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2019/03/18

A Europa do Capital

O Capital nunca está satisfeito com o que consegue roubar, a prová-lo estão as propostas do seu mais jovem e vil representante na Europa do Capital. A enfrentar uma revolta nas ruas que dura à 17 Sábados consecutivos, dirigiu a semana passada aos "seus" eleitores uma carta com propostas para afastar ainda mais os governantes dos seus povos.

Para "proteger" o continente propõe um tratado, um «conselho europeu de segurança», o aumento das despesas militares, e uma «cláusula de defesa mútua operacionalizada», tudo para amarrar qualquer grito de paz aos militarismos intervencionistas do eixo franco alemão.

Para «defender a liberdade», propõe criar a «agência europeia da protecção das democracias», uma espécie de Troika ideológica para impor as democratadoras regras da União Europeia que apoiam a intervenção dos EUA na Venezuela, controlar a internet, decretar que todos os partidos políticos da Europa se devem financiar junto do capital e «banir discursos de ódio e de violência», provavelmente como o do artigo que está a ler neste momento.

Para «resgatar o espírito de progresso», propõe que quem passe a definir os nossos salários, incluindo o SMN, seja a União Europeia, «adaptados a cada País», criar um «banco europeu do clima», uma «força sanitária europeia», uma «supervisão europeia das grandes plataformas digitais» e um «novo Conselho europeu da inovação» com «um orçamento comparável ao dos EUA». Governos para quê?! Para governar os povos da Europa bastam uma comissão europeia que manda sem ser eleita e um conselho europeu que decide sem sequer ter existência legal . É isto que nós, os povos da Europa, queremos? @Refer&ncia

2018/12/12

Da Série "O Silenciamento Sistemático" (II)

Sabiam que o PCP fez umas propostas de alterações ao acordo que fechou a primeira fase de negociações do brexit? Não? Pois.

Sabiam que eram propostas para melhor defender os interesses dos emigrados portugueses na pérfida albion? Não? Pois.

Faz parte da estratégia de silenciamento e ocultação tão querida do Capital e que nós continuamos a não conseguir ultrapassar.

Só para chatear fica já aqui uma bitcópia para quem não queira ir lá ler o original.

Resolução sobre o ponto de situação das negociações com o Reino Unido
(2017/12/23, João Ferreira, in Parlamento Europeu)

Discordamos de aspectos contidos na resolução. Face a insuficiências no seu conteúdo, relativamente à garantia e protecção dos direitos dos emigrantes residentes no Reino Unido e à salvaguarda dos interesses de Portugal, apresentámos duas propostas de alteração.

A primeira, visando salvaguardar os direitos dos emigrantes: direitos laborais e outros direitos sociais, como o de residência, o de igualdade de tratamento, o acesso aos serviços públicos, à portabilidade das prestações de segurança social, ao reagrupamento familiar ou ao reconhecimento mútuo de diplomas académicos e qualificações profissionais. Estes direitos não foram explicitamente mencionados na resolução. Importaria que o fossem.

A segunda, afirma a exigência de que um eventual futuro acordo UE-Reino Unido tenha em linha de conta as especificidades e os interesses dos diferentes Estados-Membros, afirmando ainda o direito de cada Estado-Membro de desenvolver relações com o Reino Unido em diversas áreas, de acordo com os seus interesses – relações baseadas nos princípios do interesse mútuo, da amizade entre povos e na cooperação entre Estados soberanos.

Lamentamos que estas emendas tenham sido chumbadas, para o que contribuíram os votos dos deputados do PS, PSD e CDS.
Continuaremos a lutar pelo respeito pela decisão soberana do povo britânico e pela defesa e salvaguarda dos interesses da comunidade portuguesa no Reino Unido e de Portugal.


2018/12/09

Brexits e Misérias do Capitalismo

A «saída do povo»
(João Ferreira, Avante!, 2019/12/07)

Segundo o Gabinete Nacional de Estatística do Reino Unido, no último Inverno, entre Dezembro de 2017 e Março de 2018, estima-se que tenham ocorrido na Inglaterra e no País de Gales mais 51.100 mortes do que no período homólogo do ano anterior (2016-17), o número mais elevado em 41 anos. Estas mortes estão relacionadas com o frio e com deficientes condições de aquecimento das casas, incluindo casos de doenças respiratórias consideradas evitáveis. A maioria das vítimas são mulheres, embora o número de óbitos de homens com menos de 65 anos tenha duplicado. A edição do último fim-de-semana do «Morning Star» chama-lhe uma «tragédia humana», um «escândalo nacional», cuja explicação não é separável do aumento da conta de energia das famílias, nem dos lucros amealhados pelas seis grandes companhias de energia que dividem o mercado entre si.

2018/04/15

Amarelândia: o Capital travestido de social-democrata

Mais um a querer enganar tolos. Todo muito democrata e muito liberal, vale a pena lê-lo, para ficarmos já a conhecer os sound-bytes da ideologia dominante para a primavera-verão. Que a democracia liberal não está em risco, é só a cultura democrática a ruir. Que os neoliberais andam muito preocupados com a extrema-direita e a esquerda devia aproveitar para conversar com eles, fazer, sei lá,[mais?] umas cedênciazinhas, explicar-lhes que a esquerda, desde que dialogante e domesticada, até lhes faz falta, sei lá. Eles até nem gostom da alt-right, ou que é. Que a tal liberdade económica para estraçalhar a economia não significa nada menos democracia, da dele, da tal liberal do Capital. Que até se vê obrigado a defender o Syriza, bonzinho, que cedeu em toda a linha para defender os pobres. Olha se não os tem defendido, digo eu. E até «o Draghi fez o que tinha de ser feito, apesar de ter sido demasiado lento por estar constrangido pelas regras [europeias ] e pela elite económica alemã». Esquerda ?!? Guru??? De quê?? Guru de quem??? Mas leiam, se não acreditam, leiam o que pensa esta coisa que para o i é de esquerda. Olha se não fosse!

Paul Mason - o novo guru da esquerda
(Jornal i, 2018/04/11)

Veio a Lisboa para participar numa conferência sobre a democracia europeia. Como a vê?

Bom, é uma boa ideia. Não é tanto que a democracia esteja em risco na Europa, apesar de em alguns países estar, mas mais a cultura democrática que sustenta a democracia, que é muito mais frágil do que as pessoas entendem. Temos na Polónia um governo que diz, dia sim dia não, que não quer a democracia liberal, que diz que a “democracia liberal impede que nós, o povo, expressemos os nossos verdadeiros desejos”. Desejos como banir o aborto ou a lei estapafúrdia de que ninguém pode questionar o papel do país no Holocausto. O que temos agora na outra ponta da Europa é um conjunto de elites que dizem que a democracia não é boa. Esta é uma mensagem partilhada pelos movimentos populistas em Itália, a verdadeira direita, a Liga Norte, e uma ala direita no Movimento 5 Estrelas. Tornaram-se cínicos da democracia. Temos de a reavivar pela prática e de fazer as pessoas perceberem que é bastante importante para elas controlarem o governo do qual dependem. A cultura democrática que temos na Europa é única no mundo e está rodeada de pessoas que dizem que é má. Os governos polaco e húngaro são o eco do que a China e a Rússia estão a dizer e, agora, do que os norte-americanos dizem. Em 2008, Peter Till, um empreendedor da alt-right, escreveu um artigo a dizer que a democracia e a liberdade são agora incompatíveis, que liberdade económica significa menos democracia. Desde 2008 que têm tentado chegar a este momento. Felizmente, a Europa tem uma cultura democrática, e a melhor forma de a manter é usando-a.