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2025/07/23

A Mentira na Politica

"A Mentira na Política" 

 
O Nascimento de Fachus by Vieira Ressurected

Não é de estranhar que a usual abordagem à mentira na política, parta de um conjunto de pressupostos errados, para acabar numas águas mais ou menos turvas, eivadas de sins, mas tambéns, e vejam lá, pensem melhor sobre o assunto, quando, neste momento, já não há lugar para rodriguinhos: o sapo de loiça™ é um mentiroso compulsivo. Sim, nasceu, cresceu e fortificou-se num ambiente de governação mentirosa, apaparicado pelos leilões de audiências do espaço de infoentretenimento vendido aos anunciantes, mas, no cerne, está apenas e tão só um reles sapo de loiça™ mentiroso.

Mas, afirmava eu, antes de me perder em explicações escatológicas para o milagre do nascimento do sapo de loiça, não estranhar que a normal, usual e rotineira abordagem à mentira na política parta de um conjunto de pressupostos errados.

Não é em vão que vivemos imersos na ideologia dominante, a tal ponto que nem a conseguimos ver como ideologia. É como o ar que nos rodeia ou a água onde nadam os peixes: não o vemos, não o ouvimos, está aqui e nem o sentimos apesar de vivermos nele imersos.

Dizia Marx: "A ideologia dominante, isto é, a ideologia da classe dominante, reproduz-se", naturalmente, acrescento eu frisando a vertente orgânica do pensamento, implícita na frase do jovem filósofo alemão do século XIX, para quem, e volto a reproduzi-lo, livremente e de cor, "A filosofia se ocupou em explicar o mundo quando o que de facto importa é transformá-lo".

Implícita mas não explicitamente, e é por isso que a vou repetir, novamente, com a sua implícita orgânica naturalidade como explicito epílogo.

"A Ideologia dominante, isto é, a ideologia da classe dominante reproduz-se", organicamente, com naturalidade, imperceptivelmente.

Deixem-me repetir estes dois mantras que me têm acompanhado desde a puberdade, quando alguém me impingiu uns caderninhos coloridos escritos pela Marta Harnecker e a Gabriela Uribe.

- A Ideologia Dominante, isto é, a Ideologia da classe dominante reproduz-se.

e

- Muitos filósofos tentaram explicar o mundo, mas o que importa é transformá-lo.

Bom! E sobre a mentira e o mentiroso que nos trouxe aqui? Sobre a mentira, o mais relevante é reconhecer que ela é,   s e m p r e   e sob qualquer forma, cor ou tamanho: moral e mesmo eticamente i n a c e i t á v e l. Ponto.

Poderia frisar com o famoso "ponto final parágrafo, travessão na outra linha" dos ditados que infernizaram a minha infância, mas fiquemo-nos pela versão resumida: a mentira é inaceitável ponto!

De exclamação, concordo. A afirmação é suficientemente pomposa para reclamar mais do que um sonoro, bem sei, mas breve, ponto.

Creio até que, pelo seu peso, merece mais uma mantra, desta vez oriunda do mais do que pragmático jovem intelectual revolucionário Vladimir Ilitch, Lénine para os mais chegados, falecido ali pelos primeiros quartéis do século passado:

- "Só a verdade é revolucionária!"

Já não me lembro bem quando, nem onde, nem a que propósito terá o então jovem revolucionário dito tal verdade, mas gostaria de usar mais esta mantra para nos guiar numa viagem de vastos parágrafos, pelo mesmo mundo, olhado com outros pressupostos.

