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2019/01/10

A Privatização como Roubo Instituido

O esbulho da propriedade estatal tem sido constante e seguido sempre o mesmo guião. Degradar a empresa para criar mau estar, descapitalizar a empresa para lhe baixar o preço, retirar-lhe os setores improdutivos ou menos lucrativos para a tornar atraente e finalmente vender aos amigos ao preço da banana. Repescamos aqui mais um artigo sobre o golpe em preparação na CP.

Respostas aos afãs da Direita
(Manuel Carvalho da Silva in JN, 2018/09/01)

Os trabalhadores da CP e forças de Esquerda há muitos anos denunciam o crescendo de bloqueios à manutenção da capacidade operacional e à modernização desta empresa, e de outras que com ela se articulam, no contexto da afirmação da ferrovia como excelente solução para o transporte em geral e para a mobilidade das pessoas em particular.

2019/01/08

Não é populismo, é fascismo

Não é populismo, é fascismo
(Carvalho da Silva, DN, 2019/01/06)

É surpreendente que sociedades carregadas de injustiças e desigualdades, polarizadas em guetos, se tornem perigosas? Sociedades onde uma ínfima minoria é muita rica e manipula todos os poderes, uma grande parte é extremamente pobre e não tem voz, e no meio fica um enorme massa de seres humanos a deslizar para o lado da privação e da desesperança são sociedades em perigo. Neste contexto, será surpresa surgirem messias providenciais que, prometendo autoridade e segurança, encontram um público disponível para os apoiar e até para lhes propiciar vitórias eleitorais? Não, não é. Está a acontecer hoje o que já aconteceu no passado.

2017/10/09

A nossa economia política é o trabalho

A nossa economia política é o trabalho
(João Rodrigues in Público 2017/10/06)

Há 150 anos atrás, em 1867, saía o primeiro livro de O Capital, da autoria de Karl Marx, que se tornaria uma obra central na história da economia política. A certa altura, Marx exorta o leitor a segui-lo “até ao lugar oculto da produção”, franqueando a porta que diz proibida a entrada a pessoas estranhas ao serviço. Só aí, onde se trabalha e cria valor, se tornaria visível para todos “como o capital produz, mas também como se produz ele próprio, o capital”.

Esta exortação mantém no século XXI uma grande actualidade em termos de método, de possibilidade de conhecimento, e em termos políticos. De facto, as relações laborais continuam a ser o elo central das sociedades capitalistas. Isto não impede, antes pelo contrário, que exista todo um esforço ideológico liberal para as ocultar. Mas de vez em quando, por denúncia de quem trabalha, o leitor tem um vislumbre do que se passa num tempo em que os freios e contrapesos legislativos e sindicais ao poder patronal foram enfraquecidos.

Recentemente, o PÚBLICO expunha o lado laboral oculto do só aparentemente glamoroso sector turístico, com o exemplo do que se passa nos barcos do Douro: “Salários baixos. Contratos maioritariamente temporários, quase sempre de três ou de seis meses. Sazonalidade. Jornadas laborais de 60 horas semanais. Contínuas. Folgas em plano b. Dormidas a bordo em espaços exíguos, sem privacidade. Refeições feitas de restos.

2009/03/22

Istéumundesofrimente

Epá o esforço que eu tenho feito neste últimos dias para deixar passar e seguir em frente sem zurzir no gajo!

Epá! É qu'eu gramo buéé do gajo. É um comuna pacífico, dialogante, tenta desesperadamente explicar aos patrões que não podem ser assim tão vergonhosamente garganeiros sob pena do Zé Ferrugem ficar memo chateado, e não o queiram ver chateado que não é boa pinta, tenta desesperadamente explicar aos gajos que os sindicatos são uns gajos porreiros que lhes fazem imensa falta, porque enquanto forem os sindicatos a organizar a raiva talvez ela não chegue a esventrar máquinas, queimar carros e partir montras.

Enfim, eu gramo memo do gajo e quando o deixam até diz duas seguidas bem alinhavadas.

O problema é que a gente já sabe que quando bai á trebisão é pa não nos deixarem alinhavar duas seguidas e a mocinha é useira e vezeira em não deixar ninguém falar. Não sei se aquilo é estilo, ou má educação ou a mania de que as cabeças dos outros são tão oucas comá dela e só assimilam sound bites bissilábicos. O que é certo é que toda a gente conhece a Judite pela capacidade de interromper o entrevistado. Eu nem nunca percebi bem para que é que ela precisa de alguém do outro lado. Acho que sozinha fazia entrevistas muito melhores. Pergunta, pergunta, interrompe, interrompe, pergunta, interrompe, insiste, insiste, assim comássim quem veja as entrevistas dela também nunca chega a perceber bem o que é que o entrevistado está ali a fazer e muito menos o que é ele pensará sobre o que quer que seja.

