Bases Planetárias dos EUA: O Império do Terror
(Jorge Fonseca de Almeida, O Lado Oculto, 2019/02/16)
A Organização das Nações unidas (ONU) agrega 193 estados soberanos, a quase totalidade dos que existem sobre a Terra. Alguns são gigantescos como a Rússia, o Canadá, os Estados Unidos e a China, outros são minúsculos como o Vaticano, o Mónaco, o Nauru, o Tuvalu ou São Marino. Maior que número de países do mundo é, contudo, o número de bases militares norte-americanas instaladas fora do seu território.
São cerca de 800 as bases militares norte-americanas espalhadas pelo mundo, e se bem distribuídas dariam para estacionar quatro em cada país do planeta (Férnandez, 2018). Esta rede de bases constitui uma forte tenaz que impede os países de acederem verdadeiramente à independência plena e é um dos pilares do império norte-americano sobre vastas regiões do planeta. Nenhum país pode ser verdadeiramente independente quando está ocupado por tropas estrangeiras.
«Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação. Só há liberdade a sério quando pertencer ao povo o que o povo produzir.»(Sérgio Godinho)
Mostrar mensagens com a etiqueta #Militarismo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta #Militarismo. Mostrar todas as mensagens
2019/02/20
2018/11/09
Cem anos de Guerras Não Ensinaram Nada
A Perturbadora Nostalgia da Guerra
(José Goulão, AbrilAbril, 2018/11/08)
Anda por aí uma crescente nostalgia da guerra. O que é perturbador, inquietante, assustador mesmo. Não tanto da parte dos cavalheiros da indústria da morte, que esses estão muito bem servidos de guerras, embora, pela lógica inatacável do mercado, seja conveniente manter acesos os conflitos que se travam e criar alguns outros por precaução; também não será das instâncias internacionais e dos governos, porque esses lidam diariamente com a guerra, acarinham-na até, mesmo aqueles que não gerindo nações vastas em dimensão confundem grandeza e dignidade com a pertença a alianças guerreiras para as quais a liberdade e a democracia se cultivam através de práticas criminosas. Como resultado destas circunstâncias, é no cidadão comum que se pressente, com maior evidência, a nostalgia da guerra.
Como resultado da aliança explosiva entre os discursos oficiais, a vários níveis, a comunicação social de largo consumo e a abastardada indústria do entretenimento – que alguns insistem em confundir com a cultura – a chamada opinião pública está a ser insidiosamente formatada em modo de guerra. Como se devesse preparar-se para algo que não tarda a rebentar por aí. Ou seja, estão a tentar convencer-nos, através de métodos multidisciplinares e convergentes – tanto quanto possível indolores – de que a guerra, na forma de um conflito de dimensão continental ou transcontinental, é inevitável.
(José Goulão, AbrilAbril, 2018/11/08)
Anda por aí uma crescente nostalgia da guerra. O que é perturbador, inquietante, assustador mesmo. Não tanto da parte dos cavalheiros da indústria da morte, que esses estão muito bem servidos de guerras, embora, pela lógica inatacável do mercado, seja conveniente manter acesos os conflitos que se travam e criar alguns outros por precaução; também não será das instâncias internacionais e dos governos, porque esses lidam diariamente com a guerra, acarinham-na até, mesmo aqueles que não gerindo nações vastas em dimensão confundem grandeza e dignidade com a pertença a alianças guerreiras para as quais a liberdade e a democracia se cultivam através de práticas criminosas. Como resultado destas circunstâncias, é no cidadão comum que se pressente, com maior evidência, a nostalgia da guerra.
Como resultado da aliança explosiva entre os discursos oficiais, a vários níveis, a comunicação social de largo consumo e a abastardada indústria do entretenimento – que alguns insistem em confundir com a cultura – a chamada opinião pública está a ser insidiosamente formatada em modo de guerra. Como se devesse preparar-se para algo que não tarda a rebentar por aí. Ou seja, estão a tentar convencer-nos, através de métodos multidisciplinares e convergentes – tanto quanto possível indolores – de que a guerra, na forma de um conflito de dimensão continental ou transcontinental, é inevitável.
2018/04/07
Só 25 Milhões? Eu Só Quero Investir 1% em Cultura!
Isso mesmo, ao longo dos próximos 3 anos vamos gastar 75 milhões em cultura. Uma média de 25 milhões por ano.
Depois da bronca sair à rua, o governo aumentou o "favorzinho" em 4 milhões e propõe-se, agora, "oferecer" este ano 19 milhões aos "agentes culturais.
Os "agentes culturais" exigem 25, o governo dá 19. A discussão, a polémica, anda em torno de gastar, "em cultura", um bocadinho menos de 20 ou um bocadinho mais de 20. Milhões.
