2024/07/31

Para compreender o que está em causa

Primeiro os factos:

O Maduro é comunista? 
Nem por sombras, nem nada que se pareça! 

"A candidata"(*) da oposição levada ao colo pelo Ocidente Global com os EUA à frente e a UE a fazer de carro vassoura ganhou alguma coisa? 
Nem por sombras, nem nada que se pareça! 

Depois a minha opinião:

... fundamentada em anos e anos de análise critica da desinformação: se a multinacional Biden-Blinken & Borrel diz que é verdade eu facilmente concluo, baseado no historial das revoluções coloridas, que é mentira. Se o milei diz uma coisa, eu digo o contrário, acerto sempre. Se o Grupo da Lima quer empossar uma Guaidá II, eu corto-lhe o paço. Se a OEA, que a Venezuela já abandonou e que o Obrador diz ser uma degenerescência em estado comatoso, vomita, eu tapo o buraco para esconder o cheiro. 

O Partido Comunista da Venezuela acha que não e que pode ficar do lado de atores como estes em defesa da "democracia" que ninguém respeita? Não aprendeu com a democracia chilena a que estes mesmo atores puseram fim em 1973? Ou com o respeito da vontade eleitoral pelas elites peruanas que encarceraram o presidente legitimamente eleito? Eles lá sabem, até porque eles é que conhecem a realidade do terreno deles, mas saberemos nós quem são eles? Ainda me lembro dos sindicatos venezuelanos que apoiaram o golpe que prendeu o Chaves ... afinal eram os mais corruptos da américa latina. Mudaram alguma coisa? Ou continuam na mesma senda?

Concluindo: pela minha parte, aplico à Venezuela o mesmo critério que aplico a Cuba: primeiro, os EUA, a UE, e restante panóplia de piratas, bandidos e mafiosos, retiram todas as sanções, bloqueios e guerras hibridas, depois, deixamos passar uns 15 anos para ver o que esses países conseguem com as suas politicas se não estiverem debaixo de uma guerra predadora, e, depois disso, veremos como se comportam em relação aos restantes países da américa latina. Até lá? Até lá não acredito em nada do que as têvês me metem pela casa dentro.

Finalmente, deixo aqui  três peças essenciais, e um linkezinho em forma de epílogo, para que cada um possa fazer os seus juízos de valor honestamente informados.

Nicolás Maduro é comunista? 
(Pedro Tadeu, DN, 2024/07/31)

O Partido Comunista da Venezuela, o primeiro partido a declarar, em 1998, o apoio à candidatura à Presidência de Hugo Chávez, cuja eleição mudaria radicalmente a vida do país, comunicou segunda-feira que, “assim como o Governo de Nicolás Maduro privou o povo venezuelano dos seus direitos sociais e económicos, hoje pretende privá-lo dos seus direitos democráticos” e exigiu “que a CNE publique todos os registos de votação - conforme estabelecido pelo regulamento eleitoral - bem como a máxima transparência no escrutínio dos resultados.”

O Partido Comunista da Venezuela, que apoiou em 2013 a primeira candidatura de Nicolás Maduro, duvida dos resultados eleitorais oficiais apresentados domingo passado, que supostamente o reelegeram, e declarou apoiar “o grito de respeito pela vontade popular” lançado em diversas manifestações.

O Partido Comunista da Venezuela, apesar do apoio dado a Chávez e a Maduro durante 22 anos, cedidos para evitar o ascenso da direita reacionária e para ajudar a resistir ao intervencionismo imperialista norte-americano e europeu, sempre criticou as políticas económicas rentistas desses Governos, dependentes da faturação do petróleo e de outros recursos naturais, defendendo políticas de investimento na atividade produtiva que trouxessem uma riqueza real, independente e estável aos venezuelanos. Nunca foi ouvido.

O Partido Comunista da Venezuela rompeu definitivamente com Maduro em 2020, rejeitou a degradação da democracia, a corrupção institucionalizada em diversos patamares do Estado, a diminuição das liberdades políticas e sindicais, condenou a frequente repressão sobre trabalhadores, a entrega ao grande capital internacional de partes cruciais da atividade económica (por exemplo, a norte-americana Chevron tem 34% da companhia venezuelana de petróleos e participa no capital de outras empresas mistas do setor da energia), o fim de inúmeros benefícios sociais e a degradação dos salários reais (o salário mínimo é de, apenas, 3,24 euros mensais!).

