América Latina: o pêndulo desloca-se para a direita
(James Petras, in O Diário.info, 207/12/27)
É evidente que na América Latina o pêndulo se deslocou nos últimos anos para a direita. Desta observação surgem numerosas perguntas. De que tipo de direita estamos a falar? Por que prospera? São sustentáveis os regimes direitistas? Quem são os seus aliados e os seus adversários internacionais? Uma vez no poder, como lhes têm corrido as coisas e quais são os critérios porque se mede o seu êxito ou o seu fracasso?
Embora a esquerda esteja em retrocesso, retem o poder em alguns estados. Surgem perguntas como: Quais são as características da esquerda actual? Porque se mantêm alguns regimes enquanto outros estão em decadência ou foram derrotados? Poderá a esquerda recuperar a sua influência? Que condições são necessárias para isso? Que programa deve elaborar para atrair o eleitorado?
Começamos por examinar o carácter e as políticas da direita e da esquerda e para onde se dirigem, para concluir analisando as dinâmicas dos seus programas, alianças e perspectivas futuras.
«Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação. Só há liberdade a sério quando pertencer ao povo o que o povo produzir.»(Sérgio Godinho)
2017/12/28
2017/12/21
O Mundo das Desigualdades Chama-se Capitalismo
Porque os dados objectivos são fundamentais para discutir o imparável crescimento das desigualdades geradas pelo Capitalismo, e este artigo refere alguns dados interessantes, fica já aqui uma cópia para referência futura.
Globalização insustentável
(Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 2017/12/19)
A globalização do comércio mundial tem trazido um crescimento generalizado da riqueza. Mas esse crescimento tem tido um preço muito alto: mais desigualdade.
Muito mais.
Globalização insustentável
(Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 2017/12/19)
A globalização do comércio mundial tem trazido um crescimento generalizado da riqueza. Mas esse crescimento tem tido um preço muito alto: mais desigualdade.
Muito mais.
2017/12/18
A Caverna Reinventada
Sem titulo
(Carlos Clara Gomes, in facebook, 2017)
Na esteira dos ensinamentos fornecidos por Platão, na sua Alegoria da Caverna, saibamos que a falta de horizontes é uma agressão ao potencial intelectual de cada Ser Humano.
Desde sempre foi o Louco, o Sonhador, o Visionário, o Preguiçoso, quem ficou na História desde que a História se escreve, desde que a História o é.
O Louco, porque sempre ignorou a sua condição de louco e resolveu fazer as suas loucuras a despeito da sensatez que imperava no seu tempo; O Sonhador, porque se deu conta que havia mundo para além do Mundo e resolveu construir Futuros para ele e para os outros percorrerem; O Visionário porque, mesmo dentro da Caverna, soube ver fora dela pois recusou-se a aceitar as paredes que o espartilhavam e ignorou as sombras que via dançando; Por último: o Preguiçoso porque foi de todos o mais trabalhador pois esforçou-se inventando máquinas e processos para não ter que se esforçar tanto.
Todas estas quatro personagens são responsáveis pela nossa evolução Humanista. Toda esta gente gerou pensamento, pistas, ideias, para que muitos de nós, hoje, nos possamos dar ao luxo de desprezar tal capital.
Lamentavelmente vivemos enclausurados numa caverna brutal e sórdida, deleitando-nos com as sombras gigantescas que na parede da gruta se projectam, mera ampliação das imagens que uma tecnologia desprovida de alma faz com que muitos jovens detestem a História, abominem a Filosofia e enjeitem qualquer Ciência Social e Humana.
A conspiração contra a Alma está em curso e no seu apogeu.
Urge abrir casting para Loucos, Sonhadores, Visionários e Preguiçosos.
Urge recorrer a quem deite abaixo todas as Cavernas: Os muros do pensamento enclausurado, o Dogma, essa castração da liberdade de Ser-se.
Muitos desses muros são também, eles-mesmos, vestidos de Academia e enfeitados na sobranceria do sábio que troca cromos repetidos na sua caderneta com os outros sabiozinhos ali domiciliados que, todos juntos, se recusam a fazer desabar a muralha que os protege da Vida.
(Carlos Clara Gomes, in facebook, 2017)
Na esteira dos ensinamentos fornecidos por Platão, na sua Alegoria da Caverna, saibamos que a falta de horizontes é uma agressão ao potencial intelectual de cada Ser Humano.
Desde sempre foi o Louco, o Sonhador, o Visionário, o Preguiçoso, quem ficou na História desde que a História se escreve, desde que a História o é.
O Louco, porque sempre ignorou a sua condição de louco e resolveu fazer as suas loucuras a despeito da sensatez que imperava no seu tempo; O Sonhador, porque se deu conta que havia mundo para além do Mundo e resolveu construir Futuros para ele e para os outros percorrerem; O Visionário porque, mesmo dentro da Caverna, soube ver fora dela pois recusou-se a aceitar as paredes que o espartilhavam e ignorou as sombras que via dançando; Por último: o Preguiçoso porque foi de todos o mais trabalhador pois esforçou-se inventando máquinas e processos para não ter que se esforçar tanto.
