2016/11/28

Standing Rock - 300 feridos por ataque da policia

Copiado na integra do diario.info com o respetivo link no fim.

Mais de 300 feridos, 26 dos quais com gravidade, é o saldo do bárbaro ataque lançado pela polícia, na noite de domingo, contra os «protectores da água» em Standing Rock, no Dacota do Norte, EUA. A luta do povo Sioux contra o Oleoduto de Acesso ao Dacota é a história de como um protesto em defesa do direito à água se transformou no epicentro da revolta dos índios americanos. Uma batalha entre o direito a existir e um genocídio começado há 500 anos.

Mais de 300 feridos, 26 dos quais com gravidade, é o saldo do bárbaro ataque lançado pela polícia, na noite de domingo, contra os «protectores da água» em Standing Rock, no Dacota do Norte, EUA. A luta do povo Sioux contra o Oleoduto de Acesso ao Dacota (DAPL na sigla inglesa) é a história de como um protesto em defesa do direito à água se transformou no epicentro da revolta dos índios americanos. Uma batalha entre o direito a existir e um genocídio começado há 500 anos.

Há pouco mais de um século, Touro Sentado perguntava-se «Quantos tratados é que os Sioux assinaram que tenham violado? Quantos tratados é que o Homem Branco assinou que tenha respeitado?». A resposta para ambas as perguntas é «nenhum». Desde a assinatura do Tratado de Fort Laramie, em 1851, o território entregue pelos EUA à nação Sioux foi sendo roubado até, hoje em dia, estar reduzido a um décimo da sua extensão original.

Tal como há 165 anos, o governo dos EUA planeava voltar a violar os tratados com os Sioux e impor a passagem de um oleoduto por terras tribais, colocando em risco permanente as reservas de água das comunidades nativas. Mas desde o início do ano a resistência dos «protectores da água» trava a construção do tubo no território soberano da tribo Sioux de Standing Rock (SRST). Para o presidente da SRST, David Archambault II, «a questão não é se vai haver uma fuga de óleo, é quando. A ETP [a empresa responsável pela construção do oleoduto] tem processos-crime por contaminação da água em quatro estados. No mês passado tiveram outra fuga na Pensilvânia. Vocês confiariam nesta água?», perguntou à CNN.

O projecto de 10 mil milhões de dólares para levar petróleo do Dacota do Norte ao Illinois ao longo de 2000 quilómetros foi alterado várias vezes para proteger a água de cidades como Bismarck, mas os índios não foram sequer consultados, infringindo assim os tratados com os Sioux e a própria Declaração Internacional dos Direitos dos Povos Indígenas, de que os EUA são signatários.

Cenário de guerra

Contudo, aquele que já é o maior protesto dos povos nativos dos EUA em mais de um século, vem inflamando a impaciência do grande capital. Os principais investidores, entre os quais o presidente eleito Donald Trump, dizem que a resistência dos «protectores da água» já custou mais de 1,4 mil milhões de dólares em atrasos na construção e pedem mão pesada. Ao longo de 2016 a repressão policial em Standing Rock militarizou-se e foi-se tornando mais brutal: só no mês passado, 141 pessoas foram detidas, algumas das quais em jaulas de canil, marcadas com números na pele e privadas de assistência médica. No entanto, a violência que aconteceu este domingo é algo que os índios americanos não conheciam há décadas.

Ojilaka Akicita, activista dos direitos dos povos nativos, estava lá e descreveu-me o ataque em primeira mão: «Domingo à noite decidimos remover as barricadas que a polícia montou para nos cortar o caminho, na auto-estrada 1806. A polícia respondeu com tudo excepto fogo real. Usaram um canhão de água misturada com químicos que nos ardia na cara, usaram gás pimenta, balas de borracha, granadas de impacto… Estavam quatro graus negativos e a polícia disparava água gelada contra manifestantes pacíficos. As nossas roupas congelavam-nos junto ao corpo». Entre os mais de 300 feridos, 26 dos quais ainda hospitalizados, há idosos entre a vida e a morte e crianças com ossos partidos. Sophia Wilanksy, de 21 anos, teve o braço amputado.

Para Ojilaka Akicita, a escala da brutalidade policial revela, porém, que está em causa muito mais do que o meio ambiente: «Isto não é só sobre a água. É sobre anos e anos de genocídio e colonização. É sobre a nossa autodeterminação. É sobre esta terra que o capitalismo está a arruinar. Para o governo, é sobre os lucros, que valem mais do que a segurança das pessoas e do que os tratados. Esta terra está nos tratados, mas mesmo depois de tudo o que nos fizeram, ainda nos dizem que estamos a invadir a nossa própria terra, ainda vêm polícias marchar sobre os nossos cemitérios», denunciou. «O mundo inteiro está a ver. O mundo inteiro viu-nos a resistir pacificamente. Viu que isto é um cenário de guerra». Oxalá tivesse visto.

