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2025/01/05

Queixam-se de quê?

Queixam-se de quê?

Os governos estão inocentes, «deixem-nos governar», já dizia o outro; a culpa toda é de factores externos e alheios e, acima de tudo, do povo – que ainda não se dispôs totalmente a ser domesticado.

A clique novembrista que sequestrou o 25 de Abril, assaltou os órgãos de poder e nos governa segundo uma forma de democracia pervertida e aleijada acordou revoltada, indignada, furibunda: os russos bombardearam a embaixada de Portugal em Kiev! É preciso vingar-nos, devolver-lhes em dobro o poder de fogo dos nossos mísseis, organizar uma missão patriótica como tão bem sabe o almirante candidato a salvador da pátria, desta feita colocando-se intrepidamente na vanguarda da poderosa frota de submarinos do Portas, quem sabe os deuses possam ser benévolos e consiga chegar à Ponta de Sagres – mas fica a intenção, Zelensky jamais a esquecerá. Enfim, há que fazer com que o maléfico Putin, o diabo em forma de gente, meta a viola no saco e engula as suas prosápias.

É fundamental recuperar os clarins de Aljubarrota, restaurar o quadrado invencível, ressuscitar a D.ª Brites, a padeira, para malhar à pazada agora nos russos em vez dos vizinhos espanhóis, que já são nossos aliados.

Bombardear embaixadas não se faz, é um crime «bárbaro», muito menos a portuguesa, representante da diplomacia de um povo seráfico e pacífico, amante da paz embora seja aconselhável não pronunciar esta última parte em voz alta porque ofende a opinião única, provoca os vigilantes cavaleiros da verdade terçando mentiras nos omniscientes meios de comunicação social do regime.

Sebastiânica saudade de grandeza

A história, porém, parece não ser tão linear como a pinta a casta governante.

Será que os russos resolveram vingar-se dos ataques com mísseis ATACAM norte-americanos e Storm Shadows britânicos contra alvos em Rostov, território da Federação, punindo apenas um membro da NATO, e logo Portugal?

Parece andar por aqui uma sebastiânica saudade de grandeza e um orgulho patriótico contrastante com o comportamento habitual dos governos, das maiorias parlamentares e do actual chefe de Estado, tão vocacionados para fazer desaparecer Portugal nos meandros conspirativos e não-democráticos, porque não-eleitos, da NATO e da União Europeia.

Por que razão iriam os russos escolher como alvo a punir logo um país que deixou de existir e mal se dá por ele porque o sim automático a todos os comportamentos imperiais, coloniais, expansionistas e provocatórios do «civilizado» Ocidente é sempre dado como adquirido? Além de ser um bom e incomparável aluno, sempre capaz de cumprir até mais do que os carrascos coloniais exigem.

Afinal, observando o cenário mais de perto e baixando o som do alarido parece que a embaixada não foi alvejada. Os mísseis, ou os seus destroços, atingiram «a zona» da embaixada», instalada num prédio onde existem outras representações diplomáticas de gigantes da arena mundial como o Montenegro, a Macedónia do Norte, a Argentina agora nas mãos de Milei, irmão de Cotrim, e, injustiça das injustiças, a Palestina.

Uns vidros partidos pelas explosões, uns sustos, tudo susceptível de caber naquele conceito que os militares norte-americanos em boa hora inventaram quando foram «libertar o Iraque»: o dos inevitáveis danos colaterais.

Tanto mais que na mesma «zona» funcionam o comando operacional da tenebrosa e torcionária polícia política nazi-banderista, responsável confessa pelo recentíssimo assassínio do tenente-general russo Kirilov, e alguns departamentos militares muito «criativos» dentro do aparelho de guerra do regime de Kiev. Esses sim, alvos na mira do ataque de Moscovo.

Tudo leva a crer, portanto, que a alegada punição portuguesa mais não foi do que uma infeliz coincidência de vizinhança, deitando água na fervura, no fervor e até no orgulho com que a clique governante lusa encarou a hipótese de ter sido a escolhida como alvo da fúria vingativa russa entre tantos apoiantes ocidentais do nazi-banderismo ucraniano na guerra com Moscovo.

Por outro lado, parece que na «zona» das redondezas da embaixada não caíram mísseis, a crer na versão oficial ucraniana, mas sim apenas destroços dos mísseis agressores, derrubados pelos «azoves» de serviço, atenuando a extensão dos prejuízos.

Aqui as opiniões dividem-se, é assim a propaganda de guerra. Kiev diz que abateu os seis mísseis hipersónicos lançados por Moscovo, graças à eficácia da sua já praticamente inexistente defesa antiaérea. Moscovo assegura que todos os mísseis atingiram os alvos seleccionados – na lista dos quais, para desespero do destemido cavaleiro andante Rangel, não estava a embaixada portuguesa. Quem fala verdade e quem mente? Venha o diabo e escolha.