O Partido Comunista da Venezuela, depois do Congresso de novembro de 2022, onde o PCP esteve representado, agudizou as críticas a Maduro e em agosto de 2023 foi sujeito a uma intervenção do Governo, feita através do Supremo Tribunal de Justiça, que demitiu o secretário-geral do partido, Óscar Figuera, que o liderava desde 1996. A seguir, o tribunal nomeou para esse cargo e para presidente do partido duas pessoas da confiança do Governo.

O Partido Comunista da Venezuela, que não aceitou a mudança da sua direção, apelou ao voto, no domingo, no candidato Enrique Marquez, um político de centro-esquerda, mas que propunha um Governo de unidade nacional que rejeitasse Maduro e Edmundo González, o candidato da direita revanchista, manifestamente apoiado pelos Estados Unidos e por vários países da União Europeia.

Nicolás Maduro é comunista? Pois, claramente, para o Partido Comunista da Venezuela, que o conhece bem, não é: Óscar Figuera diz mesmo que ele é, cito... “neoliberal”!

Espantem-se, ó ufanas máquinas de propaganda política!

Sobre as eleições presidenciais na República Bolivariana da Venezuela
(Gabinete de Imprensa do PCP, PCP.pt, 2024/07/29)

As eleições presidenciais na República Bolivariana da Venezuela constituíram uma importante jornada democrática, em que participaram milhões de venezuelanos e cujos resultados reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano, o que assume um tão maior significado quando este é expresso num contexto de décadas de resistência perante as sucessivas operações de ingerência e desestabilização promovidas pelos EUA e a União Europeia contra a Venezuela.

O PCP saúda a eleição de Nicolás Maduro como Presidente da República Bolivariana da Venezuela, bem como o conjunto das forças progressistas, democráticas e patriotas venezuelanas que alcançam mais uma importante vitória com esta eleição, derrotando o projecto reaccionário, antidemocrático e de abdicação nacional.

Repudiando as manobras de ingerência nas eleições da Venezuela, que foram amplamente propagandeadas, o PCP denuncia as acções internas e externas que visem pôr em causa a sua legitimidade, colocar em causa o processo eleitoral e os seus resultados, à semelhança do que se verificou em anteriores actos eleitorais por parte das forças de extrema-direita golpista.

O PCP condena a reacção do Governo português, alinhada com a política de ingerência dos EUA e da UE e quantos procuram animar a campanha promovida pela extrema-direita golpista. O que se exige do Governo português é uma postura de respeito pela soberania e independência da República Bolivariana da Venezuela e da vontade do povo venezuelano livre e democraticamente expressa nas urnas – a postura que verdadeiramente defende os interesses de Portugal e do povo português, nomeadamente da comunidade portuguesa na Venezuela.

O PCP recorda o rol de tentativas de golpe de Estado, de sabotagem económica, de operações de desestabilização e violência, de campanhas de desinformação, de boicote, não reconhecimento e tentativa de deslegitimação de actos eleitorais, de fabricação de “instituições” fantoche, de ingerência e ameaça de intervenção externa – promovidos pelos EUA e a extrema-direita golpista venezuelana, com o suporte da UE e de governos e forças políticas portuguesas.

O PCP insta ao fim das medidas coercivas impostas pelos EUA contra o povo venezuelano, que atingem igualmente a comunidade portuguesa na Venezuela, como o bloqueio económico e financeiro ou o roubo de milhares de milhões de activos da República Bolivariana da Venezuela pelos EUA e noutros países – incluindo em Portugal –, que afrontam os princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional.

O PCP reafirma a solidariedade com a luta do povo venezuelano, com o seu direito a decidir livremente e em paz o seu próprio destino, com a sua aspiração à construção de uma Venezuela de desenvolvimento, de justiça e progresso social, de paz e cooperação com os povos.

Comunicado Sobre as eleições presidenciais
(Partido Comunista da Venezuela, 2024/07/29)

O Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da Venezuela (PCV) apela às forças genuinamente democráticas, populares e patrióticas a unirem forças para defender a vontade do povo venezuelano que foi expressa este domingo, 28 de julho, com uma clara intenção de mudança política no país.

Alertamos a opinião pública internacional que, tal como o Governo de Nicolás Maduro privou o povo venezuelano dos seus direitos sociais e económicos, hoje pretende privá-lo dos seus direitos democráticos.