Todas estas quatro personagens são responsáveis pela nossa evolução Humanista. Toda esta gente gerou pensamento, pistas, ideias, para que muitos de nós, hoje, nos possamos dar ao luxo de desprezar tal capital.
Lamentavelmente vivemos enclausurados numa caverna brutal e sórdida, deleitando-nos com as sombras gigantescas que na parede da gruta se projectam, mera ampliação das imagens que uma tecnologia desprovida de alma faz com que muitos jovens detestem a História, abominem a Filosofia e enjeitem qualquer Ciência Social e Humana.
A conspiração contra a Alma está em curso e no seu apogeu.
Urge abrir casting para Loucos, Sonhadores, Visionários e Preguiçosos.
Urge recorrer a quem deite abaixo todas as Cavernas: Os muros do pensamento enclausurado, o Dogma, essa castração da liberdade de Ser-se.
Muitos desses muros são também, eles-mesmos, vestidos de Academia e enfeitados na sobranceria do sábio que troca cromos repetidos na sua caderneta com os outros sabiozinhos ali domiciliados que, todos juntos, se recusam a fazer desabar a muralha que os protege da Vida.
2017/12/16
O Assalto da Direita
Tudo começou com um soundbyte(1), criado por um alcoólatra e viralizado pelo Paulinho "das feiras", foi prontamente apadrinhado por tudo quanto fosse voz cantante, tribuno do capital ou palhaço de serviço. Daí para cá, a guerra psicológica promovida pelos media da classe dominante só tem ganho intensidade.
Vale tudo até tirar olhos. Descontextualizar, inventar, mentir, ignorar, tudo serve para tentar esconder os resultados obtidos por uma politica de devolução de direitos e rendimentos roubados ao trabalho na última década.
Ontem o supremo tribunal do terrorismo especulativo decidiu a favor da economia portuguesa e subiu-lhe dois valores na avaliação. Dois valores de uma assentada. A FITCH, pela primeira vez, subiu o rating da dívida portuguesa em dois níveis, de uma vez! Acontecimento único, recorde, primeira página dos matutinos. Parangonas em todos os quiosques.
Não? Não!
A noticia mereceu um retângulo esquerdo no Público e destaque no DN. Nos outros? Nada. Ou quase nada, nicles, não aconteceu, não é noticia, um quadradinho num cantinho. Não interessa.
Vale tudo até tirar olhos. Descontextualizar, inventar, mentir, ignorar, tudo serve para tentar esconder os resultados obtidos por uma politica de devolução de direitos e rendimentos roubados ao trabalho na última década.
Ontem o supremo tribunal do terrorismo especulativo decidiu a favor da economia portuguesa e subiu-lhe dois valores na avaliação. Dois valores de uma assentada. A FITCH, pela primeira vez, subiu o rating da dívida portuguesa em dois níveis, de uma vez! Acontecimento único, recorde, primeira página dos matutinos. Parangonas em todos os quiosques.
Não? Não!
A noticia mereceu um retângulo esquerdo no Público e destaque no DN. Nos outros? Nada. Ou quase nada, nicles, não aconteceu, não é noticia, um quadradinho num cantinho. Não interessa.
2017/12/10
Caridade Privada Públicas Vigarices
Mais uma.
Depois da Srª dos Abraços a ganhar não me lembro quanto, depois da associação que vendia não sei em que feira das Malveiras as roupas oferecidas para os pobrezinhos da paróquia, agora veio a lume o caso da raríssima srª que anda de beamer 520 à custa dos donativos, compra 200 euros de camarão com os dinheiros recebidos e paga viagens a deputadas com os nossos impostos.
Lembram-se daquela conversa neo-liberal sobre diminuir os impostos? Sobre diminuir o estado para o melhorar? Vê-se! Eis mais um bom exemplo do que isso dá. Diminuem-se os impostos (sobre a jogatina bolsista) para os bem aventurados jogadores do casino poderem doar uns cobres, dedutíveis em sede de IRS, a umas associações de caridade privadas que depois os irão investir em beamers, camarões e viagens. Devia ser a estes empresários do sul que o ainda presidente do gangue dos ecofinos se referia há uns meses. Finalmente percebi a conversa.
Agora a sério. Quando deixamos o estado demitir-se das suas responsabilidades estamos a abrir caminho para os patos bravos que cobram deslocações casa-serviço em carros da "outra". Quando o estado deixa a saúde e o bem estar das nossas crianças entregue à "iniciativa privada" é natural que ela tome a iniciativa de meter mais uns euros ao bolso, afinal é para isso que eles têm iniciativa, privada.
Menos estado? Mais vigarice, mais patos bravos, mais trafulhas, mais vacas loucas, mais legionella, mais filas de espera nos hospitais.
