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2025/07/23

A Mentira na Politica

"A Mentira na Política" 

 
O Nascimento de Fachus by Vieira Ressurected

Não é de estranhar que a usual abordagem à mentira na política, parta de um conjunto de pressupostos errados, para acabar numas águas mais ou menos turvas, eivadas de sins, mas tambéns, e vejam lá, pensem melhor sobre o assunto, quando, neste momento, já não há lugar para rodriguinhos: o sapo de loiça™ é um mentiroso compulsivo. Sim, nasceu, cresceu e fortificou-se num ambiente de governação mentirosa, apaparicado pelos leilões de audiências do espaço de infoentretenimento vendido aos anunciantes, mas, no cerne, está apenas e tão só um reles sapo de loiça™ mentiroso.

Mas, afirmava eu, antes de me perder em explicações escatológicas para o milagre do nascimento do sapo de loiça, não estranhar que a normal, usual e rotineira abordagem à mentira na política parta de um conjunto de pressupostos errados.

Não é em vão que vivemos imersos na ideologia dominante, a tal ponto que nem a conseguimos ver como ideologia. É como o ar que nos rodeia ou a água onde nadam os peixes: não o vemos, não o ouvimos, está aqui e nem o sentimos apesar de vivermos nele imersos.

Dizia Marx: "A ideologia dominante, isto é, a ideologia da classe dominante, reproduz-se", naturalmente, acrescento eu frisando a vertente orgânica do pensamento, implícita na frase do jovem filósofo alemão do século XIX, para quem, e volto a reproduzi-lo, livremente e de cor, "A filosofia se ocupou em explicar o mundo quando o que de facto importa é transformá-lo".

Implícita mas não explicitamente, e é por isso que a vou repetir, novamente, com a sua implícita orgânica naturalidade como explicito epílogo.

"A Ideologia dominante, isto é, a ideologia da classe dominante reproduz-se", organicamente, com naturalidade, imperceptivelmente.

Deixem-me repetir estes dois mantras que me têm acompanhado desde a puberdade, quando alguém me impingiu uns caderninhos coloridos escritos pela Marta Harnecker e a Gabriela Uribe.

- A Ideologia Dominante, isto é, a Ideologia da classe dominante reproduz-se.

e

- Muitos filósofos tentaram explicar o mundo, mas o que importa é transformá-lo.

Bom! E sobre a mentira e o mentiroso que nos trouxe aqui? Sobre a mentira, o mais relevante é reconhecer que ela é,   s e m p r e   e sob qualquer forma, cor ou tamanho: moral e mesmo eticamente i n a c e i t á v e l. Ponto.

Poderia frisar com o famoso "ponto final parágrafo, travessão na outra linha" dos ditados que infernizaram a minha infância, mas fiquemo-nos pela versão resumida: a mentira é inaceitável ponto!

De exclamação, concordo. A afirmação é suficientemente pomposa para reclamar mais do que um sonoro, bem sei, mas breve, ponto.

Creio até que, pelo seu peso, merece mais uma mantra, desta vez oriunda do mais do que pragmático jovem intelectual revolucionário Vladimir Ilitch, Lénine para os mais chegados, falecido ali pelos primeiros quartéis do século passado:

- "Só a verdade é revolucionária!"

Já não me lembro bem quando, nem onde, nem a que propósito terá o então jovem revolucionário dito tal verdade, mas gostaria de usar mais esta mantra para nos guiar numa viagem de vastos parágrafos, pelo mesmo mundo, olhado com outros pressupostos.

Proponho-vos, assim, partir de um quadro mental mais fora da caixa para a abordagem d'A Mentira na Política. Proponho-vos tentar partir de um quadro mental menos embebido em ideologia dominante. Um quadro mental baseado, não na Ideologia Dominante, não no pensamento dos intelectuais do sistema, isto é, não no pensamento de intelectuais preocupados em explicar o sistema como ele é, como deveria ser, ou como aparenta ser, como o fizeram o cidadão grego Platão, num tempo em que ser cidadão era pertencer à classe dominante, a única com direito de voto, o serviçal renascentista Maquiavel, serventuário bem pago pelo Príncipe da classe dominante a quem dedicou uma cuidada descrição dos pontos fortes do César Bórgia, ou o filósofo burguês Nietzsche, mas sim, aceitando como pressupostos, as três referidas mantras a que irei brevemente acrescentar uma quarta, para a qual só recentemente despertei, graças a uma Filósofa portuguesa de origem brasileira que tive o prazer de "ouver" há uns meses numa maravilhosa "Sociedade Civil" da RTP 2 dedicada à ... mentira na política.

Ponto de ordem à mesa para repetição das mantras que tomaremos como pressupostos na nossa, mais minha e para a qual vos quero arrastar, caminhada.

- A Ideologia Dominante, isto é, a Ideologia da Classe Dominante reproduz-se.

- Muitos filósofos tentaram explicar o mundo, mas o que importa é transformá-lo.

- Só a verdade é revolucionária.

E, como corolário, um outro pressuposto mais aceitável pela ideologia dominante e, no entanto, verdadeiramente revolucionário, porque indiscutível e universalmente verdadeiro:

- "Quem fala verdade é refém dessa mesma verdade, vê o seu discurso limitado pelas baias dessa verdade, ao passo que quem mente, é livre para mentir no mais vasto universo das mentiras limitado apenas pela imaginação do mentiroso."

Resumindo: a verdade é castradora enquanto a mentira é libertadora.

Uuuoooppss!

Diz-nos a tal Filósofa de quem não recordo o nome, mas para quem poderão, com a facilidade própria da vossa juventude, fazer o favor de encontrar nome, filiação, data de nascimento, biografia e bibliografia, assim haja tempo e vontade.

Sobre esta última mantra vou elaborar um bocadinho, sobre as outras, de tão antigas, tão trabalhadas, tão glosadas, peço-vos que as aceitem como pressupostos. São outros, diferentes dos usuais, bem sei. Mas são alguns dos que, como dizem por aí os websummiters, nos podem ajudar a pensar fora da caixa.

Divaguemos então um pedaço sobre as limitações impostas pela verdade e as liberdades de oratória proporcionadas a quem mais livremente mente e, sim, liberdades só limitadas pela imaginação do mentiroso.

A verdade é sempre uma e só uma, é o facto, é a factual realidade, mesmo quando quântica, mesmo quando indeterminística, mesmo quando o gato pode estar vivo ou morto, enquanto não for observado, e assim permanecer naquele estado quântico de vivo e morto, ao mesmo tempo, a verdade é que, enquanto não abrirmos a caixa, "O Gato" está vivo e morto, simultaneamente, não "não está", nem "deixa de estar", nem "não existe", nem "está na lua", nem "em marte", nem "é imigrante", nem "emigrante", nem "branco", nem "preto", nem "amarelo", ele está, enquanto não abrirmos a caixa, "vivo e morto" e, depois de aberta a caixa, vivo ou morto, mas a verdade é sempre, em cada momento, uma única e não a variedade de mentiras que sobre o gato enquanto gato, ou lebre, ou perdiz poderíamos tecer apenas limitadas pela nossa imaginação.

E sim, a verdade também é algo de completamente diferente das variadíssimas opiniões que possam ser formuladas sobre essa verdade, opiniões essas que podem, essas sim, enquanto apenas algumas das possíveis mil e uma mentiras em redor dessa verdade, serem apresentadas como verdades alternativas, outras verdades, que como vimos paradoxalmente não existem. A verdade era só uma, a que antecedeu as opiniões mais tarde sobre ela formuladas e depois tentativamente apresentadas como verdades.

Sim, quem mente tem muito mais liberdade oratória do que quem diz a verdade que, por estar limitada/o à verdade só se pode repetir num discurso facilmente apelidado de: Está sempre a dizer a mesma coisa.

Pois! A verdade.

Enquanto a verdade for aquela, o discurso não tem campo para ser diferente.

Já para o mentiroso, há sempre uma nova mentira, uma novidade, uma outra mentira, outro falso argumento que consolide a mentira original. Sim para o sedutor e eticamente reprovável mentiroso, sim, não apenas moralmente, mas mesmo eticamente reprovável mentiroso sapo de loiça™ , à revelia do que Platão e Nietzsche afirmam ser, e que Maquiavel, dando mais uns passos em direção ao precipício da iniquidade, defende que deve ser, que deve mesmo ser para que o Príncipe daí tire vantagens, uoops, acabei de tropeçar na Razão de Ser da Mentira para sobrevivência da classe dominante, mas deixemos a pedra no sitio, para nela podermos continuar a tropeçar até ao final deste escrito, dizia, para o sedutor e moralmente mentiroso, a oratória está livre para incluir qualquer mentira que ajude a sedimentar a mentira original.

