2018/03/31

Para a História de Uma Estória Muito Mal Contada (II)

Os dias de uma guerra apenas sem data
(José Goulão in AbrilAbril 2018/03/29)

Em 18 de janeiro de 2018, Sir Nicholas Carter disse o seguinte durante um discurso solene e mediatizado: a agressão russa «começará mais cedo do que o previsto e através de um acontecimento imprevisto»1.

Sir Nicholas Carter, além de cavaleiro de Sua Majestade é o chefe do Estado Maior das Forças Armadas do Reino Unido2 e agora também, por inerência, ponta de lança da doutrina imperial britânica reciclada através do soundbite estratégico lançado pela primeira-ministra Theresa May – «global Britannia».

Não é ainda tempo de perceber por inteiro se a história venenosa dos assassínios do duplo-espião Serguei Skripal e filha é o tal «acontecimento imprevisto» que marca o início da «agressão russa», ou seja, o toque a rebate para desencadear a tão preparada ofensiva – obviamente «defensiva» – da NATO contra Moscovo. Parece pouco ambiciosa, apesar da grande amplitude, a retaliação baseada na excitada e contabilística expulsão massiva de membros do corpo diplomático ao serviço do diabólico Putin. Tudo leva a crer, e disso existem provas factuais, que alguns acontecimentos projectados deveriam ter-se desenvolvido de modo mais belicoso durante estes dias de Março, mas alguma coisa correu mal aos que se habituaram a lançar conflitos no mês dedicado a Marte, o deus da guerra. Já lá iremos dentro de algumas linhas.

Para a História de uma Estória Muito Mal Contada (I)

O caso Skripal e as dúvidas que ainda subsistem
(Major General Carlos Branco in Espesso, 2018/03/29)

Na sequência das declarações de Theresa May, a primeira-ministra britânica, no parlamento, a 12 de março, e de Boris Johnson, o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, sobre o alegado envenenamento do agente duplo Sergei Skripal e de sua filha Yulia, as relações político-diplomáticas entre os países ocidentais - nomeadamente Estados Unidos e Reino Unido - e a Rússia deterioram-se a um ponto nunca visto desde o fim da guerra-fria, piores mesmo do que nos anos cinquenta do século passado.

Theresa May acusou a Rússia de ser “muito provavelmente” responsável pelo duplo envenenamento. O assassinato “teria sido planeado diretamente pelo Kremlin”, ou a “Rússia teria permitido que o gás tivesse caído em mãos erradas”.

2018/03/30

Vêm aí os Russos

Cuidado com os Russos
(Blogue O Jumento, 2018/03/30)

No imaginário ocidental os russos fazem o papel de lobo mau, passa-se a imagem de grunhos que passam a vida a encontrar meios de prejudicar o Ocidente, como se a história da Europa e, mais tarde e com a implantação do comunismo, todos os perigos do maravilhoso mundo Oriental viessem do leste. Temos bons e maus que são os russos, armas atómicas boas e as más que são as russas, armas químicas boas e armas químicas más que são as russas, extremistas islâmicos bons e árabes maus que são os apoiados pela Rússia. Temos um Trump bom e um Putin mau. Até os fascistas são bons se forem ucranianos e quiserem fazer frente a Putin.

A Rússia ficou com a Crimeia onde a esmagadora maioria da população é russa, num território historicamente russo, mas ninguém o que a Rússia fez na Crimeia não foi o mesmo que os EUA fizeram no Texas, uma província que era mexicana e onde os colonos invasores estavam em minoria? A Rússia tem nas suas fronteiras menos territórios conquistados pela força do que os EUA, onde se queixam de em muitas regiões nem ser necessário falar inglês, ignorando que a língua materna desses Estados antes da ocupação era o castelhano.

Não foram os russos que invadiram a França, mas sim Napoleão que tentou conquistar a Rússia. Não foi Stalin que tentou conquista a Alemanha, mas sim Hitler que tentou ficar com a Rússia. Que se saiba a única vez que os ingleses foram à Rússia não foi para libertar aquele país, mas sim para tentar voltar a colocar o Czar no poder. Já os mesmo não se pode dizer dos russos, a primeira vez que invadiram a Europa Ocidental foi para a libertar e ajudar os ingleses a não serem derrotados pelos alemães.

É verdade que os russos invadiram o Afeganistão e o Ocidente apoiou os que se opuseram, foram apresentados como libertadores, os mesmos libertadores que uns anos depois mandaram abaixo as torres gémeas. Os mesmos que voltaram a ser considerados libertadores no Iraque e na Síria, até ao dia em que degolaram um jornalista americano e começaram a promover atentados no Ocidente. Mais uma vez a Rússia esteve do lado errado, protegendo patrimónios como Palmira e a vida de muitos cristãos, enquanto os americanos apoiaram novamente os seus “heróis”.

Boris Jhonson, Theresa May, Trump e até o nosso esganiçado do Rangel têm razão, esses russos são um perigo! Se o Trump ainda andasse a promover a sua virilidade pagando a atrizes pornográficas, a Teheresa May andasse a fazer bolinhos e o Rangel se limitasse a ganhar umas massas em Estrasburgo o mundo estaria bem mais seguro.

A Pérfida Albion Mantém Assange Preso desde 2012

Julian Assange continua preso na embaixada do Equador em Londres de onde a policia britânica, seguindo ordens dos tribunais da monarquia britânica, que seguem as directrizes do governo britânico, às ordens do imperialismo estado-unidense, não o deixa sair, nem mesmo depois de a Suécia ter retirado as queixas, ao abrigo das quais haveria um mandato para extradição do fundador da WikiLeaks.

Limpinha a separação de poderes na pérfida albion.

E agora, cereja no topo do bolo, cortaram-lhe o acesso á internet para ele não andar a opinar sobre a prisão do chefe de estado catalão.

Limpinha a liberdade de informação da pérfida albion.

Eu sei que a noticia é da RT, mas perante a propaganda vigarista que inunda os media corporativos ocidentais, alimentados pelas agências de propaganda dos respetivo governos, começo a dar-lhe cada vez mais credibilidade.

