo que foi Zelenski. O processo de recuperação dos nazis ucranianos para a “nova democracia” amiga do Ocidente, candidata à NATO e à União Europeia segue exatamente o mesmo caminho - o aproveitamento dos nazis como agentes contra os inimigos russos - que foi percorrido logo após o final da Segunda Guerra. A questão não é pois a de defesa de liberdade e democracia, é de ter tropas sem escrúpulos para executar ações criminosas à margem do controlo das opiniões públicas e sem legitimidade que os Estados entendem levar a cabo.

Para os que lêem francês aqui ficam os scans de algumas páginas. A propósito, o diabo não é diabo por ser mau, é por ser velho. A história que sai das máquinas da Bimby não sabe de onde vêem as coisas e por isso as apresenta como novidades acabas de cozinhar.

Nachtigall, batalhão hitleriano da NATO

Nachtigall, batalhão hitleriano da NATO
(José Goulão, AbrilAbril, 2024.08.19)

Um simples raciocínio aristotélico revela-nos que a NATO recorre ao nazi-fascismo como parte do seu arsenal de metodologias para tentar governar o mundo, preservar a ordem totalitária «baseada em regras».
Nachtigall é o nome escolhido pelo 3.º Batalhão do 14.º regimento separado da Força Aérea Ucraniana que participa na invasão da Rússia iniciada em 6 de Agosto, uma operação que tinha como alvo – falhado – a destruição da central nuclear de Kursk. Se concretizado, seria mais um crime de guerra a somar à longa lista dos que devem ser assacados ao regime nazi-banderista ucraniano criado e pago desde 2014 pela NATO e a União Europeia.

O objectivo desta tentativa terrorista de causar uma tragédia humana de dimensões incalculáveis a partir dos arredores da pequena cidade de Kurchatov era de tal maneira estratégico para um exército ucraniano a desmoronar-se que, perante o falhanço, a junta de Kiev tentou substituí-lo pela destruição – ou pelo menos a desactivação catastrófica da central nuclear de Zaporizhia – a maior da Ucrânia e actualmente sob controlo russo. Os dois drones que atingiram exactamente o mesmo ponto do sistema de refrigeração – o que exclui automaticamente a hipótese de engano e de andarem à deriva – foram lançados por Kiev e quanto a isso não existem quaisquer dúvidas. Tanto mais que, estando a central sob controlo russo, a possibilidade de o ataque ter sido cometido pelas tropas de Moscovo só pode ser admitida por políticos e comentadores mentalmente transtornados ou viciados em mentiras sem pés nem cabeça destinadas a um vasto rebanho de acéfalos.

O objectivo prioritário do regime ucraniano parece ser o de provocar uma imensa tragédia nuclear com a esperança de que do caos emerja a sua sobrevivência. Uma estratégia de desespero, no que é acompanhado por sociopatas que, sob várias bandeiras, abundam no ventre da NATO.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), essa organização da ONU sofrendo de um viés nazi-banderista como a casa-mãe, parece andar ainda à procura dos responsáveis por estas acções desesperadas, em estado de negação perante as evidências, o que a deixa supor afectada por igual transtorno.

O batalhão Nachtigall faz questão de se distinguir, também para fins mediáticos, no quadro desta invasão ucraniana, fazendo cair pela base a já tão desvalorizada tese ocidental de que «na Ucrânia não há nazis».

Mais fidelidade nazi não existe 

Pois bem, o batalhão Nachtigall, integrado nas forças armadas ucranianas – e como tal uma peça militar reconhecida pelos comandos de Kiev e Bruxelas, com todas as suas características e simbologia – é a «ressurreição» da uma unidade com a mesma designação que no início dos anos quarenta do século passado integrou a Abwehr, o serviço de inteligência militar nazi, na ocasião comandado por Wilhelm Franz Canaris, durante as operações para exterminar a resistência soviética à invasão alemã iniciada nos territórios bielorrusso e ucraniano.

Conta-nos a História, não aquela ficção de cordel que continua a ser reescrita por «historiadores» ucranianos e de países da União Europeia – abençoada pelo Parlamento Europeu – que o batalhão Nachtigall caprichou no genocídio encomendado pelo regime nazi, de tal maneira que foram muitos os seus membros agraciados com medalhas de «heroísmo» do Terceiro Reich.