Quem vai à guerra…

Suponhamos agora que, por absurdo, a Rússia tinha escolhido enviar um aviso aos dirigentes portugueses pela sua participação directa, através de apoio geopolítico e de ajuda material, em todo o processo golpista e terrorista ocorrido na Ucrânia e que conduziu ao actual estado de guerra. Moscovo tem ou não razão para estar descontente com o comportamento de Lisboa? Tem, sem dúvida.

«A casta usurpadora apátrida de Lisboa decidiu espezinhar a Lei Fundamental portuguesa e entrar numa guerra alheia, transformando Portugal – e, sobretudo, os portugueses – em alvos potenciais da parte escolhida como inimiga.»

E o povo português tem igualmente razões para não estar satisfeito com a política externa militarista e também ilegal da clique governante – porque orientada pela ordem internacional baseada em regras norte-americana e não pelo direito internacional – uma vez que nos envolve em guerras que não nos dizem respeito, violam a Constituição da República e ofendem o espírito do 25 de Abril, que também nasceu da necessidade de um urgente reencontro com a paz.

A casta usurpadora apátrida de Lisboa decidiu espezinhar a Lei Fundamental portuguesa e entrar numa guerra alheia, transformando Portugal – e, sobretudo, os portugueses – em alvos potenciais da parte escolhida como inimiga. Se os novembrista governantes conhecessem o povo e não vivessem cheios de si e encerrados em gabinetes onde existe ligação permanente por Skype aos burocratas não-eleitos e aos autocratas de Bruxelas, talvez já tivessem ouvido o velho aforismo segundo o qual «quem vai à guerra dá e leva». Então, se os russos tivessem atingido deliberadamente a embaixada lusitana em Kiev não estariam a praticar uma acção gratuita. A guerra é a guerra.

A democracia ou o golpismo nazi-banderista?

Defender a democracia é o objectivo do apoio ao regime corrupto de Zelensky até às últimas consequências (incluindo a extinção da vida na Terra, se necessária), explica o «arco da governação» com o desplante próprio de quem pratica a mentira e a manipulação como privilegiadas armas políticas. A democracia do regime nazi-banderista de Kiev? O apoio implícito, quando não explícito, ao genocídio e limpeza étnica praticados pelo regime sionista, a «única democracia do Médio Oriente», a «democracia» do criminoso de guerra Benjamin Netanyahu, valente defensor da «civilização ocidental» na região? A euforia irresponsável pela tomada «democrática» de Damasco pela al-Qaida? O reconhecimento presidencial de um candidato derrotado, mentor e condutor de esquadrões da morte, nas eleições legítimas e transparentes na Venezuela? Até a anulação de eleições livres na confrade Roménia porque foram ganhas por um candidato que não pertence à seita governamental e pró-Bruxelas de Bucareste.

Os portugueses têm razões para sentir vergonha dos seus governantes. Que dizem defender a democracia irmanando-se a regimes e correntes fascistas, envolvendo-se no expansionismo militarista imperial e colonial para que a paz seja finalmente encontrada no fim da guerra, sobretudo se for a paz dos cemitérios.

Os governos portugueses apoiaram deliberadamente o golpe nazi-banderista de 2014 na Praça Maidan, em Kiev, que «restabeleceu a democracia» derrubando um presidente e um sistema de governo resultantes de eleições democráticas, transparentes e que ninguém contestou; não emitiram um pio quando as novas autoridades autocráticas e nacionalistas da Ucrânia – que suprimiram os partidos capazes de fazerem oposição – avançaram para a guerra, a chacina e a limpeza étnica do Donbass, de maioria russa, em nome de uma raça pura, contra os «sub-humanos»; entraram deliberadamente na guerra, ao lado do regime ucraniano de apartheid, quando a Rússia decidiu defender os russos, como se os interesses dos portugueses fossem tidos e achados nesta situação. Como já se viu, a guerra ucraniana nada tem a ver com a democracia, essa história da Carochinha já fez o seu percurso e esfumou-se: agora é apenas uma sentença burocrática, ridícula, pervertida por imbecis desejosos de universalizar a imbecilidade.

Então os governos portugueses enviaram dois ou três tanques coxos, logo transformados em sucata, apenas para mostrarem a valentia bacoca de se dizerem em guerra; mandam fabricar drones para entregar aos nazi-banderistas de Kiev e alimentar uma guerra perdida, assim contribuindo para liquidar inutilmente milhares de vidas humanas por dia. O então primeiro-ministro Costa não se coibiu de atacar o tesouro nacional, e os rendimentos dos contribuintes, apropriando-se indevidamente de 250 milhões de euros para os lançar no poço sem fundo dos proveitos do ditador Zelensky, cujo mandato já caducou há mais de um ano. Costa recebeu como prebenda a presidência do Conselho Europeu e em poucos dias fez-nos ter saudades do retardado Charles Michel. Como Durão Barroso ao actuar como mordomo da cimeira que pôs em marcha a injustificada guerra contra o Iraque, Costa recebe a recompensa pelos bons serviços prestados à causa autocrática europeia e ao terrorismo de Estado norte-americano e – por arrastamento – israelita.

