«Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação. Só há liberdade a sério quando pertencer ao povo o que o povo produzir.»(Sérgio Godinho)
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2022/08/21
Sobre a importância do contexto histórico
Na era dos julgamentos relâmpago e radicais, das sentenças perpétuas e indiscutíveis, dos cancelamentos e das censuras moralistas é interessante ler textos distanciados e contextualizantes. Este é curto, e deixa-nos entrever uma paleta de cores num mundo que "as redes" nos vendem colorido a preto e branco. Ontem, na têvê, revi "O Leitor", um filme que nos confronta com uma nação onde o nazismo esteve tão normalizado que uma analfabeta operária da siemens "preferiu" candidatar-se a um emprego de guarda de campo nas ss e, mais tarde, assumir, sózinha, em julgamento, o massacre de dezenas de judeus, a revelar o analfabetismo de que se envergonhava. Ficção? Sim, também. Mas porquê o paralelo? Pelo arco-iris de sentimentos, razões, motivos e justificações para aquilo que, aos olhos já então era inadmissível e hoje injustificável.
"Et puoro si move" ;-)
2022/03/01
4 Opiniões Sobre a Guerra da Ucrânia e dois epílogos servidos frios
Agora, depois de muitos se pronunciarem sobre a catástrofe que se abateu sobre a Europa, tive a oportunidade de encontrar quatro coincidentes olhares de quatro indivíduos. São pessoas com as quais estou geralmente em desacordo, se bem que em graus diversos, porque, se o mundo é a cores, as mentes humanas são universos de cor. Pena é que as queiram reduzir a um mesmo cinzento próprio dos tempos negros que varreram o mundo faz agora uns provectos oitenta anos, quase um século.
Arrisco começar com a perspetiva de um douto constitucionalista da nossa praça, passando em seguida pelo olhar de um perigoso extremista, de onde navegaremos para a visão de um pequeno-burguês com tribuna nos media corporativos, para terminar com um dos oráculos nacionais. Todos eles partilhando a mesma categoria de reais cripto-comunistas mascarados de anti-comunistas ferrenhos ao longo dos últimos 30 anos. Como sobremesa, sirvo os conselhos de Henry Kissinger, envelhecidos em cascos de carvalho desde 2014 e a posição dos comunistas portugueses, a frio, em cima da ceia, como sorvete que pare a digestão de tão lauto banquete, farto de bom senso tardio.
2020/02/01
O Estado: questão fundamental do nosso tempo
Interessante como o texto do Ricardo Paes Mamede leva um comentador a efabular sobre pós-modernismos e pós-histórias, desmentidos pela realidade contemporânea, onde eu vejo um marxista a explicar que o papel do estado na sociedade é o critério fundamental que destingue a direita da esquerda.
Marx e Engels foram só os primeiros a ver no estado "O" aparelho repressivo ao serviço da classe dominante. É assim, quando surge, durante o esclavagismo, na sua evolução monárquica do feudalismo e na contemporaneidade do capitalismo e do imperialismo. De acordo com as predições desse modelo explicativo-interventivo continuará a sê-lo durante a democracia do proletariado para reprimir O Capital (tem-se verificado em todas as revoluções e exceptuando o caso de Cuba, mostrado ineficiente nesse papel) até se extinguir ele próprio por evolução para uma superestrutura de gestão numa sociedade sem propriedade privada de meios de produção, fase nunca atingida até porque as zonas geográficas "revolucionadas", maiores ou menores, tiveram e têm de lutar para se defenderem de intensíssimas guerras de agressão por parte do capitalismo hegemónico e portanto não podem prescindir de um estado repressivo.(1)
A direita, porque defensora do capital, da "sua" propriedade privada e da liberdade para maximizar a exploração de quem não possui meios de produção (2) é sempre favorável a um estado repressivo forte na imposição da exploração e fraco na repressão dos desmandos da classe dominante. Independentemente do que propagandeie, prometa ou queira fazer de conta que defende, vai agir sempre no sentido de reforçar o estado de classe repressivo e limitar-lhe a capacidade de distribuir com justiça a riqueza socialmente criada.
A esquerda, enquanto defensora dos que não possuem meios de produção, vai pugnar sempre por um estado que garanta amplas liberdades para a maioria (os que não possuem meios de produção) e reprima os desmandos de quem de facto detém o poder: os proprietários dos meios de produção.(3)
Este é o principal critério para perceber onde andam a esquerda e a direita. As restantes modas, identitárias, culturais, "fracturantes" não passam disso mesmo, de modas a que o facto de a esquerda defender os interesses da maioria (de explorados) e portanto a mudança da ordem vigente, e a direita defender os interesses da minoria (de exploradores) e portanto a manutenção do "estado da coisa", empurram naturalmente para os lado da mudança em detrimento do lado da manutenção, para a esquerda em detrimento da direita, os que pugnam por mudanças na "ordem da coisa".
Afinal o lema da refer&ncia é o critério diferenciador: a esquerda está com o trabalho e a direita com o capital ;-)
A esquerda, a direita e o Estado
(Ricardo Paes Mamede, DN, 2020/01/28)
É um equívoco comum: a ideia de que esquerda e direita se distinguem pelo desejo de mais ou menos Estado. Há esquerda e direita estatizante, como há esquerda e direita libertária. Há direita que se afirma liberal e nada faz (ou pretende fazer) para reduzir a dimensão do Estado, como há esquerda que se diz socialista e contribui activamente para a redução do espaço da intervenção pública. A questão não é apenas conceptual, influencia muitas das opções políticas que são tomadas todos os dias.
Vale a pena lembrar que o Estado contemporâneo é indissociável da emergência e do desenvolvimento do capitalismo. Neste processo, o papel do Estado foi duplamente repressivo: proteger a propriedade privada, não apenas contra os bandidos mas também contra aqueles que se opunham à acumulação de riqueza nas mãos de uns poucos; e submeter pela força outros países e povos, para permitir a expansão do poder económico além-fronteiras.