O batalhão Nachtigall, juntamente com o batalhão Roland, formaram a Legião Ucraniana sob comando alemão na pessoa de Theodor Oberländer, escolhido devido à sua especialidade em «psicologia étnica» e à sua arreigada defesa da «limpeza étnica da população polaca», uma vez que, dizia, «a Polónia tem oito milhões de habitantes a mais». Segundo Oberländer, «a étnica é a continuação da guerra por outros meios sob o manto da paz»; «o princípio insano do nacionalismo do Estado domina a região do Leste da Europa e combatê-lo é uma luta que continua com um objectivo: o extermínio».

A Legião Ucraniana ocupou-se em transformar as palavras do comandante alemão em realidade no território ucraniano da União Soviética, dirigida no terreno por Roman Shukhevych, uma figura que é hoje um deus para Zelensky e o seu regime, com o nome em ruas, praças e estádios, estátuas em sua honra e sepultura na zona dos «heróis da independência» num cemitério de Kiev. Jaz ao lado de Stepan Bandera e outros criminosos de guerra que inspiram a ideologia dominante – e única permitida – na Ucrânia «pura» de hoje, sustentada de todas as maneiras possíveis pela NATO e a União Europeia.

Dezenas de milhares de pessoas foram assassinadas durante as mais de 50 operações de extermínio conduzidas pelos batalhões Nachtigall e Roland: judeus, russos e outros cidadãos soviéticos, principalmente ucranianos, polacos, húngaros e de muitas outras origens numa sociedade com grande riqueza multiétnica como era a Ucrânia Soviética desses dias. No ano de 1941, Bandera e os seus pares proclamaram a independência da Ucrânia em Lvov, sob protecção da Alemanha nazi – que estaria contra essa opção, de acordo com absurdas teses históricas agora muito em voga; o presidente designado foi outro criminoso de guerra: Yaroslav Stetsko, igualmente venerado pelo regime actual.

Em grande parte das acções de extermínio, os batalhões da Legião Ucraniana tiveram a colaboração alemã directa do Einsatzgruppen, que se ocupou preferencialmente da liquidação dos judeus; Bandera e os seus pares preferiam acabar com os polacos, os húngaros e os soviéticos. No entanto, Stetsko era considerado «um proeminente tenente de Bandera e um extremista antissemita».

Quando ao comandante Shukhevych, à cabeça do batalhão Nachtigall, deixou o seu nome directamente associado ao sangrento massacre de Galícia-Volínia, ao «massacre dos professores» de Lvov e aos fuzilamentos em massa realizados em Vinnytsia, em Julho de 1941.

Os batalhões Nachtigall e Roland acabaram por fundir-se, igualmente sob tutela nazi, na Organização Nacionalista Ucraniana (OUN), cuja facção de Bandera, OUN-B, ficou sob o comando do mesmo Shukhevych; e no Exército Insurgente Ucraniano (UPA). Ambos os grupos terroristas foram considerados os «embriões» do futuro exército ucraniano.

E o «futuro» exército ucraniano, como o de hoje, tem igualmente o seu Batalhão Nachtigall, sob a mesma bandeira de serviço a Hitler: uma águia imperial em fundo negro e ostentando um tridente ucraniano no corpo.

Não é difícil deduzir que a escolha desse nome para uma unidade do exército ucraniano traduz em linha recta a fidelidade ao ideário nazi, dotado com a componente ucraniana inspirada em Stepan Bandera e outros criminosos de guerra seus companheiros.

Quanto ao mentor «psico-étnico» alemão deste eficaz aparelho de extermínio, Theodor Oberländer, acabou tranquilamente os seus dias em Bona, já em 1991, como activista anti-imigração; tornou-se genericamente conhecido como «cientista» e nunca foi julgado pelo passado nazi, «por falta de provas» e ser alvo de «velhas mentiras soviéticas». Antes disso, mas em pleno pós-guerra, fora ministro federal para as Pessoas Deslocadas, Refugiados e Vítimas da Guerra de 1953 a 1960 e membro do Bundestag (Parlamento Alemão ocidental) de 1953 a 1961 e de 1963 a 1965. Enfim, uma carreira nazi reciclada em modos «científico» e político ao serviço do «bem comum» ocidental, dos «nossos valores», da «nossa civilização contra a barbárie».