Os russos, naturalmente, teriam as suas razões para advertir as autoridades portuguesas – com o preço mais alto a ser pago pelo povo português – devido ao seu evidente envolvimento ao lado dos nazis de Kiev. Mas não o fizeram. Seria inútil e um desperdício de mísseis.

Vergonha do Martim Moniz

A rábula mediática e politiqueira, embrulhada em ademanes de palavreado diplomático das Necessidades exibidos com uma valentia bacoca e de banda desenhada, chegou mesmo a tempo de desviar o foco político e mediático da vergonha nacional que foi o assalto das «forças da ordem», ditas «de segurança», contra o Martim Moniz e a população dessa zona lisboeta, fazendo lembrar as «operações de limpeza» de outros tempos. Porém, não há memória de o famigerado capitão Maltês, da polícia de choque salazarista-marcelista, ter chegado alguma vez ao ponto de humilhar centenas de pessoas virando-as contra a parede como se já as tivesse definido como criminosas.

Violência, xenofobia, arbitrariedade, desprezo feroz pelos direitos humanos, desumanidade cruel, raiva fascista com tonalidades de vingança no país que é de Novembro, governado por quem faz por desconhecer o que foi Abril. Tudo numa operação à medida dos programas racistas do Chega que o «arco da governação» aconchega no seu regaço como filho pródigo finalmente regressado meio século depois de transviado em 25 de Abril de 1974.

O chefe de Estado, que sabia imediatamente tudo sobre o que (não) se passara em Kiev, desconhecia, porém, a acção terrorista desencadeada nas suas vizinhanças porque «ainda não tinha visto as imagens». Nem parecia interessado em fazê-lo.

Afinal, fazendo uma radiografia da «operação de segurança» conduzida por forças policiais com nova farda mas mentalizadas como as de antigamente, parece que a culpa do estado de desastre económico e social – que não securitário, essa é outra patranha com que tentam envenenar os cidadãos – a que Portugal chegou é toda dos imigrantes e refugiados. Sem eles, viveríamos no país das maravilhas. As diligentes forças de «segurança», ao que consta, detiveram apenas uma das vítimas da rusga fascista, por sinal um branco, bem portuguesinho, indubitavelmente membro da raça pura, do jardim de Borrell, um aríete da «civilização ocidental».

O governo de apátridas ao serviço de interesses estrangeiros, ao contrário dos imigrantes e refugiados, esse tem as mãos limpas nesta hecatombe nacional anunciada, que ainda não passou do adro.

De que se queixa então o «arco da governação»? Dos russos, dos imigrantes, dos refugiados, dos mísseis que caem «na zona» da sua embaixada numa guerra para a qual os portugueses não são tidos e achados, dos anos de atraso com que a al-Qaida tomou Damasco, dos iranianos, dos chineses, dos venezuelanos, dos cubanos, até dos palestinianos por não se renderem como deviam ao sionismo, assumindo os caminhos do exílio e da extinção.

Os governos estão inocentes, «deixem-nos governar,» já dizia o outro; a culpa toda é de factores externos e alheios e, acima de tudo, do povo – que ainda não se dispôs totalmente a ser domesticado. Para isso se montou a operação do Martim Moniz, provavelmente outras e mais graves se seguirão, se não lhes fizermos frente com todas as nossas forças, meios, mobilização e convicções verdadeiramente democráticas. A instauração deliberada do estado policial espreita-nos. É que na sombra, como já se percebeu, lá está outro almirante, o homem providencial que certamente não desdenhará institucionalizar o «safanão dado a tempo», como dizia o beato de Santa Comba, tão bem como organizou o rebanho dos vacinados, provando assim que a domesticação do povo é possível, basta ele encarregar-se disso. Pelos vistos – talvez seja mesmo uma certeza que ele alimenta no seu ego inchado como um sapo – polícias, tropa e NATO não lhe faltarão.

2024/08/25

Nachtigall, batalhão hitleriano da NATO

Nachtigall, batalhão hitleriano da NATO
(José Goulão, AbrilAbril, 2024.08.19)

Um simples raciocínio aristotélico revela-nos que a NATO recorre ao nazi-fascismo como parte do seu arsenal de metodologias para tentar governar o mundo, preservar a ordem totalitária «baseada em regras».
Nachtigall é o nome escolhido pelo 3.º Batalhão do 14.º regimento separado da Força Aérea Ucraniana que participa na invasão da Rússia iniciada em 6 de Agosto, uma operação que tinha como alvo – falhado – a destruição da central nuclear de Kursk. Se concretizado, seria mais um crime de guerra a somar à longa lista dos que devem ser assacados ao regime nazi-banderista ucraniano criado e pago desde 2014 pela NATO e a União Europeia.