Depois da Srª dos Abraços a ganhar não me lembro quanto, depois da associação que vendia não sei em que feira das Malveiras as roupas oferecidas para os pobrezinhos da paróquia, agora veio a lume o caso da raríssima srª que anda de beamer 520 à custa dos donativos, compra 200 euros de camarão com os dinheiros recebidos e paga viagens a deputadas com os nossos impostos.
Lembram-se daquela conversa neo-liberal sobre diminuir os impostos? Sobre diminuir o estado para o melhorar? Vê-se! Eis mais um bom exemplo do que isso dá. Diminuem-se os impostos (sobre a jogatina bolsista) para os bem aventurados jogadores do casino poderem doar uns cobres, dedutíveis em sede de IRS, a umas associações de caridade privadas que depois os irão investir em beamers, camarões e viagens. Devia ser a estes empresários do sul que o ainda presidente do gangue dos ecofinos se referia há uns meses. Finalmente percebi a conversa.
Agora a sério. Quando deixamos o estado demitir-se das suas responsabilidades estamos a abrir caminho para os patos bravos que cobram deslocações casa-serviço em carros da "outra". Quando o estado deixa a saúde e o bem estar das nossas crianças entregue à "iniciativa privada" é natural que ela tome a iniciativa de meter mais uns euros ao bolso, afinal é para isso que eles têm iniciativa, privada.
Menos estado? Mais vigarice, mais patos bravos, mais trafulhas, mais vacas loucas, mais legionella, mais filas de espera nos hospitais.
Dicionário de Assepticismos ou Ideologia Dominante?
«A CIA já não mata ninguém, neutraliza pessoas ou desocupa zonas. O governo já não mente, envolve-se em desinformação. O pentágono mede radiação numa coisa a que chama unidades de brilho solar. Os assassinos israelitas chamam-se comandos e os árabes terroristas».
Não sou eu que o digo, é um tal de George Carlin, comediante e ativista com um humor alegadamente bastante negro. Tomando-o como mote, aproveito para listar alguns dos meus favoritos, grande parte deles com raizes no bolorento Estatudo do Trabalho Nacional do botas:
Ajustes Estruturais - Miserabilização generalizada para os mais pobres imposta pelo FMI aos países que já não conseguem pagar a usura da finança globalista. VTbm Pacto Social e Austeridade Expansionista.
[Os] Ativistas Laborais - Prova acabada do horror que os meus amigos bloquistas têm ao trabalho e aos sindicatos de classe é o novo conceito de ativismo laboral. Mais abrangente, menos proletário, mais intelectual [sei lááá!], serviu de chapéu para reunir as parcas centenas de adeptos do bloco que se ocupam dessas trivialidades. Antes chamávamos-lhes sindicalistas, sei lááá!
Austeridade Expansionista - Leia-se austeridade-para-o-trabalho-e-os-salários expansionista-para-o-capital-e-a-usura. Política do FMI destinada a roubar o trabalho para pagar as dívidas dos empréstimos que o capital contraiu para jogar na bolsa dos mercados mundiais. Vtbm Ajustes Estruturais e Pacto Social.
Bairros Precários - Nada disso! Não, não são bairros com contratos a prazo. São os antigos e démodès bairros da lata, agora feitos de plástico, nylon e cartão, rebaptizados na capa do público de 2018/04/06.
Campos de Triagem - ... a criar em países do norte de áfrica ou do médio oriente. Errado! Não, não são campos de tendas brancas rodeados por cercas de madeira, com médicos e enfermeiros, destinados a conter epidemias de ébola ou de cólera. Campos de triagem é o eufemismo inventado pelos governos da UE para campos de tendas amarelas e telheiros, rodeados por arame farpado, destinados a "alojar temporariamente", leia-se prender em regime de morte lenta, os migrantes resgatados das águas mediterrânicas, até se concluir se são legais por estarem a fugir das guerras que os governos da UE fomentam nas terras deles, ou se são ilegais, por estarem a fugir da fome que os governos ocidentais fomentam no sul global.
Campos de Retenção - ... a criar nos países da UE que para tal se voluntarizem. É verdade, a ideia é que sejam, não verdejantes campos de golfe rodeados de elevadas sebes, mas campos daqueles com barracos de madeira, ou tendas de campanha, ou uns telheiros de zinco rodeados de arame farpado. Chamavámos-lhes campos de concentração, lembram-se? E serviam para "concentrar" os diferentes a caminho do matadouro. Hoje os governos europeus decidiram abrir campos de concentração, perdão, de retenção, para prender, perdão, reter, migrantes que entrem ilegalmente no espaço da UE. Lembram-se? Nós chamávamos-lhes c a m p o s d e c o n c e n t r a ç ã o.
Choque fiscal - inversão do valor semântico que a direitalha liberalha, mascarada de socialmente procupada, usa para esconder o corte de impostos para os ricos e as empresas e que conduziria à falência do estado e à privatização dos cada vez menos serviços disponibilizados à população.