Alguém perguntou a alguém quanto é que "o governo" devia gastar em submarinos? Ninguém discute a utilidade dos 880 milhões enterrados em dois supositórios pretos? 880 milhões só na compra. Manutenção e operação são contas à parte. Um bocadinho menos de mil em supositórios pretos, um bocadinho menos de 20 em cultura. 1000 para supositórios, 20 para cultura. Milhões. See what I mean?
Alguém contestou os 11 000 milhões? É isso mesmo, 11 mil milhões, 11 000 000 000, de exposição dos contribuintes ao NovoBanco? Sim! Só ao NovoBanco! Só ao NovoBanco que agora é do fundo abutre Lone Star. Alguém sabe sequer que entre o que já enterrámos, já emprestámos, podemos ter de vir a enterrar, e podemos vir a ser obrigados a emprestar, ao NovoBanco, que pertence ao fundo privado LoneStar, andam 11 mil milhões de euros? 11 000 para o NovoBanco da LoneStar, 20 para a nossa cultura, para a cultura portuguesa, para a música e os músicos e os maestros e as orquestras e os bombos e os violinos e os pianos, para o teatro, o cinema, os atores, encenadores, realizadores, sonoplastas, figurinistas, escritores e dramaturgos, guionistas, para a pintura e os pintores, para os palhaços que fazem rir crianças e põem sorrisos nas vidas dos adultos, para isto tudo e muito mais, e ainda para estes todos que somos nós quando deles vamos usufruir, 20, para um fundo privado, dedicado a estraçalhar a economia real: 11 000. Milhões.
Mas este escrito nem tem nada a ver com cultura. Os 20 com que o poder quer calar a nossa cultura, foi só a primeira coisa que me veio à cabeça, ao ler o artigo do José Goulão sobre mais um, este sim gigantesco, "investimento", que vamos ser chamados a pagar com o dinheiro que não quisermos investir em cultura, educação, saúde e habitação.
Preparem-se porque não tarda nada vai ser mais um regabofe de autoestradas, rotundas, pontes e viadutos para tornar tudo compatível com a plena liberdade de circulação de ... material militar.
Acaba ele assim: «As despesas ficam a cargo dos cidadãos de cada Estado membro, recorda-se, como se não lhes bastassem a austeridade, os salários congelados, o desemprego, as consequências da obsessão do défice, a precariedade, a anarquia imparável atacando o mercado laboral e outras consequências da moderna vida em paz, liberdade e democracia. Poderão os países, contudo, vir a usufruir de uma eventual «contribuição financeira» da União Europeia. Que além de incerta, pela própria formulação, certamente será canalizada pelas vias opacas por onde costumam sumir-se os subsídios, em direcção às contas on ou offshore dos beneficiários habituais.
Em termos meramente formais, é certo, estas medidas da militarização do nosso quotidiano são ainda projectos em poder dos mecanismos de decisão. Cabe aos cidadãos quebrar as barreiras que vão sendo erguidas para os impedir de conhecer o que se prepara à sua revelia e combater tão monstruosa como desumana engrenagem. Mesmo que seja cada vez mais poderosa esta sensação de inutilidade e vulnerabilidade perante a imensa máquina de guerra em movimento.»
Mas vão lá ler o artigo, vale a pena.
Depois da bronca sair à rua, o governo aumentou o "favorzinho" em 4 milhões e propõe-se, agora, "oferecer" este ano 19 milhões aos "agentes culturais.
Os "agentes culturais" exigem 25, o governo dá 19. A discussão, a polémica, anda em torno de gastar, "em cultura", um bocadinho menos de 20 ou um bocadinho mais de 20. Milhões.
Alguém perguntou a alguém quanto é que "o governo" devia gastar em submarinos? Ninguém discute a utilidade dos 880 milhões enterrados em dois supositórios pretos? 880 milhões só na compra. Manutenção e operação são contas à parte. Um bocadinho menos de mil em supositórios pretos, um bocadinho menos de 20 em cultura. 1000 para supositórios, 20 para cultura. Milhões. See what I mean?
Alguém contestou os 11 000 milhões? É isso mesmo, 11 mil milhões, 11 000 000 000, de exposição dos contribuintes ao NovoBanco? Sim! Só ao NovoBanco! Só ao NovoBanco que agora é do fundo abutre Lone Star. Alguém sabe sequer que entre o que já enterrámos, já emprestámos, podemos ter de vir a enterrar, e podemos vir a ser obrigados a emprestar, ao NovoBanco, que pertence ao fundo privado LoneStar, andam 11 mil milhões de euros? 11 000 para o NovoBanco da LoneStar, 20 para a nossa cultura, para a cultura portuguesa, para a música e os músicos e os maestros e as orquestras e os bombos e os violinos e os pianos, para o teatro, o cinema, os atores, encenadores, realizadores, sonoplastas, figurinistas, escritores e dramaturgos, guionistas, para a pintura e os pintores, para os palhaços que fazem rir crianças e põem sorrisos nas vidas dos adultos, para isto tudo e muito mais, e ainda para estes todos que somos nós quando deles vamos usufruir, 20, para um fundo privado, dedicado a estraçalhar a economia real: 11 000. Milhões.