*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 2243, 24.11.2016
(http://www.odiario.info/mais-firmes-do-que-a-rocha/)
(http://avante.pt/pt/2243/internacional/143045/)

Fidel - As Reações

Em todo o mundo, de todas as partes se ouviram expressões de pesar pelo falecimento do líder histórico da Revolução Cubana.

[...]

 As reacções à morte física de Fidel vieram em primeiro lugar dos líderes da América Latina.

- Nicolás Maduro expressou a sua dor e exortou os revolucionários de todo o mundo a continuar o legado de Fidel. “Agora toca-nos a nós e, sobretudo à juventude, descobrir e redescobrir-se no exemplo de Fidel, um eterno jovem sonhador, eterno rebelde que não deu um só minuto de descanso”.

- Para Evo Morales, “o líder cubano é um exemplo de luta pelo seu papel na libertação e integração dos povos”. Disse ainda que “a inteligência e a experiência de Fidel foi unir o nosso povo e com essa união assegurou a integração dos povos do mundo”.

 - Rafael Correa, presidente do Equador, disse: “foi um grande. Morreu Fidel. Viva Cuba! Viva a América Latina!

 - Do México, Enrique Peña Nieto, presidente daquele país referiu-se a Fidel como “um amigo do país” e afirmou que a sua nação e Cuba construíram uma “relação baseada no respeito, no diálogo e na solidariedade”.

 - Salvador Sánchez Cerén de El Salvador manifestou o seu pesar e solidariedade com o “governo irmão e o povo de Cuba”. “Fidel viverá sempre nos corações dos povos solidários que lutam pela justiça, dignidade e fraternidade”, acrescentou.

 - A presidente do Chile, Michelle Bachelet, definiu Castro como “um líder pela dignidade e a justiça social”.

 - Tabaré Vásquez, do Uruguai transmitiu as suas “condolências ao governo, à família de Fidel Castro Ruz e a todo o povo cubano perante o triste acontecimento”.

 - Cristina Fernández, ex-presidente da Argentina disse que Fidel com o seu povo, é exemplo de dignidade e soberania e que ambos figuram na Grande História.

 - Para Dilma Roussef, Fidel foi uma das mais influentes expressões políticas do século 20, e sua morte é motivo de luto e dor, “mm homem que soube unir acção e pensamento, mobilizando forças populares contra a exploração do seu povo. Foi também um ícone para milhões de jovens em todo o mundo. E Dilma presta homenagem a Fidel com um poema de Brecht: “Hay hombres que luchan un dia y son buenos; Hay otros que luchan un año y son mejores; Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos; Pero hay los que luchan toda la vida, Esos son los imprescindibles”.

- Morreu ontem o maior de todos os latino-americanos, o comandante em chefe da revolução cubana, meu amigo e companheiro Fidel Castro Ruz, expressou Lula da Silva. “Sinto a sua morte como a perda de um irmão mais velho, de um companheiro insubstituível, do qual jamais me esquecerei”. “Será eterno o seu legado de dignidade e compromisso por um mundo mais justo. Hasta siempre, comandante, amigo e companheiro Fidel Castro”.

Ouviram-se também manifestações de pesar vindas de outras latitudes. Muitos dirigentes políticos, sociais, culturais e, obviamente do povo anónimo.