[Os] Colaboradores - Os trouxas que aceitam ver pago em "Espírito de Equipa" o trabalho que executam para o patrão. Antes chamávamos-lhes trabalhadores. (Ver o Apêndice com um texto escrito de acordo com o Acordo Onomástico do Patronato Português)
Comentariado - De acordo com (José Goulão, 2024) trata-se de um conceito agregador d'«o conjunto de pessoas acima dos cidadãos banais, iluminadas e predestinadas com níveis de sabedoria inatingíveis pelo comum dos mortais e que, por isso, ganharam assento no Olimpo dos meios de comunicação corporativos e aparentados. A gíria usa a expressão «cáfila de farsantes» para apelidar os membros do comentariado. (ver a entrada «Comentadeiros» no Wikicionário da refer&ncia)»
Compensação dos colaboradores - formas pecuniárias e não pecuniárias de "compensar" o explorado pela mais valia por ele produzida e pelo compensador extorquida. Neologismo paleoideológico repescado na crítica de um artigo intitulado "a importância do salário emocional (*Vdf) na compensação dos colaboradores" (**Vda)
Convenção Colectiva - está aí para substituir o conhecido Contrato Colectivo de Trabalho. Vejam lá como, o que se convencionou chamar, modernização vocabular dá um jeitaço para, de uma penada, remover duas incomodidades vocabulares. Substitui-se a sacrosanta obrigatoriedade de um Contrato por uma feminina modernidade, comum e voluntariamente "convencionada", e remove-se o incómodo e tão ideológico, cruzes canhoto, termo trabalho. O que fica? A bela voluntariedade colectiva, patronato e trabalho juntos na mesma luta até à escravização final de quem produz.
Critérios Editoriais - ultra-objetivíssimo conceito usado pelas media nacionais para substituir a horrívelmente fascizada censura, como se pode constatar a cada telejornal que não aborda um comício comunista por critérios editoriais, não cobre a iniciativa de um candidato comunista por critérios editoriais, ou ainda pelos canais dos bolsanamão que não têm um único comentador comunista nos seus programas de opinião devido aos seus critérios editoriais.
Ditadura Constitucionalizada - é o eufemismo que a lixívia da ideologia dominante encontrou para chamar ao salazarento fascismo, constitucionalizado num plebiscito onde os votos brancos, nulos e abstenções contaram como votos a favor, juntamente com os votos dos mortos, paralíticos e dos ausentes no estrangeiro que votaram pela mão do legionário chefe de quadra.
Empregador - Eufemismo de patrão destinado a encapotar o papel de apropriador de mais valia debaixo da falsa capa de fabricante de empregos.
[As] Famílias - Anteriormente cidadãos contribuintes e trabalhadores, passaram a agora a ser tratados pelo termo a quem se "retira" ou "aumenta" os rendimentos ao sabor do dictat neo-liberal.
Flexibilidade - É o termo que, no linguajar dos capitalistas, designa a disponibilidade dos trabalhadores para serem mais explorados.
Fundo Europeu para a Paz - Criado no início deste ano [2021], trata-se, para já, de um saco de cinco mil milhões de euros para financiar operações militares no exterior geridas pela União Europeia e que incluem treino e fornecimento de armas a exércitos estrangeiro. Para a paz! Paz? ok!
Ditadura Constitucionalizada - é o eufemismo que a lixívia da ideologia dominante encontrou para chamar ao salazarento fascismo, constitucionalizado num plebiscito onde os votos brancos, nulos e abstenções contaram como votos a favor, juntamente com os votos dos mortos, paralíticos e dos ausentes no estrangeiro que votaram pela mão do legionário chefe de quadra.
Empregador - Eufemismo de patrão destinado a encapotar o papel de apropriador de mais valia debaixo da falsa capa de fabricante de empregos.
[As] Famílias - Anteriormente cidadãos contribuintes e trabalhadores, passaram a agora a ser tratados pelo termo a quem se "retira" ou "aumenta" os rendimentos ao sabor do dictat neo-liberal.
Flexibilidade - É o termo que, no linguajar dos capitalistas, designa a disponibilidade dos trabalhadores para serem mais explorados.
Fundo Europeu para a Paz - Criado no início deste ano [2021], trata-se, para já, de um saco de cinco mil milhões de euros para financiar operações militares no exterior geridas pela União Europeia e que incluem treino e fornecimento de armas a exércitos estrangeiro. Para a paz! Paz? ok!
Gorduras do Estado - disfemismo inventado pelo neo-liberalismo mais reagano-tatcherista para enganar tolos com bolos e convencer os eleitores de que: o serviço nacional de saúde público e universal, a educação pública e universal, os monopólios naturais como a água, as energias e as comunicações, o setor público da finança, incluindo seguros e banca, a segurança social e as pensões deveriam ser todos privatizados para emagrecer o estado e torná-lo mais ágil e eficiente. Creio que é óbvio para qualquer ser pensante que um estado tão emagrecidinho seria como o cavalo do inglês: no dia em que deixou de comer morreu e com ele a possibilidade de o inglês andar a cavalo, que é como quem diz, o que eles querem é matar os últimos resquicios de regulamentação da selva que ainda os impedem de escravizar meio mundo.
