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2022/06/01

Só Para Crentes ...

Um Dia Hão-de Acordar! (Hugo Dionisio, Facebroncas, 2020/05/28)

E depois dirão assim: “ninguém esperava por isto”? ao que responderemos: “ninguém”? “Mas nós dissemos que…” e ele responde: “pois, pois…”. “agora disseram tudo”!

Foi assim quando os EUA foram derrotados no Afeganistão e fugiram de mala às costas. Claro que quem lia outras fontes [...] sabia que chamavam a Karzai [...] o “presidente da Câmara de Kabul”. Foi assim com a crise de 2008, quando abundavam artigos económicos sobre a bolha imobiliária nos EUA. [...] O que conta para o cidadão medianamente informado é o que dá na TV!

Depois de assistir a uma pivot (para não lhe chamar jornalista) da CNN Portugal, a qual perante um general do exército, classificou a situação de Azovstal como uma “vitória estratégica” do regime nazovista de Ze… Fiquei tão estupefacto quanto o militar – cujo nome agora não recordo. Contudo, esta situação permitiu-me proceder a um exercício mental, sempre muito útil, e que consiste em tentarmos colocar-nos na cabeça do outro. Neste caso, da outra.

Partindo deste plano, dou apenas alguns exemplos do que pode chegar a ser a forma enviesada como um cidadão medianamente informado na TV e nos órgãos da industria monopolista da comunicação ocidental, olha para a realidade:

2022/03/19

As verdades apuradas pelos censurados media russos

Alguém já disse que a verdade é a primeira vitima da guerra. Acrescento eu: a verdade e a liberdade.

Não se trata aqui de defender a Rússia ou de apoiar um dos imperialismos contra o outro imperialismo. Este blog sempre foi um consistente apoiante da Paz e lutador contra todas as guerras imperialistas, invasões ou ocupações, fossem elas mais ou menos declaradas ou mais ou menos hibridas e encapotadas. Fossem elas ocupações ilegais como a do estado terrorista israelita na Palestina, invasões militares como a do Iraque, destruições como as da Jugoslávia ou da Tchetchénia, bloqueios como o que os EUA mantém contra Cuba há mais de 60 anos, ou guerras hibridas como a que movem contra a Venezuela.g Este post vai servir para ir atualizando as inverdades propagadas pelo Ministério da Verdade e para denunciar a censura imposta aos media russos pelos regimes da NATO.



Repito, aqui a questão nem se coloca na vigarice que impera do lado de cá, o que me choca verdadeiramente é que os vigaristas do lado de cá não nos querem deixar ver se há ou não vigarice do lado de lá.

2022/06/27 - Centro comercial de Kremenchuk estava vazio ao lado de depósito de munições - Em 27 de Junho de 2022, o exército russo bombardeou uma fábrica convertida em armazém militar em Kremenchuk, o que provocou o incêndio do shopping center localizado ao lado. Sem surpresa, a Ucrânia e os ocidentais acusaram os militares russos de bombardear directamente o shopping, excepto que os vídeos filmados lá provam que a versão russa é verdadeira.

Apesar das desmistificações sistemáticas e cada vez mais rápidas, a Ucrânia continua a espalhar informações falsas sobre os “crimes de guerra” do exército russo. Depois da enorme mentira de Boucha, depois da estação de Kramatorsk, depois das falsas acusações de violação de menores negadas pelo antigo Provedor de Direitos Humanos ucraniano, eis agora o caso do atentado ao centro comercial Kremenchuk.

Em 27 de Junho de 2022, os militares russos realizaram um ataque aéreo de longo alcance contra armazéns localizados na Fábrica de Máquinas Rodoviárias de Kremenchuk, contendo armas e munições fornecidas à Ucrânia pelos Estados Unidos e vários países europeus. A usina em questão está localizada nas seguintes coordenadas: 49°04’25.1″N 33°25’37.4″E. A explosão de munições no armazém causou um incêndio no centro comercial abandonado nas proximidades.

No mesmo dia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anuncia que mais de mil civis estavam supostamente no shopping no momento do bombardeio e acusa o exército russo de ter deliberadamente visado essa infra-estrutura civil.

Problema, muito rapidamente esta versão leva água como o Titanic. Vídeos divulgados durante o incêndio mostram muito poucos carros no estacionamento, mas também uma completa ausência de mulheres e crianças!

Como pode haver mil pessoas em um shopping com pouquíssimos carros no parque e sem mulheres ou crianças? Era o dia reservado aos homens sem carro?

Em Kremenchug, região de Poltava, foi atingido o centro comercial e de entretenimento Silpo, logo atrás do qual está a fábrica de máquinas rodoviárias de Kremenchug.