Marx e Engels foram só os primeiros a ver no estado "O" aparelho repressivo ao serviço da classe dominante. É assim, quando surge, durante o esclavagismo, na sua evolução monárquica do feudalismo e na contemporaneidade do capitalismo e do imperialismo. De acordo com as predições desse modelo explicativo-interventivo continuará a sê-lo durante a democracia do proletariado para reprimir O Capital (tem-se verificado em todas as revoluções e exceptuando o caso de Cuba, mostrado ineficiente nesse papel) até se extinguir ele próprio por evolução para uma superestrutura de gestão numa sociedade sem propriedade privada de meios de produção, fase nunca atingida até porque as zonas geográficas "revolucionadas", maiores ou menores, tiveram e têm de lutar para se defenderem de intensíssimas guerras de agressão por parte do capitalismo hegemónico e portanto não podem prescindir de um estado repressivo.(1)
A direita, porque defensora do capital, da "sua" propriedade privada e da liberdade para maximizar a exploração de quem não possui meios de produção (2) é sempre favorável a um estado repressivo forte na imposição da exploração e fraco na repressão dos desmandos da classe dominante. Independentemente do que propagandeie, prometa ou queira fazer de conta que defende, vai agir sempre no sentido de reforçar o estado de classe repressivo e limitar-lhe a capacidade de distribuir com justiça a riqueza socialmente criada.
A esquerda, enquanto defensora dos que não possuem meios de produção, vai pugnar sempre por um estado que garanta amplas liberdades para a maioria (os que não possuem meios de produção) e reprima os desmandos de quem de facto detém o poder: os proprietários dos meios de produção.(3)
Este é o principal critério para perceber onde andam a esquerda e a direita. As restantes modas, identitárias, culturais, "fracturantes" não passam disso mesmo, de modas a que o facto de a esquerda defender os interesses da maioria (de explorados) e portanto a mudança da ordem vigente, e a direita defender os interesses da minoria (de exploradores) e portanto a manutenção do "estado da coisa", empurram naturalmente para os lado da mudança em detrimento do lado da manutenção, para a esquerda em detrimento da direita, os que pugnam por mudanças na "ordem da coisa".
Afinal o lema da refer&ncia é o critério diferenciador: a esquerda está com o trabalho e a direita com o capital ;-)
A esquerda, a direita e o Estado
(Ricardo Paes Mamede, DN, 2020/01/28)
É um equívoco comum: a ideia de que esquerda e direita se distinguem pelo desejo de mais ou menos Estado. Há esquerda e direita estatizante, como há esquerda e direita libertária. Há direita que se afirma liberal e nada faz (ou pretende fazer) para reduzir a dimensão do Estado, como há esquerda que se diz socialista e contribui activamente para a redução do espaço da intervenção pública. A questão não é apenas conceptual, influencia muitas das opções políticas que são tomadas todos os dias.
Vale a pena lembrar que o Estado contemporâneo é indissociável da emergência e do desenvolvimento do capitalismo. Neste processo, o papel do Estado foi duplamente repressivo: proteger a propriedade privada, não apenas contra os bandidos mas também contra aqueles que se opunham à acumulação de riqueza nas mãos de uns poucos; e submeter pela força outros países e povos, para permitir a expansão do poder económico além-fronteiras.
2020/01/09
A Morte "privada" Que Desapareceu dos Media
A Leonor não cabe na campanha
(Daniel Oliveira, in Espesso, 2020/01/08)
A morte de Leonor vai ficar nos registos do Hospital Garcia de Orta. O hospital público onde teve o tratamento que merecia. Infelizmente, tarde demais. Leonor, com 12 anos, tinha dores fortes e febre. Foi atendida pela primeira vez a 17 de dezembro, fez análises para saber se tinha uma infeção urinária e depois foi medicada para um problema muscular. A 20 de dezembro piorou e no dia seguinte voltou ao hospital. Nem a camisola a mandaram tirar, diz a mãe. Com enormes dores, gritou. A pediatra disse que ela não podia sentir tantas dores depois do medicamento que lhe tinha sido ministrado. Aconselhou uma consultada com um pedopsiquiatra. Estaria a pedir atenção.
(Daniel Oliveira, in Espesso, 2020/01/08)
A morte de Leonor vai ficar nos registos do Hospital Garcia de Orta. O hospital público onde teve o tratamento que merecia. Infelizmente, tarde demais. Leonor, com 12 anos, tinha dores fortes e febre. Foi atendida pela primeira vez a 17 de dezembro, fez análises para saber se tinha uma infeção urinária e depois foi medicada para um problema muscular. A 20 de dezembro piorou e no dia seguinte voltou ao hospital. Nem a camisola a mandaram tirar, diz a mãe. Com enormes dores, gritou. A pediatra disse que ela não podia sentir tantas dores depois do medicamento que lhe tinha sido ministrado. Aconselhou uma consultada com um pedopsiquiatra. Estaria a pedir atenção.
2020/01/05
O Negócio Prisional Privado
As privatizações ressuscitam o feudalismo
(Paul Craig Roberts, in Resistir, 03/01/2020)
A América é um país de escândalos. O mais recente é a utilização do trabalho dos call centers prisionais pelo multimilionário judeu Mike Bloomberg a fim de divulgar a propaganda da sua campanha presidencial.
Parece-me que o ataque de Bloomberg à Constituição americana é que constitui o escândalo, não a sua utilização da mão-de-obra prisional. Bloomberg quer revogar a Segunda Emenda e desarmar o povo americano exactamente no momento em que o país está a desmoronar espiritualmente, moralmente, economicamente e politicamente.
(Paul Craig Roberts, in Resistir, 03/01/2020)
A América é um país de escândalos. O mais recente é a utilização do trabalho dos call centers prisionais pelo multimilionário judeu Mike Bloomberg a fim de divulgar a propaganda da sua campanha presidencial.
Parece-me que o ataque de Bloomberg à Constituição americana é que constitui o escândalo, não a sua utilização da mão-de-obra prisional. Bloomberg quer revogar a Segunda Emenda e desarmar o povo americano exactamente no momento em que o país está a desmoronar espiritualmente, moralmente, economicamente e politicamente.