Mas este escrito nem tem nada a ver com cultura. Os 20 com que o poder quer calar a nossa cultura, foi só a primeira coisa que me veio à cabeça, ao ler o artigo do José Goulão sobre mais um, este sim gigantesco, "investimento", que vamos ser chamados a pagar com o dinheiro que não quisermos investir em cultura, educação, saúde e habitação.
Preparem-se porque não tarda nada vai ser mais um regabofe de autoestradas, rotundas, pontes e viadutos para tornar tudo compatível com a plena liberdade de circulação de ... material militar.
Acaba ele assim: «As despesas ficam a cargo dos cidadãos de cada Estado membro, recorda-se, como se não lhes bastassem a austeridade, os salários congelados, o desemprego, as consequências da obsessão do défice, a precariedade, a anarquia imparável atacando o mercado laboral e outras consequências da moderna vida em paz, liberdade e democracia. Poderão os países, contudo, vir a usufruir de uma eventual «contribuição financeira» da União Europeia. Que além de incerta, pela própria formulação, certamente será canalizada pelas vias opacas por onde costumam sumir-se os subsídios, em direcção às contas on ou offshore dos beneficiários habituais.
Em termos meramente formais, é certo, estas medidas da militarização do nosso quotidiano são ainda projectos em poder dos mecanismos de decisão. Cabe aos cidadãos quebrar as barreiras que vão sendo erguidas para os impedir de conhecer o que se prepara à sua revelia e combater tão monstruosa como desumana engrenagem. Mesmo que seja cada vez mais poderosa esta sensação de inutilidade e vulnerabilidade perante a imensa máquina de guerra em movimento.»
Mas vão lá ler o artigo, vale a pena.
2018/03/04
O complexo militar-industrial ataca de novo:
Despesas de guerra levam os EUA à bancarrota
(John W. Whitehead in Information Clearing House, 2018/02/17 [*])
" Para quê gastar dinheiro em despesas militares quando tudo está a ruir em torno de nós?
Será que precisamos de gastar mais dinheiro com as nossas forças armadas (cerca de US$600 mil milhões este ano) do que o conjunto dos sete maiores países seguintes? Precisamos de 1,4 milhões de pessoal militar no activo e 850 mil reservistas quando o inimigo de momento – ISIS – conta escassas dezenas de milhares? Se assim é parece que há algo radicalmente errado na nossa estratégia. Deverão 55% dos gastos discricionários do governo federal irem para despesas militares e apenas 3% para os transportes quando há mais mortos e feridos americanos devido à falta de infraestruturas do que ao terrorismo? Será que a Califórnia necessita quase tantas bases militares ativas (31, de acordo com militarybases.com), como tem de universidades do Estado (33)? E o Estado precisa de mais pessoal militar em serviço ativo (168 mil, segundo a revista Governing ) que professores nas escolas públicas (139 mil)?"
Steve Lopez, Los Angeles Times
Registem as minhas palavras: as despesas militares da América levarão a nação à bancarrota. Mas os gastos da América em guerras já levaram a nação a uma bancarrota de 20 milhões de milhões de dólares.
(John W. Whitehead in Information Clearing House, 2018/02/17 [*])
" Para quê gastar dinheiro em despesas militares quando tudo está a ruir em torno de nós?
Será que precisamos de gastar mais dinheiro com as nossas forças armadas (cerca de US$600 mil milhões este ano) do que o conjunto dos sete maiores países seguintes? Precisamos de 1,4 milhões de pessoal militar no activo e 850 mil reservistas quando o inimigo de momento – ISIS – conta escassas dezenas de milhares? Se assim é parece que há algo radicalmente errado na nossa estratégia. Deverão 55% dos gastos discricionários do governo federal irem para despesas militares e apenas 3% para os transportes quando há mais mortos e feridos americanos devido à falta de infraestruturas do que ao terrorismo? Será que a Califórnia necessita quase tantas bases militares ativas (31, de acordo com militarybases.com), como tem de universidades do Estado (33)? E o Estado precisa de mais pessoal militar em serviço ativo (168 mil, segundo a revista Governing ) que professores nas escolas públicas (139 mil)?"
Steve Lopez, Los Angeles Times
Registem as minhas palavras: as despesas militares da América levarão a nação à bancarrota. Mas os gastos da América em guerras já levaram a nação a uma bancarrota de 20 milhões de milhões de dólares.
Subscrever:
Mensagens (Atom)