- A Associação de Juristas Americano (AAJ) emitiu um documento onde se pode ler que “Fidel deixa-nos um legado de luta e deixou-nos lições que nos orientam para enfrentar o intervencionismo e não nos deixar intimidar ou derrotar”.
- Beinusz Szmukler, presidente do conselho consultivo da AAJ disse que “estou seguro que Fidel não morreu, continua vivo em cada um dos lutadores pela construção de sociedades justas e solidárias”.
 - O advogado porto-riquenho Rafael Anglada reconheceu o simbolismo de Fidel Castro para os latino-americanos independentistas, e lembrou a lucidez do líder cubano ao assegurar o regresso dos cinco heróis cubanos, processo que o próprio Anglada tomou parte.
 - O representante do Colégio de Advogados do Quebec John Philpot referiu o papel de Fidel nas lutas pela libertação das nações africanas e expressou que para ele e boa parte dos canadianos representa um símbolo nas lutas pela soberania.
 - O professor Walter Antillón, da Universidade da Costa Rica, falou da grande admiração que sente por Fidel e da Revolução Cubana; diz-se admirador da sua pessoa e pensamento, assim como da sua capacidade de resistência e poder de construir soluções onde parecia não haber nenhumas.
 - O GUE/NGL, agrupamento de partidos de esquerda no Parlamento Europeu, emitiu um comunicado onde se podia ler sobre o papel de Castro na resistência à ditadura de Batista. “Recordamos Fidel Castro como alguém que acreditava em ideais, no socialismo e la livre determinação dos povos. Estamos muito agradecidos pela sua visão e liderança que fez de Cuba uma das regiões com as mais altas taxas de desenvolvimento, tanto na saúde pública ou educação”.
 - Os representantes da Izquierda Unida no PE, emitiram um comunicado que termina assim “Até sempre Comandante Fidel, teu exemplo de luta e compromisso revolucionário permanecerá sempre connosco”.
 - O comunicado do Partido Comunista Português expressava a “excepcional figura de patriota e de revolucionário comunista evocando o exemplo de uma vida inteiramente consagrada aos ideais da liberdade, da paz e do socialismo em que, com os seus companheiros de armas, numa epopeia que passou por Moncada e pela heróica guerrilha da Sierra Maestra, libertou Cuba de uma cruel ditadura e que, enfrentando a agressão e o bloqueio dos EUA, uniu e mobilizou a energia criadora dos trabalhadores e do povo na construção de uma nova sociedade liberta da exploração e da opressão imperialista”.
 - O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) não quis deixar de se associar à homenagem ao político e homem Fidel. Em comunicado referem que o Comandante “contribuiu inegavelmente para elevar os níveis de vida do seu povo, de acesso aos bens elementares como alimentação, habitação, saúde e ensino, elevando os níveis de qualidade de vida e contribuindo para uma maior equidade entre cubanos".
 - O comunicado do Bloco de Esquerda reconhece que Fidel Castro “foi um grande estadista cubano e assim será recordado. Na hora do seu desaparecimento, o Bloco de Esquerda saúda a sua memória e solidariza-se, uma vez mais, com o povo de Cuba independente”, mas que a “sua vida foi esta experiência de libertação nacional, começada sem alinhamento e até em conflito com a ortodoxia soviética, e só mais tarde conformada com Moscovo e com o modelo de partido único”.
 - Em Las Palmas, logo na manhã de dia 26, dezenas de internacionalistas concentraram-se para render homenagem a Fidel Castro. A convocatória da Plataforma Canária Solidariedade com os Povos, foi secundada por organizações de solidariedade com a Venezuela, Sahara Ocidental, Palestina e também por representantes de distintas associações de juristas, sindicatos e partidos políticos. A chuva e o mau tempo reinantes não fizeram mais que multiplicar a determinação de quem quis prestar o justo reconhecimento na luta revolucionária e anti-imperialista, como foi o exemplo de Fidel.
 - Jean-Luc Melenchon convocou uma concentração em Paris no passado domingo.
 - O ex-ministro da cultura francesa, Jack Lang qualificou Fidel como “gigante da cena internacional”.
 - Pierre Laurent, secretário-geral do PC francês, saudou “a memória de Fidel Castro que toda a sua vida combateu o imperialismo norte-americano pela dignidade do seu povo”.
 - O presidente chinês, Xi Jinping, diz que “o povo chinês perdeu um bom e sincero camarada”. “O camarada Castro viverá eternamente!”.
 - Vladimir Putin escreveu uma carta a Raúl Castro exprimindo as mais profundas condolências pelo falecimento do líder da Revolução cubana. “Esse homem forte e sábio, sempre encarou o futuro com confiança. Encarnou os mais elevados ideais como político, cidadão e patriota firmemente convencido da justeza da sua causa a que dedicou toda a sua vida. A sua recordação ficará para sempre nos corações de todos os cidadãos russos”.
 - O representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Theodor Friedrich, que sublinhou a “visão de Fidel Castro de alcançar a sustentabilidade na produção mundial de alimentos para erradicar a fome”. “O mundo perde um grande líder, um verdadeiro estadista pelo seu pensamento e ideias, que encarnou essa combinação de líder de um povo com uma visão global”, manifestou o diplomata.
 - A directora-geral da UNESCO, Irina Bokova, salientou que Fidel Castro foi um símbolo de solidariedade internacional. “Graças aos esforços de Fidel Castro Ruz, Cuba constitui um exemplo mundial em matéria de solidariedade e cooperação”, afirmou Bokova.
 - Diego Maradona: “O dia é horrível. Comunicaram-me que morreu sem nenhuma dúvida, o maior. Fidel Castro deixou-nos”. Maradona, que esteve internado em várias ocasiões em clínicas de Cuba durante a década de 2000, agradeceu especialmente a ajuda dada por Fidel para combater a sua dependência de drogas. “Ele falou-me muitíssimo sobre drogas, falou-me das recuperações possíveis. Quando na Argentinas as clínicas me fechavam as portas, Cuba abriu-as…e Fidel abriu-as de coração, esteve comigo permanentemente e por isso o meu agradecimento”.
 - A presidente nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), lamentou a morte do líder cubano Fidel Castro, em nota publicada neste sábado (26), onde destaca que “Fidel liderou uma das mais belas experiências de socialismo no mundo.” E acrescenta que “hoje nos rendemos à tristeza natural pela despedida a um grande líder, ao mesmo tempo nos inspiramos em seu pensamento e seu legado para transformar a lágrima em prática revolucionária, para transformar o luto em luta.” [...] …