2019/04/25
Liberdade Para os Presos Políticos Catalães
Pela democracia e pelas liberdades na Catalunha
(André Freire, Fernando Rosas, J.M. Nobre-Correia, Manuel Loff, Isabel Pires, in Público, 23/04/219)
Os subscritores deste manifesto consideram que o problema catalão é de natureza eminentemente política e pugnam pela libertação imediata dos líderes políticos e associativos catalães presos.
Em fevereiro, começou em Madrid, no Supremo Tribunal, o julgamento de 12 líderes políticos e associativos catalães. São estes acusados pelo Estado espanhol de “rebelião”, “sedição” e “desvio de fundos” por terem organizado e implementado o referendo sobre a independência da Catalunha em 1 de outubro de 2017. Os acusados, detidos há já um ano e meio, declaram-se “presos políticos” e o julgamento tem sido descrito por diversas organizações e personalidades à escala internacional (a Prémio Nobel da Paz Jody Williams, parlamentares de vários países, etc.) como um processo político, exigindo a libertação dos acusados.
(André Freire, Fernando Rosas, J.M. Nobre-Correia, Manuel Loff, Isabel Pires, in Público, 23/04/219)
Os subscritores deste manifesto consideram que o problema catalão é de natureza eminentemente política e pugnam pela libertação imediata dos líderes políticos e associativos catalães presos.
Em fevereiro, começou em Madrid, no Supremo Tribunal, o julgamento de 12 líderes políticos e associativos catalães. São estes acusados pelo Estado espanhol de “rebelião”, “sedição” e “desvio de fundos” por terem organizado e implementado o referendo sobre a independência da Catalunha em 1 de outubro de 2017. Os acusados, detidos há já um ano e meio, declaram-se “presos políticos” e o julgamento tem sido descrito por diversas organizações e personalidades à escala internacional (a Prémio Nobel da Paz Jody Williams, parlamentares de vários países, etc.) como um processo político, exigindo a libertação dos acusados.
2019/03/14
A direita é má, violenta, discrimina e destrói
O mundo ensandeceu. Ou o mundo ou eu. Um dos dois não está bem.
É verdade que o partido popular aqui do lado quer impedir a deportação de imigrantes grávidas se estas entregarem os filhos para adopção? Mas no século XXI ainda é preciso explicar porque é que separar os filhos dos pais é um crime desumano?
Mas os franquistas espanhóis ainda não perceberam que o rapto dos filhos de republicanos e sua entrega a famílias franquistas foi um crime hediondo? Que não podem vir, agora, no século XXI, repetir os crimes que praticaram no século passado? Pelos vistos não. É o mundo que está louco ou fui eu que li mal?
É mesmo verdade que o presidente do parlamento europeu, o italiano António Tajani, da Forza Itália, paladino da democratação venezuelana, pela força das armas e da sabotagem se preciso for, afirmou mesmo que o Mussolini até construiu umas infraestruturas? Que «até ter declarado guerra ao mundo inteiro, seguindo Hitler, e ter promovido as leis raciais [contra os judeus, a partir de 1938], além da questão dramática de Matteotti [dirigente socialista assassinado em 1924], fez coisas positivas» É o mundo que está louco ou fui eu que li mal? E continua a presidir ao pe? E não foi preso por branqueamento do fascismo? Mas o Tajani de má memória nem percebe as "construções" do fascista foram destruídas pela guerra em que enterrou a humanidade?
Mas os camisas negras italianos ainda não se arrependeram do rasto de morte e miséria que deixaram em Itália e no mundo?
Mas era este mundo desumano que se escondia, envergonhado, por trás das invectivas contra o socialismo real que pregava a liberdade, a igualdade e a fraternidade, a paz e o pão para todos?
Mas vocês querem mesmo um mundo de desigualdades gritantes, violência sobre os mais fracos, guerras e fome? A sério? Já alguém mais se apercebeu que a queda do bloco socialista foi uma perda para a humanidade que agora estamos a pagar com um recuo civilizacional de séculos?
Tudo isto a propósito das seguranças e inseguranças que alimentam neofascismos.
É verdade que o partido popular aqui do lado quer impedir a deportação de imigrantes grávidas se estas entregarem os filhos para adopção? Mas no século XXI ainda é preciso explicar porque é que separar os filhos dos pais é um crime desumano?
Mas os franquistas espanhóis ainda não perceberam que o rapto dos filhos de republicanos e sua entrega a famílias franquistas foi um crime hediondo? Que não podem vir, agora, no século XXI, repetir os crimes que praticaram no século passado? Pelos vistos não. É o mundo que está louco ou fui eu que li mal?
É mesmo verdade que o presidente do parlamento europeu, o italiano António Tajani, da Forza Itália, paladino da democratação venezuelana, pela força das armas e da sabotagem se preciso for, afirmou mesmo que o Mussolini até construiu umas infraestruturas? Que «até ter declarado guerra ao mundo inteiro, seguindo Hitler, e ter promovido as leis raciais [contra os judeus, a partir de 1938], além da questão dramática de Matteotti [dirigente socialista assassinado em 1924], fez coisas positivas» É o mundo que está louco ou fui eu que li mal? E continua a presidir ao pe? E não foi preso por branqueamento do fascismo? Mas o Tajani de má memória nem percebe as "construções" do fascista foram destruídas pela guerra em que enterrou a humanidade?
Mas os camisas negras italianos ainda não se arrependeram do rasto de morte e miséria que deixaram em Itália e no mundo?
Mas era este mundo desumano que se escondia, envergonhado, por trás das invectivas contra o socialismo real que pregava a liberdade, a igualdade e a fraternidade, a paz e o pão para todos?
Mas vocês querem mesmo um mundo de desigualdades gritantes, violência sobre os mais fracos, guerras e fome? A sério? Já alguém mais se apercebeu que a queda do bloco socialista foi uma perda para a humanidade que agora estamos a pagar com um recuo civilizacional de séculos?