2018/03/29

Escolas Privadas Públicas Vigarices

O privado é que é bom, principalmente se for com dinheiros públicos.

Lembram-se das escolas privadas, vestidas de amarelo, que iam deixar professores sem emprego e crianças sem escola, se o estado não renovasse os contratos que tinham ... para os administradores comprarem carros?

Não eram contratos para os donos das escolas privadas comprarem carros? De certeza? Mas foi isso que os donos privados das escolas privadas fizeram: compraram carros. E compraram os carros "deles" com o nosso dinheiro, o dinheiro dos nossos impostos.

Pegaram nos nossos impostos, dinheiro que deveria ter servido para tapar telhados de escolas públicas, para contratar mais professores para a escola pública, para contratar pessoal auxiliar para as nossas escolas públicas, e usaram-no para comprar carros e subornar funcionários públicos do PSD. Alegadamente! Segundo a acusação a que a Lusa teve acesso.

Tudo isto, claro está, alegadamente. Alegadamente porque ainda está tudo a ser investigado e até transitar em julgado, in dubio pro reo. Tudo alegadamente, que fique claro, não vão os donos das escolas privadas que, alegadamente, compraram carros com o nosso dinheiro e subornaram, alegadamente, dois ex-governantes menores do PSD, inspirar-se no fascismo espanhol e processar-me por atentado ao bom nome dos empresários que, alegadamente, terão comprado carros e subornado dois ex-governantes menores do PSD. Ou mesmo estes dois ex-governantes menores do PSD, alegadamente subornados pelo donos das escolas privadas que, alegadamente, compraram carros com o nosso dinheiro, sentir-se atingidos na sua reputação pelos meus escritos e toma lá processo a ver se te calas.

Lembram-se da cristas e do passos muito preocupados com a liberdade de escolha dos modelos de automóvel topo de gama que os donos privados das escolas privadas poderiam ou não comprar? Não era com essa liberdade de escolha que eles estavam preocupados? De certeza? Mas foi para isso que os donos privados das escolas privadas usaram a sua liberdade: para escolher os carros. Não foi? Alegadamente?

2018/03/27

Para uma Utilização Crítica do Facebroncas

Críticas ao Facebook: vamos lá a entender-nos
(António Abreu in AbrilAbril, 2018/02/26)

Os meios de informação tradicionais indignam-se com a utilização do Facebook para a reprodução de «notícias falsas». Ora isso é o que esses respeitáveis meios têm vindo a fazer desde há dezenas de anos, com dramáticas consequências, e sem qualquer arrependimento. Quanto ao Facebook, será prudente «não deitar fora o menino com a água do banho».

1. As autoridades europeias e inglesas reagiram a notícias do The New York Times e do The Guardian de Londres de que a Cambridge Analytica, mais conhecida por trabalhar na campanha do presidente Donald Trump em 2016, havia obtido indevidamente dados de utilizadores do Facebook e que os reteve depois de afirmar que havia apagado as informações.

UUOOps ... Laboratórios de Armas Químicas dos "Rebeldes" Sírios

Não me lembro de ver nada sobre isto nos media coporativos. Andarei eu muito distraído ou estas noticias poderiam contrariar a versão ocidental dos ataques com armas químicas? A versão que a França ameaçou não deixar cair em saco roto? A versão que culpava o exército Árabe Sírio? A versão de que nunca mais ninguém falou? Aquela que ... se se provasse, aqui d'el rei, que não sei o quê, e afinal o quê? Não se provou? Foi isso? Há umas semanas ... @Refer&ncia

Dois laboratórios de armas químicas descobertos entre os «rebeldes moderados» sírios
(Tradução de Alva para rede Voltaire, 2018/03/17)

O Exército Árabe Sírio capturou um laboratório clandestino de armas químicas, a 12 de Março de 2018, em Aftris, e um segundo, a 13 de Março, em Shifunya.

A Ghuta Oriental, onde se encontram estas duas localidades, tinha sido declarada zona de distensão pela Rússia, mas nunca ninguém conseguiu separar os jihadistas estrangeiros de eventuais «rebeldes» sírios.

17 000 milhões para a banca

Não é o estado a gastar mais do que pode, é a banca a roubar o estado-social. RSI's? Quantos? Pensões de 1000 euros? 17 milhões de "meses" d'elas, integrais! Hospitais? Escolas? Infantários? Professores? Médicos? Enfermeiros? Não fosse o que a banca rouba e tínhamos um país que nem a Suécia.

Que vergonha, Israel !!!

O Espesso de vez em quando engana-se e deixa publicar artigos importantes.

E como nunca é demais trazer o nome de Ahed Tamimi para a nuvem, aqui fica reproduzido o texto de uma Paula que escreve para o espesso.

Lá em baixo vão encontrar ligações para outras crónicas do sucedido.

E lembremo-nos sempre, Ahed Tamimi, é só a ponta visível de um iceberg de 350 crianças, palestinianas, presas por um estado religioso, fundamentalista que ocupa um território e extermina silenciosamente um povo.

Para quando um verdadeiro boicote ao criador dos terrorismos que por aí grassam? #BDS. @Refer&ncia

Oito meses de prisão por causa de um tabefe? Que vergonha, Israel!
(Paula Cosme Pinto in Expresso Diário, 2018/03/23)

Tem apenas 17 anos, mas torna-se cada vez mais no rosto da resistência à ocupação da Cisjordânia. Ontem foi condenada a oito meses de prisão por ter agredido ao estalo dois soldados armados, junto à casa da sua família. E por ter partilhado o vídeo desse confronto nas redes sociais. É por causa desse mesmo vídeo que muitos já conhecem o seu nome: Ahed Tamimi. Mas quem é que a ajuda agora, quando clicar num botão play não é suficiente?

2018/03/26

Aqui no AbrilAbril

Neonazismo escondido com o braço esticado de fora

Ontem à noite, os caneiros televisivos noticiaram uma sessão de bordoada entre manadas rivais  de caceteiros neonazis.

O próprio correio da manha afirmava tratar-se de uma emboscada ao cabecilha dos caceteiros mononeuronais.

