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2025/01/05

Queixam-se de quê?

Queixam-se de quê?

Os governos estão inocentes, «deixem-nos governar», já dizia o outro; a culpa toda é de factores externos e alheios e, acima de tudo, do povo – que ainda não se dispôs totalmente a ser domesticado.

A clique novembrista que sequestrou o 25 de Abril, assaltou os órgãos de poder e nos governa segundo uma forma de democracia pervertida e aleijada acordou revoltada, indignada, furibunda: os russos bombardearam a embaixada de Portugal em Kiev! É preciso vingar-nos, devolver-lhes em dobro o poder de fogo dos nossos mísseis, organizar uma missão patriótica como tão bem sabe o almirante candidato a salvador da pátria, desta feita colocando-se intrepidamente na vanguarda da poderosa frota de submarinos do Portas, quem sabe os deuses possam ser benévolos e consiga chegar à Ponta de Sagres – mas fica a intenção, Zelensky jamais a esquecerá. Enfim, há que fazer com que o maléfico Putin, o diabo em forma de gente, meta a viola no saco e engula as suas prosápias.

É fundamental recuperar os clarins de Aljubarrota, restaurar o quadrado invencível, ressuscitar a D.ª Brites, a padeira, para malhar à pazada agora nos russos em vez dos vizinhos espanhóis, que já são nossos aliados.

Bombardear embaixadas não se faz, é um crime «bárbaro», muito menos a portuguesa, representante da diplomacia de um povo seráfico e pacífico, amante da paz embora seja aconselhável não pronunciar esta última parte em voz alta porque ofende a opinião única, provoca os vigilantes cavaleiros da verdade terçando mentiras nos omniscientes meios de comunicação social do regime.

Sebastiânica saudade de grandeza

A história, porém, parece não ser tão linear como a pinta a casta governante.

Será que os russos resolveram vingar-se dos ataques com mísseis ATACAM norte-americanos e Storm Shadows britânicos contra alvos em Rostov, território da Federação, punindo apenas um membro da NATO, e logo Portugal?

Parece andar por aqui uma sebastiânica saudade de grandeza e um orgulho patriótico contrastante com o comportamento habitual dos governos, das maiorias parlamentares e do actual chefe de Estado, tão vocacionados para fazer desaparecer Portugal nos meandros conspirativos e não-democráticos, porque não-eleitos, da NATO e da União Europeia.

Por que razão iriam os russos escolher como alvo a punir logo um país que deixou de existir e mal se dá por ele porque o sim automático a todos os comportamentos imperiais, coloniais, expansionistas e provocatórios do «civilizado» Ocidente é sempre dado como adquirido? Além de ser um bom e incomparável aluno, sempre capaz de cumprir até mais do que os carrascos coloniais exigem.

Afinal, observando o cenário mais de perto e baixando o som do alarido parece que a embaixada não foi alvejada. Os mísseis, ou os seus destroços, atingiram «a zona» da embaixada», instalada num prédio onde existem outras representações diplomáticas de gigantes da arena mundial como o Montenegro, a Macedónia do Norte, a Argentina agora nas mãos de Milei, irmão de Cotrim, e, injustiça das injustiças, a Palestina.

Uns vidros partidos pelas explosões, uns sustos, tudo susceptível de caber naquele conceito que os militares norte-americanos em boa hora inventaram quando foram «libertar o Iraque»: o dos inevitáveis danos colaterais.

Tanto mais que na mesma «zona» funcionam o comando operacional da tenebrosa e torcionária polícia política nazi-banderista, responsável confessa pelo recentíssimo assassínio do tenente-general russo Kirilov, e alguns departamentos militares muito «criativos» dentro do aparelho de guerra do regime de Kiev. Esses sim, alvos na mira do ataque de Moscovo.

Tudo leva a crer, portanto, que a alegada punição portuguesa mais não foi do que uma infeliz coincidência de vizinhança, deitando água na fervura, no fervor e até no orgulho com que a clique governante lusa encarou a hipótese de ter sido a escolhida como alvo da fúria vingativa russa entre tantos apoiantes ocidentais do nazi-banderismo ucraniano na guerra com Moscovo.

Por outro lado, parece que na «zona» das redondezas da embaixada não caíram mísseis, a crer na versão oficial ucraniana, mas sim apenas destroços dos mísseis agressores, derrubados pelos «azoves» de serviço, atenuando a extensão dos prejuízos.

Aqui as opiniões dividem-se, é assim a propaganda de guerra. Kiev diz que abateu os seis mísseis hipersónicos lançados por Moscovo, graças à eficácia da sua já praticamente inexistente defesa antiaérea. Moscovo assegura que todos os mísseis atingiram os alvos seleccionados – na lista dos quais, para desespero do destemido cavaleiro andante Rangel, não estava a embaixada portuguesa. Quem fala verdade e quem mente? Venha o diabo e escolha.

Quem vai à guerra…

Suponhamos agora que, por absurdo, a Rússia tinha escolhido enviar um aviso aos dirigentes portugueses pela sua participação directa, através de apoio geopolítico e de ajuda material, em todo o processo golpista e terrorista ocorrido na Ucrânia e que conduziu ao actual estado de guerra. Moscovo tem ou não razão para estar descontente com o comportamento de Lisboa? Tem, sem dúvida.

«A casta usurpadora apátrida de Lisboa decidiu espezinhar a Lei Fundamental portuguesa e entrar numa guerra alheia, transformando Portugal – e, sobretudo, os portugueses – em alvos potenciais da parte escolhida como inimiga.»