Tudo isto a propósito das seguranças e inseguranças que alimentam neofascismos.
2019/02/15
10 Mentiras Sobre A venezuela
Dez mentiras sobre a Venezuela que, de tanto se repetirem, se tornaram base para opinião
(Katu Arkonada, in Crónicas do Sul, 12/02/2019)
A Venezuela entrou numa nova fase de um golpe que se iniciou em 11 de abril de 2002, se intensificou em 2013 depois da morte de Chávez, e recrudesceu com a violência opositora das “guarimbas” em 2014 e 2017. A guerra híbrida que a Venezuela vive tem a desinformação e a manipulação mediática como armas de combate. Lemos e escutamos mentiras que analistas que nunca estiveram na Venezuela repetem tantas vezes que se convertem em realidade para a opinião pública.
1. A Venezuela tem 2 presidentes. Falso. A constituição Venezuelana estabelece no artigo 233 como falta absoluta de Presidente os casos de morte, renúncia, destituição pelo Supremo Tribunal Federal, incapacidade física ou mental decretada por uma junta médica, o abandono do cargo ou a revogação popular de seu mandato, além disso, se houver absoluta falta do Presidente é o Vice-Presidente que assume a presidência e convoca eleições. Guaidó não tem nenhum argumento Constitucional para se auto-proclamar Presidente.
(Katu Arkonada, in Crónicas do Sul, 12/02/2019)
A Venezuela entrou numa nova fase de um golpe que se iniciou em 11 de abril de 2002, se intensificou em 2013 depois da morte de Chávez, e recrudesceu com a violência opositora das “guarimbas” em 2014 e 2017. A guerra híbrida que a Venezuela vive tem a desinformação e a manipulação mediática como armas de combate. Lemos e escutamos mentiras que analistas que nunca estiveram na Venezuela repetem tantas vezes que se convertem em realidade para a opinião pública.
1. A Venezuela tem 2 presidentes. Falso. A constituição Venezuelana estabelece no artigo 233 como falta absoluta de Presidente os casos de morte, renúncia, destituição pelo Supremo Tribunal Federal, incapacidade física ou mental decretada por uma junta médica, o abandono do cargo ou a revogação popular de seu mandato, além disso, se houver absoluta falta do Presidente é o Vice-Presidente que assume a presidência e convoca eleições. Guaidó não tem nenhum argumento Constitucional para se auto-proclamar Presidente.
2018/12/09
Privado É Qu'é Bom (2)
CIMPOR – Um Crime
(Dieter Dellinger, 08/11/2018)
O jornalista especializado em economia da Antena 1 disse que a privatização total da Cimpor em 2012 feita sob a direcção da então secretária de Estado Maria Luís Albuquerque foi um crime contra a Nação e que a drª Albuquerque disse que era o melhor possível para o País.
Isto, a propósito da venda dos activos em Portugal ao fundo de pensões turco OYAK, sob controlo estatal, pelos brasileiros a quem a Maria Luís alienou esse bem pátrio para sempre. É pois um activo estratégico português vendido ao terceiro mundo e a empresas dependentes de estados estrangeiros geralmente não democráticos. Os turcos tal como os chineses nem deviam saber que existe um país de nome Portugal e nada sabem sobre o nosso sistema democrático. O tradutor jurídico da embaixada da China até traduziu os termos “pena suspensa” por morte por enforcamento.
(Dieter Dellinger, 08/11/2018)
O jornalista especializado em economia da Antena 1 disse que a privatização total da Cimpor em 2012 feita sob a direcção da então secretária de Estado Maria Luís Albuquerque foi um crime contra a Nação e que a drª Albuquerque disse que era o melhor possível para o País.
Isto, a propósito da venda dos activos em Portugal ao fundo de pensões turco OYAK, sob controlo estatal, pelos brasileiros a quem a Maria Luís alienou esse bem pátrio para sempre. É pois um activo estratégico português vendido ao terceiro mundo e a empresas dependentes de estados estrangeiros geralmente não democráticos. Os turcos tal como os chineses nem deviam saber que existe um país de nome Portugal e nada sabem sobre o nosso sistema democrático. O tradutor jurídico da embaixada da China até traduziu os termos “pena suspensa” por morte por enforcamento.
2018/10/26
Sobre a desinformação, suas forma e efeitos
Brasil: a destruição do espaço público é o triunfo do poder absoluto do mais forte
(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 26/10/2018)
Por andar a escrever bastante sobre o Brasil e por Gregório Duvivier (“Porta dos Fundos”) ter partilhado uma entrevista que lhe fiz nas redes sociais, tenho tido muitas reações de brasileiros que vivem em Portugal e no Brasil. Por essa via tive, há uns tempos, uma experiência antropológica interessante. Um brasileiro enviou-me um conjunto de “notícias” sobre a esquerda brasileira. Desde leis apresentadas no Congresso, com links não acessíveis por se tratarem de fotografias e com resumos onde se fala de “promoção do ateísmo” ou do ensino de que “ninguém nasce homem ou mulher”, até o já famoso “kit gay”. De forma pedagógica e paciente, fui enviando os links para as propostas de lei referidas, para que o meu interlocutor verificasse que os resumos eram falsos, e links para notícias que desmentiam o vídeo que ele me enviava da TV Record (da IURD).
(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 26/10/2018)
Por andar a escrever bastante sobre o Brasil e por Gregório Duvivier (“Porta dos Fundos”) ter partilhado uma entrevista que lhe fiz nas redes sociais, tenho tido muitas reações de brasileiros que vivem em Portugal e no Brasil. Por essa via tive, há uns tempos, uma experiência antropológica interessante. Um brasileiro enviou-me um conjunto de “notícias” sobre a esquerda brasileira. Desde leis apresentadas no Congresso, com links não acessíveis por se tratarem de fotografias e com resumos onde se fala de “promoção do ateísmo” ou do ensino de que “ninguém nasce homem ou mulher”, até o já famoso “kit gay”. De forma pedagógica e paciente, fui enviando os links para as propostas de lei referidas, para que o meu interlocutor verificasse que os resumos eram falsos, e links para notícias que desmentiam o vídeo que ele me enviava da TV Record (da IURD).