E sim, a pedra em que tropeçámos é a rocha que a ideologia dominante tenta descaradamente esconder da multidão dos restantes, a saber, a mentira é essencial para que a minoritária Classe Dominante possa continuar a enganar, leia-se textualmente oprimir, a imensa maioria dos produtores.

Só à classe dominante interessa moralizar e normalizar a mentira, afinal, essa Classe Dominante não pode simplesmente dizer à multidão dos outros, sob pena de essa imensa maioria acabar por lhe ir aos brioches, que a mais valia por eles socialmente produzida está a ser privadamente apropriada pelos detentores dos meios de produção. O que a minoritária Classe Dominante tem de "explicar", à imensa maioria, é que é graças a ela, classe dominante, que eles têm um emprego que lhes permite adquirir os bens de consumo, produzidos nas fábricas dessa classe dominante, candidamente omitindo, de passagem, por quem são esses bens produzidos.

Ou ainda que o negócio privado da doença existe, para que os acionistas das empresas que detêm esse negócio se encham à tripa forra, com as prestações dos seguros de saúde sobre a doença alheia, e que a existência de um serviço de saúde gratuito, porque financiado pela imensa maioria dos explorados e, também, a contra gosto, pelos parcos impostos pagos pelos restantes 1%, é um verdadeiro atentado ao divino direito do Príncipe de viver à custa da doença alheia. O que a Classe Dominante, através dos seus arautos mediáticos e restantes sapos de loiça mentirosos, se vê forçada a fazer, em nome da sua sobrevivência e da sua sacrossanta apropriação de mais valias, é ensinar à imensa maioria dos restantes cidadãos que um serviço de saúde público, o único que pode ser gratuito, é ineficiente, nem que para isso tenha de ser subfinanciado, demasiado dispendioso, nem que para isso tenha de o obrigar a adquirir medicamentos, exames e análises ao negócio privado da doença a preços de mercado, carente de médicos, nem que para isso lhes tenha de acabar com as carreiras e de os sobrecarregar com horas extraordinárias, até que todos eles emigrem para o negócio privado da doença.

Ou mesmo que a desregulação dos mercados de capitais, de energia, de alimentos, de comunicações, de tudo e mais alguma coisa, é crucial para aumentar a mais valia socialmente produzida, através das poupanças nos meios de produção, tanto mais caros quanto mais sujeitos a regulamentos ambientais, que evitam catástrofes como derrames de petróleo, oriundo de plataformas offshore, a regulamentos de higiene e sanitagem, que evitam as vacas loucas criadas pela Tatcher, quando exterminou o organismo de vigilância agropecuário do reino unido, ou regulamentos do mercado de capitais que impeçam a Goldman Sachs de emprestar dinheiro à Grécia, ao mesmo tempo que aposta, à laia de seguro contra todos os riscos, em como essa mesma Grécia, a quem está a emprestar dinheiro a rodos, não vai conseguir pagar-lhe o empréstimo, fazendo assim com que os juros do empréstimo cresçam de forma vertiginosa, tornando o empréstimo de facto impagável. Mas não importa, a Goldman já lucrou no mercado de apostas, leia-se de futuros, mais do que lucraria com os juros dos empréstimos que, afinal, acabarão a ser pagos por todos nós através de mais um empréstimo do Banco Mundial, garantido pelo orçamento comunitário, leia-se pelos impostos que todos nós pagamos. Sim, porque se há coisa que a banca sabe fazer é cobrar um empréstimo, nem que para isso tenha de esperar que o bisneto do original devedor venda o palácio. Não, o que a Classe Dominante tem de nos explicar é que a desregulamentação de tudo e mais alguma coisa é absolutamente fundamental para que o desenvolvimento tecnológico, alimentado por essa desregulamentação, nos possa oferecer maior bem estar, mais e melhores produtos a preços mais convidativos, e que os lucros conseguidos pelo sistema financeiro com a desregulamentação dos mercados financeiros é essencial para os bancos, sem os quais óbvia e evidentemente não podemos passar, nos cobrem menos comissões e possam, vejam lá a candidez, baixar uns pontos percentuais nos juros dos empréstimos à habitação. Quanto à Banca Pública, vade retro satanás que ameaça a livre concorrência dos mercados.

Quanto tempo duraria o poder de uma ultraminoritária classe dominante que não conseguisse esconder, com uma muralha de mentira, a verdade de que ela deve o seu bem estar ao mal estar que provoca na imensa maioria dos restantes cidadãos?

É essencialmente por estas, mas também por outras, que a mentira, a repetição da mentira, a normalização da mentira é tão importante para a sobrevivência dos 1% detentores de 50% da riqueza. É por isso que é tão importante deixar claro, a todos nós, que os políticos são todos iguais, todos mentirosos, que não só mentem, como é a sua sobrevivência e não a dos seus patrões que depende da sua capacidade de mentir. E não nos preocupemos. Quando nós, a imensa maioria, tivermos finalmente compreendido que os políticos são todos iguais e todos uma cambada de aldrabões, a classe dominante cria, aduba e fortalece um qualquer novo sapo de loiça™ ainda mais mentiroso que, livre de quaisquer peias de realidade, e mentindo com a maior das imaginações e teatralidade, virá convencer-nos que o melhor é acabar com essa variedade de políticos aldrabões e entregar as nossas vidas nas mãos de um São Sebastião salvador. Ao menos será só um a roubar.

Sapo de loiça é trademark de "Vieira Ressurected".
Todos os direitos reservados.

2022/03/19

As verdades apuradas pelos censurados media russos

Alguém já disse que a verdade é a primeira vitima da guerra. Acrescento eu: a verdade e a liberdade.

Não se trata aqui de defender a Rússia ou de apoiar um dos imperialismos contra o outro imperialismo. Este blog sempre foi um consistente apoiante da Paz e lutador contra todas as guerras imperialistas, invasões ou ocupações, fossem elas mais ou menos declaradas ou mais ou menos hibridas e encapotadas. Fossem elas ocupações ilegais como a do estado terrorista israelita na Palestina, invasões militares como a do Iraque, destruições como as da Jugoslávia ou da Tchetchénia, bloqueios como o que os EUA mantém contra Cuba há mais de 60 anos, ou guerras hibridas como a que movem contra a Venezuela.g Este post vai servir para ir atualizando as inverdades propagadas pelo Ministério da Verdade e para denunciar a censura imposta aos media russos pelos regimes da NATO.



Repito, aqui a questão nem se coloca na vigarice que impera do lado de cá, o que me choca verdadeiramente é que os vigaristas do lado de cá não nos querem deixar ver se há ou não vigarice do lado de lá.

2022/06/27 - Centro comercial de Kremenchuk estava vazio ao lado de depósito de munições - Em 27 de Junho de 2022, o exército russo bombardeou uma fábrica convertida em armazém militar em Kremenchuk, o que provocou o incêndio do shopping center localizado ao lado. Sem surpresa, a Ucrânia e os ocidentais acusaram os militares russos de bombardear directamente o shopping, excepto que os vídeos filmados lá provam que a versão russa é verdadeira.

Apesar das desmistificações sistemáticas e cada vez mais rápidas, a Ucrânia continua a espalhar informações falsas sobre os “crimes de guerra” do exército russo. Depois da enorme mentira de Boucha, depois da estação de Kramatorsk, depois das falsas acusações de violação de menores negadas pelo antigo Provedor de Direitos Humanos ucraniano, eis agora o caso do atentado ao centro comercial Kremenchuk.

Em 27 de Junho de 2022, os militares russos realizaram um ataque aéreo de longo alcance contra armazéns localizados na Fábrica de Máquinas Rodoviárias de Kremenchuk, contendo armas e munições fornecidas à Ucrânia pelos Estados Unidos e vários países europeus. A usina em questão está localizada nas seguintes coordenadas: 49°04’25.1″N 33°25’37.4″E. A explosão de munições no armazém causou um incêndio no centro comercial abandonado nas proximidades.

No mesmo dia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anuncia que mais de mil civis estavam supostamente no shopping no momento do bombardeio e acusa o exército russo de ter deliberadamente visado essa infra-estrutura civil.

Problema, muito rapidamente esta versão leva água como o Titanic. Vídeos divulgados durante o incêndio mostram muito poucos carros no estacionamento, mas também uma completa ausência de mulheres e crianças!

Como pode haver mil pessoas em um shopping com pouquíssimos carros no parque e sem mulheres ou crianças? Era o dia reservado aos homens sem carro?

Em Kremenchug, região de Poltava, foi atingido o centro comercial e de entretenimento Silpo, logo atrás do qual está a fábrica de máquinas rodoviárias de Kremenchug.