Enfim, deixemos a moça em paz que não tem culpa nenhuma. Aquilo é a maneira de ser dela e quem quiser que a veja a dar o seu melhor a interromper o entrevistado e a enervar o espectador.

Epá! E não se enganem que nem sequer é má vontade, ó menos a Judinha, justiça lhe seja feita, é igualmente intragável a entrevistar quem quer que seja.

Desta vez o meu drama é mesmo com o entrevistado. Um gajo porreiro, com montes de coisa importantes e relevantes pa dizer e que ao longo de 30 minutos não conseguiu alinhavar duas seguidas.

Mais parecia um peixinho maluco, sempre de isco em isco, debica aqui, debica ali, não come daqui mas morde e fica, e lá foi ficando pendurado em cada anzol que debicava até se soltar com umas barbatanadas, só pa voltar a morder no anzol do lado, atrás de cada pergunta, de cada interrupção, de cada interjeição da Judinha, como se a anterior já tivesse fugido "né?", sem nunca conseguir retomar o raciocinio no ponto em que o deixou, sem nunca conseguir deixar-me perceber o que pensa sobre a precariedade, os baixos salários, o edividamento, a exploração o vale-tudo-até-tirar-olhos a que chegámos ...

E eu até sei o que ele pensa!

Imagino o que terão percebido os que não sabem o que ele pensa! Sinceramente acho que ficaram a perceber que ele não pensa memo nada. E olhem que é mentira, os gajos, esses dos sindicatos, pensam memo muita coisa bem pensada sobre muita coisa. A gente é que nunca tem oportunidade de os ouvir pensar :)

Há já muito tempo que não via ninguém tão bem manipuladinho, tão enganadinho, tão rabiadinho a sangue frio a deixar-me um amargo na boca que raistapartiça!

Prontes malta lá fiquei eu triste outra vez. Lá menfrasquei nuns prozacs, jurei e rejurei que deixa andar co meu pai é bombeiro e os gajos que se lixem que nunca mais aprendem a diferença entre discursar pa duzentos mil amigos e explicar uma coisa a um inimigo, a diferença entre falar num plenário de trabalhadores e falar na trebentina, a diferença entre discutir um acordo colectivo com os bosses da indústria e enfrentar o horário nobre da trebisão.

Poças coisinhos! Mas quando é que vocês aprendem que se é pa irem ao horário nobre é pa perderem o dia a preparar a guerra! Se querem dizer alguma coisinha a alguém têm que perder pelo menos um dia a pensar como é que a vão dizer, a treinar, a pensar, a cortar, a burilar, a discutir, mas não numa de amigalhaços, têm memo de arranjar dois gajos, a entrevistadora é senhora? Arranjem duas gajas, perdão, duas camaradas, duas senhoras, pa barrarem o Carvalho com salvas de perguntas, interrupções, interjeições, pa lhe cortarem o raciocinio passo a passo, marcação cerrada.

Poças malta aprendam a enfrentar o inimigo com as armas dele e não me chateiem qu'eu tou a ficar raivosamente furioso.

E não me venham dizer que ele até esteve muito bem, dadas as circunstâncias! Mas quais circunstâncias? Mas bem o quê? Em trinta minutos de toma lá dá cá não se percebeu rigorosamente nada sobre as propostas da CGTP!

Se tiverem aquilo gravado, vejam lá a coisa com olhos de ver e digam-me: se tivessem de explicar a alguém o que ele ali quis dizer, apenas com base no que ali foi dito, como é que descalçavam a bota?

Vêm aí as eleições todas, as entrevistas todas, os debates, os plenários. Arranjem lá uns diazinhos de estágio, gravem as entrevistas com o Paulo Portas e o Loicinha e aprendam qualquer coisinha cos gajos poças!

Fechem-se numa sala com dois ou três gajos dispostos a fazer de chatos e enfrentem-nos 4 horas seguidas em toda a sua chatice! Até à exaustão!

Capacitem-se de que sempre que forem à trebentina vão enfrentar um inimigo tenebroso que está lá pa vos arrasar.

E deixem de se queixar que os "media não passam a nossa mensagem", que "deturpam as nossas palavras", que ninguém gosta da gente, ca gente somos uns pobrezinhos.

A culpa é toda vossa!

Salvo raríssimas excepções, sempre que têm uma oportunidadezinha de dizer qualquer coisa de relevante à malta, perdem-na por incapacidade, impreparação e irresponsabilidade.

Já acho que vocês fazem de propósito, vão-se mas é lixar!