E o povo português tem igualmente razões para não estar satisfeito com a política externa militarista e também ilegal da clique governante – porque orientada pela ordem internacional baseada em regras norte-americana e não pelo direito internacional – uma vez que nos envolve em guerras que não nos dizem respeito, violam a Constituição da República e ofendem o espírito do 25 de Abril, que também nasceu da necessidade de um urgente reencontro com a paz.

A casta usurpadora apátrida de Lisboa decidiu espezinhar a Lei Fundamental portuguesa e entrar numa guerra alheia, transformando Portugal – e, sobretudo, os portugueses – em alvos potenciais da parte escolhida como inimiga. Se os novembrista governantes conhecessem o povo e não vivessem cheios de si e encerrados em gabinetes onde existe ligação permanente por Skype aos burocratas não-eleitos e aos autocratas de Bruxelas, talvez já tivessem ouvido o velho aforismo segundo o qual «quem vai à guerra dá e leva». Então, se os russos tivessem atingido deliberadamente a embaixada lusitana em Kiev não estariam a praticar uma acção gratuita. A guerra é a guerra.

A democracia ou o golpismo nazi-banderista?

Defender a democracia é o objectivo do apoio ao regime corrupto de Zelensky até às últimas consequências (incluindo a extinção da vida na Terra, se necessária), explica o «arco da governação» com o desplante próprio de quem pratica a mentira e a manipulação como privilegiadas armas políticas. A democracia do regime nazi-banderista de Kiev? O apoio implícito, quando não explícito, ao genocídio e limpeza étnica praticados pelo regime sionista, a «única democracia do Médio Oriente», a «democracia» do criminoso de guerra Benjamin Netanyahu, valente defensor da «civilização ocidental» na região? A euforia irresponsável pela tomada «democrática» de Damasco pela al-Qaida? O reconhecimento presidencial de um candidato derrotado, mentor e condutor de esquadrões da morte, nas eleições legítimas e transparentes na Venezuela? Até a anulação de eleições livres na confrade Roménia porque foram ganhas por um candidato que não pertence à seita governamental e pró-Bruxelas de Bucareste.

Os portugueses têm razões para sentir vergonha dos seus governantes. Que dizem defender a democracia irmanando-se a regimes e correntes fascistas, envolvendo-se no expansionismo militarista imperial e colonial para que a paz seja finalmente encontrada no fim da guerra, sobretudo se for a paz dos cemitérios.

Os governos portugueses apoiaram deliberadamente o golpe nazi-banderista de 2014 na Praça Maidan, em Kiev, que «restabeleceu a democracia» derrubando um presidente e um sistema de governo resultantes de eleições democráticas, transparentes e que ninguém contestou; não emitiram um pio quando as novas autoridades autocráticas e nacionalistas da Ucrânia – que suprimiram os partidos capazes de fazerem oposição – avançaram para a guerra, a chacina e a limpeza étnica do Donbass, de maioria russa, em nome de uma raça pura, contra os «sub-humanos»; entraram deliberadamente na guerra, ao lado do regime ucraniano de apartheid, quando a Rússia decidiu defender os russos, como se os interesses dos portugueses fossem tidos e achados nesta situação. Como já se viu, a guerra ucraniana nada tem a ver com a democracia, essa história da Carochinha já fez o seu percurso e esfumou-se: agora é apenas uma sentença burocrática, ridícula, pervertida por imbecis desejosos de universalizar a imbecilidade.

Então os governos portugueses enviaram dois ou três tanques coxos, logo transformados em sucata, apenas para mostrarem a valentia bacoca de se dizerem em guerra; mandam fabricar drones para entregar aos nazi-banderistas de Kiev e alimentar uma guerra perdida, assim contribuindo para liquidar inutilmente milhares de vidas humanas por dia. O então primeiro-ministro Costa não se coibiu de atacar o tesouro nacional, e os rendimentos dos contribuintes, apropriando-se indevidamente de 250 milhões de euros para os lançar no poço sem fundo dos proveitos do ditador Zelensky, cujo mandato já caducou há mais de um ano. Costa recebeu como prebenda a presidência do Conselho Europeu e em poucos dias fez-nos ter saudades do retardado Charles Michel. Como Durão Barroso ao actuar como mordomo da cimeira que pôs em marcha a injustificada guerra contra o Iraque, Costa recebe a recompensa pelos bons serviços prestados à causa autocrática europeia e ao terrorismo de Estado norte-americano e – por arrastamento – israelita.

Os russos, naturalmente, teriam as suas razões para advertir as autoridades portuguesas – com o preço mais alto a ser pago pelo povo português – devido ao seu evidente envolvimento ao lado dos nazis de Kiev. Mas não o fizeram. Seria inútil e um desperdício de mísseis.

Vergonha do Martim Moniz

A rábula mediática e politiqueira, embrulhada em ademanes de palavreado diplomático das Necessidades exibidos com uma valentia bacoca e de banda desenhada, chegou mesmo a tempo de desviar o foco político e mediático da vergonha nacional que foi o assalto das «forças da ordem», ditas «de segurança», contra o Martim Moniz e a população dessa zona lisboeta, fazendo lembrar as «operações de limpeza» de outros tempos. Porém, não há memória de o famigerado capitão Maltês, da polícia de choque salazarista-marcelista, ter chegado alguma vez ao ponto de humilhar centenas de pessoas virando-as contra a parede como se já as tivesse definido como criminosas.

Violência, xenofobia, arbitrariedade, desprezo feroz pelos direitos humanos, desumanidade cruel, raiva fascista com tonalidades de vingança no país que é de Novembro, governado por quem faz por desconhecer o que foi Abril. Tudo numa operação à medida dos programas racistas do Chega que o «arco da governação» aconchega no seu regaço como filho pródigo finalmente regressado meio século depois de transviado em 25 de Abril de 1974.