Indústria de produção de meios de defesa - É o comboio eufemisticamente retórico a que o ex-ministro da defesa xuxalista recorre para se referir aos fabricantes de armamento, ou, como realisticamente lhes chamam os pacifistas: fabricantes de morte.
Indústria de produção de meios de defesa - É o comboio eufemisticamente retórico a que o ex-ministro da defesa xuxalista recorre para se referir aos fabricantes de armamento, ou, como realisticamente lhes chamam os pacifistas: fabricantes de morte.
Missão - Errado! Se estão a pensar naquela igreja-católica-protestante-ou-outra-coisa-qualquer com dois padres e umas palmeiras com relva à volta, usadas para evangelizar os "nativos", tirem daí o sentido. O valor semântico foi estendido para as invasões e outros violentos ataques de menores dimensões como em: «os EUA deram por terminada a missão no Afeganistão» para referir a forma como foram expulsos pelos talibão por eles criados, financiados, treinado e armados para assassinarem, torturarem e destruirem as forças progressistas no poder durante década de 80 do século XX.
Movimento Social - no Aeroporto Paris-Charles De Gaule desapareceram as greves, agora só há movimento sociais a atrasar voos da AirFrance. Acho que esta ainda não chegou cá.
Pacto Social - nome usado pelo FMI para os pacotes de medidas de miserabilização do tecido social que obriga os governos a impor aos seus povos quando aqueles já não conseguem pagar a usura da finança globalista. VTbm ajustes estruturais e austeridade expansionista.
População com cargo de gestão - A bem da "inclusão" diz a ideologia dominante, ou para mascarar a real oposição entre quem manda, e é por isso pago com prebendas, e quem é forçado a obedecer, recebendo, em troca da mão de obra vendida, salários cada vez mais miseráveis, o Expesso dos bolsanamão, noticía que os gestores foram transformados em população com cargos de gestão ... a bem da inclusão. Pois.
População desempregada - Informa-nos o Expesso dos bolsanamão que, a bem da inclusão, o individual "desempregado" foi promovido a plural "população desempregada". Diria eu que já existe uma categoria para esta pluralidade, chama-se "Exército de desempregados" e serve para explicar uma das armas que o Capital usa para baixar o preço da mão de obra, mas isso são perigosos marxismos e «a ideologia dominante não deixa».
[As] Reformas Estruturais - As «reformas estruturais» continuam sempre presentes no discurso do PSD e CDS-PP, ainda que os últimos anos tenham revelado o seu real significado: cortes nos salários, nas pensões, nos direitos e nos serviços públicos.
Remuneração Mínima - a alternativa têvêista ao ideologíssimo Salário Mínimo Nacional, vulgo SMN, o famoso e perigosissimamente marxista salário ... buuuu ... fujam que vêm aí os bolcheviques com os salários deles, as explorações deles e as buuuuu ideológicas mais valias. Vamos acabar com os ultrapassados e passadistas salários do século XIX e substaituailos pelas ultra moderns remunerations high-tech.
Salário emocional - Extras não pecuniários destinados a enganar tolos com bolos. De acordo com a crítica de um artigo intitulado "a importância do salário emocional na compensação dos colaboradores" (ver definição acima) refere-se a «por exemplo, maior flexibilidade de horários e melhor conciliação com a vida familiar, acesso a programas de formação, adaptação de espaços para melhorar o bem-estar dos trabalhadores, criação de locais para exercício físico, etc. Ou seja, coisas que já existem, mas sem qualquer relação com a questão salarial. Práticas que fazem já parte do dia-a-dia de empresas decentes (e inteligentes), mas que aqui apenas são mobilizadas, num linguajar de hipocrisia delicodoce, como «compensação» pelo não aumento dos salários.»
«Não se é “precário”, é-se “flexível”. Não se leva marmita para o emprego por condicionalismos económicos, mas porque é a “nova onda”. Partilha-se casa, com 20, 30, ou 50 anos, não por causa do salário insuficiente ou da especulação imobiliária, mas porque estamos a praticar coliving. Não se sai de casa ao fim-de-semana para poupar, mas porque a nova tendência é o nesting. Seria cómico, se não fosse trágico. É este o nosso mundo. Questiona-se, e bem, práticas de consumo, mas nunca se interroga o todo sistémico. Isto não é estar na moda. É dissimular a pobreza. É estar na merda, é ser Joker e nem sequer o perceber.» Diz um cronista no Público.
* Vdf - ver definição mais à frente
** Vda - ver definição acima
******************************
Apêndice 1: Exemplo de um texto «Escrito de acordo com o Acordo Onomástico do Patronato Português»
Quem não colaboruca não manduca
(António Filipe, Facebroncas, 2020/02/12)
A colaboração assume um papel central na vida de todos nós.
