2017/09/18

Uma Vela para Iluminar os Rohingya

Ainda não sei bem se serei queimado, crucificado, lapidado, ou tudo isso ao mesmo tempo, mas neste momento ando algo necessitado de ver alguma luz a iluminar o que se passa com os rohingya.

Pode ser a luz da fogueira feita com a madeira da cruz acesa com as pedras a baterem umas nas outras, desde que não seja oriunda das sempre omnipresentes agências de produção de realidades alternativas.

A verdade é que não consigo imaginar uma mulher com o passado de Aung San Suu Kyi a permitir e tentar esconder o (alegado?) genocídio em curso na antiga Birmânia.

Não encaixa, não faz sentido, custa a engolir. De um lado, os media todos, e o Sr. António (bilderberg) Guterres, e as ONG's (alegadamente?) do Sr. Soros, a mostrarem-me imagens de pessoas, claramente oriundas do sudoeste asiático, a atravessarem a selva com os seus pertences à cabeça, apresentadas como estando a fugir de uma perseguição étnica, do outro, uma mulher por quem sempre tive respeito a dizer-me que não, não há nenhum genocídio em curso. Não encaixa.

Ora de acordo com os mesmos media que produzem realidades alternativas está em curso um genocídio que a prémio Nobel da Paz, e prémio Sakharov (?!?) desmente.

E como eu já não consigo dar crédito imediato aos media que aos meus olhos já só são famosos enquanto produtores de realidades alternativas, deixo-vos aqui uma vela que mistura Jorge Soros com petróleo, gas natural, oleodutos e a necessidade de ir lançando alguma areia no desenvolvimento avassalador do império do meio ... podem acender a fogueira, mas digam-me se este artigo do António Abreu lançou alguma luz sobre o que se poderá estar a passar antes de me porem nela.

2017/09/17

Cops that should be in jail

Sobre policias democratadores ao serviço de amos democratadores na celebérrima democratadura. Uma democratadura de classe onde ter pele escura é pior do que ser pobre e o pior de tudo é ser um pobre de pele escura.

E este post nem tem nada que ver com os protestos em St. Louis depois de um tribunal ter absolvido o policia que assassinou um negro com cinco tiros nas costas alegando ter tido a impressão de que o assassinado iria sacar da pistola encontrada ao seu lado com ADN apenas ... do policia ... puff, nem um ponto, nem uma virgula. É um recorde?

2017/09/16

Todos Contra o CETA

Venham daí e tragam outros amigos também.

Ainda podemos dizer não.

Partilhem, divulguem e apareçam.


CONCERTOS:
16h00 - Fly the Sun
18h30 - Produtos Biológicos Grátis
20h45 - André Cid Lauret

INTERVENÇÕES da sociedade civil:
Plataforma Não ao Tratado Transatlântico
Gil Penha Lopes, Sandro Mendonça
João Costa (Academia Cidadã)
Tânia Russo (Precários Inflexíveis)
Augusto Graça (CGTP-In)
Ana Marta Paz (Liga para a Protecção da Natureza)
João Vieira (Confederação Nacional de Agricultura)
Carla Graça (Zero)
Rita Silva (Animal)

2017/09/11

A Greve Patronal de 1972 no Chile

Na passagem dos 45 anos sobre o sangrento golpe militar que derrubou o governo de Unidade Popular, liderado por um Presidente democraticamente eleito, vale a pena lembrar a famosa greve dos camionistas que, ao longo de três semanas, tentou paralisar a economia Chilena.

Sabemos hoje, através de documentos da própria CIA, publicados ao abrigo da "Freedom Information Act ou FIA", que se tratou de uma greve fomentada, organizada e financiada pela CIA.

Sabemos, hoje com provas documentais, que já desde 1968 os EUA preparavam uma reacção musculada para o caso de Salvador Allende vir a ser eleito em 1970, depois de quase o ter sido numas eleições fraudulentas em que esteve a 30 000 votos da presidência.

Interessante é verificar as semelhanças, as sincronias, as sintonias entre os métodos de 1972 e os deste novo século XXI, ver como tudo se desenrola de acordo com o mesmo cenário, o mesmo plano, as mesmas fases:

Uma fase inicial de campanha mediática onde vale tudo, desde geringonçar, desligitimar e vigarizar, uma segunda de roubos, bombas, fogos e desestabilizações, tudo a preparar um descontentamento que, exista ou não, vai acabar por "trans"parecer, então nas rádios e jornais, agora nas televisões e nas redes sociais. A fase seguinte, a das greves patronais, das caçarolas e pandeiretas, da burguesia nas ruas pudemos vê-la na Venezuela e no Brasil, durou três ou quatro anos, mas o Capital chegou onde queria. O Brasil já é governado novamente por uma corja de corruptos da pior espécie de direita pinochista trauliteira, a Venezuela está na calha e, como é no resto do mundo? Onde é que encontramos semelhanças com o Chile de 1972?

Grande Reportagem de uma Grande Homenagem

Grande texto, grande reportagem de uma grande homenagem.

Tudo em grande como costuma sair da pena do "Manel do Violino".

Obrigado Manel, não pares de escrever violino, perdão, de tocar violino.