O chefe de Estado, que sabia imediatamente tudo sobre o que (não) se passara em Kiev, desconhecia, porém, a acção terrorista desencadeada nas suas vizinhanças porque «ainda não tinha visto as imagens». Nem parecia interessado em fazê-lo.

Afinal, fazendo uma radiografia da «operação de segurança» conduzida por forças policiais com nova farda mas mentalizadas como as de antigamente, parece que a culpa do estado de desastre económico e social – que não securitário, essa é outra patranha com que tentam envenenar os cidadãos – a que Portugal chegou é toda dos imigrantes e refugiados. Sem eles, viveríamos no país das maravilhas. As diligentes forças de «segurança», ao que consta, detiveram apenas uma das vítimas da rusga fascista, por sinal um branco, bem portuguesinho, indubitavelmente membro da raça pura, do jardim de Borrell, um aríete da «civilização ocidental».

O governo de apátridas ao serviço de interesses estrangeiros, ao contrário dos imigrantes e refugiados, esse tem as mãos limpas nesta hecatombe nacional anunciada, que ainda não passou do adro.

De que se queixa então o «arco da governação»? Dos russos, dos imigrantes, dos refugiados, dos mísseis que caem «na zona» da sua embaixada numa guerra para a qual os portugueses não são tidos e achados, dos anos de atraso com que a al-Qaida tomou Damasco, dos iranianos, dos chineses, dos venezuelanos, dos cubanos, até dos palestinianos por não se renderem como deviam ao sionismo, assumindo os caminhos do exílio e da extinção.

Os governos estão inocentes, «deixem-nos governar,» já dizia o outro; a culpa toda é de factores externos e alheios e, acima de tudo, do povo – que ainda não se dispôs totalmente a ser domesticado. Para isso se montou a operação do Martim Moniz, provavelmente outras e mais graves se seguirão, se não lhes fizermos frente com todas as nossas forças, meios, mobilização e convicções verdadeiramente democráticas. A instauração deliberada do estado policial espreita-nos. É que na sombra, como já se percebeu, lá está outro almirante, o homem providencial que certamente não desdenhará institucionalizar o «safanão dado a tempo», como dizia o beato de Santa Comba, tão bem como organizou o rebanho dos vacinados, provando assim que a domesticação do povo é possível, basta ele encarregar-se disso. Pelos vistos – talvez seja mesmo uma certeza que ele alimenta no seu ego inchado como um sapo – polícias, tropa e NATO não lhe faltarão.

2024/08/25

Nachtigall, batalhão hitleriano da NATO

Nachtigall, batalhão hitleriano da NATO
(José Goulão, AbrilAbril, 2024.08.19)

Um simples raciocínio aristotélico revela-nos que a NATO recorre ao nazi-fascismo como parte do seu arsenal de metodologias para tentar governar o mundo, preservar a ordem totalitária «baseada em regras».
Nachtigall é o nome escolhido pelo 3.º Batalhão do 14.º regimento separado da Força Aérea Ucraniana que participa na invasão da Rússia iniciada em 6 de Agosto, uma operação que tinha como alvo – falhado – a destruição da central nuclear de Kursk. Se concretizado, seria mais um crime de guerra a somar à longa lista dos que devem ser assacados ao regime nazi-banderista ucraniano criado e pago desde 2014 pela NATO e a União Europeia.

O objectivo desta tentativa terrorista de causar uma tragédia humana de dimensões incalculáveis a partir dos arredores da pequena cidade de Kurchatov era de tal maneira estratégico para um exército ucraniano a desmoronar-se que, perante o falhanço, a junta de Kiev tentou substituí-lo pela destruição – ou pelo menos a desactivação catastrófica da central nuclear de Zaporizhia – a maior da Ucrânia e actualmente sob controlo russo. Os dois drones que atingiram exactamente o mesmo ponto do sistema de refrigeração – o que exclui automaticamente a hipótese de engano e de andarem à deriva – foram lançados por Kiev e quanto a isso não existem quaisquer dúvidas. Tanto mais que, estando a central sob controlo russo, a possibilidade de o ataque ter sido cometido pelas tropas de Moscovo só pode ser admitida por políticos e comentadores mentalmente transtornados ou viciados em mentiras sem pés nem cabeça destinadas a um vasto rebanho de acéfalos.

2024/07/29

Olimpismo, Negócios e Prepotências

Eu não queria, eu tinha jurado a mim mesmo focar-me doravante na denuncia da normalização do nazismo, do ressurgimento do neonazismo e da potência ocupante terroristas e criminosa que há 75 anos foi imposta aos palestinianos que, passe a redundância, habitavam a Palestina. Mas, depois o José Goulão vem pôr mais umas coisas em pratos limpos e tenho mesmo de lhe guardar aqui o texto. Por enquanto fica a ligação.

E note-se que eu sei que, numa sociedade classista, tudo é politica e tudo é aproveitado pelos imperialismos para puxarem a brasa à sua sardinha. 

Mas, pois se o próprio "texto da Carta é claro, preciso, redigido de maneira a não ser passível de dúvidas em relação ao chamado «espírito olímpico». No capítulo 2 do documento, dedicado «à missão e ao papel do COI», estipula-se no parágrafo 5.º que este organismo deve actuar «para o reforço do Movimento Olímpico Internacional (MOI), manter e promover a sua neutralidade política e preservar a autonomia do desporto»; e no artigo 6.º exige-se ao COI que actue contra «qualquer forma de discriminação afrontando o Movimento Olímpico»"

Mas, pois se é o próprio fundador dos jogos olímpicos da era moderna, o barão Pierre de Coubertain, que, do alto da sua ideologia dominante, "resumiu estes conceitos numa frase simples, grosseiramente violada pelos agentes que formataram os Jogos Olímpicos de Paris: «Nós (no COI) não somos conselheiros técnicos de política, somos apenas os curadores do ideal olímpico».