A julgar pela destruição das paredes e pilares, a própria explosão estava algures atrás - e então começou um incêndio no próprio shopping. O shopping em si é feito de materiais altamente inflamáveis: o que alguns consideram os sons de munição explodindo pode facilmente revelar-se uma quebra de estruturas deformadas ou o som de vidro estourando.

Agora, por sugestão de Zelensky, toda a mídia mundial escreve sobre um ataque deliberado a um alvo civil, deixando em silêncio a presença de objectivos estrategicamente importantes atrás do próprio shopping.

Por que há tantos militares em uniforme e até mesmo com mochilas perto do tranquilo centro comercial e de entretenimento em Kremenchug?

E por que há tão poucos carros civis no estacionamento, já que mais de 1000 pessoas poderiam ter morrido lá dentro?

No entanto, se olharmos no Google Maps, o shopping e várias lojas estão marcadas como fechadas temporária ou permanentemente, e não há avisos com menos de 4 meses!

Claramente, parece que ninguém vem a este shopping desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, enquanto Kremenchuk não está na linha de frente. Isso explicaria por que quase não havia carros e nem clientes!

2022/05/01 - Piloto que teria abatido 40 aviões russos afinal nunca existiu - Aparentemente a força aerea ucraniana desmentiu hoje a noticia do nyt que as tvs nacionais acritica e prontamente republicaram, segundo a qual teria falecido ontem o piloto super-heroi que teria abatido 40 aviões russos. Segundo o post da fau a personagem é um superheroi inventado.(ver noticia no final do post (1)).

2022/04/27 - As "valas comuns" de Mangush são afinal campas individuais no extremo de um cemitério. As "valas comuns" de Mangush e Starichrim, anunciadas pelas autoridades ucranianas, onde estariam a ser enterrados cerca de 20 000 mortos de Mariupol, e rapidamente propagandeadas pelas televisões do Ministério da Verdade com base em fotografias de satélite, revelaram-se hoje, pelas imagens colhidas no local por um repórter de guerra português, serem afinal cerca de 700 campas individuais, numeradas, com um caixão por campa. Um vídeo apanhado no facebook desmascara mais este embuste dos canais nacionais, mas a reportagem do Bruno de Carvalho aos 10:31 do Jornal da CNN de 27 de Abril ilustra melhor e mais sucintamente o que por lá se pode ver. Depois disto, torna-se ainda mais gritantemente vigarista a punch-line da pivot que introduz a peça do jornalista no local com o seguinte introito: «De Mariupól chegam imagens de satélite que mostram a existência de valas comuns em algumas zonas da cidade, o repórter Bruno Amaral de Carvalho esteve em dois desses locais» ... e diz, uns segundos depois, o tal repórter que esteve em dois desses locais «O que vimos aqui são de facto valas individuais, eaah, túmulos individuais,[...]». Mas a vale a pena ver a peça do repórter no local.

2020/03/07

Evo Venceu à Primeira Volta diz o WP

Os golpistas do regime de Añez prendem 1400 opositores, fecham rádios, reprimem a contestação e preparam a chapelada que pretendem fazer passar por eleições com a ajuda da OEA que patrocinou o golpe. Ao mesmo tempo, o partido com maior representação parlamentar já nomeou os seu candidatos à presidência e vice-presidência e um novo estudo do MIT revela que não houve fraude eleitoral e Evo Morales foi mesmo eleito à primeira volta.

Entretanto os media corporativos portugueses decretaram que "En Bolivia No Se Pasa Nada", just business as usual, enquanto o governo português assobia para o ar.

A ditadura boliviana continuará no poder devido à pandemia -- O orgão eleitoral boliviano, controlado pelo regime da líder do golpe Jeanine Áñez, decidiu adiar as eleições presidenciais agendadas para 3 de maio sem data, devido à pandemia do coronavírus. O presidente do Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia, Salvador Romero, explicou que a nova data será acordada com as forças políticas do país.

Candidato do MAS à frente na Bolivia -- Luis Arce, candidato do Movimento para o Socialismo (MAS) do presidente deposto Evo Morales, segue distanciado na frente das sondagens para as eleições presidenciais previstas para Maio na Bolívia. O ex-ministro da Economia de Morales e um dos rostos de anos sucessivos de crescimento económico e de redução da pobreza está com 33,3% das intenções de voto, segundo a mais recente sondagem da empresa Ciesmori, uma subida de dois pontos percentuais em relação à consulta anterior. Seguem-no o ex-presidente Carlos Mesa, segundo classificado nas eleições anteriores a mais de 10 pontos de Morales, com 18%; e a usurpadora fascista e “presidente” saída do golpe de Estado, Jeanine Añez, com 16%. (O Lado Oculto 2020/03/17)

2020/02/21

Colômbia: um estado assassino dos barões da cocaina

Janeiro ainda não acabara e na Colômbia já tinham sido assassinados 27 ativistas sociais, fevereiro chega ao fim com mais de 50 assassinatos. Nesta rolha sul-americana, onde os EUA mantêm 9 bases militares, em três anos foram assassinados 480 ativistas sociais e 173 ex-elementos das extintas FARC. A dualidade de critérios com que os media corporativos noticiam uma agressão num aeroporto venezuelano e omitem mais de 600 assassinatos na Colômbia só tem um nome: censura corporativa paga em cocaina colombiana.

FARC denuncia ameaças contra paz na Colômbia -- O partido colombiano Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) denunciou na segunda-feira, 9, as intenções do governo de desmantelar o Acordo de Paz negociado em Havana e assinado em 2016 pelo Estado colombiano e a ex-guerrilha FARC-EP. «No que concerne à implementação do acordo, reafirmamos a nossa análise com base não só nos incumprimentos por parte do presidente [Iván] Duque mas também nas suas reiteradas pretensões de desmontar ou distorcer o acordado, as quais são disfarçadas mediante uma estratégia de simulação», afirmou o partido.

2020/02/09

Assange - Preso e Torturado sob Falsas Acusações

O julgamento começou na passada segunda feira e a campanha negra com origem nas Agências de Informação Centralizada já está em campo. Vale tudo até desenterrar falsas acusações, datadas de 2010, em que as alegadas vítimas são agora promovidas a menores de idade e que a justiça sueca já deu como não comprovadas. O importante é extraditá-lo para um país que vive debaixo de um regime totalitário (1)(2)(3). Estaremos nós à altura de defender O Homem que já passou 8 anos preso numa embaixada e mais um em isolamento, numa prisão de alta segurança, por nos mostrar a verdadeira face dos verdadeiros torturadores?

O Relator especial da ONU sobre Tortura revela pela primeira vez as descobertas chocantes que fez durante as investigações do caso Julian Assange. Tortura, prisão e fraude judicial são a regra num caso que pode pôr em risco a liberdade de imprensa.

Violação fabricada e manipulação de provas na Suécia, pressão do Reino Unido sobre a Suécia e tortura psicológica: Nils Melzer, relator especial da ONU para a Tortura fala pela primeira vez das descobertas chocantes que fez durante a sua investigação sobre o caso Assange.

Em entrevista ao jornal alemão Republik, o representante explica que o caso Assange é fundamental para o seu mandato, que consiste em combater a tortura em todas as suas formas. Para ele, apesar das denúncias de torturas sistemáticas contra o jornalista, quem está a ser perseguido é a vítima, e não os torturadores. "Assange denunciou a tortura, ele próprio foi torturado, e pode vir a ser torturado até a morte se for para os Estados Unidos", disse Melzer. Caso seja extraditado para os EUA, Assange pode ser condenado a até 175 anos de prisão.(4)

A defesa do ativista denuncia que Assange foi algemado 11 vezes, despido e levado para 5 celas diferentes no primeiro dia do julgamento de extradição -- A defesa do ativista denuncia o tratamento que o fundador do WikiLeaks está a receber durante o julgamento e durante a sua prisão e que existe um "alto risco de suicídio". Assange foi algemado 11 vezes, despido e levado para 5 celas diferentes no primeiro dia do julgamento de extradição. Os advogados do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, denunciaram nesta terça-feira, perante o tribunal, o tratamento excessivamente rigoroso a que o ativista foi submetido no primeiro dia do julgamento sobre a sua extradição para os Estados Unidos. (2020/02/25)

2020/01/29

Bolivia: os golpistas atuam como se fossem governo

Os golpistas do regime de Añez prendem 1400 opositores, fecham rádios, reprimem a contestação e preparam a chapelada que pretendem fazer passar por eleições com a ajuda da OEA que patrocinou o golpe. Ao mesmo tempo, o partido com maior representação parlamentar já nomeou os seu candidatos à presidência e vice-presidência e um novo estudo do MIT revela que não houve fraude eleitoral e Evo Morales foi mesmo eleito à primeira volta.