A denúncia de uma alegada tentativa de violação do sistema eleitoral, feita pelo presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, longe de dar as garantias necessárias ao processo, aprofunda as dúvidas sobre os resultados apresentados ao país. Neste sentido, exigimos que a CNE publique todos os registos de votação - conforme estabelecido pelo regulamento eleitoral - bem como a máxima transparência no escrutínio dos resultados.

A proclamação de Nicolás Maduro como presidente reeleito neste cenário de incerteza em que os resultados apresentados por Amoroso contrastam abertamente com o clima que prevaleceu durante o dia das eleições, não é mais do que uma provocação que abre caminho à configuração de situações de violência.

Neste momento, registam-se mobilizações populares espontâneas em diversos pontos do país. Do PCV não só apoiamos o grito de respeito pela vontade popular, como apelamos às forças militares e policiais para que não reprimam o povo.

Nestas horas decisivas para o presente e o futuro do país, nós, comunistas, ratificamos a nossa convicção de construir espaços de ampla unidade para fortalecer a luta pela recuperação da Constituição e do Estado de Direito na Venezuela.

Governe quem governe, os direitos são para defender!

Para acabar em grande
Bom! Para acabar em grande deixo aqui o link para a opinião geralmente bem informada do Ivo Silva no blogue de uns amigos que, com grande desprimor para mim, já há muito não frequentava.

(*) Digo "A Candidata", que está legalmente impedida de ocupar cargos públicos por 15 anos em virtude da sua participação nas insurgências golpistas de 2017 de que então resultaram mortos e feridos, porque o sr., que A Candidata interpôs como candidato, nem balbuciar consegue, limitando-se a ler o que A Candidata lhe põe à frente enquanto ela, ao seu lado, gesticula ordens aos apaniguados como se pode ver nos directos das declarações.

Sobre a credibilidade de uns e de outros ao tratarem das eleições venezuelanas

Ontem á noite vi na CNN a imagem da entrada da embaixada do milei na Venezuela, no vídeo captado em directo reinava a maior das calmarias, entretanto, a senhora pivot informava-nos, com a maior excitação, que um opositor do Maduro, asilado no interior da embaixada, divulgava nas redes sociais que a embaixada do milei estava a ser invadida por forças policiais. Como é que é possível dar voz a um mentiroso com as imagens que o desmentem a passarem em simultâneo? 

Hoje, no telejornal da TVI, o Hernâni Carvalho informava-nos da existência de um número indeterminado de mortos e de grandes manifestações pacificas, violentamente reprimidas pela policia, ao mesmo tempo as imagens da outra metade do ecrã mostravam uns desordeiros a deslocar caixotes a arder e a atirar pedras aos policias.

Perante o grau de credibilidade desta desinformação, desmentida em direto pelas próprias imagens que nos estão a ser mostradas, voltei-me para a bastante mais credível propaganda russa.

Vídeos falsos sobre a situação na Venezuela inundam as redes
(RT, 2024/07/30 16:02 GMT)

Desde capturas de há 8 anos, passando por material já difundido antes das eleições, até videos sobre acontecimentos ocorridos noutros países [há de tudo nas redes sociais].

Acto de campanha da oposição em Caracas, 4 de julho de 2024 Gabriela Oraa / AFP

Na sequência dos protestos e focos de violência gerados pela oposição de extrema direita na Venezuela, com o objetivo de não reconhecer a vitória do presidente Nicolás Maduro, têm proliferado, nas redes sociais, falsos vídeos sobre essas manifestações.

Na segunda feira 29 de julho, a ex-vice-presidente e ex-ministra dos negócios estrangeiros da Colômbia Marta Lucía Ramírez, publicou na sua conta do X um vídeo de uma manifestação em Caracas, com a mensagem: "Onde está a OEA? Alguém sabe algo de Luis Almagro? Como é possível que não haja reacção do Conselho Permanente da OEA? Quem enterrou a Carta Democrática?".

O que a ex-funcionária colombiana não esclareceu na sua publicação, mas que fizeram alguns utilizadores dessa rede social, é que o vídeo corresponde a uma mobilização ocorrida em 2017.

Este falso vídeo foi também repostado pelo ex-presidente do México, Vicente Fox.