Tudo o que reivindico é que os herdeiros da ideologia dominante propalada pelo Barão respeitem as regras que eles próprios herdaram e reclamam respeitar. Ou as regras são só para os outros?

2024/07/27

O nazismo ucraniano, ontem e hoje – uma trilogia (II)

O nazismo ucraniano, ontem e hoje – uma trilogia (II)
(José Goulão, AbrilAbril, 2023/02/19)

Apesar de agirem sob designações diversificadas, os grupos nazis ucranianos têm uma origem, um tronco e uma clique terrorista dirigente comuns com influência omnipresente no topo da hierarquia do Estado.
Manifestantes neonazis do Svoboda (Liberdade) e Pravyi Sector (Sector de Direita) protestam em Kiev /REUTERS


2. A «democracia liberal» guiada pela «raça pura»

«Os meus homens alimentam-me com os ossos de crianças que falam russo»
(Dmytro Kotsyubaylo, comandante do grupo nazi Sector de Direita, condecorado como «herói nacional» pelo presidente Zelensky)

«Não há nazismo nem banderismo na Ucrânia», proclamam analistas, comentadores, especialistas, jornalistas, historiadores e outros bruxos da modernidade que nunca se enganam e raramente têm dúvidas. É verdade que nem sempre a realidade e os factos se ajustam à sua eminente sabedoria, estratificadora da opinião oficial e única, mas a ignorância, a cegueira e má-fé são sempre dos outros, que se atrevem a ter posições diferentes, mesmo que sejam sustentadas por sólida investigação. Mas que culpa têm eles que assim seja? A realidade e os factos é que estão errados.

Uma atitude como esta não é sequer uma minimização da realidade nazi ucraniana, admitindo-a como um fenómeno marginal, uma espécie de folclore inconsequente e bizarro. É antes uma negação, uma perigosa negação que vai muito além de qualquer desejado efeito de propaganda; indicia que é possível conviver com um regime nazi – e apoiá-lo – sem que uma tal promiscuidade traga consequências. Mais do que isso, no caso presente recorre-se ao nazismo como instrumento para atingir objectivos próprios, os chamados «nossos interesses», contra qualquer coisa «maléfica» que pretende destruir a civilização «perfeita e superior» que construímos.

2023/03/08

O nazismo ucraniano, ontem e hoje – uma trilogia (I)

O nazismo ucraniano, ontem e hoje – uma trilogia (I)
(José Goulão, AbrilAbril, 2023/01/27)

É longo o desfile dos «heróis nacionais» ucranianos proclamados pelos dirigentes do actual regime e que, directamente ou como colaboracionistas, fizeram parte do aparelho nazi de extermínio.

Marcha de tochas dos partidos nazis Svoboda and Pravy Sektor, nas imediações do gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, para assinalar o 113.º aniversário do nascimento de Stepan Bandera. Kiev, 1 de Janeiro de 2022 CréditosAnna Marchenko / TASS 

1. O decálogo assassino e a «grande democracia» 

O maior cego é aquele que não quer ver
 (sabedoria popular) 


Em Outubro do ano passado, o Parlamento e o presidente da Ucrânia proclamaram como «herói nacional» ucraniano um indivíduo de nome Miroslav Simchich, que completou 100 anos neste mês de Janeiro [1]. Simchich, que morreu no passado dia 18, é uma personagem de culto do regime de Kiev e foi agraciado como figura militar e pública pelos «seus méritos na formação do Estado ucraniano e pelos muitos anos de actividade política e social frutuosos».

Miroslav Simchich (Krivonis) é um nazi, um criminoso de guerra. Foi destacado dirigente da entidade terrorista designada Organização dos Nacionalistas Ucranianos, mais conhecida por OUN, e do seu braço armado, o Exército Insurgente da Ucrânia (UPA). Estes grupos tiveram como um dos fundadores e figura de referência o conhecido colaboracionista nazi Stepan Bandera, nome identificado como um dos principais dirigentes e proselitista do chamado «nacionalismo integral» ucraniano, inspiração ideológica dos grupos terroristas de inspiração nazi que enquadram os actuais governo e Estado ucranianos. O objectivo contido na palavra de ordem institucional proclamada pela UPA, associado à doutrinação do nacionalismo integral, era «um Estado ucraniano etnicamente puro ou morte».

2022/08/26

São Mil e Quatrocentos Milhões a Espirrar Ao Mesmo Tempo

 São mil e quatrocentos milhões de individuos que estão sossegados na terra deles a fazerem por ser felizes à moda deles.

Convém ter em conta que se metade deles bater com o pé no chão a terra dá um salto e se todos espirrarem temos um tsunami.

Talvez fosse boa ideia deixá-los ser felizes na terra deles como eles bem entenderem em vez de ir lá abanar a colmeia. 

O que é que acham?

Gente com bom senso bem tenta explicar que as abelhas só se tornam agressivas quando tentamos roubar-lhes o mel.