Entretanto os media corporativos portugueses decretaram que "En Bolivia No Se Pasa Nada", just business as usual, enquanto o governo português assobia para o ar.

Polícia boliviana respondeu com repressão a quem exigia justiça em El Alto -- Os agentes lançaram gás lacrimogéneo para dispersar as centenas de pessoas que esta quinta-feira exigiram justiça para as vítimas do massacre de Senkata, durante os protestos contra o golpe de Estado. (2020/03/06 . AbrilAbril)

Não houve fraude, revela estudo do MIT - Media corporativos silenciam o estudo de investigadores do MIT que chegaram à mesma conclusão de outro estudo publicado ainda em novembro: o então presidente boliviano havia sido reeleito à primeira volta. O jornal norte-americano Washington Post publicou uma análise nesta quinta-feira (27/02) que aponta que as eleições de outubro de 2019 na Bolívia, que indicavam a reeleição do hoje ex-presidente Evo Morales, foram legítimas, sem indicativos de fraude. A conclusão é a mesma de um estudo publicado em novembro pelo Centro de Pesquisa Econômica e Política (CEPR).(2020/02/27 - Opera Mundi)

2020/01/24

As #fakenews da RTP (III)

O substantivo é: vigarice!
(facebroncas, 2020/01/18)

No telejornal das 20:00 de 18/01 mostraram umas imagens às quais sobrepuseram excertos de declarações de uma entrevista telefónica com o presidente da câmara da Loures descontextualizando-as e deturpando-as. Só isso já seria desonesto. Mas desta vez conseguiram ir mais além.

A abertura da peça salienta a preocupação do autarca com o fim de uma PPP omitindo, propositada e desonestamente, que a principal preocupação é com o facto de não ser claro que a esse anunciado fim se venha ou não a seguir uma nova PPP, em lugar da passagem do Hospital para uma gestão pública, tal como defende o partido do autarca e o próprio autarca. Os textos em voz off e as intervenções da pivot, inseridas entre declarações do autarca, mantêm na obscuridade, desonesta e propositadamente, a oposição frontal do autarca à continuação da PPP.

Nunca tinha assistido a coisa tão manhosa.

Agradeço que transmita este texto tal como está aos assalariados que editaram a entrevista telefónica, à assalariada que leu os trechos capciosos, à estagiária que fez de pivot e aos editores do referido programa, com a adjetivação que se segue:
Sois uns vigaristas desonestos. Tende vergonha na cara sua corja fabricantes de #fakenews

sem mais

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A continuação do diálogo:

2020/01/03

As #fakenews da RTP (II)

Sobre a utilização da "voz off" para manipular o conteúdo das imagens.

Acabo de ver, na rtp 3 16:00, uma "peça" onde se pode ouvir uma voz off afirmar que o assassínio do general iraniano é festejado nas ruas (tendo por fundo um vídeo de telemóvel de uma longa bandeira iraquiana transportada por aquilo que parecem 1 dezena de pessoas aos saltos) e condenado pelo governo (tendo por fundo uns milhares de pessoas enlutadas).

Recapitulemos. A montagem "mostra" 10 pessoas (20?) aos saltos a comemorar (0k, à revelia do que a rtp nos habitou, acreditemos que) o assassinio do general iraniano e, em seguida, uns milhares de luto (acreditemos que) pelo assassinio do mesmo general iraniano. O texto lido diz: nas ruas comemora-se e o governo condena.

Perguntas: porque é que as primeiras 10 (20?) pessoas são "as ruas" e as segundas milhares de pessoas são "o governo"? Quem é que escreveu o texto que subverte o conteúdo das imagens? Porque é que em lugar de uma informação honesta o "critério editorial" da rtp é dar voz a um texto faccioso e manipulador que não reflete o conteúdos das imagens? Quando é que pensam contratar jornalistas, dos honestos e vertebrados e dispensar os mercenários vigaristas?

2019/12/21

As #fakenews da RTP (I)

Assim se vai reescrevendo a história, ao sabor da propaganda facciosa, paga com dinheiros públicos.

Não podendo já repetir, em programas jornalísticos, a campanha de desinformação que levou a cabo ao longo de dois anos, a televisão pública opta por usar imagens dessa campanha mistificadora e facciosa num separador em que pretende enaltecer as suas alegadas virtudes informativas.

Note-se como o desplante da direcção de informação da televisão pública, chegou ao ponto de usar #fakenews, para enaltecer alegadas qualidades informativas. O problema é quando alguém dá pela mistificação.

Acabaram-se os jornalistas?


«Num separador da RTP3 sobre "Estórias com QQC" um assalariado da RTP comenta imagens de um famoso camião, comprovadamente incendiado por guarimbistas do lado colômbiano da fronteira, afirmando que os incendiários recusam ter sido eles a incendiá-lo. Depois de duas semanas de campanha mentirosa, a afirmar que teria sido culpa da guarda nacional bolivariana, o assalariado foi clara e cabalmente desmentido pela análise que o New York Times fez do vídeo onde (cortado pelo regime colombiano) se pode ver claramente o cocktail a resvalar da mão de um guarimbista para cima do camião e a incendiá-lo. Já não discuto o péssimo e faccioso trabalho que o assalariado fez enquanto propagandista de um golpista actualmente atolado em esquemas de corrupção. Já nem falo da ausência de retratação da RTP por ter transmitido durante semanas uma versão absolutamente facciosa dos acontecimentos na Venezuela. Já não falo da completa ausência de profissionalismo de um assalariado que há época jurava a pés juntos que o povo venezuelano estaria prestes a derrubar um regime que, passado quase um ano, continua alegremente a comprar pernil de porco francês para o Natal dos Venezuelanos, pago em cash porque os EUA mantêm um bloqueio e uma depredação dos bens público venezuelanos. Já não discuto o facto de o assalariado não ter, uma única vez, mencionado a guerra híbrida que os EUA conduzem desde 2002 contra a Venezuela. Mas, passados 6 meses continuar a propagandear #fakenews? Vergonha! Acabadinho de enviar para o provedor do espectador.»(*)

Sobre os dias e a operação de guerra híbrida que envolveu a encenação de uma "entrega de ajuda humanitária estado-unidense" à Venezuela, a mais superficial comparação dos comboios de ajuda humanitária da ONU, com dezenas da camiões completamente carregados, para cidades arrasadas por conflitos armados, com os três camiões com quatro paletes cada, na fronteira colombiana e "mais" a meia dúzia de furgonetes, com uns pacotes, do lado brasileiro da fronteira, seria suficiente para qualquer observador isento ver ali uma mera operação de ingerência externa de onde estaria ausente, por manifesta insuficiência, qualquer tentativa de entrega de qualquer que fosse (por inexistente) ajuda humanitária a "Um País Inteiro Carente de Alimentos".

20 paletes de comida para um país? Só com muita desonestidade, facciosismo e burrice se pode tentar fazer passar 20 paletes do que quer que seja por "Ajuda Humanitária a Um País".

Mas púnhamos de lado argumentos baseados em competência, honestidade e profissionalismo já que são categorias estranhas aos tarefeiros que a Direcção de Informação da televisão pública escolhe enviar para operações de desinformação encomendadas sabe deus onde e por quem.

Concentremos a atenção no camião, videográfica e comprovadamente, incendiado por um guarimbista.

Os Factos

- Do lado colombiano da fronteira um guarimbista filmava, com telemóvel, os distúrbios provocados por outros igualmente guarimbistas em redor dos 3 camiões com 4 paletes.

- O video mostra um guarimbista do lado colombiano a arremessar um cocktail molotov sobre a Guarda Nacional Bolivariana no lado colombiano da fronteira que acaba por cair num camião assim incendiado pelo guarimbista.

- O video é difundido em directo na internet.

- O regime colombiano trunca o video, mostra o camião a arder com guarimbistas em cima do camião a "salvarem" o saque, e acusa a GNB de incendiar o camião.

- Os propagandistas, presentes no lado colombiano da fronteira, com o aval dos superiores nos media em que estão avençados, ecoam a versão do regime de Ivan Duque sem sequer visionarem o video original existente no ciberespaço.

- Durante uma semana e meia os media públicos e corporativos propagandeiam o video truncado e a versão engendrada em Langley e distribuida pelo regime de narcotraficantes colombiano atualmente debaixo de pesada contestação popular.

- À vigarice propagandeada pelas Agências de Informação Centralizada, os jornalistas presentes nos três lados das fronteiras (Brasil-Venezuela-Colômbia) contrapôem os factos em media alternativos e redes sociais.