Hoje, nos correios da manha e demais jornaleiros, as manadas de caceteiros neonazis, lavadas com lixívia, apareceram travestidas de "grupos de motards".

Quem terá mandado desviar violência no espaço público, do neonazismo declarado, para os perigosíssimos motards que, grandes malandros, vejam lá bem, já tinham feito das suas durante a famosa concentração de verão?

Quem estará interessado em manter longe do escrutínio popular, os fascismozinhos de pacotilha que por aí vão crescendo, se vão infiltrando, metamorfoseando, até se tornarem poder na Hungria, na Polónia e onde mais lhes escancararem as portas?

O António Avelãs já verbalizou o óbvio no Fórum Social Mundial da Pessoa Idosa: «As soluções ’brandas’ que têm sido adoptadas só serão prosseguidas se “o modelo chileno dos anos 1970” não ficar disponível para o grande capital financeiro. Se as condições o permitirem (ou o impuserem, por não ser possível continuar o aprofundamento da exploração dos trabalhadores através dos métodos ‘sofisticados’ actualmente utilizados), o estado capitalista pode vestir-se e armar-se de novo como estado fascista, sem as máscaras que actualmente utiliza.»

2018/03/25

Frescas do Dia

Aqui no AbrilAbril

A Escola Pública do PCP

Sem Titulo
(Manuel Rocha in Encontro Nacional do PCP sobre a escola pública, 2018/03/17)

Se experimentarmos ir à procura de traços que definam a nossa natureza de humanos, encontraremos na Arte um elemento de central significado. Arte é impulso de todos nós, e até os gestores de fortunas, os banqueiros e os correctores da Bolsa sentiram, em algum dia das suas vidas das crianças que já foram, a sensação transformadora de tirar de um lápis de carvão o mundo inteiro, num tempo em que o gesto tinha a forma de uma ideia e da felicidade que pudesse gerar. A opção de classe viria depois e, para esses, o valor da Arte passou a ser directamente indexada ao lucro financeiro que as criações artísticas pudessem gerar.

2018/03/24

Frescas do Dia

No AbrilAbril

Frescas do Dia

Ai Ai Ai Que o Facebroncas Faz Concorrência aos Media Corporativos

E sim, de facto gosto mais do Daniel escrito do que do Daniel falado.

Citizen Mercer
(Daniel Oliveira in Expresso, 2018/03/24)
Há muito tempo que o nosso rasto nas redes sociais é abusivamente utilizado para nos manipularem. Enquanto serviu o comércio estava tudo bem. Só quando governos começaram a cair porque, em vez de roupa e jogos, o Facebook nos vendeu partidos e candidatos, os políticos acordaram. E anunciam-se impostos, regulações, multas. Robert Mercer, o milionário que fez fortuna em fundos de investimento altamente especulativos e investiu na Cambridge Analytica, é a besta negra do momento. Mercer foi mecenas de Stephen Bannon, que colocou na Casa Branca, e financiou Ted Cruz, primeiro, e Donald Trump, depois. O informático libertário representa na perfeição o casamento entre as novas tecnologias e o poder financeiro. Está nos antípodas da retórica dos movimentos de direita que resistem à globalização. Porque anda metido com a Liga italiana e Trump, o ‘Brexit’ e a Rússia? O objetivo não é seguramente impor governos protecionistas. Além de ganhar dinheiro, o mais provável é que queira ajudar a criar o caos, enfraquecendo a democracia e o Estado. Na tradição do liberalismo radical, pessoas como Mercer desconfiam do sufrágio universal, que dá ao povo o direito de eleger quem lhes vai cobrar impostos e limitar o poder. Nada têm contra o sistema, que está nas suas mãos, ou contra a globalização, de que são um motor essencial. O seu problema é mesmo com a democracia.

2018/03/23

Da utopia dos mundos sonhados à transformação prática da realidade

Da utopia dos mundos sonhados à transformação prática da realidade
(José Barata-Moura, Conferência «II Centenário do nascimento de Karl Marx – Legado, Intervenção, Luta. Transformar o Mundo», 2018/02/28)

1. Tema.

Escolhi para título da minha palradura de hoje: «Da utopia dos mundos sonhados à transformação prática das realidades».
Penso que esta formulação – em programa consequentemente desenvolvida – se apresenta como susceptível de traduzir aquele movimento específico que funda a teoria marxista do socialismo, e que, desde o fundo, interpela.

Nos termos sedimentados em que Marx o aborda, e concebe, o socialismo deixa de se cristalizar numa «aspiração» para se converter em transpiração.

Não dispensa os suores na viagem. E na viragem.

Implica um trabalho humano da história: no trânsito da representação peitoral de uns «ideais» generosos (pelos quais visionariamente se anseia) à materialização prática de revolucionamentos necessários (na sua possibilidade real, e no seu ângulo eficaz de incidência, compreendidos).

Skip Row, LA, USA - Na Terra do Trumpismo

O que as #fakenewsfactories não mostram sobre a terra do pão e do fel

Superar a Cultura de Catástrofe em Permanência

Monumento Nacional.
Tinta da china e fotografia.
Diário de Lisboa,1969/11/21.
João Abel Manta
Spleen
(Manuel Augusto Araújo in AbrilAbril, 2018/03/19)

Não haverá uma tradução que exprima a amplitude do significado de spleen, o que explica porque Baudelaire o utilizou, sem tentar traduzir, no título de um grupo de poemas Spleen de Paris e no título de vários dos poemas dessa série (*). Spleen é o que Walter Benjamin descreve «como o sentimento que corresponde à catástrofe em permanência». Nos tempos que se estão a viver é determinante para o pensamento único impor um sistema a partir de condições pré-estabelecidas para dissuadir os homens de intervir. Vive-se mergulhado num permanente spleen.

Sistema que faz prova de vida como se fosse um caleidoscópio em que, sempre com os mesmos cristais, quando se roda o tubo se transforma a desordem numa nova ordem e as sucessivas imagens virtuais simulam uma pulsação que não existe nem desinquieta a base com que se formam novas imagens. A realidade permanece quase imutável por debaixo das camadas de maquilhagem que se vão acumulando, deixando intocado o essencial. A perversidade é a crescente importância que as imagens virtuais adquirem para garantir a quase imobilidade do sistema, num cenário em que o simulacro e simulação substituíram a realidade.