O objectivo desta tentativa terrorista de causar uma tragédia humana de dimensões incalculáveis a partir dos arredores da pequena cidade de Kurchatov era de tal maneira estratégico para um exército ucraniano a desmoronar-se que, perante o falhanço, a junta de Kiev tentou substituí-lo pela destruição – ou pelo menos a desactivação catastrófica da central nuclear de Zaporizhia – a maior da Ucrânia e actualmente sob controlo russo. Os dois drones que atingiram exactamente o mesmo ponto do sistema de refrigeração – o que exclui automaticamente a hipótese de engano e de andarem à deriva – foram lançados por Kiev e quanto a isso não existem quaisquer dúvidas. Tanto mais que, estando a central sob controlo russo, a possibilidade de o ataque ter sido cometido pelas tropas de Moscovo só pode ser admitida por políticos e comentadores mentalmente transtornados ou viciados em mentiras sem pés nem cabeça destinadas a um vasto rebanho de acéfalos.

2024/07/29

Olimpismo, Negócios e Prepotências

Eu não queria, eu tinha jurado a mim mesmo focar-me doravante na denuncia da normalização do nazismo, do ressurgimento do neonazismo e da potência ocupante terroristas e criminosa que há 75 anos foi imposta aos palestinianos que, passe a redundância, habitavam a Palestina. Mas, depois o José Goulão vem pôr mais umas coisas em pratos limpos e tenho mesmo de lhe guardar aqui o texto. Por enquanto fica a ligação.

E note-se que eu sei que, numa sociedade classista, tudo é politica e tudo é aproveitado pelos imperialismos para puxarem a brasa à sua sardinha. 

Mas, pois se o próprio "texto da Carta é claro, preciso, redigido de maneira a não ser passível de dúvidas em relação ao chamado «espírito olímpico». No capítulo 2 do documento, dedicado «à missão e ao papel do COI», estipula-se no parágrafo 5.º que este organismo deve actuar «para o reforço do Movimento Olímpico Internacional (MOI), manter e promover a sua neutralidade política e preservar a autonomia do desporto»; e no artigo 6.º exige-se ao COI que actue contra «qualquer forma de discriminação afrontando o Movimento Olímpico»"

Mas, pois se é o próprio fundador dos jogos olímpicos da era moderna, o barão Pierre de Coubertain, que, do alto da sua ideologia dominante, "resumiu estes conceitos numa frase simples, grosseiramente violada pelos agentes que formataram os Jogos Olímpicos de Paris: «Nós (no COI) não somos conselheiros técnicos de política, somos apenas os curadores do ideal olímpico».

Tudo o que reivindico é que os herdeiros da ideologia dominante propalada pelo Barão respeitem as regras que eles próprios herdaram e reclamam respeitar. Ou as regras são só para os outros?

2024/07/27

O nazismo ucraniano, ontem e hoje – uma trilogia (II)

O nazismo ucraniano, ontem e hoje – uma trilogia (II)
(José Goulão, AbrilAbril, 2023/02/19)

Apesar de agirem sob designações diversificadas, os grupos nazis ucranianos têm uma origem, um tronco e uma clique terrorista dirigente comuns com influência omnipresente no topo da hierarquia do Estado.
Manifestantes neonazis do Svoboda (Liberdade) e Pravyi Sector (Sector de Direita) protestam em Kiev /REUTERS


2. A «democracia liberal» guiada pela «raça pura»

«Os meus homens alimentam-me com os ossos de crianças que falam russo»
(Dmytro Kotsyubaylo, comandante do grupo nazi Sector de Direita, condecorado como «herói nacional» pelo presidente Zelensky)

«Não há nazismo nem banderismo na Ucrânia», proclamam analistas, comentadores, especialistas, jornalistas, historiadores e outros bruxos da modernidade que nunca se enganam e raramente têm dúvidas. É verdade que nem sempre a realidade e os factos se ajustam à sua eminente sabedoria, estratificadora da opinião oficial e única, mas a ignorância, a cegueira e má-fé são sempre dos outros, que se atrevem a ter posições diferentes, mesmo que sejam sustentadas por sólida investigação. Mas que culpa têm eles que assim seja? A realidade e os factos é que estão errados.

Uma atitude como esta não é sequer uma minimização da realidade nazi ucraniana, admitindo-a como um fenómeno marginal, uma espécie de folclore inconsequente e bizarro. É antes uma negação, uma perigosa negação que vai muito além de qualquer desejado efeito de propaganda; indicia que é possível conviver com um regime nazi – e apoiá-lo – sem que uma tal promiscuidade traga consequências. Mais do que isso, no caso presente recorre-se ao nazismo como instrumento para atingir objectivos próprios, os chamados «nossos interesses», contra qualquer coisa «maléfica» que pretende destruir a civilização «perfeita e superior» que construímos.