Não é novo, é mais evidente 

O Nachtigall é um batalhão nazi do exército ucraniano e usa nas suas fardas a simbologia dos seus antepassados integrados nas tropas hitlerianas. Ora, o Nachtigall combate com armas da NATO, é orientado no terreno pelos avançados meios electrónicos e de localização da NATO, é financiado pela NATO, apoiado politicamente pela NATO, nasceu e age como um instrumento da NATO ao serviço dos interesses terroristas e expansionistas da NATO. Logo, na prática, é um batalhão nazi da NATO. Os formalismos de linguagem são inúteis neste caso.

Acresce que, ao contrário do que é usual dizer-se a propósito da extrema-direita e dos nacionalismos que percorrem a Europa, o Nachtigall e os bandos do mesmo tipo não são neonazis nem neofascistas, conceitos demasiado vagos para lhes associar comportamentos e acções retintamente nazis, próprias do nazi-fascismo original. São nazis puros e duros, neste caso particularizados pelo banderismo.

Situação análoga verifica-se com a corrente sionista, hoje largamente dominante, e que emana do nazi-fascismo inspirador dos grupos terroristas sionistas fiéis à ideologia de Volodimyr Jabotinsky – por sinal de origem ucraniana – um deus para o governo e a classe política do Estado de Israel.

Um simples raciocínio aristotélico revela-nos que a NATO recorre ao nazi-fascismo como parte do seu arsenal de metodologias para tentar governar o mundo, preservar a ordem totalitária «baseada em regras», expandir-se muito para lá do Atlântico Norte, impôr uma «civilização» militar, cultural, colonial e imperial a todos os povos do mundo.

E fá-lo, nunca é demais insistir, em nome da «democracia», dos «direitos humanos», do «direito internacional» – a que não se submete – e dos valores mais nobres da humanidade, aviltando-os sem pudor.

A NATO e, por extensão, a União Europeia e os governos dos Estados-membros desta aliança com duas faces recorrem assim ao nazi-fascismo sem o assumir e dizendo até combatê-lo, com uma hipocrisia que nem admite contraditório enquanto constrangem os direitos de expressão e de opinião, muletas indispensáveis, no entanto, dos seus discursos mecânicos, insensíveis e mentirosos. A NATO e a União Europeia, por definição, desprezam as pessoas enquanto asseguram agir em seu nome não hesitando em recorrer ao nazismo e ao fascismo – responsáveis pelo sacrifício de milhões de seres humanos.

Uma história que nunca renegou o fascismo 

É um facto histórico que a NATO, desde a origem, nunca rejeitou o know-how, a experiência e metodologias comportamentais do nazi-fascismo. Os nomes das figuras de proa hitlerianas e mussolinianas branqueadas sem qualquer avaliação do seu passado próximo para servirem o processo de criação e enraizamento da NATO, e da própria União Europeia, integram um rol que pode e deve ser um indispensável libelo acusatório contra o percurso de três quartos de século daquilo a que hoje se chama «democracia liberal». Afinal o regime de sonho da selvajaria económica neoliberal.

A NATO, também nunca é demais lembrá-lo, nasceu com o fascismo no seu bojo, através da presença do Estado Novo salazarista. Recorreu, década após década, a organizações terroristas clandestinas, como a Gladio, em nada distinguíveis em termos ideológicos e comportamentais – o banditismo – de gangues que alimenta e utiliza, sem o assumir, como o Nachtigall, o Azov, os cumpridores da prática sionista, a al-Qaida e os seus incontáveis heterónimos, o crime organizado sob a forma de extremismos religiosos, políticos e até disfarçados de «causas sociais» tão falsas como manipuladoras. Um complexo sistema de terror, dominação, expansão e controlo político e social, mental e cultural, sob uma tentação ditatorial policiada e militarizada.

Haverá sempre quem esteja disposto a dizer que os casos como o do Nachtigall são isolados e não podem entorpecer apoios «fraternos e solidários» como os que o Ocidente dedica ao regime ucraniano, que aliás fez nascer sob a metodologia de golpe de Estado, tão do gosto de instituições ocidentais como a NATO e a União Europeia, sejam elas «coloridas» ou sob a cor única do sangue humano. Se uma andorinha não faz a Primavera, como tanto se repete, um «rouxinol», animal que corresponde ao termo alemão Nachtigall, também não pode ensombrar as organizações acima de qualquer suspeita instaladas em Bruxelas, que a «democracia liberal» não obriga a submeter-se ao sufrágio popular.