2019/10/27

Não é religião, é a luta pelo poder do mercado

O neoliberalismo, também na sua versão de fascismo político, ataca tudo quanto mexe. Nem o Papa escapa, aliás desde o início do seu pontificado. Figuras como o ex-Papa Ratzinger, que fez carreira na instituição sucessora do Santo Ofício, o patrono fascista e chefe de campanha de Trump, Steve Bannon, o cardeal norte-americano Burke, a embaixadora dos Estados Unidos no Vaticano e o núncio do Vaticano nos Estados Unidos formam uma grande coligação cimentada por mecanismos fundamentalistas da seita Opus Dei. Chamam-lhe "guerra civil" na Igreja Católica, mas é muito mais do que isso. É a acção global contra os discursos que fogem à opinião única e que o Papa Francisco também profere muitas vezes. Não é religião, é a busca do poder total e absoluto do "mercado". (José Goulão - FaceBoook)

A Conspiração Para Minar o Papado de Francisco
(Wayne Madsen, MintPress News/O Lado Oculto, 2019/10/26)

2019/09/15

1/2 Informação + 1/2 Verdade = 1 Mentira

A censura já é uma realidade e, actualmente, está a ser massivamente exercida na vertente da distribuição da informação, mais do que na sua produção.

A censura é actualmente executada de duas formas, limitando a distribuição de narrativas que possam desmontar a "verdade única" criada pelas "a"gências de "i"informação "c"entralizada e inundando as televisões e o ciberespaço com essa mesma "verdade única", assim diluindo, e por isso censurando, eventuais afloramentos das factuais narrativas que possam contradizer a "verdade única" autorizada com a chancela das ocidentais "a"gências de "i"informação "c"entralizada.

Nas sociedades capitalistas actuais todos somos livres de presenciar factos e de os narrar no circulo mais ou menos restrito da família, dos amigos e dos conhecidos. A barreira coloca-se quando tentamos expor essa informação às ilhas de cidadãos potencialmente interessados mas estranhos ao nosso circulo restrito de contactos directos. É nesse momento, quando tentamos "distribuir" narrativas que ponham em causa a "verdade única", que se erguem as barreiras censórias das redes sociais e dos motores de busca, todos eles submetidos a "contratos" de funcionamento com organismos anti-democráticos construídos à revelia do escrutínio dos cidadãos.

Se estivermos atentos à (des)informação veiculada pelos media corporativos é impossível não notarmos a ausência do contraditório, das imagens do outro lado, das palavras que afinal ficam por dizer. É gritantemente óbvia a forma como os media corporativos se agarram a uma "verdade única" distribuída pelas "a"gências de "i"nformação "c"entralizada, mesmo que para tal tenham de contradizer verbalmente ou por escrito as imagens que mostram uma outra realidade.

Os exemplos são inúmeros e gritantes. O apagão informativo que reduziu o maior evento politico-cultural do país, a Festa do Avante! comunista, a uma "rentrée" com um comício, umas barracas de comes e bebes e uns espectáculos é só o mais recente exemplo, mas a lista poderia continuar com um Nuno Rogeiro a afirmar que "o chavismo está a perder influência", em voz off, enquanto as imagens em directo mostram uma gigantesca manifestação chavista com mais de um milhão de participantes, ou o embuste dos capacetes brancos, especialistas na encenação de "ataques químicos" na Síria a serem promovidos por hollywood como heróicos socorristas. Outro exemplo gritante de como a meia informação sobre meia verdade acaba por constituir uma colossal mentira é o tratamento dado pelos media corporativos à invasão do Iémene pela Arábia Saudita. A invasão do Iémene é exclusivamente apresentada como intervenção a favor de uma das partes, numa guerra civil da qual apenas nos são dadas imagens do lado do invasor saudita. Em três ou quatro anos de guerra ainda não ouvi nenhuma declaração dos alegados "insurrectos" huttis que o exército pago com o petróleo do golfo ainda não conseguiu exterminar.

Nos últimos meses, o José Goulão, um jornalista com um vasto historial de produção informativa fidedigna tem abordado a instauração de organismos censórios tanto na sua newsletter "O Lado Oculto" como no jornal digital Abril Abril. Vamos tentar coligir aqui esses textos. @Refer&ncia

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A NATO como polícia de opinião
(José Goulão, AbrilAbril, 2019/09/05)

É necessário desarticular a carga de conteúdos verdadeiramente perigosos para a democracia e para a liberdade de expressão que esconde a queixa da NATO de manipulação nas redes sociais.

O Centro de Excelência de Comunicação Estratégica da NATO queixa-se de manipulação nas redes sociais. E quando o Centro de Excelência de Comunicação Estratégica da NATO se queixa só há que esperar uma intensificação das acções policiais de censura na internet, com o pretexto de que as redes sociais são incapazes de se regularem a si próprias. O cerco às opiniões divergentes da doutrina oficial atlantista e europeísta aperta-se e a NATO afina mecanismos policiais para que não haja desvios à opinião única.

2019/08/16

UE gasta 3 000 milhões a censurar informação independente

Viagem ao mundo da verdade única
(José Goulão, AbrilAbril, 2019/08/15)

Para aos dirigentes europeus só existem a verdade de Bruxelas e a mentira do Kremlin. É preto ou branco, quem discorda de Bruxelas concorda com o Kremlin e com os terroristas islâmicos.

Uma viagem ao mundo da «estratégia de comunicação» da União Europeia e respectivas emanações é uma experiência indispensável para confirmar os indícios de que os dirigentes europeus convivem cada vez mais desconfortavelmente com a liberdade de opinião. Na verdade, como ilustra essa incursão, já encaram a informação como propaganda, o contraditório como um abuso e a liberdade como um delito. Está aberto o caminho para a imposição da opinião única, em que se baseiam todas as formas de censura, desde a dos coronéis à dos «fact-checkers» contratados a peso de ouro por Bruxelas.