- Aos factos os media ocidentais, públicos e corporativos, contrapõem uma barreira de comentadeiros e opinadeiros que chegam ao cúmulo de defender que o video original, onde se vê o guarimbista a incendiar o camião, seria uma montagem do governo venezuelano, de que é exemplo o comentador da SIC para toda a obra Nuno Rojeiro.

- Passada mais de uma semana de barragem mistificadora, o New York Times faz uma análise forense ao video original e reconhece que foi um guarimbista do lado colombiano da fronteira a incendiar o camião usado na operação estado-unidense de agressão à Venezuela.

- Em Portugal os canais de informação noticiam a conclusão do NYT não lhe dando um relevo sequer comparável à semana de continuada mistificação.

Pós- factos e algumas perguntas

O que aconteceu aos tarefeiros que a SIC, a RTP e a TVI enviaram a Caracas para subscrever a versão previamente acordada sobre o que deveriam ser "os factos"? Advertências? Perda de credibilidade? Vergonha? Processos disciplinares?

Como reagiu a comissão da carteira profissional à mancha inflingida por três assalariados na reputação de uma profissão?

O que é que as direcções de informação aprenderam sobre a credibilidade da informação proveniente das agências estado-unidenses depois desta ocorrência? E da tentativa de "golpe de estado com amplo apoio nas forças armadas" que se lhe seguiu e que não conseguiu tomar uma única base? E da tentativa de golpe de estado de 2002 com amplo apoio de centrais sindicais que, como se apurou mais tarde, eram das mais mafiosas da américa latina, mas cujo caráter os desonestos assalariados das televisões fizeram por ignorar enquanto narravam um suposto levantamento popular contra um "alegado" ditador cujo partido acabou a vencer 23 de 25 eleições entre 2002 e 2019?

Como é que esses mesmos caneiros e avençados "narrariam" hoje, depois da Elsa e do Fabien e da greve dos camionistss de matérias perigosas, uma tentativa espanhola de envio de 20 paletes de ajuda humanitária, rodeada por umas centenas de arruaceiros a arremessarem cocktails molotov de Badajoz sobre o posto de Elvas da Guarda Nacional Republicana?


(*) Encontrado, perdido, numa página de uma rede social
https://www.facebook.com/jose.braz.5680/posts/10157897273119468

2019/11/02

A Desinformação dos Telecaneiros Portugueses

O método
(Gonçalo Carneiro, Avante!, 2019/10/31)

O método nada tem de científico, mas resulta quase sempre: quando se quiser formar uma opinião acerca do que se passa em alguma parte do mundo basta ver o que dizem as televisões portuguesas… e concluir exactamente o contrário.

Este método (não sustentado na ciência, insista-se) teria sido útil a muitos nesse já distante ano de 1999, quando as nossas tv’s apresentaram o UCK, do Kosovo, como baluarte da democracia, muito embora os seus líderes estivessem, como ainda estão, envolvidos em práticas – certamente democráticas – como o tráfico de seres humanos. O tratamento do conflito balcânico foi tudo menos «noticioso». Os sérvios foram diabolizados e todos os outros pintados de tons coloridos: os croatas, responsáveis pela limpeza étnica da Krajina; os bósnios, entre os quais pontificavam fundamentalistas islâmicos que fizeram ali o seu baptismo de fogo; os já referidos kosovares albaneses, cujos chefes eram vulgares criminosos.

2019/09/15

1/2 Informação + 1/2 Verdade = 1 Mentira

A censura já é uma realidade e, actualmente, está a ser massivamente exercida na vertente da distribuição da informação, mais do que na sua produção.

A censura é actualmente executada de duas formas, limitando a distribuição de narrativas que possam desmontar a "verdade única" criada pelas "a"gências de "i"informação "c"entralizada e inundando as televisões e o ciberespaço com essa mesma "verdade única", assim diluindo, e por isso censurando, eventuais afloramentos das factuais narrativas que possam contradizer a "verdade única" autorizada com a chancela das ocidentais "a"gências de "i"informação "c"entralizada.

Nas sociedades capitalistas actuais todos somos livres de presenciar factos e de os narrar no circulo mais ou menos restrito da família, dos amigos e dos conhecidos. A barreira coloca-se quando tentamos expor essa informação às ilhas de cidadãos potencialmente interessados mas estranhos ao nosso circulo restrito de contactos directos. É nesse momento, quando tentamos "distribuir" narrativas que ponham em causa a "verdade única", que se erguem as barreiras censórias das redes sociais e dos motores de busca, todos eles submetidos a "contratos" de funcionamento com organismos anti-democráticos construídos à revelia do escrutínio dos cidadãos.

Se estivermos atentos à (des)informação veiculada pelos media corporativos é impossível não notarmos a ausência do contraditório, das imagens do outro lado, das palavras que afinal ficam por dizer. É gritantemente óbvia a forma como os media corporativos se agarram a uma "verdade única" distribuída pelas "a"gências de "i"nformação "c"entralizada, mesmo que para tal tenham de contradizer verbalmente ou por escrito as imagens que mostram uma outra realidade.

Os exemplos são inúmeros e gritantes. O apagão informativo que reduziu o maior evento politico-cultural do país, a Festa do Avante! comunista, a uma "rentrée" com um comício, umas barracas de comes e bebes e uns espectáculos é só o mais recente exemplo, mas a lista poderia continuar com um Nuno Rogeiro a afirmar que "o chavismo está a perder influência", em voz off, enquanto as imagens em directo mostram uma gigantesca manifestação chavista com mais de um milhão de participantes, ou o embuste dos capacetes brancos, especialistas na encenação de "ataques químicos" na Síria a serem promovidos por hollywood como heróicos socorristas. Outro exemplo gritante de como a meia informação sobre meia verdade acaba por constituir uma colossal mentira é o tratamento dado pelos media corporativos à invasão do Iémene pela Arábia Saudita. A invasão do Iémene é exclusivamente apresentada como intervenção a favor de uma das partes, numa guerra civil da qual apenas nos são dadas imagens do lado do invasor saudita. Em três ou quatro anos de guerra ainda não ouvi nenhuma declaração dos alegados "insurrectos" huttis que o exército pago com o petróleo do golfo ainda não conseguiu exterminar.

Nos últimos meses, o José Goulão, um jornalista com um vasto historial de produção informativa fidedigna tem abordado a instauração de organismos censórios tanto na sua newsletter "O Lado Oculto" como no jornal digital Abril Abril. Vamos tentar coligir aqui esses textos. @Refer&ncia

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A NATO como polícia de opinião
(José Goulão, AbrilAbril, 2019/09/05)

É necessário desarticular a carga de conteúdos verdadeiramente perigosos para a democracia e para a liberdade de expressão que esconde a queixa da NATO de manipulação nas redes sociais.

O Centro de Excelência de Comunicação Estratégica da NATO queixa-se de manipulação nas redes sociais. E quando o Centro de Excelência de Comunicação Estratégica da NATO se queixa só há que esperar uma intensificação das acções policiais de censura na internet, com o pretexto de que as redes sociais são incapazes de se regularem a si próprias. O cerco às opiniões divergentes da doutrina oficial atlantista e europeísta aperta-se e a NATO afina mecanismos policiais para que não haja desvios à opinião única.

2019/09/12

Ainda a Guerra de Baixa Intensidade dos EUA contra a Venezuela

A campanha que «antecedeu a designação pelos Estados Unidos de Juan Guaidó como “presidente interino” da Venezuela, em 21 de Janeiro de 2019, seguida pelas tentativas de golpe em Fevereiro e Abril» tem agora, passados quase dois anos, o completo desmentido. Afinal o êxodo massivo limitou-se a 6,5% das previsões da campanha de #fakenews que a dado ponto engoliu a ONU. Em lugar dos 5,3 milhões previstos pela ONU no Verão de 2018, só 340 mil pessoas abandonaram a Venezuela daí para cá, afinal menos do que o meio milhão de portugueses que emigrados no período da troika. E se compararmos os 10 milhões de portugueses com os 30 milhões de venezuelanos, a vigarice percentual é ainda mais gritante: em quatro anos de troika emigraram cerca 5% de portugueses, em dez anos de guerra híbrida fugiram 1,2% de venezuelanos. Estamos a aguardar que a qualquer momento os telejornaleiros dos telecaneiros abram as noticias com os factos agora apurados ... não?

"Êxodo em Massa" de venezuelanos: Mito Que Cai Por Terra
(Luís O. Nunes, O Lado Oculto, 2019/09/05)

A vaga de informação lançada há um ano sobre o êxodo em massa de venezuelanos, que estariam a fugir “da fome e da ditadura de Nicolás Maduro”, foi uma campanha de desestabilização organizada e inserida no processo de guerra híbrida comandada pelos Estados Unidos, confirmam agora dados divulgados pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados.

