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2020/07/19

Pandemia e luta de classes

Pandemia e luta de classes
(Atónio Avelãs Nunes, O Militante, nº 367, 2020/07)

1. Em 2008, a Sr.ª Merkel defendeu que a origem da crise estava nos excessos do mercado. Agora, a pandemia veio mostrar que o mundo depende da aspirina que (quase só) se produz na Índia e que a Europa e os EUA dependiam da China no que toca à produção de máscaras de protecção individual e de ventiladores utilizados nas unidades de cuidados intensivos. Há quem fale dos excessos da deslocalização de empresas industriais e até da necessidade de salvaguardar a «soberania farmacêutica e sanitária.» Tudo bem. Mas é ainda mais importante garantir aos povos a soberania alimentar, energética, financeira, a soberania no que toca ao controlo dos portos e aeroportos e das empresas de telecomunicações, das empresas de transporte aéreo e de todo o conjunto das empresas estratégicas, aquelas em que assenta a verdadeira soberania.

Em nome da liberdade de circulação do capital (a mãe de todas as liberdades do capital), inventou-se a internacionalização, a deslocalização de empresas industriais para os paraísos laborais, em busca de mão-de-obra barata e sem direitos. Os países emergentes seriam a fábrica do mundo, ficando as ‘metrópoles’ com os serviços ‘nobres’ (estratégicos) da investigação e concepção, os serviços financeiros e o turismo. Tudo para permitir ao grande capital aumentar a taxa de exploração (nas ‘metrópoles’ e nas novas ‘colónias’) e contrariar a tendência para a baixa da taxa média de lucro que as chamadas crises do petróleo (anos 1970) trouxeram à luz do dia.

A desindustrialização registada nos países mais industrializados arrastou consigo a subversão da estrutura produtiva (e da estrutura do emprego) e a ruptura das fileiras produtivas em vários sectores, ficando a nu os perigos destes excessos do capital. Fala-se agora da necessidade de re-industrialização. E fala-se também da necessidade de temperar o radicalismo do comércio livre imposto ao mundo através da OMC.

2020/02/11

A História do Neo-liberalismo em 40 Minutos

Vale mesmo a pena tirar uns trinta quarenta minutos para ler esta breve história dos últimos noventa anos, e depois voltar a ler e a reler.

«É essencial tomar consciência da «assimetria fundamental» que resulta da «globalização assimétrica» e que Ulrich Beck sintetiza magistralmente: a «assimetria entre poder e legitimidade» («um grande poder e pouca legitimidade do lado do capital e dos estados, um pequeno poder e uma elevada legitimidade do lado daqueles que protestam».)

É essencial levar a sério a luta ideológica, que nos ajuda a combater os interesses estabelecidos e as ideias feitas e que é, hoje mais do que nunca, um factor essencial das lutas políticas e das lutas sociais que fazem andar o mundo»

Primeira parte (para quem goste de história e de aprender com ela)

Segunda parte (para quem tenha pressa de chegar aos dias de hoje)

2018/02/18

O Fórum Social Mundial dos Idosos foi entre 22 e 26 de Janeiro

Desde sexta feira que as televisões me metem pela casa dentro imagens de um salão com negras figurinhas patéticas sobre fundo laranja que debitam soundbytes a partir de um pulpito, conversas de lana-caprina, zangas de comadres, juras de vassalagem com prazo de validade, tudo lixo desinformativo. Aconteceu, é um facto, esteve dentro de minha casa durante três dias.

Entre 22 e 26 de Janeiro deste ano decorreu em Porto Alegre um Fórum Social Mundial da População Idosa onde se debateu a problemática do envelhecimento populacional, se identificaram os principais problemas com que se debate esta, cada vez mais vasta e desprotegida, franja da sociedade e se apontaram soluções, medidas concretas para os partidos politicos incluirem nos seus programas, as ONG's executarem no terreno e os governos se sobreporem ao regabofe do lucro transnacional corporativo. Ouviram uma palavrinha que fosse nos caneiros televisivos? Nas capas dos jornais? Nas rádios? Não? Pois! É o silenciamento da alternativa. O que não passa na TV não existe, não aconteceu.

Mas este Fórum Social Mundial foi um facto e só para dar um saborzinho do pensamento alternativo, deixo-vos aqui com o discurso do Professor Catedrático da Universidade de Coimbra António Avelãs Nunes copiado diretamente d'ODIário.info. @Refer&ncia

Para sairmos desta caminhada vertiginosa para o abismo, é necessário evitar que o mercado substitua a política
(António Avelãs Nunes in FSM 2018 Porto Alegre, 2018/01/23)

«Neste tempo de crise estrutural do capitalismo os trabalhadores do Brasil, da América Latina, da Europa, dos EUA e de todos os continentes hão-de compreender a urgência de transformar o mundo, começando por mudar as políticas levadas a cabo nas últimas três ou quatro décadas pelo estado capitalista»