Proponho-vos, assim, partir de um quadro mental mais fora da caixa para a abordagem d'A Mentira na Política. Proponho-vos tentar partir de um quadro mental menos embebido em ideologia dominante. Um quadro mental baseado, não na Ideologia Dominante, não no pensamento dos intelectuais do sistema, isto é, não no pensamento de intelectuais preocupados em explicar o sistema como ele é, como deveria ser, ou como aparenta ser, como o fizeram o cidadão grego Platão, num tempo em que ser cidadão era pertencer à classe dominante, a única com direito de voto, o serviçal renascentista Maquiavel, serventuário bem pago pelo Príncipe da classe dominante a quem dedicou uma cuidada descrição dos pontos fortes do César Bórgia, ou o filósofo burguês Nietzsche, mas sim, aceitando como pressupostos, as três referidas mantras a que irei brevemente acrescentar uma quarta, para a qual só recentemente despertei, graças a uma Filósofa portuguesa de origem brasileira que tive o prazer de "ouver" há uns meses numa maravilhosa "Sociedade Civil" da RTP 2 dedicada à ... mentira na política.

Ponto de ordem à mesa para repetição das mantras que tomaremos como pressupostos na nossa, mais minha e para a qual vos quero arrastar, caminhada.

- A Ideologia Dominante, isto é, a Ideologia da Classe Dominante reproduz-se.

- Muitos filósofos tentaram explicar o mundo, mas o que importa é transformá-lo.

- Só a verdade é revolucionária.

E, como corolário, um outro pressuposto mais aceitável pela ideologia dominante e, no entanto, verdadeiramente revolucionário, porque indiscutível e universalmente verdadeiro:

- "Quem fala verdade é refém dessa mesma verdade, vê o seu discurso limitado pelas baias dessa verdade, ao passo que quem mente, é livre para mentir no mais vasto universo das mentiras limitado apenas pela imaginação do mentiroso."

Resumindo: a verdade é castradora enquanto a mentira é libertadora.

Uuuoooppss!

Diz-nos a tal Filósofa de quem não recordo o nome, mas para quem poderão, com a facilidade própria da vossa juventude, fazer o favor de encontrar nome, filiação, data de nascimento, biografia e bibliografia, assim haja tempo e vontade.

Sobre esta última mantra vou elaborar um bocadinho, sobre as outras, de tão antigas, tão trabalhadas, tão glosadas, peço-vos que as aceitem como pressupostos. São outros, diferentes dos usuais, bem sei. Mas são alguns dos que, como dizem por aí os websummiters, nos podem ajudar a pensar fora da caixa.

Divaguemos então um pedaço sobre as limitações impostas pela verdade e as liberdades de oratória proporcionadas a quem mais livremente mente e, sim, liberdades só limitadas pela imaginação do mentiroso.

A verdade é sempre uma e só uma, é o facto, é a factual realidade, mesmo quando quântica, mesmo quando indeterminística, mesmo quando o gato pode estar vivo ou morto, enquanto não for observado, e assim permanecer naquele estado quântico de vivo e morto, ao mesmo tempo, a verdade é que, enquanto não abrirmos a caixa, "O Gato" está vivo e morto, simultaneamente, não "não está", nem "deixa de estar", nem "não existe", nem "está na lua", nem "em marte", nem "é imigrante", nem "emigrante", nem "branco", nem "preto", nem "amarelo", ele está, enquanto não abrirmos a caixa, "vivo e morto" e, depois de aberta a caixa, vivo ou morto, mas a verdade é sempre, em cada momento, uma única e não a variedade de mentiras que sobre o gato enquanto gato, ou lebre, ou perdiz poderíamos tecer apenas limitadas pela nossa imaginação.

E sim, a verdade também é algo de completamente diferente das variadíssimas opiniões que possam ser formuladas sobre essa verdade, opiniões essas que podem, essas sim, enquanto apenas algumas das possíveis mil e uma mentiras em redor dessa verdade, serem apresentadas como verdades alternativas, outras verdades, que como vimos paradoxalmente não existem. A verdade era só uma, a que antecedeu as opiniões mais tarde sobre ela formuladas e depois tentativamente apresentadas como verdades.

Sim, quem mente tem muito mais liberdade oratória do que quem diz a verdade que, por estar limitada/o à verdade só se pode repetir num discurso facilmente apelidado de: Está sempre a dizer a mesma coisa.

Pois! A verdade.

Enquanto a verdade for aquela, o discurso não tem campo para ser diferente.