2019/08/16

UE gasta 3 000 milhões a censurar informação independente

Viagem ao mundo da verdade única
(José Goulão, AbrilAbril, 2019/08/15)

Para aos dirigentes europeus só existem a verdade de Bruxelas e a mentira do Kremlin. É preto ou branco, quem discorda de Bruxelas concorda com o Kremlin e com os terroristas islâmicos.

Uma viagem ao mundo da «estratégia de comunicação» da União Europeia e respectivas emanações é uma experiência indispensável para confirmar os indícios de que os dirigentes europeus convivem cada vez mais desconfortavelmente com a liberdade de opinião. Na verdade, como ilustra essa incursão, já encaram a informação como propaganda, o contraditório como um abuso e a liberdade como um delito. Está aberto o caminho para a imposição da opinião única, em que se baseiam todas as formas de censura, desde a dos coronéis à dos «fact-checkers» contratados a peso de ouro por Bruxelas.

2019/07/28

A MenTVI MenTVIu !

A TVI mentiu. Nem é novidade, nem foi a primeira, nem a segunda nem a terceira vez, nem é a única, mas mentiu e importa, mais uma vez, repor a verdade. «O que se exige é que a TVI dê conta agora, com expressão idêntica à que dedicou à ofensa ao PCP e ao seu Secretário-geral, da Deliberação agora adoptada pela ERC. E, sobretudo, que peça desculpa pública ao PCP e a Jerónimo de Sousa, assim como às centenas de milhar de telespectadores que durante semanas deliberadamente enganou para sustentar, em pleno período pré-eleitoral, uma operação com indisfarçáveis e repudiáveis objectivos políticos»

Depois de um caneiro televisivo ter, durante dois meses, espalhado a infâmia, vou recolher aqui as noticias que for encontrando sobre o desmentido. Até ao momento nem uma menção da decisão da ERC nas página do caneiro desinformativo.


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A calúnia
(Rui Sá, JN, 2019/07/29)

O filme "A calúnia", de Sydney Pollack, estreado em 1981 com dois grandes atores - Paul Newman e Sally Field - aborda a história de uma jornalista manipulada que conta uma história falsa sobre um homem que é inocente - e que, deste modo, fica com o seu nome manchado para sempre.

2019/05/18

Mais Sobre o Ataque Químico dos EUA-Capacetes Brancos

Quando os vigaristas norte-americanos fazem coro com a petro-ditadura saudita na propaganda de inexistentes sabotagens, alegadamente orquestradas pelo Irão, importa relembrar o ainda morno ataque das marionetas americanas em Duma, na Síria, que serviu de pretexto para descarregar 200 misseis sobre um país já martirizado pela intervenção imperialista estado-unidense.

 «Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo». É o que me ocorre perante as ainda mais recentes provas de que foram as marionetas estado-unidenses a colocar os cilindros com cloro e a encenar o ataque químico nas vésperas de serem completamente derrotados. Aqui fica mais uma noticia d'O Lado Oculto de que não teremos vislumbre nos media corporativos e restantes telecaneiros. @Refer&ncia

Falso Ataque de Duma: Mais provas da Encenação
(Tony Carlucci, New Eastern Outlook; adaptação O Lado Oculto, 2019/05/16)

Os terroristas dos Capacetes Brancos tiveram direito a Oscar de Hollywood pela sua capacidade de encenar ataques químicos como o de Duma.

Surgiram novas provas demonstrando que o suposto ataque químico em Duma, na Síria, em 7 de Abril de 2018, foi encenado por terroristas apoiados pelos Estados Unidos e não uma operação do governo de Damasco.

Revelações recentes confirmam que os Estados Unidos não apenas acusaram falsamente o governo sírio de ter realizado um ataque químico como invocaram essa acção para bombardearem a Síria. A 14 de Abril, aviões norte-americanos e também aviões e navios britânicos e franceses dispararam mais de 200 mísseis de cruzeiro contra supostas “instalações químicas” no país.

2019/03/16

E mentem, mentem, mentem com quantos dentes têm na boca

Lembram-se do "ataque com armas químicas" que o "malvado Hassan" perpetrou sobre Duma?

Precisamente, nunca teve lugar, não existiu, não foi. No dia 1 de Março foi publicado o relatório da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ/OPCW) sobre o alegado ataque.

Não foram encontrados vestígios da utilização de produtos químicos no alegado ataque cometido por forças sírias em Duma, região de Ghuta Oriental, no dia 7 de Abril de 2018. O relatório da OPAQ sublinha ainda que a missão não conseguiu apurar o número de mortos provocados pelo ataque, «se é que os houve». Informa-nos o José Goulão no AbrilAbril.

No dia 1 de Março todos os telejornais abriram com esta noticia, foi capa de todos os jornais nacionais e internacionais. Não? Não abriram? Não foi capa dos jornais? Não percebo, andaram um mês a mentir sobre o ataque que nunca aconteceu e agora que o relatório dos peritos do organismo que investiga essas coisas os veio desmentir não têm "coluna vertebral" para assumir a vigarice? Pelintras vigaristas!

Lembram-se dos bombardeamentos que a "comunidade internacional", liderada pelo Trump e pela Theresa May, perpetrou sobre território Sírio em retaliação pelo ataque que nunca existiu? Do bombardeamento com centenas de mísseis? Precisamente, foi real, aconteceu, teve lugar, destruiu, arrasou, matou. Os responsáveis estão agora a ser processados pelo TPI por crimes contra a humanidade. Não estão? Quer dizer, inventaram um ataque com armas químicas para poderem bombardear um país soberano e não são responsabilizados pelas mortes que causaram? Pelintras vigaristas.

Lembram-se das armas de destruição maciça do Saddam? Exatamente, nunca existiram, não havia, eram uma imensa mentira, uma fraude que já custou dezenas de milhares de vidas humanas, miséria, caos, desgraça. Estão a ver a guerra que há 16 anos dura no Iraque? Precisamente, continua, com mais Daesh, menos ISIS, mais abaixo ou mais acima, nunca mais parou desde que os EUA entraram pelo Iraque dentro "para irem destruir" as tais ADM's que, como ficou provado, nunca existiram.

Lembram-se do camião com "ajuda militária" que o malvado governo venezuelano incendiou? Exactamente, o video, cortado pelo governo Colombiano e agora analisado na sua totalidade pelo New York Times, veio agora provar que não foram os chavistas, foi "um" criminoso guarimbista, do lado Colombiano da fronteira, a quem o coktail molotov, que estava a lançar, para o lado venezuelano da fronteira, sobre a Guarda Nacional Bolivariana, "escorregou" da mão e foi aterrar, por engano, em cima do camião com a "ajuda militária" do Trump.

Lembram-se? Viram? Conseguem comparar a campanha de #FakeNews oriunda dos media corporativos: telecaneiros, jornaleiros, opinadeiros e quejandos, com a realidade dos factos?

E depois os media corporativos que andaram semanas e meses a propagar as #FakeNews querem fazer-nos acreditar que o resto gritam à saciedade não são #FakeNews?

O José Goulão é que tem razão ao afirmar que «Os meios de repercussão da mentira são incomensuravelmente mais fortes do que as reposições da verdade. Os fabricantes e mensageiros das falsificações há muito que perderam a vergonha e espezinharam os princípios – se é que alguma vez os tiveram.»

Fica aqui o artigo todo publicado no lado Oculto e no AbrilAbril. Vale a pena ler, comparar, apurar a verdade dos factos.

2019/01/26

Não São Fake News é Mesmo Pura Vigarice

A operação de vigarização desinformativa em curso sobre a Venezuela é um exemplo paradigmático da completa ausência de credibilidade dos media corporativos.

Não, não era "pouca gente"
No dia do golpe foi possível ouvir o Nuno Rogeiro a afirmar na sic noticias que a manifestação chavista teria "pouca gente" enquanto as imagens de fundo, com a hashtag #LasCallesSonChavistas mostravam a manifestação chavista com centenas de milhares de pessoas.

Não, não basta autoproclamar-se
A constituição venezuelana estabelece que em caso de vacância de poder presidencial o Presidente da Assembleia Nacional pode ser convidado pelo Supremo Tribunal a assumir interinamente a presidência. O Supremo Tribunal não convidou o golpista a assumir rigorosamente nada. Pelo contrário o Supremo Tribunal de Justiça declarou "inconstitucional" e "usurpadora" a iniciativa do golpista.

