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2022/04/18

Em defesa da verdade histórica

Segundo António Vilarigues no facebook, um tal de Luis Ribeiro debitou na revista visão que «a URSS foi o primeiro a colaborar com a Alemanha de Hitler, através do Pacto Molotov–Ribbentrop, a 23 de agosto de 1939, um acordo que dividia a Polónia entre os dois Estados.»(*)

O Atrevimento da Ignorância Tem Destas Coisas
(António Vilarigues, 2020/04/10)

Factos Históricos: 

1. Em 1933, logo após a chegada de Hitler ao poder, em resultado dos esforços dos governos britânico e francês, foi assinado em Roma o «Pacto do Consenso e Cooperação» das quatro potências: Grã-Bretanha, Alemanha, França e Itália. Este pacto significou o conluio dos governos britânico e francês com o fascismo alemão e italiano, que já na altura não escondiam as suas intenções agressivas.

2. Em 1934, a Grã-Bretanha e a França ajudaram Hitler a aproveitar a hostilidade da Polónia dos pans, deles aliada, em relação à URSS, tendo sido assinado o pacto de não agressão germano-polaco, que constituiu uma importante etapa na preparação da agressão alemã.

3. Em 1935, Ribbentrop deslocou-se a Londres para assinar um acordo com a Grã-Bretanha, por força do qual esta concordava com a reconstituição das forças armadas navais germânicas com uma capacidade quase igual à da marinha de guerra francesa.

2021/05/24

Morreu um Jornalista

Na morte de Carlos Santos Pereira 

Morreu um jornalista de política internacional como já não há

Nazismo e estalinismo : um debate viciado
(Carlos Santos Pereira, 6 de Dezembro de 2019, Público)

A resolução do Parlamento Europeu que há dez anos criou o Dia da Memória das Vítimas do Estalinismo e do Nazismo veio dar uma nova dimensão a uma polémica que se arrasta há décadas, ao apadrinhar as teses que equiparam os dois regimes como expressão do mesmo fenómeno político.

A controvérsia tem um marco fundador na publicação, em 1952, de The Origins of Totalitarism, em que Hannah Arendt identifica os regimes de Adolfo Hitler e de José Estaline como expressão acabada de uma realidade política inteiramente nova e distinta de outros tipos de despotismo ou ditadura: o “totalitarismo". Entre os elementos que identificam o fenómeno totalitário Arendt sublinha a emergência de um líder absoluto e alvo de um culto da personalidade, a propaganda em larga escala para mobilizar e doutrinar as massas, o recurso sistemático à violência, ao terror e em particular aos campos de concentração.

2020/01/25

A História É Uma Arma da Luta de Classes

Há 75 anos o Exército Vermelho libertou Auschwitz
(Gustavo Carneiro, Avante!, 2020/01/23)

A reescrita da História é um dos eixos da ofensiva ideológica do grande capital que marca o nosso tempo

Assinala-se na próxima segunda-feira, 27 de Janeiro, 75 anos sobre a libertação do campo de extermínio nazi de Auschwitz. Do muito que já se disse sobre o assunto, e do que seguramente se dirá nos próximos dias nos meios de comunicação social dominados pelo grande capital, não sobressai devidamente a identidade do libertador: a União Soviética e o seu Exército Vermelho.

Só quem andar distraído poderá achar estranho semelhante desvalorização ou mesmo ocultação, tal a dimensão e descaramento das operações de reescrita da História que marcam o nosso tempo. Elas são parte integrante da ofensiva ideológica que acompanha – e enquadra – o brutal e multifacetado ataque do imperialismo contra os direitos dos trabalhadores e dos povos.

2019/10/26

Noticias Do Mundo Real - 2019/10/26

Para não naufragar na tempestade das conjunturas temos de nos agarrar à solidez rochosa dos valores humanistas: o direito à autodeterminação de um povo está ao mesmo nível dos direitos, deveres e liberdades de um ser humano. É tudo o que precisamos de saber para aceitar que os catalães têm direito a referendar a sua independência. Deixem-nos votar livremente e que vençam os justos. O direito à revolta contra a pobreza coloca-nos ao lado dos chilenos e dos equatorianos. Esta foi uma semana marcada pela revolta da América do Sul contra o mais desbragado capitalismo ultraliberal. Ao mesmo tempo, o Povo Boliviano elegeu pela quarta vez um presidente que colocou o seu país na rota de uma social-democracia a que as direitas se opõem com tentativas de golpe de estado. A nossa solidariedade é para com os povos boliviano e venezuelano que não aceitam o dictat ianqui do capital financeiro. Mas outras realidades foram completamente silenciadas pelos media corporativos, como o encontro de partidos comunistas que reuniu perto de 170 representantes de 78 partidos comunistas de todo o mundo, a desmontagem do apelo fascizante de reescrita histórica aprovado pelo parlamento europeu onde campeiam partidos claramente fascistas ou o extermínio do povo palestiniano ás mãos do estado terrorista israelita. Aqui ficam uma série de refer&ncias, noticias e opiniões para ler no fim de semana com destaque para a vitória de Evo Morales nas recentes eleições bolivianas.