Sabemos bem que este argumento segundo o qual as manifestações «de neonazismo» ucraniano não passam de casos isolados – tão querido de telejornais e correlativos, bem-falantes ou rascas, com a finesse da «referência» ou o pimba da vulgaridade popularucha, temperado ou não com venturismo – faz o seu caminho graças ao monstruoso aparelho de manipulação social que tenta esmagar-nos o pensamento.

«Sabemos bem que este argumento segundo o qual as manifestações "de neonazismo" ucraniano não passam de casos isolados – tão querido de telejornais e correlativos, bem-falantes ou rascas, com a finesse da "referência" ou o pimba da vulgaridade popularucha, temperado ou não com venturismo – faz o seu caminho graças ao monstruoso aparelho de manipulação social que tenta esmagar-nos o pensamento.»

Podemos, porém, aprofundar o assunto e assinalar o valioso e utilíssimo trabalho que a NATO fez e faz ao assessorar, financiar, armar e treinar técnica e operacionalmente o movimento Azov, o expoente do nazi-banderismo na Ucrânia. O Movimento Azov começou por ser uma organização político-policial nascida da múltipla descendência do Partido Nacional-Social da Ucrânia e do movimento Svoboda; teve (e tem) também como base ideológica o nacionalismo ucraniano sob a forma de nazismo no quadro da inserção de grupos armados, como o Nachtigall, nas hordas hitlerianas; e, em termos de líderes, o Azov idolatra as figuras de Stepan Bandera e Roman Shukhevych; actualmente, o ideólogo do grupo e de toda a estratégia da «Ucrânia pura» é o chamado «führer branco», Andriy Biletsky, cuja ambição é «dirigir as raças brancas na cruzada final contra o mundo governado pelos semitas», frase que hoje diz que não disse – «outros» quiseram tramá-lo. No entanto, as suas teses racistas em livro são ensinadas nas escolas ucranianas e nos «campos de férias», nos quais crianças e adolescentes, apenas ucranianos considerados «puros», recebem preparação militar e treinam o manuseio de armas de guerra.

Depois do golpe ocidental de Maidan, o movimento Azov ganhou rapidamente relevância. E de milícia de bandidos banderistas policiando as ruas das grandes cidades transformou-se em corpo autónomo da Guarda Nacional e, pouco tempo depois, em pilar estratégico e de doutrinação política das forças armadas ucranianas.

Hoje, depois da acção empenhada da NATO, um complexo universo de unidades militares sob a designação Azov tem um papel fundamental na organização, opções e acções das tropas ucranianas. Essa teia integra, entre outras unidades, o 98.º Batalhão de Defesa Territorial Azov-Dnipro; o 225.º e o 226.º batalhões de reconhecimento de Kharkov; a Companhia de Tanques Azov, com papel primordial na defesa de Kharkov; as unidades Azov Prykarpattia e Poltava; o Regimento Kraken, uma unidade de forças especiais dos serviços de inteligência militar; a Unidade Separada Lubart, na Volynia; e a 72.ª Brigada Mecanizada do Exército Ucraniano.

Para prestígio da «nossa civilização» 

Já é tempo, perante a hecatombe de provas, de o Ocidente reconhecer e admitir que tem o nazi-fascismo no seu arsenal «civilizacional». O facto de organizações nazi-banderistas como o Nachtigall exibirem ostensivamente as raízes ideológicas hitlerianas deixa os seus patrocinadores e acólitos expostos como mentirosos incompetentes, uma situação confrangedora que nem o sofisticado aparelho de propaganda globalista consegue disfarçar.

Apesar disso, nada acontece para retirar a doutrina ocidental do beco sem saída a que a preservação desesperada dos interesses coloniais e imperiais a conduziram. A circunstância de estar desmontada e desmascarada, de fio a pavio, na fraternidade com o nazi-fascismo parece ser o menor dos seus males.

Afinal são dados históricos indesmentíveis que Bush e a NATO invadiram o Afeganistão e o Iraque em nome da «civilização» e contra a «barbárie»; que a Aliança Atlântica estuprou e assassinou Kaddafi à baioneta e devastou, eliminando-o como tal, um país como a Líbia porque a «civilização» não contemporiza com a «barbárie»; que é preciso hipotecar o presente e o futuro dos povos da Europa para que sobreviva o regime nazi-banderista de Kiev, de modo a que a «civilização» não seja subjugada pela «barbárie»; que a ilha secessionista e explorada à americana de Taiwan conserve o seu toque neoliberal e ocidental de modo a que a «civilização» não se extinga nos confins da Ásia e a abençoada ilha não se avilte na voragem da «barbárie» circundante; que, como todos os dias repete o chefe da «única democracia no Médio Oriente», Benjamin Netanyahu, a carnificina na Palestina e as desesperadas tentativas para que o Ocidente entre em guerra com o Irão assegurem a eternização da «civilização» naquela zona, cortando as vasas à «barbárie» que se apropriou dos nossos preciosos hidrocarbonetos e perturba a vertente do cristianismo encantada com o fascismo sionista.