E por todo o mundo se homenageou o Homem, o Revolucionário, o Resistente, o Comunista, Fidel Castro Ruz.

[Roubado e depois censurado do]
Café Central (https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=1467790013248560&id=960198530674380&substory_index=0)

2016/11/26

A sondagem do 1º aniversário?

Perigoso no que revela de ausência de memória histórica por parte dos sondados.

Durante 40 anos o PS traficou entre maiorias absolutas e acordos com a direita estabelecendo um perigoso arco da governação em redor das Negociatas & Cia.

Pela primeira vez em 40 anos o PS vê-se forçado, depois do lider comunista lhe estender o tapete, a embarcar numa aventura de governação com as esquerdas. Inicia-se uma trajectória única de re-social-democratização da sociedade.

E o que fazem os sondados?

Voltam a querer experimentar maiorias do PS em vez de aumentarem o apoio a quem lhes devolveu ordenados, direitos e qualidade de vida.

Ou são muito burr@s,

ou os espessos, parvalhúlicos, correios da manha e Cia andam a fazê-la muito bem,

ou nós continuamos a fazê-la muito mal.

Porque sim

Hasta Siempre!

#espessowhatelse

2016/11/24

Não mudes nunca :)

Este coiso é o máiór! Agora que não manda nada, não risca nada, é irrelevante, já nos podemos rir a bom rir. Longa vida ao coiso. Que o Sr. o tenha em muito bom repouso e o mantenha à frente do coiso deles com toda a sua pujança e capacidade de liderança e empreendedorismo. Pedro, nunca deixes de empreender. Empreende, empreende porque enquanto andares a empreender não me vais ao bolso.

Não, não são todos iguais.

Não compreendo. Ainda há dias bradavam aos céus que não se podia continuar a vilipendiar a democracia sob pena de promover perigosos populismos e, passados dois ou três dias, vêm despejar uma crónica do rochedo a insistir que nisto da corrupção são todos iguais, que da direita à esquerda só querem é puleiro. E se não for aqui, é aqui ao lado.

E mais uma vez, quando saltamos por cima do senso comum e vamos aos factos, podemos constatar que afinal não são todos iguais.

Vamos ver o panorama desde a direita-faz-de-conta-que-é democrata-cristã, passando pela direita neo-con e pelo centro sempre-no-governo, até à esquerda e aos comunistas.

Quantos militantes do CDS já andaram enrolados em luvas e esquemas maquiavélicos? Assim de repente, entre uma mão cheia de mergulhos em submarinos e tráfico de rotundas ao norte do tejo, sobressaem o já famoso Avelino Ferreira Torres e o reincidente António Cerqueira de Vila Verde.

Entre os empreendedores neo-cons do PSD vêm-nos logo à memória uma serial killer que comprou para o estado o sangue envenenado que a mãe vendia, um ministro que vendeu umas pontes antes de se transferir com malas e agendas para a empresa a quem vendeu as pontes, além, claro está, do Esteves que só largou o conselho de estado ao pontapé, do Advogado que terá alegadamente assassinado a cliente e do Major que distribuiu electrodomésticos pelos eleitores. Todos eles ilibados, prescritos, comutados ou ignorados. Mas o mais infeliz de todos foi sem dúvida o pobre do Isaltino Morais que acabou preso porque tinha um sobrinho taxista na suiça com uns milhões numas contas esquisitas. Enfim, estes e mais uma meia dúzia de condenados e um primeiro ministro que passou a escassa vida empresarial a fugir aos impostos e aos descontos para a segurança social. Mas o que é isso se o mais recente e multibilionário imperador-eleito conseguiu passar 15 anos sem pagar impostos e ainda se gabou do facto?