2023/03/08

O nazismo ucraniano, ontem e hoje – uma trilogia (I)

O nazismo ucraniano, ontem e hoje – uma trilogia (I)
(José Goulão, AbrilAbril, 2023/01/27)

É longo o desfile dos «heróis nacionais» ucranianos proclamados pelos dirigentes do actual regime e que, directamente ou como colaboracionistas, fizeram parte do aparelho nazi de extermínio.

Marcha de tochas dos partidos nazis Svoboda and Pravy Sektor, nas imediações do gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, para assinalar o 113.º aniversário do nascimento de Stepan Bandera. Kiev, 1 de Janeiro de 2022 CréditosAnna Marchenko / TASS 

1. O decálogo assassino e a «grande democracia» 

O maior cego é aquele que não quer ver
 (sabedoria popular) 


Em Outubro do ano passado, o Parlamento e o presidente da Ucrânia proclamaram como «herói nacional» ucraniano um indivíduo de nome Miroslav Simchich, que completou 100 anos neste mês de Janeiro [1]. Simchich, que morreu no passado dia 18, é uma personagem de culto do regime de Kiev e foi agraciado como figura militar e pública pelos «seus méritos na formação do Estado ucraniano e pelos muitos anos de actividade política e social frutuosos».

Miroslav Simchich (Krivonis) é um nazi, um criminoso de guerra. Foi destacado dirigente da entidade terrorista designada Organização dos Nacionalistas Ucranianos, mais conhecida por OUN, e do seu braço armado, o Exército Insurgente da Ucrânia (UPA). Estes grupos tiveram como um dos fundadores e figura de referência o conhecido colaboracionista nazi Stepan Bandera, nome identificado como um dos principais dirigentes e proselitista do chamado «nacionalismo integral» ucraniano, inspiração ideológica dos grupos terroristas de inspiração nazi que enquadram os actuais governo e Estado ucranianos. O objectivo contido na palavra de ordem institucional proclamada pela UPA, associado à doutrinação do nacionalismo integral, era «um Estado ucraniano etnicamente puro ou morte».

2022/08/29

Este ano não ponho os pés na feira

«A miserável queima de livros na Ucrânia emparceira com outras fogueiras célebres em que livros foram consumidos como no incêndio da Biblioteca de Alexandria pelos romanos em 48 a.C.; a de livros islâmicos ordenada pelo cardeal Cisneros em Granada, em 1501; dos manuscritos aztecas em 1560, pelos invasores espanhóis; pelos nazis em várias cidades alemãs, em 1933; dos livros marxistas na década de 50 por McCarthy; pela queima de livros considerados subversivos por Pinochet, em 1973; os livros ímpios que o Estado Islâmico descobriu em 2015 na Biblioteca de Mossul. A lista podia ser mais longa, mas é a bastante e suficiente para colocar Zelensky em lugar destacado entre essa estirpe de gente que odeia a cultura. É isso que, mal ou bem, o pavilhão da Ucrânia na Feira de Lisboa, queiram ou não queiram os seus promotores, acaba por celebrar.»

2022/08/26

São Mil e Quatrocentos Milhões a Espirrar Ao Mesmo Tempo

 São mil e quatrocentos milhões de individuos que estão sossegados na terra deles a fazerem por ser felizes à moda deles.

Convém ter em conta que se metade deles bater com o pé no chão a terra dá um salto e se todos espirrarem temos um tsunami.

Talvez fosse boa ideia deixá-los ser felizes na terra deles como eles bem entenderem em vez de ir lá abanar a colmeia. 

O que é que acham?

Gente com bom senso bem tenta explicar que as abelhas só se tornam agressivas quando tentamos roubar-lhes o mel.

2020/07/29

Cultura e Luta de Classes

Imperialismo & imperialismos, SA

(Manuel Augusto Araújo, AbrilAbril, 2020/07/27)

Nos tempos actuais há uma evidente preponderância do capitalismo neoliberal cujo foco principal é a financeirização da economia e a adopção de políticas que visam reduzir os custos do factor trabalho, sejam quais forem as consequências sociais e económicas dessas políticas que precarizam o trabalho, atacam os direitos dos trabalhadores, fragmentam e proletarizam a força de trabalho, ainda que muitos não reconheçam a proletarização a que estão sujeitos.

Para impor e consolidar essa nova ordem, que se começa a definir a partir dos finais dos anos 60, é tão importante a produção de bens de consumo e de instrumentos financeiros como o controle dos meios de comunicação social que preparam e justificam as acções políticas e militares imperialistas através dos meios tradicionais, rádio, televisão, jornais e dos novos proporcionados pelas redes informáticas, e a construção de um imaginário global com os meios da cultura mediática de massas com dois grandes objectivos: um económico, pela captura pelos mercados dos bens culturais e pela concentração das indústrias culturais e criativas; outro político-social impondo a hegemonia da cultura anglo-saxónica pela exportação massiva dos seus produtos de entretenimento, tratando a cultura como uma campanha publicitária. Uma situação em que Adorno surge como um quase profeta quando, em 1944, com Horkheimer(1), define a indústria cultural como um sistema político e económico que tem por finalidade produzir bens de cultura – filmes, livros, música popular, programas de televisão, etc. – como mercadorias, com uma estratégia de controlo social modelando as consciências das massas populares.

