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2019/10/26

Noticias Do Mundo Real - 2019/10/26

Para não naufragar na tempestade das conjunturas temos de nos agarrar à solidez rochosa dos valores humanistas: o direito à autodeterminação de um povo está ao mesmo nível dos direitos, deveres e liberdades de um ser humano. É tudo o que precisamos de saber para aceitar que os catalães têm direito a referendar a sua independência. Deixem-nos votar livremente e que vençam os justos. O direito à revolta contra a pobreza coloca-nos ao lado dos chilenos e dos equatorianos. Esta foi uma semana marcada pela revolta da América do Sul contra o mais desbragado capitalismo ultraliberal. Ao mesmo tempo, o Povo Boliviano elegeu pela quarta vez um presidente que colocou o seu país na rota de uma social-democracia a que as direitas se opõem com tentativas de golpe de estado. A nossa solidariedade é para com os povos boliviano e venezuelano que não aceitam o dictat ianqui do capital financeiro. Mas outras realidades foram completamente silenciadas pelos media corporativos, como o encontro de partidos comunistas que reuniu perto de 170 representantes de 78 partidos comunistas de todo o mundo, a desmontagem do apelo fascizante de reescrita histórica aprovado pelo parlamento europeu onde campeiam partidos claramente fascistas ou o extermínio do povo palestiniano ás mãos do estado terrorista israelita. Aqui ficam uma série de refer&ncias, noticias e opiniões para ler no fim de semana com destaque para a vitória de Evo Morales nas recentes eleições bolivianas.

Bolivia

É oficial: Evo Morales reeleito na Bolívia - O Tribunal Supremo Eleitoral anunciou a reeleição de Evo Morales para a presidência da Bolívia. A vantagem de Morales sobre o seu mais directo adversário alargou-se com o avanço do escrutínio.

Bolívia no impasse. Observadores destacam transparência - De acordo com o Supremo Tribunal Eleitoral, até ao momento o candidato Evo Morales leva 10,02 pontos de vantagem sobre o adversário. Observadores internacionais assinalam a transparência do escrutínio.

2019/04/25

Liberdade Para os Presos Políticos Catalães

Pela democracia e pelas liberdades na Catalunha
(André Freire, Fernando Rosas, J.M. Nobre-Correia, Manuel Loff, Isabel Pires, in Público, 23/04/219)

Os subscritores deste manifesto consideram que o problema catalão é de natureza eminentemente política e pugnam pela libertação imediata dos líderes políticos e associativos catalães presos.

Em fevereiro, começou em Madrid, no Supremo Tribunal, o julgamento de 12 líderes políticos e associativos catalães. São estes acusados pelo Estado espanhol de “rebelião”, “sedição” e “desvio de fundos” por terem organizado e implementado o referendo sobre a independência da Catalunha em 1 de outubro de 2017. Os acusados, detidos há já um ano e meio, declaram-se “presos políticos” e o julgamento tem sido descrito por diversas organizações e personalidades à escala internacional (a Prémio Nobel da Paz Jody Williams, parlamentares de vários países, etc.) como um processo político, exigindo a libertação dos acusados.

2019/01/18

Mundo Real 2019/01/18

O destaque poderia ser a invasão do Iémene pelas tropas sauditas ou a prisão de uma jornalista americana pelo governo dos EUA, mas, na semana em que a Palestina assume a presidência do Grupo dos 77 e que uma nova força politica de esquerda emerge naquele país ocupado, importa dar-lhe a importância negada pelo silêncio dos media corporativos.

PALESTINA
Palestina assume a presidência do Grupo dos 77 + China: Na cerimónia de assunção da presidência rotativa anual, secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou «a liderança histórica do Estado da Palestina» como novo Presidente do Grupo dos 77. «A Palestina e os seus cidadãos têm experiência em primeira mão de algumas das questões globais mais desafiadoras e dramáticas que enfrentamos», declarou Guterres.