A julgar pela destruição das paredes e pilares, a própria explosão estava algures atrás - e então começou um incêndio no próprio shopping. O shopping em si é feito de materiais altamente inflamáveis: o que alguns consideram os sons de munição explodindo pode facilmente revelar-se uma quebra de estruturas deformadas ou o som de vidro estourando.

Agora, por sugestão de Zelensky, toda a mídia mundial escreve sobre um ataque deliberado a um alvo civil, deixando em silêncio a presença de objectivos estrategicamente importantes atrás do próprio shopping.

Por que há tantos militares em uniforme e até mesmo com mochilas perto do tranquilo centro comercial e de entretenimento em Kremenchug?

E por que há tão poucos carros civis no estacionamento, já que mais de 1000 pessoas poderiam ter morrido lá dentro?

No entanto, se olharmos no Google Maps, o shopping e várias lojas estão marcadas como fechadas temporária ou permanentemente, e não há avisos com menos de 4 meses!

Claramente, parece que ninguém vem a este shopping desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, enquanto Kremenchuk não está na linha de frente. Isso explicaria por que quase não havia carros e nem clientes!

2022/05/01 - Piloto que teria abatido 40 aviões russos afinal nunca existiu - Aparentemente a força aerea ucraniana desmentiu hoje a noticia do nyt que as tvs nacionais acritica e prontamente republicaram, segundo a qual teria falecido ontem o piloto super-heroi que teria abatido 40 aviões russos. Segundo o post da fau a personagem é um superheroi inventado.(ver noticia no final do post (1)).

2022/04/27 - As "valas comuns" de Mangush são afinal campas individuais no extremo de um cemitério. As "valas comuns" de Mangush e Starichrim, anunciadas pelas autoridades ucranianas, onde estariam a ser enterrados cerca de 20 000 mortos de Mariupol, e rapidamente propagandeadas pelas televisões do Ministério da Verdade com base em fotografias de satélite, revelaram-se hoje, pelas imagens colhidas no local por um repórter de guerra português, serem afinal cerca de 700 campas individuais, numeradas, com um caixão por campa. Um vídeo apanhado no facebook desmascara mais este embuste dos canais nacionais, mas a reportagem do Bruno de Carvalho aos 10:31 do Jornal da CNN de 27 de Abril ilustra melhor e mais sucintamente o que por lá se pode ver. Depois disto, torna-se ainda mais gritantemente vigarista a punch-line da pivot que introduz a peça do jornalista no local com o seguinte introito: «De Mariupól chegam imagens de satélite que mostram a existência de valas comuns em algumas zonas da cidade, o repórter Bruno Amaral de Carvalho esteve em dois desses locais» ... e diz, uns segundos depois, o tal repórter que esteve em dois desses locais «O que vimos aqui são de facto valas individuais, eaah, túmulos individuais,[...]». Mas a vale a pena ver a peça do repórter no local.

2022/03/01

4 Opiniões Sobre a Guerra da Ucrânia e dois epílogos servidos frios

 

Agora, depois de muitos se pronunciarem sobre a catástrofe que se abateu sobre a Europa, tive a oportunidade de encontrar quatro coincidentes olhares de quatro indivíduos. São pessoas com as quais estou geralmente em desacordo, se bem que em graus diversos, porque, se o mundo é a cores, as mentes humanas são universos de cor. Pena é que as queiram reduzir a um mesmo cinzento próprio dos tempos negros que varreram o mundo faz agora uns provectos oitenta anos, quase um século.

Arrisco começar com a perspetiva de um douto constitucionalista da nossa praça, passando em seguida pelo olhar de um perigoso extremista, de onde navegaremos para a visão de um pequeno-burguês com tribuna nos media corporativos, para terminar com um dos oráculos nacionais. Todos eles partilhando a mesma categoria de reais cripto-comunistas mascarados de anti-comunistas ferrenhos ao longo dos últimos 30 anos. Como sobremesa, sirvo os conselhos de Henry Kissinger, envelhecidos em cascos de carvalho desde 2014 e a posição dos comunistas portugueses, a frio, em cima da ceia, como sorvete que pare a digestão de tão lauto banquete, farto de bom senso tardio.

2022/02/23

Sobre o Confronto Rússia vs. EUA

Não sei quem ganhará, mas sei que nós, os pacifistas bem intencionados já somos os principais derrotados. As duas panorâmicas que aqui recolhi não auguram nada de bom para os próximos tempos e ambos os autores têm leituras muito lúcidas da realidade, um sobre o que Putin esteve a explicar durante uma hora e outro sobre a indiscritivel passividade da União Europeia face aos vários desmandos que os EUA lhe têm imposto. Vejamos primeiro que disse Putin.