2018/10/24
Os Jornaleiros de Sarjeta
Ranking da Sarjeta
(Jorge Alves, 30/08/2018)
1º – Correio da Manhã (FAKE NEWS, perseguição a pessoas, violação de leis)
2º – CMTV (FAKE-NEWS, perseguição a pessoas, violação de leis)
3º – Sol (FAKE-NEWS, propaganda direita-radical)
4º – i (FAKE-NEWS, propaganda direita-radical)
5º – Redes sociais (ex: Facebook, Twitter) e exércitos de falsos-perfis dissiminadores de FAKE-NEWS e propaganda.
6º – Sic Notícias (FAKE-NEWS, propaganda direita-radical na manipulação de notícias)
7º – Expresso (FAKE-NEWS, propaganda direita-radical na manipulação de notícias)
8º – Sic (FAKE-NEWS, propaganda direita-radical na manipulação de notícias)
9º – Eco (propaganda direita-radical, na opinião e nas “notícias”)
(Jorge Alves, 30/08/2018)
1º – Correio da Manhã (FAKE NEWS, perseguição a pessoas, violação de leis)
2º – CMTV (FAKE-NEWS, perseguição a pessoas, violação de leis)
3º – Sol (FAKE-NEWS, propaganda direita-radical)
4º – i (FAKE-NEWS, propaganda direita-radical)
5º – Redes sociais (ex: Facebook, Twitter) e exércitos de falsos-perfis dissiminadores de FAKE-NEWS e propaganda.
6º – Sic Notícias (FAKE-NEWS, propaganda direita-radical na manipulação de notícias)
7º – Expresso (FAKE-NEWS, propaganda direita-radical na manipulação de notícias)
8º – Sic (FAKE-NEWS, propaganda direita-radical na manipulação de notícias)
9º – Eco (propaganda direita-radical, na opinião e nas “notícias”)
2018/10/07
Os Ricos Fazem-se com a Miséria dos Pobres
Um Mundo Rico Cheio de Pobres
(Dieter Dellinger, 08/09/2018)
Não se pode dizer que os 7,6 milhares de milhões (biliões) de habitantes do nosso Planeta tenham de ser obrigatoriamente pobres.
Considerando que o PIB mundial em PPC é de 134.981 milhares de milhões de dólares, temos um PIB per capita mundial de 17.760,65 dólares anuais que dá 1.480 dólares mensais ou Euros 1.272,48 ao câmbio de hoje por cada habitante do planeta. O cálculo é feito por 12 meses do ano, já que na maior parte dos países só são pagos 12 ordenados por ano.
Então porque razão há tantos pobres no Mundo, tanto maioritariamente nos países muito pobres como em percentagem significativa nos países ditos ricos?
Sucede que mais de 80% da riqueza criada no mundo em 2017 foi parar às mãos dos 67 milhões de habitantes mais ricos que representam 1% da população mundial, como informa a organização não-governamental Oxfam. ou Comissão de Combate à Fome com sede em Oxford.
(Dieter Dellinger, 08/09/2018)
Não se pode dizer que os 7,6 milhares de milhões (biliões) de habitantes do nosso Planeta tenham de ser obrigatoriamente pobres.
Considerando que o PIB mundial em PPC é de 134.981 milhares de milhões de dólares, temos um PIB per capita mundial de 17.760,65 dólares anuais que dá 1.480 dólares mensais ou Euros 1.272,48 ao câmbio de hoje por cada habitante do planeta. O cálculo é feito por 12 meses do ano, já que na maior parte dos países só são pagos 12 ordenados por ano.
Então porque razão há tantos pobres no Mundo, tanto maioritariamente nos países muito pobres como em percentagem significativa nos países ditos ricos?
Sucede que mais de 80% da riqueza criada no mundo em 2017 foi parar às mãos dos 67 milhões de habitantes mais ricos que representam 1% da população mundial, como informa a organização não-governamental Oxfam. ou Comissão de Combate à Fome com sede em Oxford.
Haddad 13 : Está no Segundo Turno
A pouca horas de abrirem as urnas mantenho a esperança no grande povo brasileiro e no seu candidato natural, o democrata, honesto competente e socialmente preocupado Fernando Haddad.
Espero bem que o titulo da opinião abaixo não se verifique uma professia.
Como se elege um fascista
(Daniel Oliveira, in Expresso, 05/10/2018)
O erro da ditadura foi torturar e não matar.” “O soldado que vai à guerra e tem medo de morrer é um cobarde.” “Deveriam ter sido fuzilados uns 30 mil corruptos, a começar pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso.” “Seria incapaz de amar um filho homossexual.” Dirigindo-se a uma deputada: “Não te estupro porque você não merece.” “Mulher deve ganhar salário menor porque engravida.” “Nem para procriador o afrodescendente serve mais.” “Parlamentar não deve andar de ónibus.” Como ficaram os brasileiros anestesiados, a ponto de poderem eleger como presidente o autor destas alarvidades?
Espero bem que o titulo da opinião abaixo não se verifique uma professia.
Como se elege um fascista
(Daniel Oliveira, in Expresso, 05/10/2018)
O erro da ditadura foi torturar e não matar.” “O soldado que vai à guerra e tem medo de morrer é um cobarde.” “Deveriam ter sido fuzilados uns 30 mil corruptos, a começar pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso.” “Seria incapaz de amar um filho homossexual.” Dirigindo-se a uma deputada: “Não te estupro porque você não merece.” “Mulher deve ganhar salário menor porque engravida.” “Nem para procriador o afrodescendente serve mais.” “Parlamentar não deve andar de ónibus.” Como ficaram os brasileiros anestesiados, a ponto de poderem eleger como presidente o autor destas alarvidades?
2018/07/29
A Ideologia Dominante Reproduz-se
Demonstraram-no uns filósofos modernistas aí por meados do século XIX, e o papaguear do Miguel Boulsa Taverneiro é um bom exemplo, e se não, vejamos.