Numa frase inspirada, tão sensível, romântica, genial e com aquela fina sensibilidade própria do humanismo ocidental, o inimitável Borrell, antes de substituído pela fascista Kallas, apelou-nos para que defendamos o «nosso jardim» da barbárie que o cerca.

Se o nazi-fascismo-banderismo-sionismo é um instrumento não só útil como essencial para o cumprimento eterno de tal objectivo, nós, os predestinados ocidentais, seríamos ingénuos, uns trouxas incuráveis se a ele não recorrêssemos.

2024/08/11

O Guaidó(zinho) III não apresentou recurso

Supremo Tribunal da Venezuela: Edmundo González ignorou a nossa ordem e não compareceu perante o tribunal

Os partidos que apoiaram Edmundo González não apresentaram recursos que remetessem para um ato de fraude ou qualquer outra informação que validasse a alegada vitória deste ex-candidato.

O Supremo Tribunal de Justiça emitiu esta semana uma declaração, ao corpo diplomático acreditado, sobre o processo eleitoral na Venezuela. A sessão realizada este sábado insere-se no desenvolvimento da investigação das eleições presidenciais de 28 de julho e do ataque massivo sofrido pelo sistema de transmissão de dados do Conselho Nacional Eleitoral.

Durante o dia, decorreu uma reunião com membros do corpo diplomático acreditado no país, a quem se dirigiu a presidente do mais alto tribunal venezuelano, Caryslia Rodríguez, para explicar parte do processo desta primeira fase - que já foi concluída - com a presença do Presidente Nicolás Maduro na sua audiência.

Rodríguez informou os diplomatas que 33 das 38 organizações políticas que participaram nas eleições apresentaram os seus documentos probatórios, listas de testemunhas e registos de totalização, e que um total de nove dos dez candidatos responderam ao apelo do Supremo Tribunal de Justiça.

Em desobediência Rodríguez recordou que o ex-candidato Edmundo González Urrutia desobedeceu ao mais alto órgão judicial e acrescentou que os partidos que o apoiaram não apresentaram recursos que se referissem a um ato de fraude ou qualquer outra informação que validasse o alegado triunfo deste ex-candidato.

“Fica registado que o ex-candidato Edmundo González Urrutia não compareceu e, por isso, não cumpriu a convocatória, desconsiderando com a sua inação o mandato desta instância máxima da jurisdição eleitoral contenciosa da República Bolivariana da Venezuela”, informou um alto funcionário .

A mensagem transmitida por Rodríguez demonstrou o fortalecimento das instituições venezuelanas e que os possíveis conflitos e situações podem ser resolvidos soberanamente dentro das fronteiras nacionais. No comunicado partilhado pelo presidente com os presentes na reunião, afirma-se que, uma vez concluída esta primeira fase com a participação de organizações políticas e ex-candidatos, o processo da perícia avançará agora não só das eleições, mas principalmente sobre o tema do ataque massivo ao sistema de transmissão de dados.

Rodríguez salientou que a Câmara Eleitoral do Supremo Tribunal contará com pessoal altamente qualificado e tecnologia de importantes padrões técnicos para determinar eficazmente o que aconteceu e mostrar esses resultados aos cidadãos venezuelanos.

2024/08/02

Banca Privada Lucros Privados

E não, não é tudo a mema coisa, porque mesmo com uma lógica de funcionamento errada imposta pelo poder politico, virada para o lucro e não para o desenvolvimeno e regularização da banca, a Caixa Geral de Depósitos, pública, que também apresenta lucros recorde, vai entregar ao estado, a todos nós, 1 300 milhões de euros entre dividendos e IRC. Já os lucros da banca privada vão para os bolsos dos accionistas e para planos de recapitalização que, através de esquemas de "optimização Fiscal", leia-se fuga ao fisco, os levem a pagar os já pornográficos 5% de IRC ...