Não Sejamos Otimistas
(Francisco Seixas da Costa, CNN Portugal, 2022/02/22)

Não tendo uma natural vocação masoquista, dei comigo a pensar, no final da tarde de segunda-feira, por que razão, por quase uma hora, me entretive tanto a ouvir, numa muito profissional interpretação simultânea (num site russo, em espanhol), a integralidade da comunicação que Vladimir Putin fez ao país e ao mundo.

2022/02/16

Será a Ucrânia outro afeganistão agora no seio da europa?

Acho que compreendi a extensão do maquiavelismo do regime de washingtoNATO.

O objetivo é afastar definitivamente a euro-rússia da europa, empurrando-a para a ásia e cortando-lhe o comércio com o norte rico.

A estratégia passa por criar, na ucrânia, um estado falhado que evolua para um regime neo-nazi e possa vir a desestabilizar a euro-rússia por longos e maus anos, no limite, pela guerra, ou, na pior das hipóteses para o regime de washingtoNATO, servir como desculpa para impôr um bloqueio económico e financeiro que isole a euro-rússia da europa. Depois de vinte anos no afeganistão o regime de washingtonNATO deixou para trás, nas fronteiras da rússia e da china um estado falhado que irá desestabilizar toda a região por longos anos, agora vai fazer o mesmo na fronteira ocidental da rússia, aqui bem no centro da europa e longe da casa branca.

Olhando objetivamente para o desenrolar dos acontecimentos importa notar como se processou o jogo:

A) A expansão da nato para leste que hoje deixa fora das suas fronteiras apenas a ucrânia e a bielorússia, devidamente enquadradas por países da NATO.
B) O golpe da praça maidan, orquestrado pelo regime de washingtoNATO, separou definitivamente a ucrânia da rússia e tornou-a dependente da cada vez mais insuficiente ajuda dos países da NATO.
C) A eliminação sistemática da oposição na ucrânia, com a proibição do partido comunista, o fecho sistemático de rádios, jornais e televisões opositores, a legislação ultra-nacionalista e russófoba, empurram a revolta de uma economia falhada para as mãos do neonaziz financiados com dinheiros da NATO.
D) O abandono da ucrânia à sua sorte pelo regime de washingtonNATO, destruindo-a economicamente e remetendo-a para um estado semelhante ao da alemanha no pós primeira guerra, devastada pela guerra e arruinada pela crise mundial de 1921, é o que objetivamente podemos ver desde que o regime de washington começou a propagandear a tese da guerra: pela vertente da destruição do estado, o fim do turismo como fonte de rendimento, a fuga de capitais e o desinvestimento, agudizados agora com o fim dos vôos comerciais e a fuga dos oligarcas ucrânianos, a tal ponto, que é o próprio presidente ucraniano a pedir aos "amigos" para acabarem com a brincadeira, enquanto pela vertente bélica se assiste à venda maciça dos restos de coleção dos arsenais do regime de washingtoNATO.

E nós vamos deixar eclodir o ovo da serpente, outra vez, só porque o capitalismo precisa de destruir o imobilizado, outra vez, para aumentar a taxa de rendimento do capital?

2022/02/13

Um Olhar Esclarecedor Sobre um Conflito Indesejado


Por quem dobram os sinos em Kiev?

(Carlos Branco, O Jornal Económico,2022/02/11)

A compreensão dos acontecimentos presentemente em curso na Ucrânia exige um escrutínio dos factos, que vá para lá dos sound bites estridentes que confundem desinformação com informação, fazendo da verdade a primeira vítima da guerra, como uma vez alguém escreveu. De facto, estamos perante dois assuntos distintos, embora correlacionados: a proteção da população russa da Ucrânia, e a expansão da NATO para Leste, subsumindo-se o primeiro neste último.

A explicação não se encontra em abordagens maniqueístas dos bons contra os maus, mas sim na geoestratégia, que tem influenciado de modo decisivo a política externa das grandes potências.

Isso é bem visível no caso norte-americano. A política da contenção da União Soviética adotada por Washington, nos tempos da Guerra Fria, elaborada e desenvolvida por George Kennan, o arquiteto da estratégia americana para conter a União Soviética, fortemente inspirada nos trabalhos do geoestratega Nicholas Spykman, é um flagrante disso.

2021/08/28

Afeganistão? Tenham vergonha já que vos falta tudo o resto!

O Grande Jogo de Esmagar Nações
(John Pilger, O Diário.info, 2021/08/28)

Enquanto um tsunami de lágrimas de crocodilo engolfa os políticos ocidentais, a história é suprimida. Há mais de uma geração o Afeganistão conquistou a sua liberdade, que os EUA, a Grã-Bretanha e os seus “aliados” destruíram.