2018/03/22

Sobre a Falsificação Histórica Levada a Cabo pela Ideologia Dominante

A Guerra contra a Síria, ou de como se falsifica a história
(José Goulão in AbrilAbril, 2018/03/22)

Na Síria não se trava qualquer guerra civil mas uma agressão externa através de nações vizinhas e grandes potências da NATO que pretendem derrubar o governo e retalhar o país em entidades submissas e dóceis para com os que se vêm como donos daquilo tudo: Israel e Arábia Saudita.


Explica-nos a versão oficial da História, a única, a indiscutível, a que cabe na informação com chancela de legitimidade, que a «guerra civil» na Síria teria começado em Março de 2011, quando as hordas do «tirano» Assad esmagaram as manifestações populares «pró-democracia» inseridas na saga libertadora das «primaveras árabes».

2018/03/21

Os Jotinhas

Começam cedo a carreira, ainda adolescentes, ou nem isso, lá vão até à universidade, nas manhãs de verão, aprender a teoria: "A arte de bem endrominar a freguesia", "Como enganar tolos com bolos" ou "As subtilezas da chapelada" são matérias introduzidas por cavacais figuras e catedráticos-convidados à pressa.

Por aqui se vê onde e como eles aprendem a transportar idosos à saída da missa, a falsificar assinaturas, a inventar apoiantes e a invalidar listas. Começam logo a treinar ainda jotinhas, para quando forem crescidinhos e se candidatarem a primeiro qualquer coisa de uma coisa qualquer. Está aqui na visão dos amigos bolsanamão. Será que as teórico-práticas foram na universidade de verão? Será que o Leitor foi a cavacal figura ou o novel catedrático-convidado?

2018/03/18

Isto Sabem Eles Fazer!

Nisto de vender morte é que eles são especialistas. Na venda da morte, exportação de armamento, invasões, intervenções, bombardeamentos, explosões, massacres, disto é que os EUA a sabem toda. E querem aparecer como os bonzinhos? Os libertadores? Os democratadores? Quem? Os gajos que têm 34% do mercado da morte? E querem que eu tenha medo dos outros? @Refer&ncia

2018/03/17

Eu até nem gosto de taxistas ...

Mas a defesa dos direitos do trabalho contra as multinacionais predadoras obriga-me a ficar do lado de quem luta contra a selvagem desregulamentação que cria vacas loucas, epidemias de sarampo e água contaminada com plástico.

Dizem os meus amigos comunistas «Apesar de todos os alertas e denúncias existentes, o PCP sublinha que há mais de quatro anos que estas multinacionais actuam ilegal e impunemente em Portugal, contando com uma vergonhosa cumplicidade das autoridades que deixou à vista que a força repressiva do Estado não existe para ser utilizada contra o grande capital mesmo que tal represente a defesa da Lei. Uma cumplicidade que começou com o anterior governo PSD/CDS mas continuou com o actual Governo do PS, com o desfecho que se conhece: a elaboração de uma lei à medida dos interesses das multinacionais.»

Podem ler o resto aqui. Vale a pena, é diferente da cassete do tina.

O PS, sempre, sempre ao lado do Capital!

«A deputada do PS bem tentou arranjar desculpas para o que viria a fazer pouco depois, votar com a direita contra os direitos dos trabalhadores. No fim, confessou que à oportunidade e à forma se somava um problema: não estava de acordo com o conteúdo»

E mais não digo.

Marielle Executada pelo Temerismo Golpista

As ditaduras dos coronéis são famosas pela execução de ativistas. Nos sertões  brasileiros e na amazónia é comum o assassínio de ativistas pelas mãos do poder político e económico, assassínios perpetrados por capangas, grupos organizados e mesmo pelas "forças da ordem" compradas pelos latifundiários.

Nos campos, todas as semanas, são assassinados sindicalistas, ambientalistas, gente dos Sem Terra. No Brasil, não era comum executar ativistas urbanos, gente das cidades, deputados municipais, com quatro balas na cabeça. Agora que o golpismo do #foratemer soltou o exército nas ruas do Rio, executaram uma mulher negra com quatro balas à queima-roupa.

No Brasil é preciso coragem para fazer frente ao poder do dinheiro, aos poderes da droga e a ambos, juntos, porque dadas as mãos, uma lava a outra, e hoje é dificil perceber as fronteiras entre o golpismo de um #foratemer, o exército nas ruas do Rio, a corrupção reinante no parlamento e nos tribunais, os cinco assassinios semanais perpetrados no Rio pelas forças policiais, e esta execução, com quatro balas na cabeça, de uma vereadora empenhada em denunciar e investigar o rasto de sangue, dos pobres, deixado pelas balas do estado repressivo ao serviço da classe dominante.

E não, não foram milhares, foram umas largas dezenas de milhar a gritar basta no funeral de Marielle Franco. As palavras compradas pelos donos das imagens, não conseguem apagar as dezenas de milhares de cabeças que gritam basta, nessas mesmas imagens do funeral de Marielle Franco, uma deputada municipal, faveleira, feminista, preta, mulher.

Como dizem por aí, à superficie podem não ver, mas lá por baixo já está tudo a arder. @Refer&ncia

My Lai Foi Hà Cinquenta Anos

50 anos sobre o massacre de Son My
(Conselho Português para a Paz e Cooperação, 2018/03/16)

No dia em que se completam 50 anos sobre o Massacre de Son My, igualmente conhecido como o Massacre de My Lai, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) recorda os 504 cidadãos vietnamitas, na sua maioria idosos, mulheres e crianças, que foram chacinados por militares do exército dos EUA durante a sua guerra de agressão contra o Vietname e o seu povo.

Recorde-se que a agressão dos EUA ao Vietname decorreu, de forma indirecta e directa, de 1950 a 1975. Após a sua derrota, os EUA continuaram a aplicar um embargo contra o Vietname até 1994.