Essa tendência torna-se mais evidente quando o Estado-nação vai progressivamente renunciando à sua soberania e se alarga a superfície global onde se dissolve o território, a língua e a identidade cultural, tornados conceitos móveis e transitivos. Acelera-se com o fim da equivalência do dólar-ouro e a primeira grande crise do petróleo em 1973, impõe-se nos anos 80 com as novas tecnologias.

2020/05/04

A Covid-19, o Trabalho e a Luta pelo Trabalho Com Direitos

Perante o brutal assalto do capital aos direitos do Trabalho, a central sindical portuguesa decidiu fazer do dia do trabalhador um dia de luta pelo trabalho digno e com direitos.

Acordou com a Direcção Geral de Saúde as normas de segurança sanitária, chamou 800 activistas sindicais, transportou-os aos grupos de 16 em autocarros de 60 lugares, com máscaras e dispensadores de gel desinfectante e, ordeira e organizadamente, os 800 activistas colocaram-se a 4-5 metros uns dos outros com a bandeira do seu sindicato a representar o trabalho que paga a crise. Em Lisboa, Porto e mais 16 capitais de distrito o trabalho esteve na rua graças à coragem dos seus activistas sindicais.

E sim, os activistas sindicais deslocaram-se dos conselhos limítrofes até à Alameda cumprindo as regras de distanciamento social e ao abrigo da lei que permite deslocações por motivos laborais, e de facto eles foram trabalhar em prol dos nosso direitos.

Cumpriram-se as regras de distanciamento social e mostrou-se ao país o crescente número de desempregados, a precariedade a justificar desemprego, os despedimentos abusivos e fora da lei, os recursos ao lay-off por empresas que distribuem lucros, as necessidades de quem já nem trabalho tem, a fome mais mal do que bem escondida,

É dever de cada um de nós reconhecer o valor de quem ali esteve, por nós, a fazer ver ao capital que não é por termos de ficar em casa, que nos vamos deixar roubar sem dar luta.

E ela vai ser necessária para reverter o big brother que se agigantou a reboque da pandemia.

Aqui ficam outras opiniões à revelia da ideologia dominante e dominada pelas aChegas ben-turristas.

Os indignados
(Anabela Fino, Avante!, 2020/05/07)

«É inaceitável.» «É uma pouca vergonha.» «Assim não!» A ruidosa indignação, revolta, fúria, ira, raiva de Rui Rio, logo secundada pela opinião publicada de uns quantos cães de guarda do establishment e replicada por quantos, no seu profundo reaccionarismo ou infinita ignorância não atinam em distinguir emergência sanitária de emergência totalitária, é digna de registo.


2020/02/19

Da Série: Miséria do Capitalismo V

Doentes endividados vão parar à cadeia num condado do Kansas
(AbrilAbril, 2020/02/18)

Em Coffeyville, EUA, doentes com dívidas às seguradoras são obrigados a comparecer em tribunal a cada três meses. Se faltarem a duas audiências seguidas, vão parar à prisão, com uma fiança de 500 dólares.

O condado rural de Coffeyville, no estado norte-americano do Kansas, apresenta uma taxa de pobreza duas vezes superior à média nacional. É aqui que o juiz David Casement preside a casos de pessoas com dívidas médicas e que são levadas a tribunal para enfrentar as seguradoras de saúde às quais «devem dinheiro». Nas audiências, os endividados são sujeitos a um «exame de devedores» em que têm de provar a sua pobreza.

2020/02/11

A História do Neo-liberalismo em 40 Minutos

Vale mesmo a pena tirar uns trinta quarenta minutos para ler esta breve história dos últimos noventa anos, e depois voltar a ler e a reler.

«É essencial tomar consciência da «assimetria fundamental» que resulta da «globalização assimétrica» e que Ulrich Beck sintetiza magistralmente: a «assimetria entre poder e legitimidade» («um grande poder e pouca legitimidade do lado do capital e dos estados, um pequeno poder e uma elevada legitimidade do lado daqueles que protestam».)

É essencial levar a sério a luta ideológica, que nos ajuda a combater os interesses estabelecidos e as ideias feitas e que é, hoje mais do que nunca, um factor essencial das lutas políticas e das lutas sociais que fazem andar o mundo»

Primeira parte (para quem goste de história e de aprender com ela)

Segunda parte (para quem tenha pressa de chegar aos dias de hoje)

2020/01/27

Chile - A brutal repressão da policia de Piñeras

Em 32 semanas de luta por uma constituição democrática, a policia de choque do regime neoliberal de Piñeras mistura gás pimenta e soda caústica nos depósitos dos canhões de água para queimar a pele e cegar os manifestantes, dispara chumbo grosso à altura dos olhos, tendo cegado dezenas de manifestantes e destruido a vista de centenas, já assassinou 43 manifestantes e ainda ninguém foi preso. Tudo muito democrático, muito livre e liberal.