2019/07/03

Uma Resumo da Realidade Factual

O Irão assinou um tratado com os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha. O Irão cumpre o tratado como provam os relatórios da agência da ONU responsável pela monitorização do tratado. Os EUA retiraram-se unilateralmente do tratado. Os EUA puseram um drone a sobrevoar, comprovada e reprovadamente, o espaço aéreo iraniano e o Irão "explicou-lhes" de forma contundente que o espaço aéreo iraniano é iraniano não é norte-americano. Os EUA acusam o Irão de ter posto umas minas nuns petroleiros e dizem que têm outras provas além de um vídeo manhoso, mas ainda não as mostraram a ninguém. O Irão, o capitão do navio japonês, o Japão e a Noruega dizem que não, nem foi o Irão, nem foram minas, foi um objecto voador (que os EUA acham ser) não identificado.

A Rússia está a desenvolver um míssil de médio alcance que, segundo afirma a Rússia, não viola o tratado assinado com os EUA, os EUA dizem que não, que viola. Os EUA instalam armamento ofensivo a 50 km das fronteiras da Rússia e a 5 000 km dos EUA. Dizem os EUA que é para se defenderem dos russos. Os EUA instalam bases militares a 50 km da Rússia e a 10 000 km dos EUA, dizem os EUA que é para se defenderem dos russos. Até hoje a Rússia nunca atacou os EUA, pelo contrário, em 1918 os EUA invadiram a Rússia. Quem é que precisa de se defender de quem?

Os EUA mudaram a sua lei de “defesa” para permitir a utilização de armamento nuclear como forma de vencer conflitos de média dimensão. Os critérios editoriais dos media corporativos deixam de fora a desinteressante temática. Afinal, a quem interessa que uma potência com capacidade para destruir o mundo ache que o pode fazer?

O pró-cônsul estado-unidense para a Venezuela e "sus muchachos" meteram ao bolso o dinheiro angariado com o concerto do benfeitor concertante, e mais uns trocos, e mais o dinheiro venezuelano que os EUA e o NovoBanco e os bretões roubaram à Venezuela, e deixaram a apodrecer na Colômbia os três carregos de ajuda militária que os EUA quiseram introduzir à força na Venezuela. Os critérios editoriais dos media corporativos calam a desinteressante temática. Afinal, a quem é que interessa que o pró-consul dos EUA não só não tenha organizado as eleições que se tinha proposto organizar, como esteja a usar o dinheiro venezuelano para pagar as contas dos hotéis e das jantaradas "de sus muchachos" residentes na Colômbia?

São tudo coisas que ficamos a saber no artigo do José Goulão sobre realidades paralelas, e eu tinha de lhe arranjar aqui um cantinho para futura @Refer&ncia.

O mundo em realidade paralela
(José Goulão, AbrilAbril, 2019/06/27)

Por que está o Irão a ser vítima de uma guerra, através de sanções económicas arbitrárias, que pode estender-se à componente militar? Procurem a resposta no mainstream: encontrá-la é como acertar no euromilhões.

2019/06/01

A Espuma das Europeias

A desconstrução dos 49% de abstenção, o valor real dos 200 neofascistas com assento à mesa do capital e a antecipação das negociatas entre os empregados dos donos-disto-tudo pelas reais prebendas do poder europeu. Um contributo para compreender melhor os antros do poder que vai mandar na nossa economia e na politica nacional durante os próximos 5 a 10 anos. @Refe&ncia

União desunida e alheada
(José Goulão, AbrilAbril, 2019/05/30)

Com as recentes eleições europeias, os dois grandes pilares (sociais-democratas e conservadores) em que tem assentado a política autoritária e austeritária da União Europeia sofreram um abalo relevante.

O instantâneo da União Europeia obtido pelas eleições para o Parlamento Europeu é o de uma entidade cada vez mais desunida e desafinada, incapaz de cativar metade dos eleitores, chocando o ovo da serpente nazifascista e onde os fundamentos do próprio poder, tal como tem existido, estão a ser seriamente corroídos. Uma caricatura de democracia.

2019/05/24

Quatro Perigosos Malucos

O Mundo nas Mãos de um Triunvirato Fascista
(José Goulão, O Lado Oculto, 2019/05/22)

A humanidade e o planeta estão nas mãos de um triunvirato de energúmenos, indubitavelmente potenciais serial killers, que rodeiam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Não há qualquer maneira de dourar a pílula. Michael Pence, vice-presidente, Michael Pompeo, secretário de Estado, e John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional associam mentalidades políticas fascistas a comportamentos em realidades paralelas nas quais a vida humana não tem qualquer valor. São eles que contribuem decisivamente para as atitudes do presidente em matérias sensíveis como são a guerra e a paz, as relações internacionais e a prática imperial.

Elemento ainda mais inquietante: foi este trio que veio dar estabilidade à administração Trump. Até ao momento em que passou a agir institucionalmente no gabinete oval da Casa Branca a equipa presidencial fora inconstante, sucederam-se os afastamentos e as demissões, mesmo nos cargos mais relevantes. Depois disso, há exactamente 13 meses, o trumpismo assentou, definiu-se, passou a ter mais iniciativa e não serão necessários esforços de análise para concluir que o mundo e os seres humanos estão hoje bastante mais ameaçados.

2019/05/21

Palestina Livre!

Até ao último dos palestinianos
(José Goulão, AbrilAbril, 2019/05/16)

A chamada «comunidade internacional» parece disposta a continuar a assistir à Nakba até à extinção do último palestiniano, triunfo supremo do terrorismo militar, político, diplomático e mediático.