Já para o mentiroso, há sempre uma nova mentira, uma novidade, uma outra mentira, outro falso argumento que consolide a mentira original. Sim para o sedutor e eticamente reprovável mentiroso, sim, não apenas moralmente, mas mesmo eticamente reprovável mentiroso sapo de loiça™ , à revelia do que Platão e Nietzsche afirmam ser, e que Maquiavel, dando mais uns passos em direção ao precipício da iniquidade, defende que deve ser, que deve mesmo ser para que o Príncipe daí tire vantagens, uoops, acabei de tropeçar na Razão de Ser da Mentira para sobrevivência da classe dominante, mas deixemos a pedra no sitio, para nela podermos continuar a tropeçar até ao final deste escrito, dizia, para o sedutor e moralmente mentiroso, a oratória está livre para incluir qualquer mentira que ajude a sedimentar a mentira original.

E sim, a pedra em que tropeçámos é a rocha que a ideologia dominante tenta descaradamente esconder da multidão dos restantes, a saber, a mentira é essencial para que a minoritária Classe Dominante possa continuar a enganar, leia-se textualmente oprimir, a imensa maioria dos produtores.

Só à classe dominante interessa moralizar e normalizar a mentira, afinal, essa Classe Dominante não pode simplesmente dizer à multidão dos outros, sob pena de essa imensa maioria acabar por lhe ir aos brioches, que a mais valia por eles socialmente produzida está a ser privadamente apropriada pelos detentores dos meios de produção. O que a minoritária Classe Dominante tem de "explicar", à imensa maioria, é que é graças a ela, classe dominante, que eles têm um emprego que lhes permite adquirir os bens de consumo, produzidos nas fábricas dessa classe dominante, candidamente omitindo, de passagem, por quem são esses bens produzidos.

Ou ainda que o negócio privado da doença existe, para que os acionistas das empresas que detêm esse negócio se encham à tripa forra, com as prestações dos seguros de saúde sobre a doença alheia, e que a existência de um serviço de saúde gratuito, porque financiado pela imensa maioria dos explorados e, também, a contra gosto, pelos parcos impostos pagos pelos restantes 1%, é um verdadeiro atentado ao divino direito do Príncipe de viver à custa da doença alheia. O que a Classe Dominante, através dos seus arautos mediáticos e restantes sapos de loiça mentirosos, se vê forçada a fazer, em nome da sua sobrevivência e da sua sacrossanta apropriação de mais valias, é ensinar à imensa maioria dos restantes cidadãos que um serviço de saúde público, o único que pode ser gratuito, é ineficiente, nem que para isso tenha de ser subfinanciado, demasiado dispendioso, nem que para isso tenha de o obrigar a adquirir medicamentos, exames e análises ao negócio privado da doença a preços de mercado, carente de médicos, nem que para isso lhes tenha de acabar com as carreiras e de os sobrecarregar com horas extraordinárias, até que todos eles emigrem para o negócio privado da doença.

Ou mesmo que a desregulação dos mercados de capitais, de energia, de alimentos, de comunicações, de tudo e mais alguma coisa, é crucial para aumentar a mais valia socialmente produzida, através das poupanças nos meios de produção, tanto mais caros quanto mais sujeitos a regulamentos ambientais, que evitam catástrofes como derrames de petróleo, oriundo de plataformas offshore, a regulamentos de higiene e sanitagem, que evitam as vacas loucas criadas pela Tatcher, quando exterminou o organismo de vigilância agropecuário do reino unido, ou regulamentos do mercado de capitais que impeçam a Goldman Sachs de emprestar dinheiro à Grécia, ao mesmo tempo que aposta, à laia de seguro contra todos os riscos, em como essa mesma Grécia, a quem está a emprestar dinheiro a rodos, não vai conseguir pagar-lhe o empréstimo, fazendo assim com que os juros do empréstimo cresçam de forma vertiginosa, tornando o empréstimo de facto impagável. Mas não importa, a Goldman já lucrou no mercado de apostas, leia-se de futuros, mais do que lucraria com os juros dos empréstimos que, afinal, acabarão a ser pagos por todos nós através de mais um empréstimo do Banco Mundial, garantido pelo orçamento comunitário, leia-se pelos impostos que todos nós pagamos. Sim, porque se há coisa que a banca sabe fazer é cobrar um empréstimo, nem que para isso tenha de esperar que o bisneto do original devedor venda o palácio. Não, o que a Classe Dominante tem de nos explicar é que a desregulamentação de tudo e mais alguma coisa é absolutamente fundamental para que o desenvolvimento tecnológico, alimentado por essa desregulamentação, nos possa oferecer maior bem estar, mais e melhores produtos a preços mais convidativos, e que os lucros conseguidos pelo sistema financeiro com a desregulamentação dos mercados financeiros é essencial para os bancos, sem os quais óbvia e evidentemente não podemos passar, nos cobrem menos comissões e possam, vejam lá a candidez, baixar uns pontos percentuais nos juros dos empréstimos à habitação. Quanto à Banca Pública, vade retro satanás que ameaça a livre concorrência dos mercados.