2018/03/15

A Propósito de Truques

Longe vão os tempos em que visitava "Os Truques" duas e três vezes por dia, depois dedicaram-se à caça ao clik-bait e perderam a relevância. Vem esta reflexão a propósito de mais uma excelente critica de Alfredo Maia ao jornaleirismo praticado pelos media corporativos.

Haja quem se dedique à verdadeira crítica do jornalismo ;-) @Refer&ncia

2018/03/14

PS Sempre, Sempre ao Serviço do Capital

Surpreendido? Eu? Longe disso. Nunca esperei que o PS votasse ao lado do trabalho quando a luta de classes impusesse uma escolha.

Hoje estavam em causa «a reposição do princípio do tratamento mais favorável aos trabalhadores e o fim do regime de caducidade da contratação colectiva e dos mecanismos de desregulação dos horários de trabalho – adaptabilidade e banco de horas.»

Hoje eram votadas propostas do PCP e do BE para por um fim à gravíssima ofensiva do revanchismo pafista que fez recuar 40 anos a legislação laboral.

O PS voltou a votar ao lado do capital, com o pior que o pafismo tem do psd e do cds. O PS votou, tal como sempre o fez, contra o trabalho, dando mais uma vez razão ao PCP quando afirma ser o aumento da sua representação parlamentar o único caminho para uma política de esquerda, uma politica progressista, uma politica que recupere os direitos que o trabalho vem a perder desde o início da ofensiva neo-liberal na década de oitenta.

Estamos a um ano de mostrar que aprendemos o valor de um parlamento maioritariamente de esquerda. A um ano de acabar com as maiorias de direita, sejam elas temperadas com mais ou menos psd, ou absolutamente xuxalistas. Estamos a um ano de poder fazer crescer o poder do trabalho no parlamento. Vamos conseguir? @Refer&ncia

Farmacêuticas Privadas, Públicas Corrupções

Escândalo de corrupção abala sistema político
Alegados subornos a políticos para garantir preços elevados nos medicamentos envolvem antigos governantes
(Jornal i, 2018/03/13)

Para além do futebol, há outra polémica a abalar a Grécia. A Novartis está no centro de um escândalo que envolve dois antigos primeiros-ministros e oito ex-ministros gregos. O Ministério Público investiga corrupção e lavagem de dinheiro num montante que pode ascender a 3000 milhões de euros em prejuízos para o Estado, e as conclusões do inquérito parlamentar aos alegados subornos da multinacional farmacêutica suíça - com o objetivo de ter uma posição dominante no mercado - estão agendadas para o final deste mês ou início do próximo. O parlamento decidirá se os políticos, que estiveram em funções entre 2006 e 2015 e que rejeitam as acusações, devem ser julgados perante um tribunal especial.

2018/03/13

A Ideologia Dominante Reproduz-se (K. Marx)

As fake news são dominadas pelos governos ocidentais e pelas multinacionais
(Entrevista a David Miller in Público, 2018/03/04)

David Miller especializou-se no estudo do papel central que a comunicação detém nas relações de poder nas sociedades contemporâneas. É autor de A Century of Spin: How Public Relations Became the Cutting Edge of Corporate Power (2008) e, mais recentemente, tem investigado a constituição dos saberes e o papel dos “especialistas” associados à questão do terrorismo.

Historicamente, a fronteira entre relações públicas (RP) e propaganda foi pouco nítida. Como se criou essa distinção?

O termo propaganda foi usado por referência a actividades em tempo de guerra, mas foi claro para muitos dos pioneiros da indústria de RP que estiveram activos na guerra de 1914-1918 que poderia desempenhar um papel em tempos de paz. O problema foi que a propaganda passou a ter uma reputação negativa precisamente devido ao seu papel na guerra. Foi isto que fez com que Bernays, um dos principais fundadores do ofício, criasse o termo de relações públicas como um termo de RP para propaganda! É bem conhecido que o termo propaganda tem origem na criação, em 1622, pelo Papa Gregório XV, da Sacro Congregatio de Propaganda Fide. A sua missão era converter os não-crentes, “propagar” a fé. A ideia de propagar certo estado de coisas faz do termo propaganda mais adequado que qualquer dos termos alternativos que foram professados após a palavra ter adquirido uma má conotação no século XX.

2018/03/12

Convidaram o Passos Para Quê?

Experiquê em ciquê politiquê? O passos-dias-a-gamar que fêz o país recuar 20 anos para testar uma teoria económica ideológica que já falhou no chile, na argentina, por todo o mundo onde o fmi pôs a bota e continua a falhar na grécia? Esse ex-jotinha que ganhou umas eleições com a jura de fazer o oposto do que acabou a fazer? Nem para a univ. de verão dos amigalhaços tem curriculo. Talvez, quando muito, para cantar um libreto do lá féria, e mesmo isso só com cachet de figurante. @Refer&ncia

2018/03/11

Da Série: E Se Fosse na Venezuela?

Comissária europeia para qualquer coisa ameaça o governo de Bogotá com possíveis sanções caso continuem os assassinatos de partidários da principal força da oposição, inviabilizando a sua participação no ato eleitoral marcado para daqui a uns meses.

Não? Não ameaçou? Não disse? Não exigiu observadores independentes como os que o Maduro pediu à ONU? Imaginem se fosse ali ao lado ... @Refer&ncia

Da Série: E Se Fosse na Venezuela?

No Brasil, com os golpistas do #ForaTemer, crescem os mortos e feridos e gritos ó da guarda mas nas têvês nada. Imaginem se fosse mais acima? @Refer&ncia

Da série: Miséria do Capitalismo (IV)

E viva a saúde privada. Quanto mais privada, mais selvagem. O despejo de doentes sem seguro na rua por parte dos hospitais é uma prática corrente no paraíso capitalista e esta notícia da foxnews nem seria notícia se não viesse do caneiro trumpista. @Refer&ncia

Invasão do Iémene. Sabiam que Continua?