O que está em curso há mais de setenta anos contra o povo palestiniano é um genocídio. Bárbaro. Impune. Ignorado. Branqueado por uma «comunidade internacional» que repudia o próprio direito pelo qual deveria guiar-se; e por uma comunicação social absorvente e totalitária que tomou conscientemente o partido dos genocidas, pelo que chega ao comportamento perverso de acusar as vítimas de práticas terroristas.

2019/04/26

O governo português vai financiar a invasão da Venezuela?

As Inquietantes Reuniões do Governo Português
(José Goulão, O Lado Oculto, 2019/04/25)

No dia 11 de Abril, a duas escassas semanas das celebrações dos 45 anos da revolução que devolveu a Portugal as condições e o poder de ter voz na cena internacional, o governo português fez-se representar numa reunião em Washington tutelada pelo secretário das Finanças do presidente Donald Trump, precisamente Steven Mnuchin, alguém que fez a indispensável recruta no Goldman Sachs - o “banco que governa o mundo”.

O leitor mais desatento às permanentes tropelias que o executivo de Lisboa comete em matéria de política externa pode interrogar-se sobre a relevância desta anotação. Tanto mais que se tornou um hábito, desde que Novembro se vingou, como sublinha o José Mário Branco, os consecutivos governos nacionais actuarem, sem excepção, sob vozes de comando externas mesmo que a Constituição da República tenha vindo ditar exactamente o contrário.

2019/04/13

O Petróleo, os eua e as guerras dos eua pelo petróleo

«O império move-se a petróleo e a gás natural, de preferência liquefeito.» Quem o afirma é José Goulão num artigo d'O Lado Oculto. Aí ficamos a conhecer a «elaborada política energética» militarista e militarizada dos EUA, velha de décadas, afinada pelo Obama e vastamente alargada pelo actual trumpismo.

Depois de uma década de investimento bilionário na exploração de gás e petróleo de xisto, os EUA tornaram-se nos maiores produtores mundiais de hidrocarbonetos. Mas os seus hidrocarbonetos, obtidos por "fracking" são muito mais caros ( e poluentes) do que os obtidos com tecnologias tradicionais.

Daí que só os consigam "vender" inflacionando muito os preços dos mercados mundiais. Daí que a administração trumpista tenha orientado a estratégia petrolífera para o controlo dos fluxos e para a imposição de um balanço harmónico entre os mercados interno e internacional.

Esta estratégia petrolífera implica abrir espaço para a produção de hidrocarbonetos de xisto “made in America”, nem que seja “secando” algumas das maiores fontes, controlando a produção de outras, travando projectos de distribuição prometedores para mercados concorrenciais, como o nord-stream 2, e manipulando os preços em conjunto com as petroditaduras árabes.

«Hoje não há reserva de gás ou petróleo que não esteja cadastrada para cair sob alçada norte-americana – dos Montes Golã ao Iémen, do Líbano à Venezuela, da Síria à Líbia e às costas do Brasil; e não há movimento “diplomático” junto da União Europeia, de grandes e médias potências mundiais que não implique exigências em torno dos fluxos planetários de hidrocarbonetos.»

Como se "secam" as principais fontes de hidrocarbonetos que os EUA não consigam manipular? Os métodos são diversificados e vão da imposição unilateral de sanções, como ao Irão, ás guerras, como as do Iraque, da Síria ou do Iémene, passando por "democratações" forçadas que podem tomar a forma de revoluções primaveris, como as árabes, alaranjadas, como a ucraniana, ou "humanitárias" como a venezuelana.

Mas nada melhor do que ler o artigo completo. Vale a pena e eu arranjei-lhe aqui lugar para futura refer&ncia.

O Império Move-se a Petróleo
(José Goulão, O Lado Oculto, 2019/04/10)

Sempre que os Estados Unidos da América desencadeiam uma guerra há um exercício prático que pode fazer-se para identificar motivações, prever desenvolvimentos e avaliar consequências: seguir o rasto do petróleo.

2019/03/16

E mentem, mentem, mentem com quantos dentes têm na boca

Lembram-se do "ataque com armas químicas" que o "malvado Hassan" perpetrou sobre Duma?

Precisamente, nunca teve lugar, não existiu, não foi. No dia 1 de Março foi publicado o relatório da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ/OPCW) sobre o alegado ataque.

Não foram encontrados vestígios da utilização de produtos químicos no alegado ataque cometido por forças sírias em Duma, região de Ghuta Oriental, no dia 7 de Abril de 2018. O relatório da OPAQ sublinha ainda que a missão não conseguiu apurar o número de mortos provocados pelo ataque, «se é que os houve». Informa-nos o José Goulão no AbrilAbril.

No dia 1 de Março todos os telejornais abriram com esta noticia, foi capa de todos os jornais nacionais e internacionais. Não? Não abriram? Não foi capa dos jornais? Não percebo, andaram um mês a mentir sobre o ataque que nunca aconteceu e agora que o relatório dos peritos do organismo que investiga essas coisas os veio desmentir não têm "coluna vertebral" para assumir a vigarice? Pelintras vigaristas!

Lembram-se dos bombardeamentos que a "comunidade internacional", liderada pelo Trump e pela Theresa May, perpetrou sobre território Sírio em retaliação pelo ataque que nunca existiu? Do bombardeamento com centenas de mísseis? Precisamente, foi real, aconteceu, teve lugar, destruiu, arrasou, matou. Os responsáveis estão agora a ser processados pelo TPI por crimes contra a humanidade. Não estão? Quer dizer, inventaram um ataque com armas químicas para poderem bombardear um país soberano e não são responsabilizados pelas mortes que causaram? Pelintras vigaristas.

