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2019/05/05

PS - Sempre sempre ao lado do capital, da banca e da finança

Mais uma vez o PS não surpreendeu. Quando teve de escolher entre a finança e o Trabalho o ps voltou a escolher o lado direito da barricada, do capital, do psd e do cds.

Admirado? Eu? Nem por isso. Escandalizado? Sim, muito, muito escandalizado com o nível de pulhice, de canalhice a que desceu a já muito emporcalhada política burguesa. A pulhice está-lhes entranhada no sangue, nas guelras, nos genes. Só sabem roubar e deixar roubar. Andaram a gozar com quem trabalha, com quem lhes ensina os filhos, quem os põe a ler, a escrever, a fazer contas.

Sois um bando de desenvergonhados canalhas!

Ao longo destes 4 anos muitas vezes me perguntei como é que um bilderberguista podia viver de orçamentos aprovados com votos das esquerdas e acabei sempre a concluir serem orçamentos onde a profunda ganância de classe do capital não sofria dores de parto.

Quando poderia sofrer, como na legislação laboral, o PS votou com a direita do PSD e do CDS. Quando o PCP quis repor o princípio de melhor tratamento, roubado ao trabalho pela troika pafista, o princípio que impunha como regra aplicável, sempre, o tratamento mais favorável ao trabalho, o PS recusou-se votando com o PSD e o CDS,

Quando poderia ir contra os interesses do capital ganancioso o PS votou com a direita do PSD e do CDS. Quando o PCP propôs o fim da caducidade dos contratos coletivos imposta pela troika pafista em anos de crise, o PS votou ao lado do PSD e do CDS para manter a lei do merceeiro holandês que quer uma fatia das reformas do trabalho.

Depois de acordar com as esquerdas uma lei de bases que previa o fim das PPP's na saúde, a reposição das carreiras médicas e o financiamento adequado do SNS, o PS traiu mais uma vez e foi procurar os votos do PSD e do CDS para manter o roubo privado dos dinheiros públicos da saúde.

De traição em traição até à canalhice final. Assim que o terror pafista foi afastado do PSD logo pudemos ver o tó costa a fazer rapapé ao Rui Rio, ele foi com o plano de investimento estratégico, ele foi com o plano de estabilidade e crescimento, ele foi com a lei de bases da saúde.

De traição em traição até à pulhice final. Enquanto precisou dos votos das esquerdas para aprovar orçamentos de estado, foi deixando passar a lei que impunha ao governo a devolução do tempo de serviço roubado aos professores pelo socratismo xuxial-vigarista e pela troika pafista. Assim que viu o orçamento do último ano da legislatura aprovado, fez birra, amuou, pegou na bola e disse que aqui ninguém joga mais. A bola é minha, só se marcam golos quando eu digo.

Pode ser que não, pode ser que não. Mais cedo do que mais tarde ainda vamos ver o povo a comer brioches.

#OCostaÉPulha #OCostaÉCanalha #Pulhas #Canalhas #ACristasÉPulha #ACristasÉCanalha #Pulhice #Canalhice #CostaPulha #CostaCanalha #CristasPulha #CristasCanalha #costapulha #costacanalha #cristaspulha #cristascanalha #pspulha #pscanalha #cdspulha #cdscanalha

2019/01/07

35 Horas é Demasiado!

O patronato mais ultramontano voltou ao discurso dos pobres empresários que não podem explorar à vontade e se vêem obrigados a fechar portas. Desta vez, é, outra vez, a múmia ferraz da costa, morto, enterrado e ressuscitado ao terceiro dia a vir bolsar mais umas enormidades através daquele veiculo do patronato incompetente que dá pelo nome de fórum para não sei o quê à custa de quem trabalha. Ficam aqui uns factos que o contradizem, para futura refer&ncia.


