América Latina: a lição da resistência
(Manuel Loff, ODiário.ingo, 2019/11/16)
A América Latina é, com as revoluções mexicana (1917) e cubana (1959), a Unidade Popular chilena (1970-73) ou o sandinismo (1979), um laboratório de experiências políticas com mais impacto mundial do que se julga.
A grande viragem progressista, que irrompeu com Chávez (1998) e se alastrou com os movimentos emancipadores de Rafael Correa (Equador) e Evo Morales (Bolívia) e com as vitórias eleitorais contra as receitas do FMI (Lula, os Kirchner, Pepe Mujica), constituiu a primeira grande vaga de contestação global ao neoliberalismo que começou a devastar os direitos sociais a partir do fim dos anos 1970.
«Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação. Só há liberdade a sério quando pertencer ao povo o que o povo produzir.»(Sérgio Godinho)
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2019/11/20
2019/04/25
Liberdade Para os Presos Políticos Catalães
Pela democracia e pelas liberdades na Catalunha
(André Freire, Fernando Rosas, J.M. Nobre-Correia, Manuel Loff, Isabel Pires, in Público, 23/04/219)
Os subscritores deste manifesto consideram que o problema catalão é de natureza eminentemente política e pugnam pela libertação imediata dos líderes políticos e associativos catalães presos.
Em fevereiro, começou em Madrid, no Supremo Tribunal, o julgamento de 12 líderes políticos e associativos catalães. São estes acusados pelo Estado espanhol de “rebelião”, “sedição” e “desvio de fundos” por terem organizado e implementado o referendo sobre a independência da Catalunha em 1 de outubro de 2017. Os acusados, detidos há já um ano e meio, declaram-se “presos políticos” e o julgamento tem sido descrito por diversas organizações e personalidades à escala internacional (a Prémio Nobel da Paz Jody Williams, parlamentares de vários países, etc.) como um processo político, exigindo a libertação dos acusados.
(André Freire, Fernando Rosas, J.M. Nobre-Correia, Manuel Loff, Isabel Pires, in Público, 23/04/219)
Os subscritores deste manifesto consideram que o problema catalão é de natureza eminentemente política e pugnam pela libertação imediata dos líderes políticos e associativos catalães presos.
Em fevereiro, começou em Madrid, no Supremo Tribunal, o julgamento de 12 líderes políticos e associativos catalães. São estes acusados pelo Estado espanhol de “rebelião”, “sedição” e “desvio de fundos” por terem organizado e implementado o referendo sobre a independência da Catalunha em 1 de outubro de 2017. Os acusados, detidos há já um ano e meio, declaram-se “presos políticos” e o julgamento tem sido descrito por diversas organizações e personalidades à escala internacional (a Prémio Nobel da Paz Jody Williams, parlamentares de vários países, etc.) como um processo político, exigindo a libertação dos acusados.
2018/10/08
Há Que Perder o Medo!
Em dois dias foram dois textos a apontar o medo como principal causa dos afloramentos fascizantes que por esse mundo despontam. O primeiro, do Domingos Lopes, aqui em baixo, mais centrado no Brasil, o segundo, do Manuel Loff, mais alicerçado na história contemporânea, ambos apontam o medo para explicar o mesmo fenómeno: como é que um fascista incompetente arrastou 40 milhões de brasileiros com um discurso de ódio, violência e morte.
Ambos concluem ser o medo, o medo sem objeto, o medo de tudo, da diferença, da pobreza, do outro, do crime, do vizinho, da droga, do desconhecido, do terrorismo. Foi aliçerçado em todos estes medos, acirrando uns contra os outros, culpando o diferente, o outro, o vizinho, o desconhecido que o fascista incompetente arrastou 40 milhões de votos.