Nasce Alternativa à FATAH e ao HAMAS: Aliança Democrática Palestiniana é a nova força política do povo da Palestina, que pretende quebrar o domínio bipartidário estabelecido pela Fatah e pelo Hamas. Resulta da coligação de cinco organizações da esquerda palestiniana, integra personalidades independentes e tentará conseguir que sejam ultrapassadas as divisões internas enquistadas entre as organizações dominantes.(José Goulão com Edward Barnes)

Pela libertação de Ahmad Sa'adat e demais presos políticos palestinianos: No início da Semana Internacional pela Liberdade de Ahmad Sa'adat, o MPPM insta todos os que no nosso país «prezam a liberdade e a justiça» a darem voz aos palestinianos presos nas cadeias israelitas.

Palestina rejeita anunciado «acordo de paz» dos EUA sem a totalidade de Jerusalém Oriental como capital: A Autoridade Palestina reagiu a notícias acerca do conteúdo do chamado «acordo do século» dos EUA declarando que «qualquer plano de paz que não inclua um Estado palestino independente com Jerusalém Oriental como capital nas fronteiras de 1967 está destinado a falhar».

Tribunais militares de Israel multam palestinos em 14 milhões de euros em 3 anos: Os tribunais militares de Israel impuseram multas no valor de 60 milhões de shekels (14 milhões de euros) aos palestinos da Cisjordânia ocupada entre 2015 e 2017.

2018/12/21

Noticias do Mundo 2018/12/21

Na semana em que os media corporativos descobriram a luta dos húngaros contras as 400 horas suplementares, os estivadores chilenos se radicalizam na sua luta, depois de violentamente reprimidos pela policia, e os coletes amarelos franceses não aceitam a esmola macronista a pagar com os seus próprios impostos, o destaque poderia ser para O Trabalho, poderia não fora o anúncio de retirada da Síria pela administração trumpista, só por isso e pela possibilidades abertas por uma possível paz na Síria vamos começar por aí.

SÍRIA
Capacetes Brancos: «traficantes de órgãos, terroristas, saqueadores»: A Fundação para o Estudo da Democracia apresentou esta quinta-feira, na ONU, os resultados de uma investigação sobre a acção dos Capacetes Brancos na Síria, vincando a ligação do grupo ao terrorismo.

Casa Branca anuncia retirada de militares norte-americanos da Síria: A Casa Branca confirmou, esta quarta-feira, que as tropas dos EUA vão sair da Síria, mas negou que isso signifique o fim da «coligação internacional» ou da sua campanha contra o Daesh.

Pelo menos 17 mortos em ataque da coligação liderada pelos EUA na Síria: Um ataque da «coligação internacional» provocou pelo menos 17 mortos nas imediações de Hajin (Deir ez-Zor). Entretanto, milhares de refugiados e deslocados regressam a Daraya libertada (Damasco Rural).

2018/10/12

Noticias do Mundo Real 2018/10/12

Até podia ser publicidade paga, mas não é.

São ligações para a informação que raramente passa no crivo da cartelização censória.

São uma série de excelentes artigos que merecem ser lidos por quem queira informação sobre o que de facto se passa no mundo e os media corporativos ao serviço da ideologia dominante continuam a escamotear.

Este fim de semana não se deixe enganar pelo espesso, entretenha-se com as fontes factuais aqui em baixo.

BRASIL

Bolsonaro: promover o ódio a cada minoria para que esqueçam o que as une. A condenação moral de Bolsonaro marcou o último fim-de-semana, mas a proximidade da primeira volta traz para destaque o seu projecto para um regresso aos anos 90: privatizar tudo e congelar salários.

Frente democrática com Haddad para unir e tirar o Brasil da crise. Nas presidenciais do Brasil, Fernando Haddad disputará a segunda volta, a 28 de Outubro, com o candidato da extrema-direita. O povo vai escolher entre a democracia e uma ditadura fascista.