Não, a OEA não reconheceu o golpista
De acordo com o regimento da Organização de Estados Americanos, para que uma proposta de um dos países membros se transforme numa resolução da OEA são necessários 2/3 de votos, num total de 23 dos 34 países representados. A proposta do Macri teve 16 votos, menos de metade e muito menos do que os 23 necessários, pelo que o escrito do Macri não passa de uma proposta rejeitada pela OEA.

Sim as Eleições Foram Livres e Democráticas
Maduro foi eleito com 67% de votos numa eleição com 54% de abstenção. Para contextualizar estes números lembremos que Piñera, um discipulo e seguidor de Pinochet, foi eleito no Chile com 55% e uma abstenção de 55% e que trump foi eleito com 46% e uma abstenção a rondar os 50%. Não houve fraude tal como certificam várias instituições, incluindo a insuspeita fundação Carter. Tal como se pode ler n'O Lado Oculto «As eleições de 20 de Maio de 2018, que definiram o mandato para o qual Maduro foi empossado em 10 de Janeiro último foram livres, abertas e democráticas, conforme comprovaram 14 comissões técnicas eleitorais enviadas de oito países e duas missões técnicas eleitorais. Apresentaram-se seis candidatos à presidência em eleições que mobilizaram 26 partidos políticos. O acto eleitoral decorreu segundo a mesma legislação e as mesmas condições técnicas das eleições para a Assembleia Nacional de Dezembro de 2015, ganhas pela oposição que agora pretende derrubar o presidente. Nicolás Maduro ganhou as eleições com 67% dos votos, seguido por Henri Falcón, com 20,93%. Efectuaram-se 18 auditorias do sistema automatizado, públicas e transmitidas pelos meios de comunicação social; representantes do candidato Henri Falcón participaram em todas as reuniões relacionadas com o processo eleitoral e assinaram todas as actas. Nenhum candidato impugnou os resultados e não foi apresentada qualquer acusação ou qualquer prova de fraude.»

2018/04/10

Frescas do Dia: Lembram-se ?

O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, justificou a invasão do Iraque com provas fabricadas de que este país dispunha de «armas de destruição massiva», no Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque, a 5 de Fevereiro de 2003. Esta noite, os EUA levam uma proposta de resolução sobre o alegado recurso a armas químicas pela Síria a uma reunião de urgência do Conselho de Segurança. Mais aqui no AbrilAbril.

2018/03/31

Para a História de uma Estória Muito Mal Contada (I)

O caso Skripal e as dúvidas que ainda subsistem
(Major General Carlos Branco in Espesso, 2018/03/29)

Na sequência das declarações de Theresa May, a primeira-ministra britânica, no parlamento, a 12 de março, e de Boris Johnson, o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, sobre o alegado envenenamento do agente duplo Sergei Skripal e de sua filha Yulia, as relações político-diplomáticas entre os países ocidentais - nomeadamente Estados Unidos e Reino Unido - e a Rússia deterioram-se a um ponto nunca visto desde o fim da guerra-fria, piores mesmo do que nos anos cinquenta do século passado.

Theresa May acusou a Rússia de ser “muito provavelmente” responsável pelo duplo envenenamento. O assassinato “teria sido planeado diretamente pelo Kremlin”, ou a “Rússia teria permitido que o gás tivesse caído em mãos erradas”.

2016/12/04

Fidel Castro - As 7 Mentiras Desmontadas

Ao que chegámos. Dos dez posts mais partilhados nas redes sociais a propósito da morte de Fidel Castro, quatro são puras vigarices, cinco são meias verdades e uma é piada de um site satírico.

O que é que lhes deu para andar tudo a partilhar vigarice? Os trolls invadiram o facebroncas? A direita fascistóide anda a pagar falsos perfis? Anda tudo a alucinar? Tá tudo doido?

Felizmente o OperaMundi dedicou algum tempo a rebater 7 das vigarices mais difundidas, aqui fica uma reprodução do trabalho deles para minha memória futura:

<<A morte do líder da Revolução Cubana e ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, gerou uma ampla comoção nas redes sociais. O fato tornou-se um elemento de mobilização apaixonada.

O problema é que boa parte das informações que mais circularam estão incorretas. De acordo com o levantamento feito pela página Monitor do Debate Político no Meio Digital, dos 10 posts mais partilhados no Facebook sobre o evento, quatro são chamadas com fatos inverídicos no título e outra é uma piada do site Sensacionalista.

As outras cinco notícias são bastante parciais, publicadas por veículos à direita no espectro político. Por isso, o Opera Mundi resolveu esclarecer algumas das informações incorretas mais difundidas e fez uma lista dos sete erros capitais de desinformação sobre o líder da Revolução Cubana. Veja a lista abaixo:

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1. Fidel tem fortuna estimada em US$ 550 milhões. Seu patrimônio ultrapassa o da rainha da Inglaterra

De fato, o nome de Fidel Castro apareceu na relação das pessoas mais ricas do mundo por quase 10 anos, entre 1997 e 2006, num ranking da revista norte-americana Forbes. De acordo com a publicação, a fortuna do líder cubano seria, inclusive, maior do que a da rainha britânica Elizabeth. Fidel então, em 2006, desafiou a publicação: “Desafio que provem. E, se o provarem (...), renuncio ao cargo e às funções que estou desempenhando”. Ele fez o mesmo desafio ao então presidente George W. Bush, para que usasse as empresas e inteligência norte-americanas para provar que ele tinha US$ 1 que fosse.

A publicação não respondeu, o governo dos Estados Unidos tampouco e o nome do cubano foi retirado da lista nos anos subsequentes.

Mas de onde vêm esses números? A revista contava como sendo de Fidel as companhias de propriedade do Estado cubano. Em matéria publicada pela Folha de S.Paulo em 1997, a repórter Carleen Hawn explicou o “método” utilizado na contagem: “Tivemos de fazer uma estimativa", justificou. “Não temos conhecimento exato do que Fidel Castro tem ou deixa de ter. Não sabemos, por exemplo, se ele tem conta na Suíça ou algo do gênero. Estimamos que 10% da economia cubana passa pelas mãos dele, uma estimativa até muito conservadora". A própria repórter, à época, fez uma ressalva: o número não significa que esta seja a fortuna pessoal do presidente de Cuba, mas a que poderia, eventualmente, vir a ser.

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2. Fidel, um dos maiores assassinos do século 20

De acordo com texto apócrifo que circula na internet, o número de pessoas mortas por fuzilamento e colocadas na conta de Fidel Castro teria sido 5.621, além de 1.163 assassinados extrajudiciais. A conta final entre combatentes de guerra e pessoas que tentaram fugir do país seria de 115.127 pessoas.

Mesmo o informe do grupo de direitos humanos crítico ao governo cubano Cuba Archive, divulgado há dois anos, indica que 7.634 pessoas morreram desde 1959, incluindo mortes e desaparecimentos em combate em países estrangeiros.

De acordo com o doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos Salim Lamrani, durante os primeiros meses de 1959, ano da Revolução, Ernesto “Che” Guevara era o encarregado dos tribunais revolucionários. Nesse período, cerca de 1.000 pessoas passaram pela “justiça expeditiva” e cerca de 500 foram fuziladas.

Se comparado ao ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush, somente na Guerra do Iraque, o saldo foi de 4.000 soldados norte-americanos mortos e 650 mil iraquianos que perderam a vida em decorrência da guerra, de acordo com um estudo realizado pela Universidade Johns Hopkins (EUA) e pela Universidade Al Mustansiriya (Iraque), em parceria com o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA).

De fato, houve mortos em decorrência da Revolução Cubana, muitos deles torturadores e responsáveis por incontáveis crimes à época do ditador Fulgencio Batista. Esse número, entretanto, não permite colocar Fidel em qualquer lista dos maiores assassinos do século 20.

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3. Fidel perseguia e executava dissidentes de forma sistemática

Embora os cúmplices da ditadura Batista tenham sido executados no paredão no início da Revolução, as penas capitais que se seguiram foram para crimes comuns.

A legislação cubana prevê pena de morte para crimes como traição; corrupção; homicídio qualificado; violação ou rapto de mulher; roubo executado com violência, além de ações de terrorismo, como incendiar prédios públicos e portar explosivos. Desde 2003, quando foram condenados com a pena capital os cubanos que sequestraram uma embarcação com passageiros para tentar fugir da ilha, não há mais execuções em Cuba – na prática, o país não adota mais a pena de morte, embora ela ainda esteja prevista no código penal.

Pessoas críticas ao governo, inclusive, trabalham com liberdade, como é o caso da blogueira Yoani Sánchez, que mantém sua atividade jornalística a partir da ilha, escrevendo para seu blog e para jornais de todo o mundo — embora relate dificuldades operacionais frequentemente (internet cara, por exemplo) – e o escritor Leonardo Padura, que viaja o mundo e expõe muitas críticas ao governo cubano em seus livros, entre eles o best seller “O homem que amava os cachorros”.