Em 1978, um movimento de libertação liderado pelo Partido Democrático Popular do Afeganistão (PDPA) derrubou a ditadura de Mohammad Dawd, primo do rei Zahir Shah. Foi uma revolução imensamente popular que apanhou de surpresa ingleses e norte-americanos.

Jornalistas estrangeiros em Cabul, relatou o The New York Times, ficaram surpresos ao descobrir que “quase todos os afegãos que entrevistavam diziam [estar] encantados com o golpe”. O Wall Street Journal relatou que “150.000 pessoas … marcharam em homenagem à nova bandeira … os participantes pareciam genuinamente entusiasmados.”

O Washington Post relatou que “a lealdade afegã ao governo dificilmente pode ser questionada”. Secular, modernista e, em grau considerável, socialista, o governo declarou um programa de reformas visionárias que incluía direitos iguais para mulheres e minorias. Os presos políticos foram libertados e os arquivos da polícia queimados publicamente.

Sob a monarquia, a esperança de vida era de 35 [anos]; 1 em cada 3 crianças morria na infância. Noventa por cento da população era analfabeta. O novo governo introduziu cuidados médicos gratuitos. Foi lançada uma campanha de alfabetização em massa.

Para as mulheres, os ganhos não tinham precedentes; no final da década de 1980, metade dos estudantes universitários eram mulheres, e as mulheres representavam 40% dos médicos do Afeganistão, 70% dos professores e 30% dos funcionários públicos.

2021/08/17

Afeganistão: em três fotos, uns comentários e uma cronologia

Assim muito rapidamente em duas fotos e uma capa roubadas ao Manifesto74: Os combatentes do Ronald Reagan na casa branca com o Santo Ronald Reagan, as raparigas afegãs que os combatentes do Ronald Reagan foram "libertar" ao Afeganistão e o empresário saudita que o Ronald Reagan contratou para recrutar os combatentes que foram libertar as raparigas afegãs nos anos 80 do século XX. 

Está tudo nas fotos.
Nos anos oitenta do século XX o ator Ronaldo e os contratados pelo empresário saudita Osama Bin Laden, em Washington, na Casa Branca, conversam sobre como é que vão libertar as raparigas afegãs que se passeiam por Cabul na foto abaixo.
As raparigas afegãs que os contratados do Ronald Reagan iam libertar ainda se passeiam por Cabul, em saia e camisa, nos anos oitenta, antes de serem definitivamente libertadas deste mundo pelo Ronald Reagan seus apaniguados & CIA.
Uma reportagem do britânico "The Independent" sobre o empresário saudita Osama Bin Laden que o Ronald Reagan & CIA contrataram para recrutar e treinar os criminosos que foram libertar as raparigas afegãs da foto acima, depois de as ter libertado e de ter começado a pôr os seus contratados no "caminho da paz" que iria, uns anos mais tarde, rebentar com as torres gémeas de quem lhe armou o exército.


E como os comentadeiros e seus patrões mediáticos tentam desesperadamente iludir a História, aqui ficam, quase todos retirados do Manifesto74, alguns marcos essenciais para compreender o último século afegão:

2020/01/06

A Guerra Vigarista

Acabo de ouvir um opinadeiro na TSF afirmar que o Irão ameaça os interesses norte-americanos no médio oriente.

Vejamos se consigo compreender a coisa.

O médio oriente fica a uns 5000 km do território norte americano.

O Irão fica a uns 5000 km dos EUA, mais coisa menos coisa.

O Irão não tem bases militares no estrangeiro.

Os EUA têm mais de 20 bases militares em redor do Irão.

E o Irão é que ameaça os interesses dos EUA?

Ninguém mais nota um certo facciosismo na opinião do opinadeiro?

2019/11/08

Tribunal de Haia iliba Milošević

Quando o tema volta a ganhar relevância com o Nobel atribuído a Peter Handke, importava lembrar que o hostil tribunal penal internacional ilibou Milošević de todas as acusações ... 10 anos depois da sua morte na prisão.

Tribunal de Haia iliba Milošević
(AbrilAbril, 2016/08/10)

As considerações sobre Milošević foram feitas num extenso relatório em que o acusado é Karadžić. Depois de uma intensa campanha contra a Jugoslávia, para a qual o próprio Tribunal de Haia contribuiu, a ilibação tem sido silenciada.

2019/11/07

Peter Handke e as #fakenews dos críticos literários

O Nobel e o fel
(Jorge Seabra, AbrilAbril, 2019/11/05)

Como hesitar e não defender Handke e a sua corajosa denúncia da intervenção dos EUA e aliados na Jugoslávia, que aí despejaram 23 mil toneladas de bombas e mísseis?