Qual é? Qual é o único jornal português a falar na invasão do Iémene? Pois! Reparem que a noticia é da Lusa, mas ninguém lhe pega. Porquê? @Refer&ncia

Senadores estado-unidenses contra intervenção no Iémen
(Avante!, 2018/03/08)

O fim do envolvimento dos EUA na agressão ao Iémen, pela coligação liderada pela Arábia Saudita e pelos Emiratos Árabes Unidos, foi pedido por congressistas norte-americanos. (LUSA)

Os senadores Bernie Sanders, do Vermont (independente), Mike Lee, do Utah (republicano) e Chris Murphy, do Connecticut (democrata) apresentaram uma resolução conjunta solicitando o fim da intervenção dos Estados Unidos no conflito iemenita, com o argumento de que a participação militar de Washington não foi autorizada pelo Congresso.

2018/03/10

O Problema São os Custos ... do Capital!

Segundo o INE entre 2010 e 2015, a parte dos salários no PIB diminuiu de 36,8 por cento para 34,1 por cento, enquanto a parte dos rendimentos do capital subiu de 41,3 para 43 por cento. O problema das empresas não são os salários elevados, o problema das empresas são os dividendos excessivos que pagam aos accionistas. @Refer&ncia

Sindicatos denunciam «roubo» dos salários»
(Avante!, 2018/03/08)

A Confederação Europeia de Sindicatos alerta para a perda de peso dos salários na riqueza dos países da UE e apela ao aumento dos rendimentos do trabalho.

Num comunicado divulgado dia 27, a Confederação Europeia de Sindicatos (CES) considera que é chegado o momento de inverter a contínua desvalorização do trabalho, cujo peso no Produto Interno Bruto (PIB) está em declínio desde meados dos anos 70.

2018/03/09

Verdade ou Consequência?

O BE e as agressões imperialistas
(Jorge Cadima in Avante!, 2018/03/08)

O texto sobre a Síria apresentado pelo Bloco de Esquerda na Assembleia da República e aprovado com os votos favoráveis de CDS, PSD, PS, BE e PAN «poderia ter sido subscrito pelo próprio Donald Trump», como disse eloquentemente João Oliveira, ao apresentar a declaração do voto contra do PCP. O texto do BE reproduz todas as patranhas da propaganda de guerra de agressão à Síria.

Nada diz sobre as causas de fundo daquela guerra, mais uma no infindável rol de guerras e ingerências do imperialismo. Nem sobre a natureza terrorista dos exércitos fundamentalistas, armados e financiados pelo imperialismo para impor o seu domínio na região, através da morte e da destruição dos estados que recusam submeter-se. É uma vergonha. Mas é uma opção cujas causas importa compreender.

Muito bom, seguido do original

E só porque a chuva pede chá quente com leituras e o mau tempo alguns sorrisos com cobertores quentes, deixo aqui mais umas piadas do RAP. Riam-se ;-) @Refer&ncia

Actualização (à atenção de Carlos do Carmo)
(Ricardo Araújo Pereira in Boca do Inferno VISÃO 2017/06/01)

No Castelo ponho um cotovelo mesmo em cima da casa da Monica Belluci, em Alfama descanso o olhar no apartamento do Michael Fassbender, e assim desfaço o novelo de azul e mar que os chineses querem fotografar. À Ribeira encosto a cabeça, almofada da cama do Tejo repleto de navios de cruzeiro, com lençóis bordados à pressa para satisfazer as necessidades do alojamento local, na cambraia de um beijo que a gente dá nos relatórios que indicam claramente um aumento significativo do número de turistas. Lisboa menina e moça, menina, da luz que os meus olhos vêem, tão pura, embora ligeiramente obscurecida pelo fumo dos tuk-tuks, teus seios são as colinas, varina cujo nível de vida piorou um pouco por causa das quotas impostas pela União Europeia às pescas, pregão que anuncia a realização do prestigiado web summit e me traz à porta ternura e algum lixo, porque os hóspedes do Airbnb não recicla.

Sobre a Crise do Capitalismo

Contradições
(Jorge Cadima in Avante!, 2018/03/08)

Chovem notícias indicando o aprofundamento da crise do capitalismo. A guerra comercial proteccionista, até aqui encoberta sob a capa de sanções, multas ou questões sanitárias, é cada vez mais aberta. Trump anunciou tarifas sobre todas as importações de aço (25%) e alumínio (10%), invocando a «segurança nacional» (Washington Post, 1.3.18). No ano passado o défice comercial dos EUA em bens e serviços foi de 566 mil milhões de dólares, «o maior desde 2008», com um défice recorde em mercadorias com a China de 375 mil milhões (New York Times, 2.3.18). Mas a China não figura sequer entre os dez maiores exportadores de aço para os EUA, sendo a lista encabeçada por quatro aliados dos EUA: Canadá (16% das importações dos EUA), Brasil (13%), Coreia do Sul (10%) e México (9%). O anúncio suscitou ameaças de represálias do presidente da Comissão Europeia, Juncker, entre outros. É previsível uma escalada. A cooperação é cada vez mais substituída pela confrontação entre potências que procuram sacudir para cima de outros os efeitos da crise.

O Titulo do Gráfico, os Números do Gráfico e a Vigarice da #FakeNewsFactory

Hà Quem Queira Mas...
Não Pode Valer Tudo
(José Alberto Lourenço in AbrilAbril, 2018/03/07)

A direita neoliberal passou dois anos a desvalorizar a possibilidade de a Procura Interna ser significante para o crescimento económico do País. Após a divulgação, pelo INE, de que em 2017 o crescimento se deveu, sobretudo, àquele factor, a direita bem tenta mudar de agulha – só não pode mudar a realidade.


O Instituto Nacional de Estatística divulgou na semana passada a sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 e os contributos dos principais agregados macroeconómicos na óptica da despesa – Consumo Privado, Consumo Público, Investimento, Exportações e Importações – para essa mesma evolução.

Esta era uma informação muito importante, já que ao longo dos dois últimos anos o pensamento neoliberal dominante na nossa comunicação social procurou sistematicamente desvalorizar o comportamento da Procura Interna (Consumo Privado, Consumo Público e Investimento) e em particular o contributo do Consumo Privado na melhoria que tem vindo a ser registada na nossa economia, preferindo sobrevalorizar o comportamento da nossa Procura Externa e em particular das nossas Exportações.