Brasil. Derrotados os planos da direita de uma vitória da candidatura de Bolsonaro no dia 7 de Outubro, a segunda volta das eleições presidenciais no Brasil – para além do desenlace de outros actos eleitorais ao nível estadual e federal – coloca aos comunistas e às outras forças progressistas e democráticas brasileiras um exigente e muito importante desafio, cujo desfecho terá profundas repercussões para o povo brasileiro, mas também, e num segundo plano, para os povos da América Latina. (Pedro Guerreiro)

2018/04/06

A Coragem dos Cobardes: 16 mortos e 1400 feridos

Os cães de guarda
(Nuno Ramos de Almeida in jornal i, 2018/04/02)

A expressão foi criada por Paul Nizan e denunciava uma traição, a mesma traição de uma série de intelectuais cujo compromisso fundamental seria com as instâncias de poder, e não com a verdade. Uma traição que se verifica, em muitos, quando falam da Palestina, dos curdos e da Catalunha: estão sempre prontos a esconder a verdade.

Os intelectuais começaram a sua carreira histórica sendo uma espécie de adornos dos príncipes, acumulando, não poucas vezes, a função de hagiógrafos de serviço com a de bobos da corte. Infelizmente, esse traço genético não está totalmente extirpado. Quando vemos uma série de escritores espanhóis a ajudar a criar o consenso social que justifica a suspensão de facto da democracia, estamos perante um exemplo típico dessa regressão pavloviana que faz determinados intelectuais salivarem sempre que ao poder de turno convém.

2017/11/26

Kerenskys, Mários e Carlos, Tudo Fruta do Chão

Kerenskys, Mários e Carlos, Tudo Fruta do Chão
Escrevia o Rafael Silva no Manifesto 74 , aqui há umas semanas, «que se a força da independência emanar do povo, ela por si só vencerá. Se emanar de gabinetes ou dos interstícios do parlamentarismo oco e burocrata, não passará de um gigantesco fracasso.».

Passados 20 dias os intervenientes do que foi uma janela revolucionária começam a levantar o véu sobre o que se passou nos gabinetes, nos interstícios do poder oco e burocrata e nas cabeças dos burgueses que cavalgaram o povo das ruas.

Desta vez foi o Carlos, não o príncipe windsoriano mas o burguês Puigdemont. Se os kerenskys e os mários do passado nunca tiveram dúvidas sobre a burguesa necessidade de correr com o povo das ruas para lhe cercear ânsias de poder, este Carlos teve dúvidas, no último instante hesitou sobre a melhor forma de tirar o povo das ruas. Apaziguá-lo com uma independenciazinha republicana ou mandá-lo para casa com umas eleiçõezinhas monárquicas. Há noite, sozinho em casa, decidiu recuar, voltar aos doces braços da sonolenta monarquia. Mas ao acordar, pela manhã, o povo das ruas lá o empurrou, e ele, titubeante, lá declarou a independência. Dizem agora que a contragosto. Dizem.

Razão tem o Rafael Silva.

E não, esclareça-se já. Eu não fui partidário de primeira hora de uma Catalunha independente. Ainda hoje me sinto dividido nessa questão. Ainda hoje hesito entre os princípios impostos por um cosmopolita internacionalismo que quer derrubar todas as fronteiras e a realidade de um povo na rua a levantar uma fronteira nacionalista, republicana verdade seja dita e notada, mas burguesa e nacionalista, frise-se. Agora, uma vez espartilhado entre o povo das ruas e a repressão da monarquia castelhana não pude vacilar, deixei de ter escolha, a reacção monárquica empurrou-me para o lado certo da barricada e aí chegado os catalães escolheram por mim.

Só aqui chegado, a este lado da barricada, mais por imposições alheias do que por livre e antecipada escolha, consegui ver no burguês e republicano levantamento nacionalista catalão o que não foi e podia ter sido.

Não foi uma revolução. Felizmente? Infelizmente? Não sei. Sei que a esquerda revolucionária, a que pugna por transformar o mundo, parece já não saber liderar revoluções, aparenta ter perdido esse conhecimento na medida inversa em que o poder capitalista aprendeu a provocá-las, aqui nas ucranianas europas, lá pelas líbias bordas mediterrânicas ou nos longínquos brasis sul-americanos. Estaremos nós no século das revoluções regressistas, reaccionárias? Até quando? Até onde os deixaremos continuar a roubar impunemente o nosso trabalho?