Defende o opinadeiro do alto da sua tribuna paga que sim sr., o sr. centeio tem toda a razão em defender um orçamento para todos os portugueses. Já está, com uma frase e dois chavões, o fazedor de cabeças resume meia dúzia de falsos pressupostos e uma dúzia de errados corolários, inculcados a camartelo nas cabeças dos leitores como insofismáveis verdades. Assim resumidamente, o vigaro com tribuna e o ministro ronaldo assumem, sem dizer nada a ninguém, que:
- Os 26% de irs que eu pago adiantados, me fazem tanta falta para comer, como à finança, para pagar os almoços dos administradores, fazem falta os 5% de irc pagos um ano depois, quando não consegue depositar os lucros no dorso de um caimão .
- Os portugueses são todos iguais, como se eu e os Espiritos Santos tirássemos igual partido do OE.
- A organização de media que lhe paga tribuna está legal e sectorialmente habilitada para defender os interesses da CIP, e da CAP, e das restantes 382 organizações patronais que dividem o bolo orçamental entre si, mas aqui d'el rei que os sindicatos não têm nada que exigir a contagem do tempo de serviço dos 9 anos de tempo de serviço em que não lhes foi aplicada a lei que o estado acordou com eles.
- Um dia de greve a menos, no salário mínimo de um trabalhador, vale o mesmo que dois almoços regados com champanhe no orçamento de uma agência de comunicação, quando todos sabemos que estes últimos são dedutíveis como despesas de representação.
- A falência do estado, que todos andamos a pagar em juros da dívida soberana, foi obra de um povo amante das boas ovas de esturjão regadas com veuve clicquot e não do esboroar das inexistentes dólaras, garantidas pelo rol da mercearia do sr. Santos, e contra as quais os irmãos limão apostavam no casino dos irmãos metralha.
- Os funcionários públicos todos juntos, coisa que nunca estiveram, e mais todos os sindicatos que os representam, desde os amarelentos assinadores de concertações patronais, aos encarniçadamente classistas, e mais os comunistas (cruz-credo-c'horror) e os broquistas (ai jasus t'arrenego) têm a mesma influência no conselho de ministros que a santa aliança Banca, Finança, import-export & Cia com quem os ministros almoçam, jantam e ceiam à mesa do orçamento, em alegre e desinteressada cavaqueira. Mentira facilmente desmontada pelo incessante agravar do fosso entre os poucos e cada-vez-menos-cada-vez-mais ricos e os muitos e cada-vez-mais-cada-vez-mais pobres, fosso esse escavado com benefícios bolsistas, parcerias para os privados e sazonais amnistias para repatriamento de lucros lavados com lixivia, tudo lavrado em letra de lei nos tais orçamentos de estado que têm de ser para todos os portugueses e não só para a finança que paga 5% de impostos sobre os multi-milionários lucros conseguidos com comissões sobre o meu dinheiro.
A lista de vigaras assunções podia continuar, mas fiquemo-nos por estes milhares de caracteres necessários para desmontar os três pontapés na gramática com que o opinadeiro com tribuna paga tenta esconder a realidade: o OE é um mecanismo de expropriação do trabalho e enriquecimento do capital e tudo o que possa contrariar essa realidade é benéfico para a grande maioria dos portugueses que vivem da venda da sua força de trabalho.
E sim, os trabalhadores têm de se organizar para conseguir forçar o poder a esbanjar menos em juros, swaps e parcerias para os privados e a investir mais no SNS, na educação pública e no consumo privado, principal fator de crescimento económico, como o próprio opinadeiro reconhece pouco mais à frente.
Defende o opinadeiro do alto da sua tribuna paga que sim sr., o sr. centeio tem toda a razão em defender um orçamento para todos os portugueses. Já está, com uma frase e dois chavões, o fazedor de cabeças resume meia dúzia de falsos pressupostos e uma dúzia de errados corolários, inculcados a camartelo nas cabeças dos leitores como insofismáveis verdades. Assim resumidamente, o vigaro com tribuna e o ministro ronaldo assumem, sem dizer nada a ninguém, que:
- Os 26% de irs que eu pago adiantados, me fazem tanta falta para comer, como à finança, para pagar os almoços dos administradores, fazem falta os 5% de irc pagos um ano depois, quando não consegue depositar os lucros no dorso de um caimão .
- Os portugueses são todos iguais, como se eu e os Espiritos Santos tirássemos igual partido do OE.
- A organização de media que lhe paga tribuna está legal e sectorialmente habilitada para defender os interesses da CIP, e da CAP, e das restantes 382 organizações patronais que dividem o bolo orçamental entre si, mas aqui d'el rei que os sindicatos não têm nada que exigir a contagem do tempo de serviço dos 9 anos de tempo de serviço em que não lhes foi aplicada a lei que o estado acordou com eles.
- Um dia de greve a menos, no salário mínimo de um trabalhador, vale o mesmo que dois almoços regados com champanhe no orçamento de uma agência de comunicação, quando todos sabemos que estes últimos são dedutíveis como despesas de representação.
- A falência do estado, que todos andamos a pagar em juros da dívida soberana, foi obra de um povo amante das boas ovas de esturjão regadas com veuve clicquot e não do esboroar das inexistentes dólaras, garantidas pelo rol da mercearia do sr. Santos, e contra as quais os irmãos limão apostavam no casino dos irmãos metralha.
- Os funcionários públicos todos juntos, coisa que nunca estiveram, e mais todos os sindicatos que os representam, desde os amarelentos assinadores de concertações patronais, aos encarniçadamente classistas, e mais os comunistas (cruz-credo-c'horror) e os broquistas (ai jasus t'arrenego) têm a mesma influência no conselho de ministros que a santa aliança Banca, Finança, import-export & Cia com quem os ministros almoçam, jantam e ceiam à mesa do orçamento, em alegre e desinteressada cavaqueira. Mentira facilmente desmontada pelo incessante agravar do fosso entre os poucos e cada-vez-menos-cada-vez-mais ricos e os muitos e cada-vez-mais-cada-vez-mais pobres, fosso esse escavado com benefícios bolsistas, parcerias para os privados e sazonais amnistias para repatriamento de lucros lavados com lixivia, tudo lavrado em letra de lei nos tais orçamentos de estado que têm de ser para todos os portugueses e não só para a finança que paga 5% de impostos sobre os multi-milionários lucros conseguidos com comissões sobre o meu dinheiro.