Nestes erros também incorreu o jornalista e ex-político equatoriano Emilio Palacio, que também usou o rede social X para publicar outro vídeo e escreveu: "Lo que se está vivendo na Venezuela hoy lunes tiene nombre y apellido: se llama revolución democrática. Ayer se peló en las urnas; hoy se pelea en las calles".

No entanto, o vídeo que carregou não é de um protesto na Venezuela mas no Quênia; e os factos são do passado dia 25 de junho, segundo esclareceu Carolina Bazante, também jornalista e fundadora da Lupa Media EC, que se dedica ao jornalismo de verificação.


"Isto não é desinformação reciclada, é apenas desinformação. Não é na Venezuela, é no Quênia a 25 de junho de 2024. Uma multidão de manifestantes contra um novo projeto de lei económica irrompeu no parlamento. Não gastam mais de 2 minutos a verificar isso", disse Bazante sobre o vídeo.

A AFP Factual também desmentiu a publicação de um vídeo que supostamente mostra uma mobilização da oposição a caminho do Palácio de Miraflores, sede do Executivo venezuelano.  No entanto, trata-se de uma gravação que circula desde 4 de julho e mostra uma concentração liderada pela opositora María Corina Machado, a cerca de 11 quilómetros da sede presidencial.



O portal EsPaja, site venezuelano de verificação e 'fact checking', também se encarregou de esclarecer a procedência de alguns dos vídeos publicados como atuais, mas que são de protestos antigos.

Por exemplo, circulou um vídeo de uma manifestação de protesto ocorrida no populoso bairro de Petare, na área metropolitana de Caracas. No entanto, se bem que seja sobre uma manifestação nesse local, o vídeo circula nas redes desde pelo menos 19 de julho passado, nove dias antes das eleições.


Outro dos vídeos que circula é de uma concentração frente ao Palácio da Justiça, também em Caracas; mas trata-se de uma manifestação que teve lugar em 29 de maio de 2024 num protesto pelo assassinato de um adolescente, identificado como Eleazar Fuentes (17 anos), por fogo de forças de segurança no setor de Carapita durante uma atividade de 'motopiruetas'.

Também se tornou viral um vídeo de um pronunciamento militar, mas que já conta com sete anos.

O vídeo original é de quando o capitão Juan Caguaripano se revoltou. Foi gravado durante a chamada "Operação Carabobo", que consistiu no assalto ao Forte Paramacay da cidade de Valência, na madrugada de domingo, 6 de agosto de 2017.


Caguaripano foi detido em 11 de agosto desse mesmo ano e continua preso no El Helicoide, em Caracas.

Nas redes sociais, além disso, foi publicado um vídeo de um suposto ataque a pessoas a partir de um helicóptero militar. No entanto, o acontecimento ocorreu na Turquia, em 2016, na sequência de uma tentativa de golpe de Estado.
Acontecimentos violentos

Na 2ª feira, Maduro acusou Elon Musk, o multimilionário sul-africano e empresário tecnológico residente nos EE.UU, de tentar denegrir, com informações falsas, os resultados das eleições presidenciais que vencera no domingo.

Maduro comentou que Musk publicou na rede social X, de que é proprietário, uma mensagem "vergonhosa", atacando o processo eleitoral venezuelano, ao divulgar um vídeo de pessoas que estão a retirar ares condicionados apresentando-o como suposta tentativa de roubo de urnas eleitorais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e a manipular os leitores com informações falsas, como fizeram outros governos regionais que "caem no ridículo" ao pretender impor os resultados que eles desejavam e não os que foram expressos pelos venezuelanos.

“Estás desesperado, precipitaste-te Elon Musk, controla-te”, escreveu Maduro.

Por outro lado, o procurador geral da Venezuela, Tarek William Saab, declarou esta 3ª feira que no país sul-americano não estão a ter lugar protestos antigovernamentais, mas sim focos de violência com objetivos desestabilizadoras.

Denunciou que se estão a verificar "atos de instigação ao ódio e ao terrorismo" para "criar um caos" nacional e gerar um clima para uma "intervenção estrangeira".

De acordo com o procurador, até agora foram detidas 749 pessoas pelos crimes de instigação ao ódio, resistência à autoridade e terrorismo.

Informou, além disso, que um membro da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) faleceu em virtude de disparo de arma de fogo e que há mais 48 funcionários policiais e militares feridos.

