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2021/10/31

Sobre o chumbo provocado pela dupla martelo-governo

Agora, passados uns dias sobre o inevitável e anunciado chumbo, provocado por uma parelha de bilderberguistas: um primeiro ministro que governou com a direita e um escorpiónico presidente de fação que foi dispondo pedras, ameaças e chantagens num caminho eivado de desconfianças, tenho de deixar aqui, para referência futura, uns três ou quatro textos sobre o anunciado assassinio da geringonça e quem lhe espetou as facas, o estado de espirito em que o geringoncídio deixou as esquerdas e o que se pode esperar para um futuro que se quer próximo. Termino com uns números que ilustram bem quem governou à direita com os orçamentos aprovado pela esquerda.

Mas, que fique claro, a "geringonça" foi uma enorme vitória da esquerda. Primeiro, porque permitiu reverter muitos dos crimes praticados ao abrigo do pacto de agressão pelas duas troikas, a externa da ce-bce-fmi, e a interna do cavaco-psd-cds, segundo, porque provou que a esquerda pode e sabe assumir responsabilidades na área da governação, e, finalmente, porque o entendimento à esquerda ficou definitivamente atravessado na garganta da direita que tudo fará para que não se repita. E nós, a esquerda, vamos deixar que outra maioria absoluta faça vir ao de cima o pior do socratismo? Vamos abster-nos e abrir o caminho a uma direita revanchista com sede de sangue? Ou vamos reagir, votar massivamente à esquerda e pugnar por outra oportunidade?
Entretanto proponho-vos reler o Pedro Tadeu, o André Solha e o José Soeiro, pela ordem dos tempos e dos factos. E acabar com uns números do António Filipe.

Quem matou a geringonça?
(Pedro Tadeu, in Diário de Notícias, 2021/10/28)

Quando em 2019 o governo de António Costa aprovou alterações ao Código do Trabalho e passou o período experimental de 90 para 180 dias (mas em que planeta é preciso seis meses para verificar se um trabalhador é competente?!…) deu um tiro de pistola na geringonça.

Quando, nesse mesmo Código do Trabalho, reforçou as possibilidades do patronato ficar livre das regras da contratação coletiva, ao ampliar os motivos para a caducidade dos acordos feitos entre sindicatos e patrões, prejudicando a capacidade de negociação dos trabalhadores, deu um tiro de espingarda na geringonça.