A disputa do tempo é um luxo?
(Vicente Ferreira in Ladrões de Bicicletas, 2019/01/09)

Na nota de conjuntura do último mês, o Fórum para a Competitividade, liderado por Pedro Ferraz da Costa, defendeu que “a semana das 35 horas [em Portugal] é uma raridade na União Europeia e no mundo, sendo claramente um luxo de país rico, com actividades muito concentradas nos serviços”. Embora seja verdade que Ferraz da Costa nos tem habituado a declarações polémicas sobre o assunto, que raramente sobrevivem ao confronto com os factos, esta merece alguma atenção.

2018/12/20

Trabalho Com Direitos no Século XXI

O trabalho do futuro não pode estar no seu passado
(Hugo Dionísio, AbrilAbril, 2018/12/20)

O trabalho da «era digital» que nos querem impor pode parecer sofisticado mas utiliza um modelo ultrapassado, sem direitos laborais e com trabalhadores solitários e desprotegidos.

Olhar para o futuro sem perceber o passado é perder a vantagem que a perspectiva histórica nos permite e de tudo o que vem com ela. Quando olhamos para o passado do direito do trabalho, rapidamente percebemos que este se trata de um ramo de direito que, ao contrário de outros, a origem radica na prática de luta organizada dos trabalhadores, ou seja, dos próprios sujeitos do direito.

Foi a luta organizada, em tempos de enorme repressão sobre qualquer forma de acção colectiva, que nos trouxe o direito do trabalho. Primeiro através da imposição directa às entidades patronais do reconhecimento de um conjunto de direitos – salário, tempo de trabalho, condições de segurança e salubridade – e, mais tarde, com a transposição desta luta de base para um plano político mais vasto, que foi conquistando espaço para que o direito do trabalho se autonomizasse e institucionalizasse.

(ler mais)

2018/12/19

É Preciso um Partido Forte à Frente do Proletariado

As nossas forças!
(João Frazão, Avante!, 2018/12/13)

Três ou quatro exemplos recentes revelam o quão decisivas são as forças próprias, a organização dos trabalhadores, no movimento sindical e no Partido, independente dos interesses do capital, com capacidade de realização e intervenção.

No dia 8 de Novembro, a Confederação Nacional da Agricultura trouxe centenas de agricultores à Assembleia da República, reclamando outra política que defenda a agricultura familiar e a produção nacional. A dia 15 de Novembro, a CGTP-IN promoveu uma grandiosa manifestação, que revelou uma grande determinação e combatividade dos trabalhadores, fazendo convergir na Avenida da Liberdade os protestos, as denúncias, as reivindicações de centenas de empresas concretas e de todos os sectores de actividade.

Sobre a luta em desenvolvimento pelos direitos dos trabalhadores

Sobre a luta em desenvolvimento pelos direitos dos trabalhadores
(Francisco Lopes*, PCP, 2018/12/15)

A utilização parcial por parte do «Expresso» do conjunto da avaliação do PCP às lutas em curso, às suas razões, objectivos, dinâmicas e formas de luta suscita que com vantagem o seu conteúdo seja integralmente conhecido.

A luta dos trabalhadores foi factor decisivo dos avanços na defesa, reposição e conquista de direitos alcançados nos últimos anos, após a brutal ofensiva de agravamento da exploração da política dos PEC e do Pacto de Agressão da troika.

2018/07/17

Só com os valores de Abril Portugal terá futuro

As desigualdades na distribuição do rendimento e as funções constitucionais do Estado
(Miguel Tiago in O Militante, 2018/07)