Desde logo, a Constituição consagra a sua dimensão de direito fundamental. Todos têm o direito à colaboração, refere o artigo 58.º da Lei Fundamental. Mais: consagra amplos direitos dos colaboradores, designadamente o direito à contratação coletiva da colaboração, à constituição de comissões de colaboradores e o direito à colaboração em condições socialmente dignificantes, o que passa, entre outras coisas, por garantir a conciliação ente a colaboração e a vida familiar. Na verdade, os Deputados constituintes conferiram especial atenção aos problemas das classes colaboradoras. Sucede, porém, que sucessivas versões do Código da Colaboração vieram desvirtuar muitos destes direitos, fragilizando a posição dos colaboradores designadamente através da flexibilização dos horários de colaboração, da imposição de regimes de colaboração por turnos, do alargamento das jornadas de colaboração ou da precarização das relações de colaboração.
Os tempos que vivemos caracterizam-se pelo aumento da exploração dos colaboradores. O apelo de Marx e Engels, “colaboradores de todos os países, uni-vos” continua a revestir enorme atualidade e as comemorações em todo o mundo do 1.º de Maio, Dia do Colaborador, continuam a ter enorme expressão. Continuam a existir associações de classe criadas para lutar pelos direitos dos colaboradores, como a Confederação Geral dos Colaboradores Portugueses. Também existe obviamente um Ministério da Colaboração.
Para além disso, a colaboração é um conceito permanente no imaginário popular e no vocabulário político. Expressões como “vai colaborar, malandro” ou “colaborar faz calos” persistem no vocabulário popular. É frequente ouvir quem menos colabora a dizer que neste país ninguém quer colaborar. É também conhecido o apelo de um antigo Primeiro-Ministro do alto de um palanque: “deixem-nos colaborar”. E como é sabido, não há candidato a cargo público que em feiras ou mercados não oiça com frequência frases como “vai mas é colaborar”.
Bom, e por hoje é tudo. As horas a que escrevo já vão adiantadas e amanhã é dia de colaboração.
Apêndice 1: Exemplo de um texto «Escrito de acordo com o Acordo Onomástico do Patronato Português»
Quem não colaboruca não manduca
(António Filipe, Facebroncas, 2020/02/12)
A colaboração assume um papel central na vida de todos nós.
Desde logo, a Constituição consagra a sua dimensão de direito fundamental. Todos têm o direito à colaboração, refere o artigo 58.º da Lei Fundamental. Mais: consagra amplos direitos dos colaboradores, designadamente o direito à contratação coletiva da colaboração, à constituição de comissões de colaboradores e o direito à colaboração em condições socialmente dignificantes, o que passa, entre outras coisas, por garantir a conciliação ente a colaboração e a vida familiar. Na verdade, os Deputados constituintes conferiram especial atenção aos problemas das classes colaboradoras. Sucede, porém, que sucessivas versões do Código da Colaboração vieram desvirtuar muitos destes direitos, fragilizando a posição dos colaboradores designadamente através da flexibilização dos horários de colaboração, da imposição de regimes de colaboração por turnos, do alargamento das jornadas de colaboração ou da precarização das relações de colaboração.
Os tempos que vivemos caracterizam-se pelo aumento da exploração dos colaboradores. O apelo de Marx e Engels, “colaboradores de todos os países, uni-vos” continua a revestir enorme atualidade e as comemorações em todo o mundo do 1.º de Maio, Dia do Colaborador, continuam a ter enorme expressão. Continuam a existir associações de classe criadas para lutar pelos direitos dos colaboradores, como a Confederação Geral dos Colaboradores Portugueses. Também existe obviamente um Ministério da Colaboração.
Para além disso, a colaboração é um conceito permanente no imaginário popular e no vocabulário político. Expressões como “vai colaborar, malandro” ou “colaborar faz calos” persistem no vocabulário popular. É frequente ouvir quem menos colabora a dizer que neste país ninguém quer colaborar. É também conhecido o apelo de um antigo Primeiro-Ministro do alto de um palanque: “deixem-nos colaborar”. E como é sabido, não há candidato a cargo público que em feiras ou mercados não oiça com frequência frases como “vai mas é colaborar”.
Bom, e por hoje é tudo. As horas a que escrevo já vão adiantadas e amanhã é dia de colaboração.
2017/12/08
A Coragem dos Cobardes
Israel é um estado terrorista a viver na ilegalidade desde 1967 e há quem o afirme com frontalidade.
Sobre o reconhecimento pelos EUA de Jerusalém como capital de Israel
(Nota do gabinete de imprensa do PCP, 2017/12/06)
O PCP condena veementemente o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel hoje anunciado pelo Presidente norte-americano, uma decisão que representa um apoio explícito por parte dos EUA à política sionista de Israel e uma agressão frontal ao martirizado povo palestiniano e provocação aos povos árabes, com perigosas e imprevisíveis consequências.