Quanto tempo duraria o poder de uma ultraminoritária classe dominante que não conseguisse esconder, com uma muralha de mentira, a verdade de que ela deve o seu bem estar ao mal estar que provoca na imensa maioria dos restantes cidadãos?

É essencialmente por estas, mas também por outras, que a mentira, a repetição da mentira, a normalização da mentira é tão importante para a sobrevivência dos 1% detentores de 50% da riqueza. É por isso que é tão importante deixar claro, a todos nós, que os políticos são todos iguais, todos mentirosos, que não só mentem, como é a sua sobrevivência e não a dos seus patrões que depende da sua capacidade de mentir. E não nos preocupemos. Quando nós, a imensa maioria, tivermos finalmente compreendido que os políticos são todos iguais e todos uma cambada de aldrabões, a classe dominante cria, aduba e fortalece um qualquer novo sapo de loiça™ ainda mais mentiroso que, livre de quaisquer peias de realidade, e mentindo com a maior das imaginações e teatralidade, virá convencer-nos que o melhor é acabar com essa variedade de políticos aldrabões e entregar as nossas vidas nas mãos de um São Sebastião salvador. Ao menos será só um a roubar.

Sapo de loiça é trademark de "Vieira Ressurected".
Todos os direitos reservados.

2024/07/29

Olimpismo, Negócios e Prepotências

Eu não queria, eu tinha jurado a mim mesmo focar-me doravante na denuncia da normalização do nazismo, do ressurgimento do neonazismo e da potência ocupante terroristas e criminosa que há 75 anos foi imposta aos palestinianos que, passe a redundância, habitavam a Palestina. Mas, depois o José Goulão vem pôr mais umas coisas em pratos limpos e tenho mesmo de lhe guardar aqui o texto. Por enquanto fica a ligação.

E note-se que eu sei que, numa sociedade classista, tudo é politica e tudo é aproveitado pelos imperialismos para puxarem a brasa à sua sardinha. 

Mas, pois se o próprio "texto da Carta é claro, preciso, redigido de maneira a não ser passível de dúvidas em relação ao chamado «espírito olímpico». No capítulo 2 do documento, dedicado «à missão e ao papel do COI», estipula-se no parágrafo 5.º que este organismo deve actuar «para o reforço do Movimento Olímpico Internacional (MOI), manter e promover a sua neutralidade política e preservar a autonomia do desporto»; e no artigo 6.º exige-se ao COI que actue contra «qualquer forma de discriminação afrontando o Movimento Olímpico»"

Mas, pois se é o próprio fundador dos jogos olímpicos da era moderna, o barão Pierre de Coubertain, que, do alto da sua ideologia dominante, "resumiu estes conceitos numa frase simples, grosseiramente violada pelos agentes que formataram os Jogos Olímpicos de Paris: «Nós (no COI) não somos conselheiros técnicos de política, somos apenas os curadores do ideal olímpico».

Tudo o que reivindico é que os herdeiros da ideologia dominante propalada pelo Barão respeitem as regras que eles próprios herdaram e reclamam respeitar. Ou as regras são só para os outros?