Estamos perante uma utilização crescente de uma grande parte dos instrumentos formais do Estado – a força, a lei, a fiscalidade, a educação e a cultura – ao serviço da classe dominante e da acumulação e domínio monopolista, com o contributo decisivo dos partidos ao serviço desses interesses. A fiscalidade que constitucionalmente se estabelece como ferramenta para uma das incumbências prioritárias do Estado (Art.º 81.º da CRP) é afinal de contas utilizada como uma ferramenta de concentração de riqueza e de privilégio dos grandes grupos económicos em que se concentram os benefícios fiscais. A política fiscal que devia orientar-se para a distribuição da riqueza, directa e indirectamente, está objectivamente ao serviço das grandes empresas e dos que vivem de rendas, lucros e juros que continuam a ser taxados com uma exigência e uma incidência muito inferior aos rendimentos do trabalho. Ao mesmo tempo, a lei e a força são, não raras vezes, utilizadas para diminuir e conter direitos dos trabalhadores e manter a ordem da grande burguesia, quer no conflito laboral, quer no conflito social. A Educação e a Cultura estão igualmente – e o seu subfinanciamento é um mecanismo para a obtenção desse desígnio – a ser gradual e crescentemente colocadas ao serviço da reprodução da cultura da classe dominante, sendo convertidas em câmaras de ressonância da ideologia burguesa e simultaneamente em mercadorias.

2018/07/10

A Ofensiva do Capital Contra o Trabalho

Acabou finalmente o fim de semana em que um outro assunto marcou a ordem do dia e as acaloradas discussões nas redes sociais versaram outras animalidades.

Eu ainda não fiz as pazes com os apoiantes das «expressões de cultura popular» muito pouco populares e ainda não percebi bem se e quando virei a fazê-las, mas é tempo de olhar para o que, não fora a atitude impensada de alguns,  deveria ter sido o tema dos debates deste último fim de semana: as formas de por termo à ofensiva anti-laboral do capital.

O Armando Farias descreve-a, a nós compete-nos combatê-los por todos os meios ao nosso alcance: a ofensiva anti-laboral do Capital está a ser feita «articulando quatro eixos principais:

- a precarização da relação laboral, por via da liberalização e embaratecimento do despedimento individual, da generalização das formas precárias de trabalho e do alargamento do período experimental;

- a desregulação da organização do trabalho e a desregulamentação dos horários, a par da introdução dos bancos de horas e de outros regimes incluídos no pacote das chamadas flexibilidades e adaptabilidades;

- a diminuição dos rendimentos do trabalho, seja pela contenção salarial, seja por outras vias de aumentar a exploração dos trabalhadores, como o aumento do trabalho não remunerado;

- a imposição de regras que visam fragilizar o direito à contratação colectiva, nomeadamente o regime da caducidade, a possibilidade de adesão individual às convenções colectivas de trabalho; a eliminação do principio do tratamento mais favorável aos trabalhadores, a generalização do contrato individual de trabalho, a redução do direito de greve, através do alargamento dos serviços mínimos a vários sectores de actividade.

Não surpreende, portanto, que a apreciação da CIP tenha, também ela, um mesmo fio condutor. Se o anterior presidente daquela organização patronal se regozijava por Vieira da Silva fazer melhor trabalho que um governo de direita, o actual presidente, António Saraiva, não se mostrou menos agradado com a escolha do mesmo homem para Ministro do Trabalho no actual Governo do PS/António Costa.»

Quem neles votar é porque se deixou enganar ;-) @Refer&ncia


2018/03/17

Eu até nem gosto de taxistas ...

Mas a defesa dos direitos do trabalho contra as multinacionais predadoras obriga-me a ficar do lado de quem luta contra a selvagem desregulamentação que cria vacas loucas, epidemias de sarampo e água contaminada com plástico.

Dizem os meus amigos comunistas «Apesar de todos os alertas e denúncias existentes, o PCP sublinha que há mais de quatro anos que estas multinacionais actuam ilegal e impunemente em Portugal, contando com uma vergonhosa cumplicidade das autoridades que deixou à vista que a força repressiva do Estado não existe para ser utilizada contra o grande capital mesmo que tal represente a defesa da Lei. Uma cumplicidade que começou com o anterior governo PSD/CDS mas continuou com o actual Governo do PS, com o desfecho que se conhece: a elaboração de uma lei à medida dos interesses das multinacionais.»

Podem ler o resto aqui. Vale a pena, é diferente da cassete do tina.

O PS, sempre, sempre ao lado do Capital!