O PCP considera esta decisão – a que está associada à anunciada transferência da Embaixada dos EUA para Jerusalém –, tão mais grave quando é tomada num momento em que se tornam cada vez mais claros os planos para uma nova escalada militar na região, que encerra o perigo duma enorme confrontação, com consequências para além do Médio Oriente.
O PCP considera que o Governo português deve – no respeito pela Constituição da República Portuguesa e de decisões adoptadas pela Assembleia da República relativas ao reconhecimento do direito do povo palestiniano à edificação do Estado da Palestina, nas fronteiras anteriores a 1967 e com capital em Jerusalém Leste – condenar de forma inequívoca a decisão agora tomada pela Administração norte-americana.
A decisão da Administração norte-americana – que viola abertamente o Direito Internacional e numerosas resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre o estatuto de Jerusalém, desde logo a Resolução 478 que explicitamente determina a saída das missões diplomáticas dessa cidade, bem como a Resolução 2334 de Dezembro de 2016 que, condenando o prosseguimento da expansão de colonatos israelitas em território palestiniano, reitera que o estatuto de Jerusalém apenas pode ser decidido pela via negocial – constitui um novo e sério obstáculo à necessária solução negociada da questão palestiniana e coloca em evidência o papel hipócrita dos EUA relativamente à justa resolução do conflito.
2017/12/07
Nos 150 anos d'O Capital
“O Capital não é uma bíblia nem um receituário”, diz José Paulo Netto
(Juliana Gonçalves, in Brasil de Fato, 2017/09/16)
Vista por muitos como “a bíblia” da revolução, há 150 anos era lançada a obra O capital, de Karl Marx (1818-1883). Em nome do intelectual alemão e sua obra maior, muitas batalhas políticas e ideológicas são travadas até hoje. Em entrevista ao Brasil de Fato, concedida por e-mail, o professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) José Paulo Netto, que se define como comunista, desmistifica a obra.
Netto defende o conteúdo como um “programa analítico que deve ser sistematicamente desenvolvido”. Além disso, fala dos principais pontos de análise estruturados por Marx no livro, das crises do capitalismo como oportunidades para mudança social, do poder da conscientização dos trabalhadores e, por fim, das questões de raça e gênero, tidas como “pós-modernas”, que ganham novas leituras e esquentam os debates sobre a luta de classe.
Brasil de Fato: Como vê a importância da obra e o que ela representa?
José Paulo Netto: A meu juízo, o caráter clássico dessa obra de Marx reside em que ela, centrada na análise social da produção econômica capitalista e evidenciando as suas inextirpáveis contradições, permitiu-lhe elaborar uma teoria sobre a gênese, a constituição e a dinâmica da sociedade burguesa. Depois de Marx, nenhuma outra construção científica foi capaz de explicar e compreender tão rigorosamente, numa perspectiva histórica e crítica, as condições objetivas que propiciam a vida social cada vez mais diversificada e complexa da sociedade em que vivemos. O que Marx nos oferece n’O capital (e o livro I contém a sua fundamentação) é a teoria que expressa, nas suas tendências mais essenciais, o movimento histórico real do que chamamos capitalismo.
Nas pesquisas que realizou, à base da dialética de Hegel, Marx descobriu o mecanismo fundamental sobre o qual se ergue a sociedade burguesa: a exploração do trabalho pelo capital. Evidentemente, corridos um século e meio desde a publicação d’O capital, a organização econômica e social da nossa sociedade se transformou profundamente — o capitalismo do século XXI não é o capitalismo do século XIX. Mas o capitalismo, uma vez constituído, só pode assentar na exploração do trabalho — não existe capitalismo sem a exploração do trabalho pelo capital. Marx não foi nem profeta nem um criador de utopias: foi um teórico rigoroso e o essencial das suas descobertas permanece o fundamento necessário para a análise da sociedade contemporânea.
(Juliana Gonçalves, in Brasil de Fato, 2017/09/16)
Vista por muitos como “a bíblia” da revolução, há 150 anos era lançada a obra O capital, de Karl Marx (1818-1883). Em nome do intelectual alemão e sua obra maior, muitas batalhas políticas e ideológicas são travadas até hoje. Em entrevista ao Brasil de Fato, concedida por e-mail, o professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) José Paulo Netto, que se define como comunista, desmistifica a obra.
Netto defende o conteúdo como um “programa analítico que deve ser sistematicamente desenvolvido”. Além disso, fala dos principais pontos de análise estruturados por Marx no livro, das crises do capitalismo como oportunidades para mudança social, do poder da conscientização dos trabalhadores e, por fim, das questões de raça e gênero, tidas como “pós-modernas”, que ganham novas leituras e esquentam os debates sobre a luta de classe.
Brasil de Fato: Como vê a importância da obra e o que ela representa?