2024/07/28

Sobre culpados e inocentes, invasores e invadidos, democracias e quando nos dá jeito

Eu já tinha prometido a mim mesmo não voltar ao tema e preocupar-me com a Palestina e o ressurgimento do neo-nazismo que são temas interessantes, mas como este meu amigo já escreveu tudo e eu concordo com tudo o que ele por aí verte, vou voltar ao assunto.

Sem titulo

(José Braz, Facebook, 2024.07.28)

[nome de um senhor] Ajudar a Ucrânia é ajudá-la a sentar-se à mesa das negociações, não é dar-lhe armas para continuar(mos) a matar ucranianos.

1. Ajudar a Ucrânia teria sido respeitar a vontade ucraniana expressa nas urnas (em eleições presidenciais vigiadas pela UE, pelos EUA e pela OCDE e reconhecidas pelo Ocidente Alargado como justas e democráticas) em vez de deixar a Victoria (Fuck Europe) Nulland, às ordens do então Vice-Presidente Joe Biden, organizar o golpe de estado de 2014 que pôs no governo os nacionalistas neonazis assumidos.

2019/12/21

As #fakenews da RTP (I)

Assim se vai reescrevendo a história, ao sabor da propaganda facciosa, paga com dinheiros públicos.

Não podendo já repetir, em programas jornalísticos, a campanha de desinformação que levou a cabo ao longo de dois anos, a televisão pública opta por usar imagens dessa campanha mistificadora e facciosa num separador em que pretende enaltecer as suas alegadas virtudes informativas.

Note-se como o desplante da direcção de informação da televisão pública, chegou ao ponto de usar #fakenews, para enaltecer alegadas qualidades informativas. O problema é quando alguém dá pela mistificação.

Acabaram-se os jornalistas?


«Num separador da RTP3 sobre "Estórias com QQC" um assalariado da RTP comenta imagens de um famoso camião, comprovadamente incendiado por guarimbistas do lado colômbiano da fronteira, afirmando que os incendiários recusam ter sido eles a incendiá-lo. Depois de duas semanas de campanha mentirosa, a afirmar que teria sido culpa da guarda nacional bolivariana, o assalariado foi clara e cabalmente desmentido pela análise que o New York Times fez do vídeo onde (cortado pelo regime colombiano) se pode ver claramente o cocktail a resvalar da mão de um guarimbista para cima do camião e a incendiá-lo. Já não discuto o péssimo e faccioso trabalho que o assalariado fez enquanto propagandista de um golpista actualmente atolado em esquemas de corrupção. Já nem falo da ausência de retratação da RTP por ter transmitido durante semanas uma versão absolutamente facciosa dos acontecimentos na Venezuela. Já não falo da completa ausência de profissionalismo de um assalariado que há época jurava a pés juntos que o povo venezuelano estaria prestes a derrubar um regime que, passado quase um ano, continua alegremente a comprar pernil de porco francês para o Natal dos Venezuelanos, pago em cash porque os EUA mantêm um bloqueio e uma depredação dos bens público venezuelanos. Já não discuto o facto de o assalariado não ter, uma única vez, mencionado a guerra híbrida que os EUA conduzem desde 2002 contra a Venezuela. Mas, passados 6 meses continuar a propagandear #fakenews? Vergonha! Acabadinho de enviar para o provedor do espectador.»(*)

Sobre os dias e a operação de guerra híbrida que envolveu a encenação de uma "entrega de ajuda humanitária estado-unidense" à Venezuela, a mais superficial comparação dos comboios de ajuda humanitária da ONU, com dezenas da camiões completamente carregados, para cidades arrasadas por conflitos armados, com os três camiões com quatro paletes cada, na fronteira colombiana e "mais" a meia dúzia de furgonetes, com uns pacotes, do lado brasileiro da fronteira, seria suficiente para qualquer observador isento ver ali uma mera operação de ingerência externa de onde estaria ausente, por manifesta insuficiência, qualquer tentativa de entrega de qualquer que fosse (por inexistente) ajuda humanitária a "Um País Inteiro Carente de Alimentos".