A música dos dias em que o futuro nasceu

(Manuel Pires Rocha in Avante!, 2017/09/07

Quando as primeiras notas da Carvalhesa soaram nas colunas de som do Palco 25 de Abril, a orquestra e o coro estavam já instalados e prontos a iniciar o Concerto “100 Anos de Futuro”. A praça foi então tomada pela dança colectiva que sempre acompanha o toque da velha moda transmontana. Por breves instantes a Sinfonietta de Lisboa e o Coro Lisboa Cantat foram o público, e o público o protagonista.

Calado o brado das muitas vozes, acendidas as luzes sobre o palco, instalado o silêncio na praça, por sobre o sussurro da Festa, as madeiras abriram caminho às vozes da primeira das Danças Polovtsianas de Borodine, no primeiro dos maravilhamentos do Concerto. Portuguesas as vozes mas russo o cantar, Alexander Borodine moldando a música do seu povo. Era o surgimento de uma nova Rússia, a vida colectiva construída a partir da imagem sonora popular, um traço mais na criação da consciência revolucionária que viria a dar origem à Revolução de Outubro. Vibrante a orquestra, as Danças foram fixando no relvado, ainda pouco pisado, quem passava pela avenida que circunda a praça.

2017/09/10

A Politica do PCP e a Falta Dela no PSD

Leia-se a entrevista do lider parlamentar do PCP ao DN onde, entre outras coisas, diz preto no branco que «o principal problema do país não é o défice orçamental. Os principais défices do país são cinco no essencial: o produtivo, o alimentar, o energético, o tecnológico e o demográfico. [...]».

Onde se explica que «Se olharmos para o OE com a perspetiva de satisfazer os interesses e as imposições da UE, naturalmente amarramos o país à situação em que ele se encontra. Se olharmos para o OE com a perspetiva de ele ser instrumento para responder aos problemas do país, então é uma questão de se ir buscar os recursos que o Estado necessita e canalizá-los para aí.»

E reafirma que o «PCP não deixará de se bater pelo aumento do SMN para 600 euros [já em 2018] com tudo o que isso implica de garantia de condições de progresso e desenvolvimento do país, enquanto o puto passos dizia que o país nunca aguentaria o aumento de 2017 para 557 que afinal devolveu confiança a consumidores e investidores.

E defende que «É preciso aliviar a carga de impostos sobre os rendimentos do trabalho, mas é preciso tributar de forma mais firme os rendimentos do capital e os mais elevados. A nossa proposta é de constituição de 10 escalões, que teria uma vantagem que era a de tornar efetivamente mais progressivo o imposto que é o IRS. Menos escalões significa menos progressividade e esta significa mais injustiça fiscal. A diferença entre os que ganham menos e os que ganham mais acaba por ficar mais esbatida.», assim, para quem já se esqueceu da Marilú Coelho que extinguiu escalões para fazer os pobres pagarem mais para os ricos pagarem menos quando procedeu ao «enorme aumento de impostos, o brutal agravamento de impostos sobre os rendimentos do trabalho que foi concretizado pelo anterior governo PSD/CDS»

Querem mais social-democracia do que as propostas do PCP? Mais reformismo do que o proposto pelo João Oliveira?

E depois compare-se com os tiros de pólvora seca do ex-jotinha da tecnoforma sobre o assalto a tancos que afinal não terá sido, ou sobre os fogos que lavram onde ele acabou com os guardas florestais, ou sobre o crescimento do pib que seria maior com ele, como não foi quando ele foi além da troika, ou sobre os suicidios de Pedrogão que não existiram, ao contrário dos que aumentaram quando ele mandou toda a gente emigrar, ou sobre os atuais direitos dos enfermeiros a quem ele, quando foi mais longe do que a troika, pagava a 4 euros a hora.

Quando comparo propostas de salários e reformas do IRS com coscuvelhices de comadres, percebo porque é que o ex-jotinha da tecnoforma não consegue propor nada e se devia reformar a ele próprio.

2017/09/08

Auto-Europa: no lutar é que está o ganho

Tiveram noticias da reunião da Comissão Sindical do SITE SUL com a administração da Auto Europa?

Não? De certeza? Não viram nada?

Queres ver que os caneiros e os pasquins que andaram atrás do choradinho deixaram passar a reunião em que a administração da ae ia anunciar a tão, por eles, desejada e apregoada deslocalização da fábrica para o kuala-lompur?

Ah, não, afinal sempre se reuniram com o sindicato e parece que ainda não será desta que põem os robots no Gana.

Segundo o único jornal com jornalistas ainda existente, o abrilabril, a «administração [da auto europa] reconheceu que o modelo de horário apresentado continha aspectos negativos para a vida dos trabalhadores, do ponto de vista social, familiar, económico, etc.», mostrando-se «disponível para encontrar outra solução, [...] tendo ficado acordado a realização de uma nova reunião nos próximos dias, com data a agendar.»

Parece que o comunicado do sindicato afeto à CGTP, a quem o tó birrento ainda não conseguiu partir a espinha, também informa que, no passado dia 6, o SITE SUL se reuniu com responsáveis do IG Metall, Sindicato Industrial dos Metarlurgicos, da Alemanha, que se mostraram «solidários e disponíveis para estar ao lado dos trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa».

Viram alguma coisa nas sincas e nos correios cheios de manha? Não? É pra saberem a qualidade da livre e plural informação da classe dominante que grassa nas nossas benditas democrataduras burguesas ;-)