1. Está por provar que a recusa de continuar a suportar um governo cuja minoria parlamentar votou sistematicamente com o psd (1500 vezes) e apenas 1050-1030 com os partidos que lhe aprovaram os orçamentos, tenha um peso negativo no eleitorado da esquerda. Só as eleições poderão provar isso ou o seu contrário e o coro de pessimismo só reforça a possibilidade de uma profecia auto-realizada.
2. Pedro Tadeu no dn online explica como é que o António Costa dinamitou a geringonça, vale a pena ler para ter uma ideia de como os factos são deturpados pelo coro de senso comum.
3. Se a esquerda, em vez de se perder em exercicios de sectarismo e autocomiseração, se preocupar em olhar os factos de frente, nada obsta a que após as eleições, se separem as águas e se perceba se o ps quer passar a governar à esquerda, com o trabalho, ou a governar à direita com os votos da esquerda. E os factos são a) a direita não ganhou as eleições nem nada, repito n a d a, leva a crer que mesmo toda junta as consiga vencer, nem sondagens, nem estado de espirito da população, nem falta de memória da última experiência governativa da troika-psd-cds. b) o desempenho do governo no debelar da pandemia, bem explorado, pode valer-lhe votos, assim consiga ultrapassar o rubicão dos media corporativos, clara e ideologicamente militantes contra o ressurgimento de uma geringonça. c) o papel da esquerda na melhoria dos orçamentos só não é óbvio para os media corporativos, cabe-nos, a nós, esquerda, desmascarar a campanha de intoxicação sobre "a desgraça" que, na minha modesta opinião, não é mais do que a desejo realizado do pm (por umas razões) e do presidente-de-fação (por outras), e a experiência diz-me que o António Costa é um estratega da 1ª liga, ao passo que o martelo não passa de um intriguista algo incapaz que precisou de 20 anos a opinar nas televisões para chegar a presidente.
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