Mas foi qualquer coisa. Foi qualquer coisa de fresco, solidário, recheado de risos e sorrisos, cravos e vilas morenas, gente com filhos nas ruas, pacíficos, sorridentes. Violento só o poder castelhano, personificado por uma guarda civil militarizada e respaldado no dinossáurio olé-franquismo. Foi uma janela revolucionária, foram momentos em que quem mandava não conseguia impor e quem obedecia não se sujeitava, foram umas horas em que o povo se apoderou das urnas e votou na República, uma e outra vez, foram umas horas em que o poder esteve na rua. Faltou quem o agarrasse, quem o liderasse e o conduzisse a algo de mais profundo. Entretanto desfez-se em desistências, fugas e prisões.

Como resultado, vamos ter, dizem as sondagens burguesas, um parlamento catalão de onde os conservadores monárquicos do PPC serão varridos e os independentistas conservadores reduzidos a um terço da sua atual representação. Tudo isto para serem substituídos pelos C's, bombeiros de serviço reacionariamente neoliberais, que reinarão num segundo lugar com cerca de trinta eleitos. E aqui chegados fica o negro apagão da imprensa de classe ao serviço do Capital: o tão autodenominado global e objetivo El Pais esconde da capa as previsões para a evolução do Catalunya Sí que es Pot (CSQP)(*), agora Catalunya en Comú, onde estão os Comunistas da Catalunha. Na 1ª página completo silêncio, nada, nem uma palavra para quem tem 11 deputados no atual parlamento, tantos como o monárquico e reacionário PPC de extrema-direita. Nem uma palavra sobre a esquerda que, de acordo com a sondagem deles, passará a contar com o dobro dos deputados do PPC. A objetividade jornaleiristica da imprensa de classe faz-se destas cirúrgicas e omnipresentes omissões, destas omniausências.

(*) Cataluña Si Se Puede em castelhano.

2017/11/05

A Castelhana (In) Justiça de Classe

Independencia, desobediencia
E, ainda sobre a (in)justiça castelhana, lembremo-nos do que ela fez ao juiz que se atreveu a querer investigar o genocídio franquista. Lembremo-nos que o honesto burguês  Baltazar Garçon está suspenso das suas funções.

Lembremo-nos de que por pouco não foi preso quando quis abrir as valas comuns franquistas onde jazem os corpos dos heróis republicanos, homens e mulheres que defenderam a legalidade republicana, democraticamente sufragada e golpisticamente afogada num mar de sangue, violência e tortura pelo caudilho que, de áfrica, veio repor a monarquia dos bourbons, nunca democraticamente votada, nunca democraticamente sufragada, e que agora  se arroga de uma qualquer (in)justiça para punir homens e mulheres eleitos com um programa que garantia a execução de um referendo.

Lembremo-nos sempre que a justiça espanhola continua a ser, antes de mais, a justiça franquista, falangista, fascista, criada em cima dos cadáveres republicanos.

E porque o Rafael Silva levanta a lebre da (in)justiça castelhana na repressão das livres aspirações do povo catalão, vou aqui arranjar-lhe um outro poiso para ficar mais à mão. @Refer&ncia

Catalunha: ou o Povo ou Nada
(Rafael Silva, in Manifesto74, 2017/11/04)
O escândalo de corrupção conhecido como “caso Gürtel”, envolvendo directamente o Partido Popular espanhol e alguns dos seus mais destacados membros, começou em Novembro de 2007 e, volvidos dez longos anos, ainda não se acha concluído pela justiça espanhola. Em Julho deste ano, o chefe de governo, Mariano Rajoy, o ultimamente tido como arauto da justiça e da legalidade, foi ouvido pelas autoridades para dizer que “desconhecia” as questões económicas e financeiras do seu partido, até porque, à altura dos factos, se ocupava apenas de “questões políticas”. Outro dos casos de corrupção no mesmo país, desta feita envolvendo membros da família real – o caso Nóos ou Urdangarín – levou sete anos a ser concluído. Terminou com a sentença de prisão para Iñaki e uma ténue multa à infanta Cristina, que, coitada, “não sabia de nada”. Ou seja, eis a duplicidade da justiça que alguns alegam existir no seio da “pura” e “democrática” Espanha “constitucional”: anos e anos a julgar casos de complexa mas comprovada corrupção; escassos dias para meter na cadeia todo um governo catalão democraticamente eleito pelo povo!