Na foto, Peter Handke assiste ao funeral do ex-presidente sérvio Slobodan Milošević, em Março de 2006. Handke foi uma das vozes críticas da guerra de agressão levada a cabo em 1999 pelos EUA e pela NATO contra a Sérvia. O escritor, dramaturgo, ensaísta e realizador austríaco foi recentemente galardoado com o Prémio Nobel de 2019.

2019/11/03

Para Compreender o Conflito de Faz de Conta

A Rússia e a autodeterminação dos curdos em 26 notas
(Nazanín Armanian, ODiário.info, 2019/11/01)

1. Quem semeia ventos colhe tempestades, insinuou o embaixador russo na ONU, Vasili Nebenzia, sobre a dramática situação dos curdos após o ataque militar da Turquia de 9 de Outubro no norte da Síria: “Nós incentivámos os curdos a terem um diálogo directo com o Governo sírio, mas eles preferiram outros protectores e agora podem ver o que sucede”. Depois, na votação do Conselho de Segurança, recusou-se a condenar a agressão militar ilegal turca contra a Síria “soberana” e só pediu ao agressor “máxima contenção”. Por outro lado, Donald Trump, para se defender dos que o chamam “traidor dos curdos”, disse que esses “não são anjos” e que alguns líderes do PKK são piores que o Daesh e deveria ser-lhes dado tempo para lutarem entre si para depois ir separá-los, deixando uma porta aberta para reocupar a Síria. Traidor? Não foi uma equipa da CIA e a Mossad quem capturou no Quénia o líder curdo Abdullah Öcalan e o entregou à ditadura turca em 1999?

2019/09/14

A Guerra à Venezuela segundo o Le Monde Diplomatique

De Buenos Aires a Bogotá, a Ofensiva Conservadora
A geopolítica da crise venezuelana
(Alexandre Main, Le Monde Diplomatique, 2019/07/02)

A ofensiva de Washington contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, está apoiada no consentimento dos dirigentes conservadores da região, cada [dia] mais maioritários. Graças a eles, o intervencionismo norte-americano pôde maquilhar-se com uma preocupação humanitária

No início, a Venezuela não figurava na lista de preocupações do presidente norte-americano, Donald Trump. Durante a campanha presidencial, raras vezes ele pronunciou o nome do país e jamais sugeriu a possibilidade de intervenção.

2019/09/12

Ainda a Guerra de Baixa Intensidade dos EUA contra a Venezuela

A campanha que «antecedeu a designação pelos Estados Unidos de Juan Guaidó como “presidente interino” da Venezuela, em 21 de Janeiro de 2019, seguida pelas tentativas de golpe em Fevereiro e Abril» tem agora, passados quase dois anos, o completo desmentido. Afinal o êxodo massivo limitou-se a 6,5% das previsões da campanha de #fakenews que a dado ponto engoliu a ONU. Em lugar dos 5,3 milhões previstos pela ONU no Verão de 2018, só 340 mil pessoas abandonaram a Venezuela daí para cá, afinal menos do que o meio milhão de portugueses que emigrados no período da troika. E se compararmos os 10 milhões de portugueses com os 30 milhões de venezuelanos, a vigarice percentual é ainda mais gritante: em quatro anos de troika emigraram cerca 5% de portugueses, em dez anos de guerra híbrida fugiram 1,2% de venezuelanos. Estamos a aguardar que a qualquer momento os telejornaleiros dos telecaneiros abram as noticias com os factos agora apurados ... não?

"Êxodo em Massa" de venezuelanos: Mito Que Cai Por Terra
(Luís O. Nunes, O Lado Oculto, 2019/09/05)

A vaga de informação lançada há um ano sobre o êxodo em massa de venezuelanos, que estariam a fugir “da fome e da ditadura de Nicolás Maduro”, foi uma campanha de desestabilização organizada e inserida no processo de guerra híbrida comandada pelos Estados Unidos, confirmam agora dados divulgados pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados.

2019/07/03

Uma Resumo da Realidade Factual

O Irão assinou um tratado com os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha. O Irão cumpre o tratado como provam os relatórios da agência da ONU responsável pela monitorização do tratado. Os EUA retiraram-se unilateralmente do tratado. Os EUA puseram um drone a sobrevoar, comprovada e reprovadamente, o espaço aéreo iraniano e o Irão "explicou-lhes" de forma contundente que o espaço aéreo iraniano é iraniano não é norte-americano. Os EUA acusam o Irão de ter posto umas minas nuns petroleiros e dizem que têm outras provas além de um vídeo manhoso, mas ainda não as mostraram a ninguém. O Irão, o capitão do navio japonês, o Japão e a Noruega dizem que não, nem foi o Irão, nem foram minas, foi um objecto voador (que os EUA acham ser) não identificado.