En Chile No Pasa Nada! Ou pelo menos é disso que as Agências de Informação Centralizada nos querem convencer. As televisões portuguesas conseguiram não dizer nada sobre o chumbo nos olhos, não mostrar os jovens atropelados por carros de combate, não falar no gás pimenta e na soda cáustica misturados nos depósitos dos canhões de água. Como? "Critérios Editoriais" dizem eles. Corporação Censórea contrapomos nós, censura decretada pelas Agências de Informação Centralizada.

Mas está a acontecer e são inúmeros os media alternativos a noticiar os crimes do regime de Piñeras.

Estudantes fazem a maior manifestação do ano contra governo de Piñera, na capital do Chile -- Protesto é ápice da semana em que revoltas voltaram a acontecer na capital do país, após retorno de férias estudantis.(2020/03/07 O Globo)

Central Unitária de Trabalhadores do Chile lança ofensiva a favor da nova Constituição -- A CUT iniciou uma campanha, em articulação com os partidos da oposição, no sentido de apelar ao voto favorável a uma nova Constituição no referendo de 26 de Abril próximo.(2020/02/13)

França - a greve que os media querem esconder

Em França todos os dias há greves, manifestações, concentrações contra a reforma do sistema de pensões. Estranhamente nada disto "acontece" nas capas dos jornais corporativos ou nos telejornais das televisões portuguesas.

Mas a luta dos franceses é uma realidade. Aqui ficam algumas ligações para meios alternativos que as têm noticiado.

Protestos contra a reforma das pensões continuam fortes em França -- Milhares de pessoas voltaram a manifestar-se, esta quinta-feira, nas ruas de diversas cidades francesas para exigir a retirada do projecto de reforma das pensões de Macron, que já está a ser debatido.

Protestos contra a reforma das pensões em França mantêm-se há 2 meses -- Centenas de milhares de pessoas manifestaram-se em várias cidades francesas, esta quinta-feira, no âmbito da nona jornada de protestos contra o projecto de reforma das pensões de Macron.(2020/02/07)

Um directo não editado da manifestação de hoje 2020/01/28 - Melanchon sobre a gréve e a manifestação.

Nova greve geral em França contra alteração das reformas -- Uniões sindicais e outros sectores convocaram para sexta-feira, 24, nova greve geral em França, contra a alteração do sistema de reformas dos trabalhadores, a qual o governo formaliza nesse dia.

França É a Linha da Frente na Guerra Contra a Segurança Social -- Milhões de franceses lutam há semanas contra o assalto do governo de Emmanuel Macron ao sistema de segurança social, desenvolvido a rogo do sistema financeiro privado, ansioso por transformar em lucros os descontos de vidas de trabalho.

Nuevas protestas en Francia contra reforma de pensiones
-- Las manifestaciones y paros en rechazo a la reforma del sistema de pensiones se suma a las de los "Chalecos Amarillos" contra las políticas de Emmanuel Macron.

Mais de 1,5 milhão nas ruas em protesto contra a reforma de Macron -- A CGT caracterizou como «histórica» a jornada de mobilização desta quinta-feira, afirmando que estiveram nas ruas de França cerca de 1 700 000 manifestantes, mais que no primeiro dia de protestos, a 5 de Dezembro.

Sindicatos não dão tréguas a Macron e mantêm pressão contra a reforma das pensões
AbrilAbril -- No final do 13.º dia de greves e da terceira jornada de mobilização nacional contra a reforma das pensões, a maioria dos sindicatos recusou a trégua natalícia que o governo de Macron tentou obter.

2020/01/08

A Estupidificação Da Nova Ordem Capitalista

As modernidades para lá do espelho
(Manuel Augusto Araújo, AbrilAbril, 2020/01/07)

Ultrapassado o espelho da «modernidade» assumida por algumas esquerdas, por mais que lapidem a realidade o que se encontra, de facto, é a renúncia a uma sociedade que se oponha à desordem do mundo actual.

A batalha ideológica que se trava desde que Marx estabeleceu as traves mestras de interpretação do mundo, em que a ideia central é a relação entre o capital e o trabalho, a luta de classes, as relações entre infra-estrutura e superestrutura, tem sido intensa e, na actualidade, é polarizada pelo imperialismo norte-americano que persegue dois grandes objectivos consonantes: um económico e outro cultural.

2019/12/22

Sobre Bananas a Propósito da Ideologia Dominante

As bananas e suas cascas
(Manuel Augusto Araújo, AbrilAbril, 2019/12/17)

Anda o mundo infestado de performers que fazem parte da epifania colectiva destes tempos de danação em que quase deixa de haver lugar para a criação artística excepto como forma de ganhar dinheiro.

