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2024/09/09

Não se trata de acreditar, trata-se de analisar criticamente a desinformação dominante

As eleições de 28 de julho de 2024 na Venezuela: Em quê e em quem acreditar? 
(Alfred de Zayas, ODiario.info 2024.09.04)

«O que está aqui em causa não é o facto de Maduro ter ganho ou perdido as eleições de 2024. Eu não sou venezuelano e só quero que a vontade do povo venezuelano seja respeitada. O que está em causa é o princípio da soberania dos Estados - não apenas a soberania da Venezuela e o direito de autodeterminação do povo venezuelano, mas a soberania de outros Estados na América Latina, em África e na Ásia.»

Os nossos meios de comunicação social apressam-se a fazer manchetes sensacionalistas e fazem frequentemente juízos prematuros que, quando falsos, raramente são corrigidos. No que respeita às eleições venezuelanas de 28 de Julho, espera-se que acreditemos que Nicolas Maduro as manipulou. Mas porque é que tendemos a pensar assim? Porque é que os jornalistas do New York Times, do WaPo e do WSJ insistem em que devemos duvidar dos resultados das eleições? Tentemos uma perspectiva histórica e olhemos para trás, para os cem anos de história da Venezuela de políticos corruptos subservientes a Washington - até à eleição de Hugo Chávez em 1998. Também eu acreditava na narrativa dominante, mas a minha experiência como Perito Independente das Nações Unidas para a Ordem Internacional e a minha missão oficial à Venezuela em Novembro/Dezembro de 2017 ensinaram-me o contrário. Na altura, havia também um sentimento muito forte nos meios de comunicação social contra Nicolas Maduro, que era rotineiramente rotulado de ditador e de violador grosseiro dos direitos humanos.

Muitos de nós compreendemos que, no que respeita a questões geopolíticas importantes, o nosso panorama mediático não está isento de “notícias falsas” e de narrativas tendenciosas. É certamente o caso das notícias e comentários homologados nos EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Espanha, Itália e, infelizmente, também na Suíça, onde resido. Os nossos meios de comunicação social parecem ser gleichgeschaltet (uniformemente alinhados), como sabemos pelos meios de comunicação social alemães nos anos 30, onde havia apenas uma narrativa. Tendo em conta que os meios de comunicação ocidentais reflectem em grande parte as declarações de Washington e Bruxelas, é aconselhável fazer um esforço suplementar para consultar informações e comentários de múltiplas fontes.

2019/03/10

A Mentir Sobre a Venezuela Desde 2002

ONU Esconde Relatório de Enviado da ONU Sobre a Venezuela
(Carlos Drummond, Desacato/O Lado Oculto, 2019/03/08)

A Organização das Nações Unidas ignora até hoje o relatório sobre a situação na Venezuela apresentado em Setembro por um especialista independente enviado pela própria ONU ao país sob bloqueio económico dos Estados Unidos desde 2013. Primeiro emissário da ONU no país latino-americano em 21 anos, Alfred de Zayas acredita que as suas conclusões num relatório sobre a Promoção da Ordem Internacional Democrática e Equitativa não foram analisadas porque vão contra a narrativa dominante de que a Venezuela precisa de uma mudança de regime. O próprio Conselho dos Direitos Humanos não fez mais que breves considerações sobre o trabalho.