Acredito. Mas acho que podemos, e devemos, ir um bocadinho mais fundo. Quem criou e alimentou os medos? Quem criou a crise politica e institucional? Quem deu o golpe? Quem foram os corruptos que apontaram o dedo à única não corrupta? Onde andou a Globo nas vésperas, durante e depois do golpe? Quem andou com o fascista incompetente ao colo antes e durante a campanha? Quem alimenta a miséria, mãe de todos os medos? A ignorância, filha da barriga vazia? Quem? Ou o quê?
E já agora. Quem confia no voto electrónico? Quem garante que o número escrito na RAM não é "aleatóriamente" enviezado relativamente ao que eu primo no teclado por três linhazitas de código malandradrecas, perdidas algures no controlador do teclado e auto-eliminadas quando se fecha a urna?
Quem não tem medo do medo? E de Bolsonaro?
(Domingos Lopes, in Público, 2018/10/05)
Jair Bolsonaro sabe que ao defender este “programa” convoca o medo para a partir dele pôr o Brasil na ordem ditatorial e na paz dos cemitérios.
O medo existe para condicionar ou impor aos outros um determinado comportamento. Uma sociedade onde o medo impera não é uma sociedade em que os seus membros se sentem livres. Uma ditadura impõe-se pelo medo que provoca nos cidadãos. O medo é como um colete que se cola ao corpo e o aperta a lembrar-lhe o que não pode fazer.
Ambos concluem ser o medo, o medo sem objeto, o medo de tudo, da diferença, da pobreza, do outro, do crime, do vizinho, da droga, do desconhecido, do terrorismo. Foi aliçerçado em todos estes medos, acirrando uns contra os outros, culpando o diferente, o outro, o vizinho, o desconhecido que o fascista incompetente arrastou 40 milhões de votos.
Acredito. Mas acho que podemos, e devemos, ir um bocadinho mais fundo. Quem criou e alimentou os medos? Quem criou a crise politica e institucional? Quem deu o golpe? Quem foram os corruptos que apontaram o dedo à única não corrupta? Onde andou a Globo nas vésperas, durante e depois do golpe? Quem andou com o fascista incompetente ao colo antes e durante a campanha? Quem alimenta a miséria, mãe de todos os medos? A ignorância, filha da barriga vazia? Quem? Ou o quê?
E já agora. Quem confia no voto electrónico? Quem garante que o número escrito na RAM não é "aleatóriamente" enviezado relativamente ao que eu primo no teclado por três linhazitas de código malandradrecas, perdidas algures no controlador do teclado e auto-eliminadas quando se fecha a urna?
Quem não tem medo do medo? E de Bolsonaro?
(Domingos Lopes, in Público, 2018/10/05)
Jair Bolsonaro sabe que ao defender este “programa” convoca o medo para a partir dele pôr o Brasil na ordem ditatorial e na paz dos cemitérios.
O medo existe para condicionar ou impor aos outros um determinado comportamento. Uma sociedade onde o medo impera não é uma sociedade em que os seus membros se sentem livres. Uma ditadura impõe-se pelo medo que provoca nos cidadãos. O medo é como um colete que se cola ao corpo e o aperta a lembrar-lhe o que não pode fazer.
2018/10/07
Hoje Somos Todos Brasileiros: Haddad ou Ditador?
Orbán, Trump, Bolsonaro: como chegámos até aqui?
(Manuel Loff, in Público, 2018/10/06)
Mais do que em quaisquer outros recursos do Estado, é nos aparelhos securitários que a extrema-direita se quer infiltrar
Bolsonaro sairá amanhã à frente na corrida para a 2.ª volta das eleições brasileiras – e eu sou dos que temo que seja mesmo eleito no próximo dia 28. Os Le Pen pai e filha já chegaram duas vezes à 2.ª volta das presidenciais francesas. Trump foi eleito presidente da maior economia e do maior arsenal de armas do mundo. A extrema-direita tem 15%-25% dos votos em meia Europa e, só na UE, dirige ou participa em governos de coligação de dez países (da Itália e Bélgica à Hungria e Polónia).