2018/03/08

Sobre o Boicote Imperialista à Economia Venezuelana

Provas do Crime Económico Contra a Venezuela
(Alfredo Serrano in celag, 2017/12/30)

É proibido ver o evidente. Esta espécie de sentença encontrada num mural de rua assenta como uma luva em todo aquele que ignore a continua agressão económica que a Venezuela vem sofrendo nos últimos anos. Pode legitimamente estar-se a favor ou contra as decisões económicas tomadas pelo presidente Nicolás Maduro. Todo o debate económico é bem-vindo. Todavia, o desconhecimento do conjunto de acções orquestradas de múltiplos âmbitos contra a economia venezuelana retira rigor a qualquer tipo de análise. Deixar de lado o que a Venezuela vem afrontando sob a forma de multi-agressão permanente em matéria económica é um acto de irresponsabilidade deliberada. Mas seria também uma análise parcial e enviesada. Seria o mesmo que analisar a economia mexicana sem considerar que tem os Estados Unidos como vizinho a norte. Ou supor que um país tem mar apesar de não o ter. Como deveria ler-se um estudo ou uma proposta com base em premissas falsas, inexistentes, eclipsando boa parte do que sucede?

Fascismo ou Ditadura Constitucionalizada?

Marcelo não conheceu o fascismo?
(Pedro Tadeu in dn, 2018/03/08)

Marcelo Rebelo de Sousa teve a sensatez e a sensibilidade de emitir uma nota “a lamentar” (lê-se no título) a morte do coronel João Varela Gomes: “O Presidente da República apresenta à Família do Senhor Coronel João Varela Gomes condolências invocando a sua militância cívica, em particular, a sua consistente luta contra a ditadura constitucionalizada antes do 25 de Abril de 1974″, diz o texto enviado às redacções no passado dia 28 de Fevereiro.

Informo o leitor ou a leitora, caso não saiba, que Varela Gomes passou pelas prisões da PIDE (a polícia política de Salazar), participou na campanha eleitoral do general Humberto Delgado (que desafiou o regime), esteve na conspiração da Sé em 1959 e no assalto ao quartel de Beja em 1962 (que o qualificaram como um dos heróis da resistência).

Depois do 25 de Abril, Varela Gomes liderou a 5.ª Divisão do Estado-Maior das Forças Armadas, que percorreu o país a promover sessões de esclarecimento e de propaganda sobre a Revolução dos Cravos e o Movimento das Forças Armadas. No 25 de Novembro de 1975 ficou do lado dos derrotados e teve de fugir do país. Voltou em 1979.

Para uma Sociologia das Caixas de Ressonância

É sempre interessante observar fora do laboratório, em plena natureza, o comportamento das caixas de ressonância da ideologia dominante. Notar a forma caricata como transformam em sound-bytes as realidades virtuais que lhes são embutidas no neurónio pelas #fakenewsfactories. Vê-las regurgitar, em três penadas, os falsos factos laboriosamente encrustados nos galináceos lóbulos, sem a mínima capacidade de questionarem se estarão de facto a contestar o que dizem os outros, ou tão só a comentar o que a ideologia dominante os fez crer que os outros teriam dito. Meros crédulos? Não, antes perigosos asnos. A ignorância mata. Cuidado. E se não, vejamos o outro lado de alguns sound-bytes, por aí regurgitados como verdades bíblicas, sobre um partido que recusa o fluxo noticioso ideologizado pelos média corporativos e se opõe consistentemente ao propagar de simplificações da realidade.

Ataques com armas químicas só mesmo os do ISIS e da al-nushra como se provou com o primeiro e a #fakenewsfactory já não deixou provar com os segundo e terceiro auto-rebentamentos de paiós quimicos da al-nushra. Porque um facto é que o governo sirio, já há muito acabou com as armas quimicas, sob supervisão da ONU, como tinha feito o Saddam antes de os ex-amigos lhe limparem o sarampo. Lembram-se das ADMs do Saddam? Exato. Essas que o Collin Powel "fotografou" em directo para a ONU e o mundo. As que o Bush junior usou para invadir o Iraque. Lembram-se? Pois. São iguais às que o imperialismo trumpista tenta agora usar para invadir a Síria. E mais uma vez, quando o imperialismo tentou fazer com a Síria o que já tinha feito no Iraque, houve um partido no parlamento que, novamente, teve a coragem de nos lembrar que também das outras vezes foi mentira, e que também desta vez eram os EUA a inventá-las, os mesmos EUA que estão fartos de democratar por esse mundo fora. Sabem qual foi? Exatamente, esse ao qual os media corporativos apontam o dedo, por se recusar a censurar o governo sirio pelos crimes cometidos pelo governo dos EUA.

Quanto à ideológica censura dos crimes praticados pela mais mortal e aterradora máquina de guerra mundial, incompreensívelmente, ninguém pensa em propor uma moção de censura contra, sei lá, por exemplo, o estado degradante em que o eua mantêm os seus prisioneiros, ou em memória dos inocentes abatidos por uma pena de morte a quem já ninguém no mundo vende o veneno para assassinar legalmente os seus condenados, mas deixemos os condenados e censuremos os assassinios de inocentes afro-americanos por policias caucasianos que acabam inocentados, mesmo quando a pistola encontrada ao lado do abatido só tinha impressões e ADN do caucasiano agente da ordem, ou pelos 12 tiroteios em escolas desde o início do ano, dos quais três acabaram em massacres. Não? Também não são atrocidades cometidas por uma democratadura que nomeia, pela segunda vez neste século, um presidente eleito por menos de 30% da população e com menos votos expressos do que o alegado derrotado? E depois vêm apontar o dedo a quem se recusa a dar pretextos ao imperialismo agressivo, para invadir outra vez um país que já os pôs na rua quatro vezes? Limpem primeiro a casa, lavem-se bem antes de atirar pedras aos telhados de vidro dos outros. Antes de apontar os dedos às monarquias asiáticas, primeiro, censuremos quem semeia pobreza e destruição pelo mundo fora.