José Paulo Netto: A meu juízo, o caráter clássico dessa obra de Marx reside em que ela, centrada na análise social da produção econômica capitalista e evidenciando as suas inextirpáveis contradições, permitiu-lhe elaborar uma teoria sobre a gênese, a constituição e a dinâmica da sociedade burguesa. Depois de Marx, nenhuma outra construção científica foi capaz de explicar e compreender tão rigorosamente, numa perspectiva histórica e crítica, as condições objetivas que propiciam a vida social cada vez mais diversificada e complexa da sociedade em que vivemos. O que Marx nos oferece n’O capital (e o livro I contém a sua fundamentação) é a teoria que expressa, nas suas tendências mais essenciais, o movimento histórico real do que chamamos capitalismo.
Nas pesquisas que realizou, à base da dialética de Hegel, Marx descobriu o mecanismo fundamental sobre o qual se ergue a sociedade burguesa: a exploração do trabalho pelo capital. Evidentemente, corridos um século e meio desde a publicação d’O capital, a organização econômica e social da nossa sociedade se transformou profundamente — o capitalismo do século XXI não é o capitalismo do século XIX. Mas o capitalismo, uma vez constituído, só pode assentar na exploração do trabalho — não existe capitalismo sem a exploração do trabalho pelo capital. Marx não foi nem profeta nem um criador de utopias: foi um teórico rigoroso e o essencial das suas descobertas permanece o fundamento necessário para a análise da sociedade contemporânea.
2017/12/06
O Problema da Banca Privada
O problema da banca privada é que está constantemente a ser assaltada pelos seus próprios grandes accionistas
(Miguel Tiago na Assembleia da República, 2017/11/28)
Sr Presidente
Srs Deputados
A gestão privada do sistema financeiro é tão boa que há anos que andamos a discutir como resolver os problemas que criou. Eis pois as virtudes da privatização da banca de 1992: acumulação de riqueza e constituição de novos monopólios, desvio de quantias colossais da riqueza nacional para o estrangeiro e para fortunas em off-shore, imparidades de crédito de mais de 50 mil milhões de euros e uma despesa pública de mais de 25 mil milhões, tudo isto para tapar os buracos que os banqueiros deixaram no sistema. 30 mil milhões se incluirmos a CGD que foi na verdade gerida como um banco privado nas últimas décadas.
O problema da banca privada é que está constantemente a ser assaltada. Pelos seus próprios grandes accionistas. E o dinheiro que roubam e que lá falta acaba por ser o dos depositantes, a que o Estado é chamado a dar cobertura com recursos públicos numa operação de desvio de capitais do público para o privado sem precedentes. A conversão da dívida dos bancos em dívida pública, privatiza um capital público e socializa o passivo da banca privada. É uma operação obscena que reforça a necessidade de reformular o funcionamento do sistema financeiro, afirmar a necessidade do seu controlo público e de denunciar a natureza predatória e corrupta do sistema capitalista e dos Estados que fazem do capitalismo lei como é o caso dos que aceitam as regras da União Europeia.
É que não raras vezes pedem ao PCP que justifique os motivos por que defende uma banca pública. E explicamos com gosto. Mas o que ninguém nos foi ainda capaz de explicar é qual o benefício da banca privada. O que ganhou o país com a privatização da banca de Soares e Cavaco?
(Miguel Tiago na Assembleia da República, 2017/11/28)
Sr Presidente
Srs Deputados
A gestão privada do sistema financeiro é tão boa que há anos que andamos a discutir como resolver os problemas que criou. Eis pois as virtudes da privatização da banca de 1992: acumulação de riqueza e constituição de novos monopólios, desvio de quantias colossais da riqueza nacional para o estrangeiro e para fortunas em off-shore, imparidades de crédito de mais de 50 mil milhões de euros e uma despesa pública de mais de 25 mil milhões, tudo isto para tapar os buracos que os banqueiros deixaram no sistema. 30 mil milhões se incluirmos a CGD que foi na verdade gerida como um banco privado nas últimas décadas.
O problema da banca privada é que está constantemente a ser assaltada. Pelos seus próprios grandes accionistas. E o dinheiro que roubam e que lá falta acaba por ser o dos depositantes, a que o Estado é chamado a dar cobertura com recursos públicos numa operação de desvio de capitais do público para o privado sem precedentes. A conversão da dívida dos bancos em dívida pública, privatiza um capital público e socializa o passivo da banca privada. É uma operação obscena que reforça a necessidade de reformular o funcionamento do sistema financeiro, afirmar a necessidade do seu controlo público e de denunciar a natureza predatória e corrupta do sistema capitalista e dos Estados que fazem do capitalismo lei como é o caso dos que aceitam as regras da União Europeia.
É que não raras vezes pedem ao PCP que justifique os motivos por que defende uma banca pública. E explicamos com gosto. Mas o que ninguém nos foi ainda capaz de explicar é qual o benefício da banca privada. O que ganhou o país com a privatização da banca de Soares e Cavaco?
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