A Rússia está a desenvolver um míssil de médio alcance que, segundo afirma a Rússia, não viola o tratado assinado com os EUA, os EUA dizem que não, que viola. Os EUA instalam armamento ofensivo a 50 km das fronteiras da Rússia e a 5 000 km dos EUA. Dizem os EUA que é para se defenderem dos russos. Os EUA instalam bases militares a 50 km da Rússia e a 10 000 km dos EUA, dizem os EUA que é para se defenderem dos russos. Até hoje a Rússia nunca atacou os EUA, pelo contrário, em 1918 os EUA invadiram a Rússia. Quem é que precisa de se defender de quem?

Os EUA mudaram a sua lei de “defesa” para permitir a utilização de armamento nuclear como forma de vencer conflitos de média dimensão. Os critérios editoriais dos media corporativos deixam de fora a desinteressante temática. Afinal, a quem interessa que uma potência com capacidade para destruir o mundo ache que o pode fazer?

O pró-cônsul estado-unidense para a Venezuela e "sus muchachos" meteram ao bolso o dinheiro angariado com o concerto do benfeitor concertante, e mais uns trocos, e mais o dinheiro venezuelano que os EUA e o NovoBanco e os bretões roubaram à Venezuela, e deixaram a apodrecer na Colômbia os três carregos de ajuda militária que os EUA quiseram introduzir à força na Venezuela. Os critérios editoriais dos media corporativos calam a desinteressante temática. Afinal, a quem é que interessa que o pró-consul dos EUA não só não tenha organizado as eleições que se tinha proposto organizar, como esteja a usar o dinheiro venezuelano para pagar as contas dos hotéis e das jantaradas "de sus muchachos" residentes na Colômbia?

São tudo coisas que ficamos a saber no artigo do José Goulão sobre realidades paralelas, e eu tinha de lhe arranjar aqui um cantinho para futura @Refer&ncia.

O mundo em realidade paralela
(José Goulão, AbrilAbril, 2019/06/27)

Por que está o Irão a ser vítima de uma guerra, através de sanções económicas arbitrárias, que pode estender-se à componente militar? Procurem a resposta no mainstream: encontrá-la é como acertar no euromilhões.

2019/06/13

Os EUA Afundam Barcos Desde 1898

Mais cedo do que mais tarde vir-se-à a saber que a mão por trás dos atentados de hoje no golfo de Omã é estado-unidense, resta saber se a comunidade internacional vai reagir a tempo de evitar outro banho de sangue provocado pelo sempre beligerante Pentágono, ou se vai alinhar com o embuste trumpista, mais uma vez, fazendo de conta que acredita no inacreditável.

A lista de embustes estado-unidenses que já custaram milhares de vidas é tão longa que só pode acreditar quem quer ser enganado, outra vez:

Lembram-se do camião com "ajuda militária" que o "malvado" governo venezuelano incendiou? Exactamente, como ficou provado em video, o incendiário foi "um" criminoso guarimbista, apoiante do pró-consul Guaidó, a quem o coktail molotov "escorregou" da mão para aterrar em cima do camião com a "ajuda militária" do Trump.(1)

Lembram-se do bombardeamento com cloro que o malvado Hassan teria perpetrado sobre Douma? Precisamente, ficou agora provado ter sido obra teatral levada à cena pelos holywoodescos capacetes brancos(2) pagos pelos EUA.(3)(4)

Lembram-se do avião Malaio que os EUA acusam a Rússia de ter abatido sobre a Ucrânia? Afinal o primeiro ministro malaio também tem sérias dúvidas sobre os resultados da investigação a que os holandeses não o deixaram ter acesso e em que as testemunhas vão de férias e nunca mais voltam.(5)

Lembram-se das armas de destruição maciça do Saddam que serviram de pretexto para a segunda guerra do golfo? Lembram-se do Collin Powel a agitar um frasquinho azul na ONU? Exactamente, nunca existiram!(6)(11)

Lembram-se do massacre de Srebrenica que serviu de pretexto para bombardear e destruir a Jugoslávia? Parece que afinal foi na Krajina e levado a cabo pelos bósnios sobre os sérvios, pelo menos é o que diz o Coronel português que estava lá na altura ao serviço da ONU.(7)

Lembram-se do incidente do Golfo de Tonkin? Lembram-se desse, já longínquo, pretenso ataque de duas lanchas vietnamitas a dois torpedeiros norte americanos que serviram de pretexto para o EUA começarem a bombardear o Vietname do Norte numa guerra que, passadas várias centenas de milhares de mortos, acabaram por perder? Pois foi, e não foi a estreia.(8)

Lembram-se do afundamento do Maine ao largo de Cuba em 1898? Exactamente, tudo indica ter sido um naufrágio aproveitado por Rudolph Hearst para vender mais jornais.(9)(10)

E a lista de embustes nem está completa.