Yoani, no entanto, depois de voltar da Suíça, onde viveu dois anos, precisou esperar cinco anos até obter a autorização para viajar ao exterior, o que ocorreu com a reforma migratória de 2013, que permite a todos os cubanos deixar o país sem outra formalidade além da obtenção de um passaporte e um visto. Antes disso, ela teve os pedidos para sair do país negados diversas vezes.

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4. Cuba é um país de miseráveis passando fome

A ideia de que o país socialista é composto por pessoas famintas e sem acesso a alimentação de qualidade é constantemente difundida nas redes.

No entanto, apesar de ser um país empobrecido, resultado, entre outros motivos, do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos à ilha, não há indigência e o direito à alimentação satisfatória está assegurado de fato à quase totalidade do país.

De acordo com o Banco Mundial, o PIB de Cuba saltou de US$ 5,6 bilhões em 1970 para US$ 77,15 bilhões em 2013. Já o PIB per capita, que é o resultado da divisão do produto interno bruto pela quantidade de habitantes de um país, saltou de US$ 850 em 1972 para US$ 5.880 em 2011, superando o da Bolívia (US$ 3.080 em 2015) e o do Paraguai (US$ 4.220 em 2015). Considerando o PIB recalculado considerando a paridade de poder de compra, o número chega a US$ 10.200 em Cuba, valor próximo ao do Equador (US$ 11.300) e do Egito (US$ $11.800).

Além disso, Cuba é o único país de América Latina e Caribe que não apresenta o problema de desnutrição infantil severa, de acordo com o último relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), de 2006, o que faz do país, mesmo após os anos do chamado “período especial” (a crise econômica posterior à queda da União Soviética), um cumpridor dos Objetivos do Milênio e das metas estabelecidas pela Cúpula Mundial da Alimentação.

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5. Fidel era agente da CIA

Questionando as razões de os Estados Unidos não terem invadido Cuba para dar cabo de Fidel, como foi feito com Saddam Hussein no Iraque, e as razões de a prisão de Guantánamo ficar na ilha sem qualquer ataque dos comunistas a ela, há quem sustente que Fidel foi agente do órgão de inteligência norte-americano.

Talvez o fato de a CIA ter tentado mais de 600 vezes matar Fidel usando as mais diversas técnicas, como charuto explosivo ou caneta envenenada, responda essa questão, como mostra esse documentário do History Channel (em espanhol):

Além disso, acusar líderes ou personalidades ligadas à esquerda de ser agente da CIA não é incomum. Uma pesquisa rápida no Google mostra uma série de sites acusando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, ou Sean Penn, ator norte-americano e amigo de líderes sul-americanos como ex-presidente Hugo Chávez, de serem agentes secretos. Em nenhum desses casos, como no de Fidel, há indícios que sugiram a veracidade da afirmação, mas, como é praticamente impossível desmentir um boato do gênero, ele acaba se propagando.

A CIA nunca desmentiu se Fidel foi ou não um dos agentes secretos a serviço da agência, claro, até porque qualquer pronunciamento seria visto com desconfiança: afinal, um serviço secreto trabalha com informações secretas e desinformação profissional, não com transparência.

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6. Revolução perseguiu homossexuais

De fato, no início da revolução, houve uma grande perseguição a pessoas homossexuais no país. Elas não podiam, por exemplo, trabalhar com educação ou cultura porque o Partido Comunista considerava que seriam maus exemplos para crianças e alunos. De acordo com Mariela Castro, filha do presidente Raúl Castro e expoente da luta pela igualdade sexual e de gênero em Cuba, em entrevista a Opera Mundi, “o PC cubano era o reflexo da sociedade cubana, isto é, machista e homofóbico”.

Ela ressalta que isso era reflexo de uma época na qual esse tipo de pensamento era disseminado. Tal orientação se refletiu na criação das Unidades Militares de Ajuda à Produção, as Umap, às quais muitos homens homossexuais foram integrados à força.

Em entrevista ao jornal mexicano La Jornada em 2010, o próprio Fidel reconheceu a "grande injustiça" perpetrada contra pessoas homossexuais nos primeiros anos da Revolução. "Foram momentos de uma grande injustiça, uma grande injustiça", enfatizou. Ele alegou que, na época, estava imerso nas questões políticas mais urgentes da Revolução. "Tínhamos tantos e tão terríveis problemas, problemas de vida ou morte, que não prestamos suficiente atenção" ao tratamento dispensado às pessoas homossexuais, afirmou, reconhecendo sua responsabilidade: "Se alguém é responsável, sou eu."

Segundo Mariela, “Fidel Castro é como o Quixote. Sempre assumiu suas responsabilidades como líder do processo revolucionário. Em razão de seu cargo, considera que deve assumir a responsabilidade de tudo o que ocorreu em Cuba, tanto os aspectos positivos como os negativos”. Ela afirma, porém, que Fidel não teve qualquer participação nessas decisões, a não ser na que decidiu extinguir as Umap.

De acordo com artigo de Bruno Mattos, militante da Insurgência Babadeira, setorial LGBT da tendência do PSOL Insurgência, “os campos de trabalhos forçados cubanos eram vistos como mais que medida punitiva, mas espaços de ‘desintoxicação’, de ‘libertação’ de padrões comportamentais degenerados e contrarrevolucionários e ambientes em que esses sujeitos contribuiriam através de seu trabalho, de forma compulsória, com a revolução, manutenção do regime e as necessidades coletivas. As chamadas Umaps não continham somente mão de obra LGBT. Em verdade, a maior parte dos que ali trabalhavam de forma compulsória eram homens héteros. Todo homem cubano adulto estava sujeito a ser enviado a uma Umap e nem todos os homens gays e bissexuais eram submetidos aos trabalhos forçados”.

A homossexualidade deixou de ser crime em Cuba nos anos 1990 e, desde 2007, a ilha celebra, anualmente, o dia de luta contra a homofobia. Além disso, desde 2008 o Estado cubano se encarrega gratuitamente das cirurgias de redesignação sexual de pessoas transgênero. “Cuba, portanto, reconhece seu passado LGBTfóbico e vem dando tratamento a isso, avançando em direitos em uma velocidade muito maior que boa parte das nações capitalistas e signatárias dos tratados de direitos humanos internacionais do mundo”, ressalta Mattos.

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7. Fidel tinha uma mansão e uma ilha só dele

A suposta existência da ilha exclusiva de Fidel, chamada Cayo Piedra, foi contada no livro “A vida luxuosa de Fidel”, escrito por seu ex-guarda-costas Juan Reinaldo Sánchez que, após servir o líder cubano por 17 anos, fugiu de Cuba depois de passar dois anos na prisão, acusado de insubordinação.

Com uma pesquisa básica na internet, encontramos fotos de um pedaço de terra rodeado por um mar azul turquesa e as diversas indicações do que seriam as mansões de Fidel no local. Consta ainda que ele dirigia um luxuoso barco por 45 minutos desde Havana até ilha, para onde só levava amigos próximos, como o escritor colombiano Gabriel García Márquez. De fato, em 2015, ao pesquisar a localidade no Google Maps, aparecia a indicação “Fidel Castro Island”.

Porém, o Google reconheceu o erro e retirou a menção no mapa ao ex-presidente cubano no mesmo ano. Apesar de o livro de Sánchez ter alcançado um grande sucesso de vendas e ampla repercussão nos meios de comunicação, de acordo com a imprensa cubana, a casa na ilha Cayo Piedra é do Estado cubano e destinada a recepcionar personalidades políticas, “especialmente dos Estados Unidos que, para evitar sanções por causa do bloqueio, não era conveniente receber em Cuba”, como diz reportagem da emissora Cubavisión.

Com relação às diversas mansões das quais Fidel seria proprietário, novamente a emissora desmente ressaltando que ao longo de seis décadas o líder cubano morou em três casas diferentes, mas sempre teve apenas uma. As casas mencionadas pelo ex-guarda-costas são, novamente, do Estado cubano.

Há ainda imagens da casa dos Castro vendidas à imprensa norte-americana por uma ex-namorada de um dos filhos de Fidel que fugiu para Miami (como mostra o vídeo acima). As imagens, no entanto, atestam pela simplicidade das acomodações. Nas fotos divulgadas na imprensa por ocasião dos encontros do líder com personalidades estrangeiras desde sua saída da presidência, de fato, o que se vê são instalações relativamente simples, especialmente se comparadas com o luxo reservado a chefes de Estado de todo o planeta.>>


Retirado de Opera Mundi