«A deputada do PS bem tentou arranjar desculpas para o que viria a fazer pouco depois, votar com a direita contra os direitos dos trabalhadores. No fim, confessou que à oportunidade e à forma se somava um problema: não estava de acordo com o conteúdo»

E mais não digo.

2018/03/14

PS Sempre, Sempre ao Serviço do Capital

Surpreendido? Eu? Longe disso. Nunca esperei que o PS votasse ao lado do trabalho quando a luta de classes impusesse uma escolha.

Hoje estavam em causa «a reposição do princípio do tratamento mais favorável aos trabalhadores e o fim do regime de caducidade da contratação colectiva e dos mecanismos de desregulação dos horários de trabalho – adaptabilidade e banco de horas.»

Hoje eram votadas propostas do PCP e do BE para por um fim à gravíssima ofensiva do revanchismo pafista que fez recuar 40 anos a legislação laboral.

O PS voltou a votar ao lado do capital, com o pior que o pafismo tem do psd e do cds. O PS votou, tal como sempre o fez, contra o trabalho, dando mais uma vez razão ao PCP quando afirma ser o aumento da sua representação parlamentar o único caminho para uma política de esquerda, uma politica progressista, uma politica que recupere os direitos que o trabalho vem a perder desde o início da ofensiva neo-liberal na década de oitenta.

Estamos a um ano de mostrar que aprendemos o valor de um parlamento maioritariamente de esquerda. A um ano de acabar com as maiorias de direita, sejam elas temperadas com mais ou menos psd, ou absolutamente xuxalistas. Estamos a um ano de poder fazer crescer o poder do trabalho no parlamento. Vamos conseguir? @Refer&ncia

2018/02/04

PS PSD e CDS Chumbam Reposição de Direitos

Para refer&ncia futura, aqui fica breve nota: PS PSD e CDS unem-se para chumbar a proposta do PCP de reposição do valor das horas extraordinárias e do descanso compensatório.

O PS de sempre, sempre ao lado do Capital. Lembre-mo-nos quando lhe quiserem dar maioria absoluta.

2018/02/02

Foquemo-nos no que é relevante

« [...] As propostas apresentadas pelo PCP na Assembleia da República [...] com medidas concretas visando a revogação das normas gravosas do Código do Trabalho e da legislação laboral da Administração Pública. Propostas que passam pela reposição dos montantes e regras de cálculo nas compensações por cessação e despedimento, tais como a garantia do critério de um mês de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade, sem limite máximo de anos; pela reposição dos montantes e regras de cálculo do pagamento do trabalho extraordinário, trabalho suplementar e em dia feriado; pela garantia do período anual de férias para a duração mínima de 25 dias úteis para todos os trabalhadores; pela revogação dos mecanismos de adaptabilidade individual e do banco de horas individual e outras formas de desregulação de horários; pela reposição do princípio do tratamento mais favorável e a proibição da caducidade dos contratos colectivos de trabalho por via da sua renovação sucessiva até à sua substituição por outro livremente negociado entre as partes; pela revogação das normas da Lei de Trabalho em Funções Públicas que prevêem a aplicação dos mecanismos de desregulação dos horários de trabalho.»

2018/01/23

No lutar é que está o ganho

Os trabalhadores da Panpor, em greve parcial de 8 a 20 de Janeiro, conseguiram ver reconhecidas as suas reivindicações pela administração, nomeadamente os aumentos salariais e a questão da meia hora de refeição imposta pela empresa, a qual, afirmam os trabalhadores, «não é verdadeiramente tempo de refeição, mas sim tempo de trabalho». Em declarações ao AbrilAbril, Rui Matias, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN), reiterou que os «objectivos [da greve] foram plenamente conseguidos». ;-)

2018/01/19

Centremo-nos no que é relevante

E neste momento são três as prioridades. A mais imediata, até por imposição de uns accionistas predatórios, é a rescisão da concessão dos ctt e sua renacionalização. As outras duas são lutas para durar. Pelo salário mínimo de 600 euros que o be+ps recusaram e pela revogação da legislação laboral pafista.