2019/05/18

Mais Sobre o Ataque Químico dos EUA-Capacetes Brancos

Quando os vigaristas norte-americanos fazem coro com a petro-ditadura saudita na propaganda de inexistentes sabotagens, alegadamente orquestradas pelo Irão, importa relembrar o ainda morno ataque das marionetas americanas em Duma, na Síria, que serviu de pretexto para descarregar 200 misseis sobre um país já martirizado pela intervenção imperialista estado-unidense.

 «Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo». É o que me ocorre perante as ainda mais recentes provas de que foram as marionetas estado-unidenses a colocar os cilindros com cloro e a encenar o ataque químico nas vésperas de serem completamente derrotados. Aqui fica mais uma noticia d'O Lado Oculto de que não teremos vislumbre nos media corporativos e restantes telecaneiros. @Refer&ncia

Falso Ataque de Duma: Mais provas da Encenação
(Tony Carlucci, New Eastern Outlook; adaptação O Lado Oculto, 2019/05/16)

Os terroristas dos Capacetes Brancos tiveram direito a Oscar de Hollywood pela sua capacidade de encenar ataques químicos como o de Duma.

Surgiram novas provas demonstrando que o suposto ataque químico em Duma, na Síria, em 7 de Abril de 2018, foi encenado por terroristas apoiados pelos Estados Unidos e não uma operação do governo de Damasco.

Revelações recentes confirmam que os Estados Unidos não apenas acusaram falsamente o governo sírio de ter realizado um ataque químico como invocaram essa acção para bombardearem a Síria. A 14 de Abril, aviões norte-americanos e também aviões e navios britânicos e franceses dispararam mais de 200 mísseis de cruzeiro contra supostas “instalações químicas” no país.

2019/04/13

O Petróleo, os eua e as guerras dos eua pelo petróleo

«O império move-se a petróleo e a gás natural, de preferência liquefeito.» Quem o afirma é José Goulão num artigo d'O Lado Oculto. Aí ficamos a conhecer a «elaborada política energética» militarista e militarizada dos EUA, velha de décadas, afinada pelo Obama e vastamente alargada pelo actual trumpismo.

Depois de uma década de investimento bilionário na exploração de gás e petróleo de xisto, os EUA tornaram-se nos maiores produtores mundiais de hidrocarbonetos. Mas os seus hidrocarbonetos, obtidos por "fracking" são muito mais caros ( e poluentes) do que os obtidos com tecnologias tradicionais.

Daí que só os consigam "vender" inflacionando muito os preços dos mercados mundiais. Daí que a administração trumpista tenha orientado a estratégia petrolífera para o controlo dos fluxos e para a imposição de um balanço harmónico entre os mercados interno e internacional.

Esta estratégia petrolífera implica abrir espaço para a produção de hidrocarbonetos de xisto “made in America”, nem que seja “secando” algumas das maiores fontes, controlando a produção de outras, travando projectos de distribuição prometedores para mercados concorrenciais, como o nord-stream 2, e manipulando os preços em conjunto com as petroditaduras árabes.

«Hoje não há reserva de gás ou petróleo que não esteja cadastrada para cair sob alçada norte-americana – dos Montes Golã ao Iémen, do Líbano à Venezuela, da Síria à Líbia e às costas do Brasil; e não há movimento “diplomático” junto da União Europeia, de grandes e médias potências mundiais que não implique exigências em torno dos fluxos planetários de hidrocarbonetos.»

Como se "secam" as principais fontes de hidrocarbonetos que os EUA não consigam manipular? Os métodos são diversificados e vão da imposição unilateral de sanções, como ao Irão, ás guerras, como as do Iraque, da Síria ou do Iémene, passando por "democratações" forçadas que podem tomar a forma de revoluções primaveris, como as árabes, alaranjadas, como a ucraniana, ou "humanitárias" como a venezuelana.

Mas nada melhor do que ler o artigo completo. Vale a pena e eu arranjei-lhe aqui lugar para futura refer&ncia.

O Império Move-se a Petróleo
(José Goulão, O Lado Oculto, 2019/04/10)

Sempre que os Estados Unidos da América desencadeiam uma guerra há um exercício prático que pode fazer-se para identificar motivações, prever desenvolvimentos e avaliar consequências: seguir o rasto do petróleo.

2019/03/18

A Europa do Capital

O Capital nunca está satisfeito com o que consegue roubar, a prová-lo estão as propostas do seu mais jovem e vil representante na Europa do Capital. A enfrentar uma revolta nas ruas que dura à 17 Sábados consecutivos, dirigiu a semana passada aos "seus" eleitores uma carta com propostas para afastar ainda mais os governantes dos seus povos.