Sobre os votos de pesar para ilustres exploradores, porque é que a ideologia dominante passa a vida a engendrar «pantilhões» para os famosos ambrósios e se engalfinha toda se lhe pedirem um voto de pesar pelas 115 vitimas de acidentes de trabalho, pelos 115 inocentes que morreram a trabalhar em 2017, pelos 115 trabalhadores que, num ano, morreram a ser roubados pelos grandes empresários que fazem este país andar para frente com o trabalho dos seus assalariados? Um partido que afirma estar do lado do trabalho não pode, em consciência, fazer de conta que tem pena do explorador que começou a vida empresarial a deitar a mão ao negócio do ex-patrão e manteve as caixas dos caça-niqueis dele a SMN por nove horas de trabalho efetivo com idas vigiadas ao wc..

Sobre a venezuela, já nem digo nada, são os próprios EUA a chamar a sí os louros de mais uma intervenção bem sucedida.

E sim, a crise teve mesmo origem num sistema financeiro terrorista, assassino e predador, enfim, numa classe de empresários totalitaristas para quem vale tudo até tirar olhos. A Goldman-Sachs que provocou e lucrou com a crise, o Lehman Brothers que a GS comprou por um dólar, o Ricardinho do BES que o amigo António do BdP deixou ficar a esmifrar a caixa das esmolas até ao último minuto ... foram mesmo esses que depois nós fomos financiar com a falência dos nossos estados sociais.

Esta irritação toda deve-se a uma caixa de ressonância que pôs por aí a circular uns arrazoados sobre a democraticidade do único partido que se opôs ao salazarismo com sangue, suor e lágrimas. @Refer&ncia

2018/03/06

Nova Rota da Seda

A rota terrestre a cor de laranja, amarelo e vermelho.
A rota marítima a Azul.
Porque é que a nova rota da seda aterroriza Washington
(A Arte da Omissão, 2016/10/17 [*])

Há quase seis anos, o Presidente Putin propôs à Alemanha a ‘criação de uma comunidade económica harmoniosa que se estendesse desde Lisboa a Vladivostok’.
Esta ideia representou um empório comercial imenso, unindo a Rússia e a UE, ou, nas palavras de Putin, “um mercado continental unificado com uma capacidade de triliões de dólares.”

Em poucas palavras: a integração euro-asiática (Eurásia). Washington entrou em pânico. O registo mostra como a visão de Putin – embora extremamente sedutora para as industriais alemães – acabou por descarrilar pela demolição controlada de Washington na Ucrânia.

2018/03/04

Sobre os limites do capitalismo

François Chesnais e os impasses do capitalismo
(Eleutério F. S. Prado, in Fundação Dinarco Reis, 28/01/2018)

É preciso começar pelo fim. François Chesnais escreveu, em novembro de 2017, uma série de três pequenos artigos para o portal A l’encontre em que atualiza o seu entendimento dos impasses atuais do capitalismo globalizado.

Na última sentença do terceiro artigo, cita com aprovação, uma frase de um filósofo francês muito conhecido pelos seus trabalhos seminais em sociologia da ciência: “numa perspectiva diferente, compartilho o julgamento de Bruno Latour, segundo o qual as classes dominantes já não pretendem governar, mas apenas protegerem-se do mundo”. Pois, diante das perspectivas para manter o modo de vida dominante, chegaram à conclusão paradoxal – e que permanece amplamente tácita – de que “não há mais lugar na terra para eles e para o resto dos habitantes do mundo”.

O complexo militar-industrial ataca de novo:

Despesas de guerra levam os EUA à bancarrota

(John W. Whitehead in Information Clearing House, 2018/02/17 [*])

" Para quê gastar dinheiro em despesas militares quando tudo está a ruir em torno de nós?

Será que precisamos de gastar mais dinheiro com as nossas forças armadas (cerca de US$600 mil milhões este ano) do que o conjunto dos sete maiores países seguintes? Precisamos de 1,4 milhões de pessoal militar no activo e 850 mil reservistas quando o inimigo de momento – ISIS – conta escassas dezenas de milhares? Se assim é parece que há algo radicalmente errado na nossa estratégia. Deverão 55% dos gastos discricionários do governo federal irem para despesas militares e apenas 3% para os transportes quando há mais mortos e feridos americanos devido à falta de infraestruturas do que ao terrorismo? Será que a Califórnia necessita quase tantas bases militares ativas (31, de acordo com militarybases.com), como tem de universidades do Estado (33)? E o Estado precisa de mais pessoal militar em serviço ativo (168 mil, segundo a revista Governing ) que professores nas escolas públicas (139 mil)?"
Steve Lopez, Los Angeles Times

Registem as minhas palavras: as despesas militares da América levarão a nação à bancarrota. Mas os gastos da América em guerras já levaram a nação a uma bancarrota de 20 milhões de milhões de dólares.

2018/03/03

Caridades Privadas, Públicas Vigarices

É alegadamente "dono" de três IPSSs às quais, alegadamente, vendia electrodomésticos e infantários. É fartar vilanagem, é privatizar tudo para os empreendedeiros roubarem à tripa forra os nossos impostos. @Refer&ncia

Não, não são todos iguais

Diz o AbrilAbril «A capacidade de angariar receitas próprias parece tarefa difícil para os partidos, cuja dependência do Estado chega aos 97%. O PCP é excepção – o peso das subvenções estatais ronda 10% das receitas totais»

2018/03/01

Terra Para Trabalhar e Alimentar ou Para Lucrar e Destruir?

«A intensificação do uso da água e da terra, predominando os regimes de monocultura, assentes na exploração do trabalho precário e de baixos salários, apenas favorece o processo de acumulação capitalista na agricultura e o seu contributo para a centralização de capital, em que a terra não cumpre a sua função social.»

Alqueva - indispensável mudar de rumo
(José Maria Pós-de-Mina in AbrilAbril, 2018/03/01)

A situação dramática vivida no país e na região, como consequência da seca, impõe que Alqueva esteja ao serviço dos interesses do Alentejo e do país. Torna-se indispensável e chegou a hora de mudar de rumo e de orientação sobre Alqueva.