Bolivia

É oficial: Evo Morales reeleito na Bolívia - O Tribunal Supremo Eleitoral anunciou a reeleição de Evo Morales para a presidência da Bolívia. A vantagem de Morales sobre o seu mais directo adversário alargou-se com o avanço do escrutínio.

Bolívia no impasse. Observadores destacam transparência - De acordo com o Supremo Tribunal Eleitoral, até ao momento o candidato Evo Morales leva 10,02 pontos de vantagem sobre o adversário. Observadores internacionais assinalam a transparência do escrutínio.

2019/09/24

A 2ª Guerra Mundial à Revelia das Falsificações Mainstream

Verdade histórica - Apontamentos sobre a II Guerra Mundial*
(Jorge Cadima, O Militante set/out 2019)

A História da II Guerra Mundial (II GM) é alvo de falsificação permanente. A revista do Expresso (7.6.19) fala do desembarque na Normandia (6 Junho, 1944) como «a maior operação aeronaval de todos os tempos e o prelúdio da derrota nazi». Mas como escreve Adam Tooze, Professor de História Económica nas Universidades de Cambridge e Yale: «o ataque lançado pela Wehrmacht [contra a URSS] em 22 de Junho de 1941 foi a maior operação militar única de que há registo histórico. Uma força não inferior a 3 050 000 homens participou na assalto […]. Nunca, nem antes nem depois, se travou batalha com tanta ferocidade, por tantos homens, numa frente de batalha tão extensa» [1]. Apresentar o Dia D como ‘prelúdio da derrota nazi’ significa apagar da História três anos (!) de batalhas decisivas. É fake History. A propaganda anticomunista dá nisto.

2019/09/02

Sobre Falsificações Históricas ...

OK, primeiro a declaração de interesses: sim, sou ideologicamente anti-estalinista. Sim, responsabilizo o estalinismo pelo colapso do movimento comunista soviético e internacional e também sim, não aceito que a ideologia dominante continue a falsificar a história nem que os "comparatistas" queiram equiparar um Estaline herdeiro dos mais utópicos ideais humanistas a um Hitler carniceiro que destruiu uma Europa e foi responsável pela morte de 60 milhões de homens e mulheres em todos o mundo. Para compreender o pacto de não agressão germano-soviético de 1939 é essencial conhecer o cerco ocidental, montado em redor da URSS após a fracassada tentativa de invasão de 1917, e toda a sequência de negociações cruzadas entre os três eixos: alemanha-itália-japão, frança-inglaterra e URSS, nomeadamente o breve resumo que Fadi Kassem nos dá sobre o comportamento das "potências" ocidentais face ao crescente militarismo do eixo alemanha-itália-japão:
- Ausência de reacção face à invasão japonesa da Manchúria na China a partir de Setembro de 1931, com o Japão a ser visto como um baluarte contra o bolchevismo na Ásia;
- Ausência de reacção à reintrodução do serviço militar obrigatório na Alemanha em Março de 1935, apesar de proibida pelo Tratado de Versalhes de 28 de Junho de 1919;
- O veto franco-britânico contra a “aliança inversa” sem trégua proposta pela URSS desde 1933, depois pelo pretenso “pacto franco-soviético” de Maio de 1935 sabotado do lado francês;
- Acordo anglo-alemão de Junho de 1935, permitindo um poderoso rearmamento naval da Alemanha nazi;
- Contactos mantidos e reforçados entre as elites francesas e britânicas em particular, com as elites alemãs na década de 1930, a ponto de o ex-primeiro-ministro britânico Lloyd George, de visita ao chalé do Führer em Berchtesgaden em Setembro de 1936, declarar acerca deste último: “Hitler não sonha com uma Alemanha que ameace a Europa. Os alemães perderam todo desejo de entrar em conflito connosco";
- Acordo secreto entre a França e o Reino Unido com a Itália fascista [12] para anexar uma grande parte da Etiópia em Maio de 1936 - registar que a Itália não é sancionada pela Liga das Nações (SDN) na altura…;
- Remilitarização da Renânia em Março de 1936 (proibida pelo Tratado de Versalhes …);
- Guerra da Espanha no decurso da qual apenas a URSS e as Brigadas Internacionais vêm em socorro do campo republicano contra Franco e seus aliados fascistas e nazis, operando em total cumplicidade com o Reich e a Itália;
- Obviamente, a criação do pacto anti-Komintern;
- Anschluss (anexação da Áustria pela Alemanha) em Março de 1938, apesar de proibida pelo Tratado de Versalhes;
E, momento alto do espectáculo, entrega da Checoslováquia aos apetites hitlerianos pela França - apesar da sua ligação à Checoslováquia por um tratado desde 1924 … - e Reino Unido no seguimento da assinatura dos vergonhosos acordos de Munique na noite de 29 para 30 de Setembro de 1938 (decisão definitivamente tomada em Londres pelos britânicos e franceses em 29 de Novembro de 1937 [13]). Notar que a URSS estava ausente deste acordo (e por boas razões), ao contrário da Itália fascista que, tal como a Alemanha nazi, a França e o Reino Unido, não desejava a presença dos soviéticos (nem aliás dos checoslovacos …).
- Chamberlain (Reino Unido), Daladier (França), Hitler (Alemanha) e Mussolini (Itália) assinam o Acordo de Munique em 30 de Setembro de 1938. Um ano antes de a URSS, por falta de resposta aos seus pedidos de um acordo de defesa com a França e a Inglaterra, se ver reduzida a assinar o pacto germano-soviético.