Para "proteger" o continente propõe um tratado, um «conselho europeu de segurança», o aumento das despesas militares, e uma «cláusula de defesa mútua operacionalizada», tudo para amarrar qualquer grito de paz aos militarismos intervencionistas do eixo franco alemão.

Para «defender a liberdade», propõe criar a «agência europeia da protecção das democracias», uma espécie de Troika ideológica para impor as democratadoras regras da União Europeia que apoiam a intervenção dos EUA na Venezuela, controlar a internet, decretar que todos os partidos políticos da Europa se devem financiar junto do capital e «banir discursos de ódio e de violência», provavelmente como o do artigo que está a ler neste momento.

Para «resgatar o espírito de progresso», propõe que quem passe a definir os nossos salários, incluindo o SMN, seja a União Europeia, «adaptados a cada País», criar um «banco europeu do clima», uma «força sanitária europeia», uma «supervisão europeia das grandes plataformas digitais» e um «novo Conselho europeu da inovação» com «um orçamento comparável ao dos EUA». Governos para quê?! Para governar os povos da Europa bastam uma comissão europeia que manda sem ser eleita e um conselho europeu que decide sem sequer ter existência legal . É isto que nós, os povos da Europa, queremos? @Refer&ncia

2019/03/16

E mentem, mentem, mentem com quantos dentes têm na boca

Lembram-se do "ataque com armas químicas" que o "malvado Hassan" perpetrou sobre Duma?

Precisamente, nunca teve lugar, não existiu, não foi. No dia 1 de Março foi publicado o relatório da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ/OPCW) sobre o alegado ataque.

Não foram encontrados vestígios da utilização de produtos químicos no alegado ataque cometido por forças sírias em Duma, região de Ghuta Oriental, no dia 7 de Abril de 2018. O relatório da OPAQ sublinha ainda que a missão não conseguiu apurar o número de mortos provocados pelo ataque, «se é que os houve». Informa-nos o José Goulão no AbrilAbril.

No dia 1 de Março todos os telejornais abriram com esta noticia, foi capa de todos os jornais nacionais e internacionais. Não? Não abriram? Não foi capa dos jornais? Não percebo, andaram um mês a mentir sobre o ataque que nunca aconteceu e agora que o relatório dos peritos do organismo que investiga essas coisas os veio desmentir não têm "coluna vertebral" para assumir a vigarice? Pelintras vigaristas!

Lembram-se dos bombardeamentos que a "comunidade internacional", liderada pelo Trump e pela Theresa May, perpetrou sobre território Sírio em retaliação pelo ataque que nunca existiu? Do bombardeamento com centenas de mísseis? Precisamente, foi real, aconteceu, teve lugar, destruiu, arrasou, matou. Os responsáveis estão agora a ser processados pelo TPI por crimes contra a humanidade. Não estão? Quer dizer, inventaram um ataque com armas químicas para poderem bombardear um país soberano e não são responsabilizados pelas mortes que causaram? Pelintras vigaristas.

Lembram-se das armas de destruição maciça do Saddam? Exatamente, nunca existiram, não havia, eram uma imensa mentira, uma fraude que já custou dezenas de milhares de vidas humanas, miséria, caos, desgraça. Estão a ver a guerra que há 16 anos dura no Iraque? Precisamente, continua, com mais Daesh, menos ISIS, mais abaixo ou mais acima, nunca mais parou desde que os EUA entraram pelo Iraque dentro "para irem destruir" as tais ADM's que, como ficou provado, nunca existiram.

Lembram-se do camião com "ajuda militária" que o malvado governo venezuelano incendiou? Exactamente, o video, cortado pelo governo Colombiano e agora analisado na sua totalidade pelo New York Times, veio agora provar que não foram os chavistas, foi "um" criminoso guarimbista, do lado Colombiano da fronteira, a quem o coktail molotov, que estava a lançar, para o lado venezuelano da fronteira, sobre a Guarda Nacional Bolivariana, "escorregou" da mão e foi aterrar, por engano, em cima do camião com a "ajuda militária" do Trump.

Lembram-se? Viram? Conseguem comparar a campanha de #FakeNews oriunda dos media corporativos: telecaneiros, jornaleiros, opinadeiros e quejandos, com a realidade dos factos?

E depois os media corporativos que andaram semanas e meses a propagar as #FakeNews querem fazer-nos acreditar que o resto gritam à saciedade não são #FakeNews?

O José Goulão é que tem razão ao afirmar que «Os meios de repercussão da mentira são incomensuravelmente mais fortes do que as reposições da verdade. Os fabricantes e mensageiros das falsificações há muito que perderam a vergonha e espezinharam os princípios – se é que alguma vez os tiveram.»

Fica aqui o artigo todo publicado no lado Oculto e no AbrilAbril. Vale a pena ler, comparar, apurar a verdade dos factos.