Não nos deixemos entreter com eleições de lana caprina, adormecer com adopções traficadas ou enganar com estimativas do banco de portugal.

O que eu quero ver são os ctt públicos, o salário minimo nos 600 e o fim da caducidade da contratação coletiva.

O resto é fumo para os olhos.

2017/10/09

A nossa economia política é o trabalho

A nossa economia política é o trabalho
(João Rodrigues in Público 2017/10/06)

Há 150 anos atrás, em 1867, saía o primeiro livro de O Capital, da autoria de Karl Marx, que se tornaria uma obra central na história da economia política. A certa altura, Marx exorta o leitor a segui-lo “até ao lugar oculto da produção”, franqueando a porta que diz proibida a entrada a pessoas estranhas ao serviço. Só aí, onde se trabalha e cria valor, se tornaria visível para todos “como o capital produz, mas também como se produz ele próprio, o capital”.

Esta exortação mantém no século XXI uma grande actualidade em termos de método, de possibilidade de conhecimento, e em termos políticos. De facto, as relações laborais continuam a ser o elo central das sociedades capitalistas. Isto não impede, antes pelo contrário, que exista todo um esforço ideológico liberal para as ocultar. Mas de vez em quando, por denúncia de quem trabalha, o leitor tem um vislumbre do que se passa num tempo em que os freios e contrapesos legislativos e sindicais ao poder patronal foram enfraquecidos.

Recentemente, o PÚBLICO expunha o lado laboral oculto do só aparentemente glamoroso sector turístico, com o exemplo do que se passa nos barcos do Douro: “Salários baixos. Contratos maioritariamente temporários, quase sempre de três ou de seis meses. Sazonalidade. Jornadas laborais de 60 horas semanais. Contínuas. Folgas em plano b. Dormidas a bordo em espaços exíguos, sem privacidade. Refeições feitas de restos.

2009/03/22

Istéumundesofrimente

Epá o esforço que eu tenho feito neste últimos dias para deixar passar e seguir em frente sem zurzir no gajo!

Epá! É qu'eu gramo buéé do gajo. É um comuna pacífico, dialogante, tenta desesperadamente explicar aos patrões que não podem ser assim tão vergonhosamente garganeiros sob pena do Zé Ferrugem ficar memo chateado, e não o queiram ver chateado que não é boa pinta, tenta desesperadamente explicar aos gajos que os sindicatos são uns gajos porreiros que lhes fazem imensa falta, porque enquanto forem os sindicatos a organizar a raiva talvez ela não chegue a esventrar máquinas, queimar carros e partir montras.

Enfim, eu gramo memo do gajo e quando o deixam até diz duas seguidas bem alinhavadas.

O problema é que a gente já sabe que quando bai á trebisão é pa não nos deixarem alinhavar duas seguidas e a mocinha é useira e vezeira em não deixar ninguém falar. Não sei se aquilo é estilo, ou má educação ou a mania de que as cabeças dos outros são tão oucas comá dela e só assimilam sound bites bissilábicos. O que é certo é que toda a gente conhece a Judite pela capacidade de interromper o entrevistado. Eu nem nunca percebi bem para que é que ela precisa de alguém do outro lado. Acho que sozinha fazia entrevistas muito melhores. Pergunta, pergunta, interrompe, interrompe, pergunta, interrompe, insiste, insiste, assim comássim quem veja as entrevistas dela também nunca chega a perceber bem o que é que o entrevistado está ali a fazer e muito menos o que é ele pensará sobre o que quer que seja.

Enfim, deixemos a moça em paz que não tem culpa nenhuma. Aquilo é a maneira de ser dela e quem quiser que a veja a dar o seu melhor a interromper o entrevistado e a enervar o espectador.

Epá! E não se enganem que nem sequer é má vontade, ó menos a Judinha, justiça lhe seja feita, é igualmente intragável a entrevistar quem quer que seja.

Desta vez o meu drama é mesmo com o entrevistado. Um gajo porreiro, com montes de coisa importantes e relevantes pa dizer e que ao longo de 30 minutos não conseguiu alinhavar duas seguidas.