Um artista, Maurizio Castellan, cola numa parede uma banana com fita adesiva prateada, em três versões, duas provas de artista e uma final, depois de um ano a «trabalhar nessa ideia». Um trabalho muitíssimo árduo como se presume, em que acabou por escolher três bananas entre as centenas que andam pelos mercados. Aos compradores, entre eles um museu, a «obra» foi vendida por 120 mil dólares. O curador da galeria explica que é necessário ir substituindo a banana todas as semanas, «como uma flor».

2019/12/08

Os Liberalistas São Fascistas

Os tubarões não são vegetarianos
(Manuel Augusto Araújo, AbrilAbril 2019/11/08)

Os cotrins figueiredos e os venturas são faces da mesma perigosíssima moeda. O fascismo está sempre no horizonte dos liberais, se a desenfreada exploração capitalista for posta em causa.

As intervenções de dois dos novos partidos com representação na Assembleia da República (AR), Chega e Iniciativa Liberal, são bem elucidativas da sua raiz, que os faz percorrer, por caminhos diversos, o objectivo comum de pôr em prática políticas económicas e sociais para que a exploração desbragada do capital sobre o trabalho não conheça fronteiras. Há quem lhes cole o selo edulcorado de extrema-direita para não os identificar com o que na realidade são: fascistas. O que também é uma forma de não reconhecer que o fascismo, nas diferentes expressões, é o alfa e o ómega do capitalismo.

2019/11/29

Noticias do Mundo Real 2019/11/29

Mais uma semana de noticias, factos e opiniões que nunca verão o dia nas têvês do capital ou na imprensa corporativa. Um relatório para a Move Latin America explica como é que a resistência ao golpe foi silenciada nos media, uma apresentação do novo filme de Scott Z. Burns, baseado em factos reais, apresenta o já documentadíssimo e escamoteadíssimo uso de tortura pela CIA. Além disso, bem, além disso temos as greves gerais no Chile e na Colômbia que, de acordo com os nossos telecaneiros, não aconteceram e a aprovação de um voto de repúdio pelo nazismo aprovado na ONU por 121 países com a abstenção do governo português e da restante UE e voto contra dos EUA que também não aconteceu. Sim, os EUA votaram contra no repúdio do Nazismo e as têvês não disseram nada. N A D A ...

Chile

Vítimas de repressão policial anunciam acção judicial contra o presidente chileno -
Pessoas que sofreram traumas oculares na sequência de intervenções policiais no Chile vão apresentar uma acção judicial contra Sebastián Piñera, que é apontado como responsável de violações dos direitos humanos. Marta Valdés, porta-voz da Coordenadora de Vítimas de Traumas Oculares, recentemente criada, afirmou em declarações à imprensa que o seu propósito é «fazer justiça», que «os provocadores destas graves lesões não fiquem impunes», e, neste sentido, a queixa visa o «máximo responsável, que é Piñera», indica a Prensa Latina.(2019/11/28)

2019/11/08

Tribunal de Haia iliba Milošević

Quando o tema volta a ganhar relevância com o Nobel atribuído a Peter Handke, importava lembrar que o hostil tribunal penal internacional ilibou Milošević de todas as acusações ... 10 anos depois da sua morte na prisão.

Tribunal de Haia iliba Milošević
(AbrilAbril, 2016/08/10)

As considerações sobre Milošević foram feitas num extenso relatório em que o acusado é Karadžić. Depois de uma intensa campanha contra a Jugoslávia, para a qual o próprio Tribunal de Haia contribuiu, a ilibação tem sido silenciada.

2019/11/07

Peter Handke e as #fakenews dos críticos literários

O Nobel e o fel
(Jorge Seabra, AbrilAbril, 2019/11/05)

Como hesitar e não defender Handke e a sua corajosa denúncia da intervenção dos EUA e aliados na Jugoslávia, que aí despejaram 23 mil toneladas de bombas e mísseis?

Na foto, Peter Handke assiste ao funeral do ex-presidente sérvio Slobodan Milošević, em Março de 2006. Handke foi uma das vozes críticas da guerra de agressão levada a cabo em 1999 pelos EUA e pela NATO contra a Sérvia. O escritor, dramaturgo, ensaísta e realizador austríaco foi recentemente galardoado com o Prémio Nobel de 2019.

2019/11/02

Noticias do Mundo Real 2019/11/02

Numa semana cheia de boas noticias que vão da derrota do ultra-liberalismo na Argentina e na Bolívia até à luta chilena contra a sobrevivência do pinochismo são ainda de assinalar as lutas sindicais no epicentro do imperialismo. Aqui fica a semanal panorâmica do que as têvês censuraram pela lente do Jornalismo com J grande.

Chile

Depois da Venezuela, porque será que a imprensa ignora Chile e Equador? - Tanto o Equador como o Chile têm vindo a opor-se às políticas neoliberais de Moreno e Piñera. Em ambos os casos, a imprensa internacional, que apostou na Venezuela, tem passado ao lado dos protestos.