Em suma, sigamos os factos e argumentação de Fadi Kassem ...

Há oitenta anos, o pacto germano-soviético: um símbolo da história desfigurado pelos reaccionários!
(Fadi Kasem, O Diário.info, 2019/08/30)

As efabulações dogmáticas dos anticomunistas primários

“Porque também se trata do 80º aniversário do «pacto germano-soviético», verdadeiro tratado de aliança com o regime de Hitler (que quase imediatamente levará, para começar, ao desmembramento da Polónia entre os dois predadores) é bom esclarecer esse pacto e as suas implicações “: eis o que se pode ler no blog de Marc Daniel Lévy, no site da Médiapart [1] sobre o pacto germano-soviético assinado em 23 de Agosto de 1939 entre Molotov e Ribbentrop. Para além da argumentação próxima da nulidade - menos de 20 linhas contentando-se com as acusações -, encontramos as efabulações clássicas dignas dos mais ferozes anticomunistas, que o título do artigo (”20 de Agosto de 40: é o grande aliado da Gestapo quem faz matar Trotsky”) ilustra perfeitamente. De facto, desde a assinatura do pacto em 23 de Agosto de 1939, anticomunistas de todos os tipos entoam a plenos pulmões esse refrão de uma suposta “aliança” entre Hitler e Stalin, à imagem de Jean-François Copé: já pouco à vontade para dominar os números – recordemos a sua incapacidade em avaliar o preço de um pão com chocolate [2] ou de seus problemas de contabilidade para a campanha de Sarkozy em 2012 [3] – o homem que obteve 0,3% nas primárias da direita para as presidenciais de 2017 [4] – ou seja menos votos do que Jean-Luc Bennahmias nas primárias do Partido Socialista! - já se tinha ilustrado no decurso da campanha para as eleições europeias ao declarar: “Sim, há 75 anos dia por dia, Stalin e Hitler assinavam um pacto de aliança que levou ao esmagamento da Europa sob a bota nazi: 60 milhões de mortos “[5]. Não poderia ser-se mais inventor do que isto…

2018/06/17

A Má Memória do Ex-Pirito Santo

Tal pai tal filho ou quem sai aos seus não é de Genebra, mas só quem não "O" conheça poderia espantar-se com a forma como o Boulsa Taverneiro consegue enfiar o Rossio na Rua da Betesga, melhor dizendo, o Estaline e a URSS na crise de refugiados do Aquarius.

E sim ele conseguiu misturar o nome do Outro e de um passado ímpar de solidariedade internacional, num mesmo caixote, com os fascistas italianos e os racistas austríaco-húngaro-checo-esloveno-polacos.

E não, não vou transcrever aqui a raiva de um ex-pirito santo misturada com o anti-comunismo primário que o Boulsa bolsou no espesso e que a Estátua de Sal reproduziu.

Mas sim, sim vou lembrar que além de ter libertado mais de meia europa do jugo nazi e financiado todas as libertações de povos que conseguiu ao longo dos seus 70 anos de vida, a simples existência da URSS evitou as guerras na Europa desde 1945 até 1992 e todas as outras guerras que, pelo mundo fora, desde 1992, criam refugiados ao ritmo com que o Capital pretende desestabilizar os estados sociais ainda resistentes.

Ó Taverneiro! Que culpa tem o Estaline da invasão da Líbia? Ou da guerra no Iémene? Ou da ocupação da Palestina por Israel? Ou das invernosas primaveras árabes? Ou do ataque imperialista à Síria? Ou da fome larvar que faz da África inteira um viveiro de extremismos religiosos, rapidamente encarreirados para as guerras a quem os teus amigos globalistas vendem o armamento em fim de vida?

Ó Taverneiro, vai lá lavar a boca desses perdigotos com que limpas a pesada consciência pelos refugiados que pões neste mundo.

2018/02/21

Polónia de Regresso ao Fascismo

Manuel Loff de ODiario.info
Polónia: vítimas, cúmplices e manipuladores
(Manuel Loff in Público, 2018/02/03)

Há anos visitei o Museu da Insurreição de Varsóvia (de 1944, contra o ocupante nazi). Além do tom de ludicização da história, que transforma os museus em quase-discotecas (música, ruído de bombardeamentos e do matraquear das metralhadoras, actores que “reconstituem” a história…), nele se exalta a Polónia mártir e heróica, atraiçoada por todos (soviéticos, britânicos, americanos). No final, um colega polaco que me acompanhara, percebendo o desconforto meu e o de uma colega grega, explicou-nos que a historiografia polaca desde a queda do regime comunista se dividia entre “nacionalistas” e “patriotas”…