Lembram-se das armas de destruição maciça do Saddam? Exatamente, nunca existiram, não havia, eram uma imensa mentira, uma fraude que já custou dezenas de milhares de vidas humanas, miséria, caos, desgraça. Estão a ver a guerra que há 16 anos dura no Iraque? Precisamente, continua, com mais Daesh, menos ISIS, mais abaixo ou mais acima, nunca mais parou desde que os EUA entraram pelo Iraque dentro "para irem destruir" as tais ADM's que, como ficou provado, nunca existiram.

Lembram-se do camião com "ajuda militária" que o malvado governo venezuelano incendiou? Exactamente, o video, cortado pelo governo Colombiano e agora analisado na sua totalidade pelo New York Times, veio agora provar que não foram os chavistas, foi "um" criminoso guarimbista, do lado Colombiano da fronteira, a quem o coktail molotov, que estava a lançar, para o lado venezuelano da fronteira, sobre a Guarda Nacional Bolivariana, "escorregou" da mão e foi aterrar, por engano, em cima do camião com a "ajuda militária" do Trump.

Lembram-se? Viram? Conseguem comparar a campanha de #FakeNews oriunda dos media corporativos: telecaneiros, jornaleiros, opinadeiros e quejandos, com a realidade dos factos?

E depois os media corporativos que andaram semanas e meses a propagar as #FakeNews querem fazer-nos acreditar que o resto gritam à saciedade não são #FakeNews?

O José Goulão é que tem razão ao afirmar que «Os meios de repercussão da mentira são incomensuravelmente mais fortes do que as reposições da verdade. Os fabricantes e mensageiros das falsificações há muito que perderam a vergonha e espezinharam os princípios – se é que alguma vez os tiveram.»

Fica aqui o artigo todo publicado no lado Oculto e no AbrilAbril. Vale a pena ler, comparar, apurar a verdade dos factos.

2019/02/11

A Guerra Que Eles Tanto Querem

Os sociopatas e os seus seguidores
(José Goulão, AbrilAbril, 2019/02/08)

Para os países alinhados com Washington já não se trata apenas de violar grosseiramente a democracia. Os governos que seguem de braço dado com a administração Trump enveredaram pela carreira do crime.

Houve ocasiões – raras – em que os principais governos da União Europeia se distanciaram do comportamento boçal, truculento e neofascista da administração norte-americana gerida por Donald Trump. É certo que as razões nem eram louváveis, uma espécie de escrever direito por linhas tortas porque contrapor à política de fortaleza comercial de Washington o neoliberalíssimo «comércio livre» global, que serve meia dúzia de grandes conglomerados económico-financeiros, não é propriamente um comportamento honroso.

2019/02/01

Elliot Abrams: Um Tenebroso Democratador

O Lado Oculto continua a ser uma fonte de preciosa informação. É graças a ele que ficamos a saber quem é o democratador que os governos da UE e o silva os negócios estrangeiros aceitam como cão de fila encarregue de gerir o pró-consul estado-unidense para a Venezuela. @Refer&ncia

Abrams: Restabelecer democracias é com ele
(José Goulão, O Lado Oculto, 2019/01/29)

Elliot Abrams, o enviado de Donald Trump para a Venezuela com a missão de “assessorar” o “presidente interino”, Juan Guaidó, no golpe de Estado comandado de Washington, é dono de um dos currículos mais sinistros e sangrentos das intervenções norte-americanas no estrangeiro, principalmente na América Latina. A sua escolha é um verdadeiro livro aberto sobre as intenções reais dos Estados Unidos neste processo e que deveria ser de leitura obrigatória para todos os governos que caminham ao lado de Trump na operação.

2019/01/26

Não Resolução da OEA Não Foi Noticia

OEA Não Apoia Golpe na Venezuela
(José Goulão, O Lado Oculto, 2019/07/25)

A Organização dos Estados Americanos (OEA) não conseguiu reunir o número de votos necessários para aprovar uma declaração reconhecendo a auto proclamação de Juan Guaidió como “presidente interino” da Venezuela. A moção nesse sentido, apresentada pelo governo argentino fascizante de Maurício Macri, não alcançou sequer o apoio de metade dos 34 membros da organização, apesar das pressões directas do presidente dos Estados Unidos efectuadas através do seu secretário de segurança, Michael Pompeo, presente na reunião.

Segundo os resultados apurados durante a reunião de quinta-feira do Conselho Permanente da OEA, os 16 votos alcançados pela proposta de Macri estão longe dos dois terços necessários para ser transformada em declaração oficial da OEA (23) e ficaram mesmo três votos aquém dos 19 que, há duas semanas, consideraram “ilegítimo” o mandato presidencial de Nicolás Maduro alcançado através das eleições livres e democráticas realizadas em Maio de 2018.

2019/01/25

Eleições Livres? Sim!

Trump Dispara Golpe na Venezuela
(José Goulão, O Lado Oculto, 2029/01/23)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disparou o golpe de Estado na Venezuela ao reconhecer o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como chefe de Estado "interino". O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luís Almagro, Brasil, Colômbia, Peru, Paraguai, Equador e Costa Rica, pronunciaram-se no mesmo sentido logo que Trump fez a declaração. Guaidó autoproclamou-se presidente alegando a "ilegitimidade" de Nicolás Maduro, vencedor das eleições de Maio com 67% dos votos, e afirma que vai nomear um "Conselho de Transição". O Supremo Tribunal de Justiça declarou "inconstitucional" e "usurpadora" a iniciativa de Guaidó. A Venezuela cortou relações com os Estados Unidos.