2024/07/30

O nazismo ucraniano, ontem e hoje – uma trilogia (III)

O nazismo ucraniano, ontem e hoje – uma trilogia (III)
(José Goulão, AbrilAbril, 2023/02/24)

O chefe de Estado oferece a própria insígnia da Liberdade a uma figura à medida dos negros tempos portugueses em que, a exemplo da Ucrânia de hoje, os partidos políticos de oposição eram proibidos, os antifascistas penavam na cadeia ou eram assassinados.
3. Zelensky, a marioneta perigosa de um Ocidente em desespero

«Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que não vêem, cegos que, vendo, não vêem»
(José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira)

Os governantes dos Estados Unidos e os seus subordinados, os dirigentes da União Europeia, veneram uma marioneta chamada Volodymyr Zelensky, manipulada pelos senhores da guerra, pelos oligarcas planetários, pela indústria da morte, pelos esbirros do nazifascismo como ideologia de sonho do neoliberalismo globalista.

Foi inventado como presidente da Ucrânia por um oligarca chamado Ihor Kolomoysky, que financiou a sua transição de um papel de ficção televisiva para uma realidade gerida por uma estrutura nazi que nunca renegou de maneira convincente a herança de Hitler e dos seus colaboracionistas genocidas ucranianos. O mesmo oligarca que pagou a criação e sustenta os grupos de assalto e de choque nazis como frente terrorista e de guerra do regime. Zelensky é um irresponsável inchado como o sapo da fábula que leva perigosamente a sério o papel em que é sustentado e manobrado por gente com poder mundial ainda mais irresponsável que ele – e que joga com a existência do planeta e a sobrevivência da humanidade.

2024/07/29

Olimpismo, Negócios e Prepotências

Eu não queria, eu tinha jurado a mim mesmo focar-me doravante na denuncia da normalização do nazismo, do ressurgimento do neonazismo e da potência ocupante terroristas e criminosa que há 75 anos foi imposta aos palestinianos que, passe a redundância, habitavam a Palestina. Mas, depois o José Goulão vem pôr mais umas coisas em pratos limpos e tenho mesmo de lhe guardar aqui o texto. Por enquanto fica a ligação.

E note-se que eu sei que, numa sociedade classista, tudo é politica e tudo é aproveitado pelos imperialismos para puxarem a brasa à sua sardinha. 

Mas, pois se o próprio "texto da Carta é claro, preciso, redigido de maneira a não ser passível de dúvidas em relação ao chamado «espírito olímpico». No capítulo 2 do documento, dedicado «à missão e ao papel do COI», estipula-se no parágrafo 5.º que este organismo deve actuar «para o reforço do Movimento Olímpico Internacional (MOI), manter e promover a sua neutralidade política e preservar a autonomia do desporto»; e no artigo 6.º exige-se ao COI que actue contra «qualquer forma de discriminação afrontando o Movimento Olímpico»"

Mas, pois se é o próprio fundador dos jogos olímpicos da era moderna, o barão Pierre de Coubertain, que, do alto da sua ideologia dominante, "resumiu estes conceitos numa frase simples, grosseiramente violada pelos agentes que formataram os Jogos Olímpicos de Paris: «Nós (no COI) não somos conselheiros técnicos de política, somos apenas os curadores do ideal olímpico».

Tudo o que reivindico é que os herdeiros da ideologia dominante propalada pelo Barão respeitem as regras que eles próprios herdaram e reclamam respeitar. Ou as regras são só para os outros?

2024/07/28

Sobre culpados e inocentes, invasores e invadidos, democracias e quando nos dá jeito

Eu já tinha prometido a mim mesmo não voltar ao tema e preocupar-me com a Palestina e o ressurgimento do neo-nazismo que são temas interessantes, mas como este meu amigo já escreveu tudo e eu concordo com tudo o que ele por aí verte, vou voltar ao assunto.

Sem titulo

(José Braz, Facebook, 2024.07.28)

[nome de um senhor] Ajudar a Ucrânia é ajudá-la a sentar-se à mesa das negociações, não é dar-lhe armas para continuar(mos) a matar ucranianos.

1. Ajudar a Ucrânia teria sido respeitar a vontade ucraniana expressa nas urnas (em eleições presidenciais vigiadas pela UE, pelos EUA e pela OCDE e reconhecidas pelo Ocidente Alargado como justas e democráticas) em vez de deixar a Victoria (Fuck Europe) Nulland, às ordens do então Vice-Presidente Joe Biden, organizar o golpe de estado de 2014 que pôs no governo os nacionalistas neonazis assumidos.