20 paletes de comida para um país? Só com muita desonestidade, facciosismo e burrice se pode tentar fazer passar 20 paletes do que quer que seja por "Ajuda Humanitária a Um País".

Mas púnhamos de lado argumentos baseados em competência, honestidade e profissionalismo já que são categorias estranhas aos tarefeiros que a Direcção de Informação da televisão pública escolhe enviar para operações de desinformação encomendadas sabe deus onde e por quem.

Concentremos a atenção no camião, videográfica e comprovadamente, incendiado por um guarimbista.

Os Factos

- Do lado colombiano da fronteira um guarimbista filmava, com telemóvel, os distúrbios provocados por outros igualmente guarimbistas em redor dos 3 camiões com 4 paletes.

- O video mostra um guarimbista do lado colombiano a arremessar um cocktail molotov sobre a Guarda Nacional Bolivariana no lado colombiano da fronteira que acaba por cair num camião assim incendiado pelo guarimbista.

- O video é difundido em directo na internet.

- O regime colombiano trunca o video, mostra o camião a arder com guarimbistas em cima do camião a "salvarem" o saque, e acusa a GNB de incendiar o camião.

- Os propagandistas, presentes no lado colombiano da fronteira, com o aval dos superiores nos media em que estão avençados, ecoam a versão do regime de Ivan Duque sem sequer visionarem o video original existente no ciberespaço.

- Durante uma semana e meia os media públicos e corporativos propagandeiam o video truncado e a versão engendrada em Langley e distribuida pelo regime de narcotraficantes colombiano atualmente debaixo de pesada contestação popular.

- À vigarice propagandeada pelas Agências de Informação Centralizada, os jornalistas presentes nos três lados das fronteiras (Brasil-Venezuela-Colômbia) contrapôem os factos em media alternativos e redes sociais.

- Aos factos os media ocidentais, públicos e corporativos, contrapõem uma barreira de comentadeiros e opinadeiros que chegam ao cúmulo de defender que o video original, onde se vê o guarimbista a incendiar o camião, seria uma montagem do governo venezuelano, de que é exemplo o comentador da SIC para toda a obra Nuno Rojeiro.

- Passada mais de uma semana de barragem mistificadora, o New York Times faz uma análise forense ao video original e reconhece que foi um guarimbista do lado colombiano da fronteira a incendiar o camião usado na operação estado-unidense de agressão à Venezuela.

- Em Portugal os canais de informação noticiam a conclusão do NYT não lhe dando um relevo sequer comparável à semana de continuada mistificação.

Pós- factos e algumas perguntas

O que aconteceu aos tarefeiros que a SIC, a RTP e a TVI enviaram a Caracas para subscrever a versão previamente acordada sobre o que deveriam ser "os factos"? Advertências? Perda de credibilidade? Vergonha? Processos disciplinares?

Como reagiu a comissão da carteira profissional à mancha inflingida por três assalariados na reputação de uma profissão?

O que é que as direcções de informação aprenderam sobre a credibilidade da informação proveniente das agências estado-unidenses depois desta ocorrência? E da tentativa de "golpe de estado com amplo apoio nas forças armadas" que se lhe seguiu e que não conseguiu tomar uma única base? E da tentativa de golpe de estado de 2002 com amplo apoio de centrais sindicais que, como se apurou mais tarde, eram das mais mafiosas da américa latina, mas cujo caráter os desonestos assalariados das televisões fizeram por ignorar enquanto narravam um suposto levantamento popular contra um "alegado" ditador cujo partido acabou a vencer 23 de 25 eleições entre 2002 e 2019?

Como é que esses mesmos caneiros e avençados "narrariam" hoje, depois da Elsa e do Fabien e da greve dos camionistss de matérias perigosas, uma tentativa espanhola de envio de 20 paletes de ajuda humanitária, rodeada por umas centenas de arruaceiros a arremessarem cocktails molotov de Badajoz sobre o posto de Elvas da Guarda Nacional Republicana?


(*) Encontrado, perdido, numa página de uma rede social
https://www.facebook.com/jose.braz.5680/posts/10157897273119468