A lista de vigaras assunções podia continuar, mas fiquemo-nos por estes milhares de caracteres necessários para desmontar os três pontapés na gramática com que o opinadeiro com tribuna paga tenta esconder a realidade: o OE é um mecanismo de expropriação do trabalho e enriquecimento do capital e tudo o que possa contrariar essa realidade é benéfico para a grande maioria dos portugueses que vivem da venda da sua força de trabalho.
E sim, os trabalhadores têm de se organizar para conseguir forçar o poder a esbanjar menos em juros, swaps e parcerias para os privados e a investir mais no SNS, na educação pública e no consumo privado, principal fator de crescimento económico, como o próprio opinadeiro reconhece pouco mais à frente.
2018/05/31
Epá! Este Gajo Não É Comunista, Pois Não?
A Europa e o abismo
(Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 30/05/2018)
Itália é apenas o último episódio na degradação contínua de um aspeto central da construção Europeia e da moeda única: a sua compatibilidade com o funcionamento das Democracias.
Diz muito do monumental falhanço que é a arquitetura do Euro que, por estes dias, entre a proteção da ortodoxia financeira inerente às regras e a garantia do direito dos povos a decidirem o seu futuro, faz com que prevaleça em muitas cabeças a segunda.
Como se já não bastasse que, pela segunda vez desde 2011, em Itália se vá nomear um Governo “tecnocrático”, que é uma palavra simpática para dizer que se vai nomear alguém sem legitimidade democrática, Bruxelas decidiu piorar as coisas com o habitual tom paternalista e ameaçador e as subsequentes retratações mais ou menos tíbias.
(Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 30/05/2018)
Itália é apenas o último episódio na degradação contínua de um aspeto central da construção Europeia e da moeda única: a sua compatibilidade com o funcionamento das Democracias.
Diz muito do monumental falhanço que é a arquitetura do Euro que, por estes dias, entre a proteção da ortodoxia financeira inerente às regras e a garantia do direito dos povos a decidirem o seu futuro, faz com que prevaleça em muitas cabeças a segunda.
Como se já não bastasse que, pela segunda vez desde 2011, em Itália se vá nomear um Governo “tecnocrático”, que é uma palavra simpática para dizer que se vai nomear alguém sem legitimidade democrática, Bruxelas decidiu piorar as coisas com o habitual tom paternalista e ameaçador e as subsequentes retratações mais ou menos tíbias.
2018/03/24
Ai Ai Ai Que o Facebroncas Faz Concorrência aos Media Corporativos
E sim, de facto gosto mais do Daniel escrito do que do Daniel falado.
Citizen Mercer
(Daniel Oliveira in Expresso, 2018/03/24)
Há muito tempo que o nosso rasto nas redes sociais é abusivamente utilizado para nos manipularem. Enquanto serviu o comércio estava tudo bem. Só quando governos começaram a cair porque, em vez de roupa e jogos, o Facebook nos vendeu partidos e candidatos, os políticos acordaram. E anunciam-se impostos, regulações, multas. Robert Mercer, o milionário que fez fortuna em fundos de investimento altamente especulativos e investiu na Cambridge Analytica, é a besta negra do momento. Mercer foi mecenas de Stephen Bannon, que colocou na Casa Branca, e financiou Ted Cruz, primeiro, e Donald Trump, depois. O informático libertário representa na perfeição o casamento entre as novas tecnologias e o poder financeiro. Está nos antípodas da retórica dos movimentos de direita que resistem à globalização. Porque anda metido com a Liga italiana e Trump, o ‘Brexit’ e a Rússia? O objetivo não é seguramente impor governos protecionistas. Além de ganhar dinheiro, o mais provável é que queira ajudar a criar o caos, enfraquecendo a democracia e o Estado. Na tradição do liberalismo radical, pessoas como Mercer desconfiam do sufrágio universal, que dá ao povo o direito de eleger quem lhes vai cobrar impostos e limitar o poder. Nada têm contra o sistema, que está nas suas mãos, ou contra a globalização, de que são um motor essencial. O seu problema é mesmo com a democracia.
Citizen Mercer
(Daniel Oliveira in Expresso, 2018/03/24)
Há muito tempo que o nosso rasto nas redes sociais é abusivamente utilizado para nos manipularem. Enquanto serviu o comércio estava tudo bem. Só quando governos começaram a cair porque, em vez de roupa e jogos, o Facebook nos vendeu partidos e candidatos, os políticos acordaram. E anunciam-se impostos, regulações, multas. Robert Mercer, o milionário que fez fortuna em fundos de investimento altamente especulativos e investiu na Cambridge Analytica, é a besta negra do momento. Mercer foi mecenas de Stephen Bannon, que colocou na Casa Branca, e financiou Ted Cruz, primeiro, e Donald Trump, depois. O informático libertário representa na perfeição o casamento entre as novas tecnologias e o poder financeiro. Está nos antípodas da retórica dos movimentos de direita que resistem à globalização. Porque anda metido com a Liga italiana e Trump, o ‘Brexit’ e a Rússia? O objetivo não é seguramente impor governos protecionistas. Além de ganhar dinheiro, o mais provável é que queira ajudar a criar o caos, enfraquecendo a democracia e o Estado. Na tradição do liberalismo radical, pessoas como Mercer desconfiam do sufrágio universal, que dá ao povo o direito de eleger quem lhes vai cobrar impostos e limitar o poder. Nada têm contra o sistema, que está nas suas mãos, ou contra a globalização, de que são um motor essencial. O seu problema é mesmo com a democracia.