2024/07/27

O nazismo ucraniano, ontem e hoje – uma trilogia (II)

O nazismo ucraniano, ontem e hoje – uma trilogia (II)
(José Goulão, AbrilAbril, 2023/02/19)

Apesar de agirem sob designações diversificadas, os grupos nazis ucranianos têm uma origem, um tronco e uma clique terrorista dirigente comuns com influência omnipresente no topo da hierarquia do Estado.
Manifestantes neonazis do Svoboda (Liberdade) e Pravyi Sector (Sector de Direita) protestam em Kiev /REUTERS


2. A «democracia liberal» guiada pela «raça pura»

«Os meus homens alimentam-me com os ossos de crianças que falam russo»
(Dmytro Kotsyubaylo, comandante do grupo nazi Sector de Direita, condecorado como «herói nacional» pelo presidente Zelensky)

«Não há nazismo nem banderismo na Ucrânia», proclamam analistas, comentadores, especialistas, jornalistas, historiadores e outros bruxos da modernidade que nunca se enganam e raramente têm dúvidas. É verdade que nem sempre a realidade e os factos se ajustam à sua eminente sabedoria, estratificadora da opinião oficial e única, mas a ignorância, a cegueira e má-fé são sempre dos outros, que se atrevem a ter posições diferentes, mesmo que sejam sustentadas por sólida investigação. Mas que culpa têm eles que assim seja? A realidade e os factos é que estão errados.

Uma atitude como esta não é sequer uma minimização da realidade nazi ucraniana, admitindo-a como um fenómeno marginal, uma espécie de folclore inconsequente e bizarro. É antes uma negação, uma perigosa negação que vai muito além de qualquer desejado efeito de propaganda; indicia que é possível conviver com um regime nazi – e apoiá-lo – sem que uma tal promiscuidade traga consequências. Mais do que isso, no caso presente recorre-se ao nazismo como instrumento para atingir objectivos próprios, os chamados «nossos interesses», contra qualquer coisa «maléfica» que pretende destruir a civilização «perfeita e superior» que construímos.

2024/07/23

Israel é um Ocupante

Israel é um Ocupante - Declara o Tribunal Internacional de Justiça da ONU
(Editorial Russian Television, RT, 2024/07/19)

Os 15 juízes do tribunal concordaram na sexta-feira que “a transferência de colonos por Israel para a Cisjordânia e Jerusalém, bem como a manutenção da sua presença por Israel, é contrária ao artigo 49.º da Quarta Convenção de Genebra”.

Uma vista dos colonatos israelitas de Itamar e Elon Moreh a 20 de março de 2024 © AFP/Zain Jaafar


Ao ler o parecer consultivo não vinculativo, o presidente do TIJ, Nawaf Salam, descreveu a construção de colonatos por Israel na Cisjordânia como uma “anexação de facto” do território e declarou que o Estado judaico deveria pôr fim à sua presença “ilegal” na Palestina ocupada.

O TIJ tem investigado as “políticas e práticas” de Israel em relação aos territórios palestinianos ocupados desde o início de 2023, a pedido da Assembleia Geral da ONU. Numa série de audições em Fevereiro, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Riad Malki, acusou Israel de apartheid e apelou ao tribunal para declarar ilegal a ocupação de terras palestinianas. Israel não enviou representantes legais às audições.

Israel É Um Estado Pária que Desrespeita Consistentemente o Direito Internacional

O Que Significa Para Israel a Decisão do principal tribunal da ONU
(Tarik Cyril Amar(*), RT, 2024/07/21)

Embora não sejam vinculativas, as decisões do TIJ, sobre o massacre que está a decorrer em Gaza, eliminam a capacidade do Estado judeu para camuflar os seus crimes.

Soldado israelense durante operações militares na Faixa de Gaza em meio ao conflito em curso entre Israel e o Hamas © Exército israelense / AFP

Os 15 juízes do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), o mais alto órgão judicial das Nações Unidas, emitiram o que todos concordam ser uma conclusão histórica. “Consequências legais decorrentes das políticas e práticas de Israel no Território Palestiniano Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental”, é, em essência, uma condenação devastadora das políticas e crimes de Israel nos territórios que conquistou há mais de meio século, como um consequência da Guerra dos Seis Dias de 1967, que ainda hoje se mantém.