(Manuel Loff, in Público, 2018/10/06)
Mais do que em quaisquer outros recursos do Estado, é nos aparelhos securitários que a extrema-direita se quer infiltrar
Bolsonaro sairá amanhã à frente na corrida para a 2.ª volta das eleições brasileiras – e eu sou dos que temo que seja mesmo eleito no próximo dia 28. Os Le Pen pai e filha já chegaram duas vezes à 2.ª volta das presidenciais francesas. Trump foi eleito presidente da maior economia e do maior arsenal de armas do mundo. A extrema-direita tem 15%-25% dos votos em meia Europa e, só na UE, dirige ou participa em governos de coligação de dez países (da Itália e Bélgica à Hungria e Polónia).
2018/02/21
Polónia de Regresso ao Fascismo
Polónia: vítimas, cúmplices e manipuladores
(Manuel Loff in Público, 2018/02/03)
Há anos visitei o Museu da Insurreição de Varsóvia (de 1944, contra o ocupante nazi). Além do tom de ludicização da história, que transforma os museus em quase-discotecas (música, ruído de bombardeamentos e do matraquear das metralhadoras, actores que “reconstituem” a história…), nele se exalta a Polónia mártir e heróica, atraiçoada por todos (soviéticos, britânicos, americanos). No final, um colega polaco que me acompanhara, percebendo o desconforto meu e o de uma colega grega, explicou-nos que a historiografia polaca desde a queda do regime comunista se dividia entre “nacionalistas” e “patriotas”…
(Manuel Loff in Público, 2018/02/03)
Há anos visitei o Museu da Insurreição de Varsóvia (de 1944, contra o ocupante nazi). Além do tom de ludicização da história, que transforma os museus em quase-discotecas (música, ruído de bombardeamentos e do matraquear das metralhadoras, actores que “reconstituem” a história…), nele se exalta a Polónia mártir e heróica, atraiçoada por todos (soviéticos, britânicos, americanos). No final, um colega polaco que me acompanhara, percebendo o desconforto meu e o de uma colega grega, explicou-nos que a historiografia polaca desde a queda do regime comunista se dividia entre “nacionalistas” e “patriotas”…
2017/11/05
As Revoluções no Centenário de Outubro
Por vezes, sempre menos do que gostaríamos, surgem pequenas pérolas de pensamento materialista-histórico que nos deixam com vontade de ler mais. Já não é a primeira vez que Manuel Loff nos brinda com esses pequenos prazeres. Chegado ao fim, fui à procura de mais, do resto do artigo. Não havia mais. Fiquei com a impressão de ter lido uma introdução, com a sensação de que muito mais haveria para ler.
As Revoluções no Centenário de Outubro
(Manuel Loff, in Público 2017/11/04)
Foi o acontecimento central da história do séc. XX”, dizia Eric Hobsbawm (A Era dos Extremos, 1994), “da mesma forma como a Revolução Francesa o foi do séc. XIX”. Sendo puros produtos da modernidade ocidental, em toda a sua contradição interna, a qual ajudaram a transformar como nenhum outro processo político, ambas foram transformadas em objetos históricos malditos por todas as direitas do mundo, que as tentaram desocidentalizar como se, numa rançosa lógica colonial, elas não fossem mais do que processos de mudança tumultuária às mãos de massas ignorantes e fanatizadas.
As Revoluções no Centenário de Outubro
(Manuel Loff, in Público 2017/11/04)
Foi o acontecimento central da história do séc. XX”, dizia Eric Hobsbawm (A Era dos Extremos, 1994), “da mesma forma como a Revolução Francesa o foi do séc. XIX”. Sendo puros produtos da modernidade ocidental, em toda a sua contradição interna, a qual ajudaram a transformar como nenhum outro processo político, ambas foram transformadas em objetos históricos malditos por todas as direitas do mundo, que as tentaram desocidentalizar como se, numa rançosa lógica colonial, elas não fossem mais do que processos de mudança tumultuária às mãos de massas ignorantes e fanatizadas.
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