Mais parecia um peixinho maluco, sempre de isco em isco, debica aqui, debica ali, não come daqui mas morde e fica, e lá foi ficando pendurado em cada anzol que debicava até se soltar com umas barbatanadas, só pa voltar a morder no anzol do lado, atrás de cada pergunta, de cada interrupção, de cada interjeição da Judinha, como se a anterior já tivesse fugido "né?", sem nunca conseguir retomar o raciocinio no ponto em que o deixou, sem nunca conseguir deixar-me perceber o que pensa sobre a precariedade, os baixos salários, o edividamento, a exploração o vale-tudo-até-tirar-olhos a que chegámos ...

E eu até sei o que ele pensa!

Imagino o que terão percebido os que não sabem o que ele pensa! Sinceramente acho que ficaram a perceber que ele não pensa memo nada. E olhem que é mentira, os gajos, esses dos sindicatos, pensam memo muita coisa bem pensada sobre muita coisa. A gente é que nunca tem oportunidade de os ouvir pensar :)

Há já muito tempo que não via ninguém tão bem manipuladinho, tão enganadinho, tão rabiadinho a sangue frio a deixar-me um amargo na boca que raistapartiça!

Prontes malta lá fiquei eu triste outra vez. Lá menfrasquei nuns prozacs, jurei e rejurei que deixa andar co meu pai é bombeiro e os gajos que se lixem que nunca mais aprendem a diferença entre discursar pa duzentos mil amigos e explicar uma coisa a um inimigo, a diferença entre falar num plenário de trabalhadores e falar na trebentina, a diferença entre discutir um acordo colectivo com os bosses da indústria e enfrentar o horário nobre da trebisão.

Poças coisinhos! Mas quando é que vocês aprendem que se é pa irem ao horário nobre é pa perderem o dia a preparar a guerra! Se querem dizer alguma coisinha a alguém têm que perder pelo menos um dia a pensar como é que a vão dizer, a treinar, a pensar, a cortar, a burilar, a discutir, mas não numa de amigalhaços, têm memo de arranjar dois gajos, a entrevistadora é senhora? Arranjem duas gajas, perdão, duas camaradas, duas senhoras, pa barrarem o Carvalho com salvas de perguntas, interrupções, interjeições, pa lhe cortarem o raciocinio passo a passo, marcação cerrada.

Poças malta aprendam a enfrentar o inimigo com as armas dele e não me chateiem qu'eu tou a ficar raivosamente furioso.

E não me venham dizer que ele até esteve muito bem, dadas as circunstâncias! Mas quais circunstâncias? Mas bem o quê? Em trinta minutos de toma lá dá cá não se percebeu rigorosamente nada sobre as propostas da CGTP!

Se tiverem aquilo gravado, vejam lá a coisa com olhos de ver e digam-me: se tivessem de explicar a alguém o que ele ali quis dizer, apenas com base no que ali foi dito, como é que descalçavam a bota?

Vêm aí as eleições todas, as entrevistas todas, os debates, os plenários. Arranjem lá uns diazinhos de estágio, gravem as entrevistas com o Paulo Portas e o Loicinha e aprendam qualquer coisinha cos gajos poças!

Fechem-se numa sala com dois ou três gajos dispostos a fazer de chatos e enfrentem-nos 4 horas seguidas em toda a sua chatice! Até à exaustão!

Capacitem-se de que sempre que forem à trebentina vão enfrentar um inimigo tenebroso que está lá pa vos arrasar.

E deixem de se queixar que os "media não passam a nossa mensagem", que "deturpam as nossas palavras", que ninguém gosta da gente, ca gente somos uns pobrezinhos.

A culpa é toda vossa!

Salvo raríssimas excepções, sempre que têm uma oportunidadezinha de dizer qualquer coisa de relevante à malta, perdem-na por incapacidade, impreparação e irresponsabilidade.

Já acho que vocês fazem de propósito, vão-se mas é lixar!