2017/12/21
O Mundo das Desigualdades Chama-se Capitalismo
Porque os dados objectivos são fundamentais para discutir o imparável crescimento das desigualdades geradas pelo Capitalismo, e este artigo refere alguns dados interessantes, fica já aqui uma cópia para referência futura.
Globalização insustentável
(Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 2017/12/19)
A globalização do comércio mundial tem trazido um crescimento generalizado da riqueza. Mas esse crescimento tem tido um preço muito alto: mais desigualdade.
Muito mais.
Globalização insustentável
(Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 2017/12/19)
A globalização do comércio mundial tem trazido um crescimento generalizado da riqueza. Mas esse crescimento tem tido um preço muito alto: mais desigualdade.
Muito mais.
2017/10/26
O Terrorismo Incendiário no Ciberespaço
Se bem me lembro, o primeiro a levantar a lebre, leia-se teoria da conspiração, terá sido o José Goulão, no AbrilAbril, ainda em Agosto, ainda em plena famigerada «época de incêndios». Depois dele, muitos outros por esse ciberespaço fora têm vindo a mostrar estranheza por não ver os poderes instituídos a explorar a possibilidade de estarmos perante uma vaga de terrorismo.
Deixo aqui as referências com os links de cada um dos artigos conspirativos que for encontrando. Para memória futura. @Refer&ncia
Portugal devastado: rotina ou terrorismo
(José Goulão, in AbrilAbril 2017/08/17)
«O princípio da abordagem é tão óbvio que a comunicação social foge dele como o diabo da cruz: o fogo que alastra em Portugal, sem descanso, resulta da acumulação de incêndios isolados provocados por fenómenos naturais ou pela demência de pirómanos? Ou é uma vaga terrorista organizada para devastar o país, delapidar o que resta da sua riqueza natural e impedir o governo de governar até que mãos salvadoras venham encarreirar a pátria nos trilhos de onde jamais deveria ter saído?»
Sem Titulo
(Vitor Cunha, in facebook 2017/10/15)
«Começa a ser muito difícil olhar para estes fogos como se fossem todos eles produto de causas naturais ou de incendiários loucos ou doentes. A coisa tem, inclusivamente, contornos demasiado odiosos para ser obra do chamado lobby dos fogos. Não, por mim deixei de ter dúvidas, isto faz-me lembrar os incêndios às sedes do PCP por esse país fora (sobretudo a Norte, também), no Verão quente de 1975, com o intuito de enfraquecer e derrubar o poder político da época.»
Deixo aqui as referências com os links de cada um dos artigos conspirativos que for encontrando. Para memória futura. @Refer&ncia
Portugal devastado: rotina ou terrorismo
(José Goulão, in AbrilAbril 2017/08/17)
«O princípio da abordagem é tão óbvio que a comunicação social foge dele como o diabo da cruz: o fogo que alastra em Portugal, sem descanso, resulta da acumulação de incêndios isolados provocados por fenómenos naturais ou pela demência de pirómanos? Ou é uma vaga terrorista organizada para devastar o país, delapidar o que resta da sua riqueza natural e impedir o governo de governar até que mãos salvadoras venham encarreirar a pátria nos trilhos de onde jamais deveria ter saído?»
Sem Titulo
(Vitor Cunha, in facebook 2017/10/15)
«Começa a ser muito difícil olhar para estes fogos como se fossem todos eles produto de causas naturais ou de incendiários loucos ou doentes. A coisa tem, inclusivamente, contornos demasiado odiosos para ser obra do chamado lobby dos fogos. Não, por mim deixei de ter dúvidas, isto faz-me lembrar os incêndios às sedes do PCP por esse país fora (sobretudo a Norte, também), no Verão quente de 1975, com o intuito de enfraquecer e derrubar o poder político da época.»
2017/10/16
Pensões Privadas, Lucros Privados, Pública Miséria: As Reformas da UE
Os Ladrões de Bicicletas apontaram para um artigo de Maria Murteira intitulado "As Reformas das Pensões entre Pressões Políticas e Constrangimentos Financeiros"[1] e eu fui ler.
É um artigo todo ele dedicado a desmontar a narrativa neo-liberal, adoptada pela união europeia, de que quem quiser uma reforma que pague por ela ao capital e reze, reze muito, reze com muita força, para não lhe aparecer um Ricardinho do BES a roubar-lhe as poupanças, ou um executivo da Goldman Sachs a apostar contra o fundo em que as enterrou, ou um CEO da General Motors, ou da Enron a escrever-lhe a carta sobre a falência do gigante empresarial que lhe pagava a reforma, até ao dia que faliu. Os estados falem menos do que as empresas. Entre um estado e uma empresa, prefiro ter um estado a gerir as minhas poupanças que um dia me pagarão a minha reforma.
A agulha vai direitinha ao cerne da questão. Verifica a académica que «desde Maastricht, os países da área euro têm estado sujeitos a uma “cultura de disciplina” nas regras que orientam a condução da política macroeconómica. A ideologia dominante impõe limites estreitos à política orçamental e à evolução da despesa pública».
É um artigo todo ele dedicado a desmontar a narrativa neo-liberal, adoptada pela união europeia, de que quem quiser uma reforma que pague por ela ao capital e reze, reze muito, reze com muita força, para não lhe aparecer um Ricardinho do BES a roubar-lhe as poupanças, ou um executivo da Goldman Sachs a apostar contra o fundo em que as enterrou, ou um CEO da General Motors, ou da Enron a escrever-lhe a carta sobre a falência do gigante empresarial que lhe pagava a reforma, até ao dia que faliu. Os estados falem menos do que as empresas. Entre um estado e uma empresa, prefiro ter um estado a gerir as minhas poupanças que um dia me pagarão a minha reforma.
A agulha vai direitinha ao cerne da questão. Verifica a académica que «desde Maastricht, os países da área euro têm estado sujeitos a uma “cultura de disciplina” nas regras que orientam a condução da política macroeconómica. A ideologia dominante impõe limites estreitos à política orçamental e à evolução da despesa pública».
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