No sempre central Partido Socialista, primeiros ministros à parte, as coisas começam a ficar menos negras, desaparecem os serial killers e os banqueiros especializados em assaltos a bancos, mas encontramos um Mesquita Machado, uma Fátima Felgueiras e mais de uma meia dúzia de encartados especialistas em trafulhice. 

Em jeito de grand finale ainda fica aqui um pout-pourrit (zinho), uma resenha, um resumo da situação em Fevereiro de 2014.

E finalmente, quando chegamos à esquerda, encontramos uma acusação do Ministério Público contra a Ana Ribeiro, a autarca do BE que esteve dois mandatos à frente da Camara de Salvaterra de Magos e que o tribunal arquivou por inexistência de ilicito, ou seja, porque o Ministério Público andou a gastar o nosso dinheiro a investigar um crime que nunca existiu, e a Jacinta Ricardo, uma autarca da CDU condenada a 15 meses de pena suspensa e uma indemnização cível por pagar os salários dos funcionários com os fundos da tesouraria municipal da autarquia. Alguém vê a diferença? Ou sou só eu?

Um dia destes volto cá para explicar porque é que ser corrupto é incompatível com ser de esquerda, para explicar porque é que quando um individuo, até aí progressista e de esquerda, se deixa corromper, passa automaticamente com o pagamento que recebeu para o lado do capital, dos exploradores, dos que pagam aos criados para lhes trazerem o pequeno almoço à cama. Mas isso fica para um dia destes.

Por enquanto vou ver se me entretenho a fazer crescer esta lista de diferenças.

2017/07 - PSD - Presidente da junta de Campolide - condenado a 5 anos por trafulhices várias, todas entre os 2000 e os 9000 euros de abichanço pessoal. A acompanhar aqui. 2017/07 - PSD - Presidentes das Juntas de freguesia do Areeiro, Estrela e Santo António, em Lisboa, lideradas pelo PSD, fizeram avenças a militantes ou contrataram empresas de militantes em valores que totalizam mais de um milhão de euros. A acompanhar aqui.

Os Meus Amigos e os Comunistas

Eles devem estar loucos. Hoje, durante o meu passeio matinal pelo facebook, caiu-me em cima uma resma de opiniões de comunistas convictos com as cassetes de há vinte ou trinta anos.  Ele é o Rui Zink a defender a "Camaralização" da Carris, quase nos mesmos termos em que os meus camaradas andam há trinta anos a defender que os transportes públicos têm de ser ... públicos.  Ele é o Aventar a defender um sector público forte, com os portos e os aeroportos e as companhias aéreas nas mãos do estado, como os meus amigos comunistas defendem desde que o centrão direitão pêéssista-pêpêdista-cêdêéssista os privatizou.  Ele é o Nicolau Santos, esse perigoso ecóno-comunista com coluna no espesso diário, orgão central dos bolsanamão, a criticar o facto de serem os privados a decidir o que lhes é mais lucrativo. Enfim está tudo contra a sacrossanta iniciativa privada. Nem imagino onde é que isto vai parar.

2016/11/23

A Coisa Vilherme! Outra Vez!

O racismo, racismo, racismo. Pois, racismo - a descriminação de alguém baseada em diferenças de aparência e que tem étimo no mais do que ultrapassado conceito de raça. A ciência contemporânea já lhe pôs fim, um fim completo e absoluto, em finais do século passado.

São maiores e mais numerosas todas as diferenças genéticas entre todos os de pele rosada que andam por aqui do que entre estes e os de pele mais acastanhada. Não existem raças. Ponto. 

Mas então como é que ele continua vivinho e em crescimento? Emergente em programas de entretenimento familiar? A eleger trumpistas do outro lado do oceano? A contribuir para os brexits que trazem os democratistas europeus na maior das confusões? Nas bocas dos telejornais que estranham o facto de um exilado político ter direito ao subsídio para exilados políticos?

Porque a ideologia dominante precisa desesperadamente de manter quem trabalha, em guerra com quem trabalha. Qualquer diferença é boa para dividir. E dividir é bom para reinar. 

No dia em que pararmos de olhar para as diferenças de quem anda no autocarro connosco vamos apanhar-nos a olhar para o que nos separa do outro branco, ou preto, ou amarelo, ou laranja às bolinhas, ou verde às riscas encarnadas, que vive na quinta da marinha e só vemos a sair do Jaguar do outro lado da rua onde não pára o autocarro. 

O Capital nunca vai pousar a arma racista e isso é motivo mais do que suficiente para fazermos tudo o que pudermos para acabar com ele.

Mas isso é tudo? Só há racismo porque o Capital quer? Claro que não. Infelizmente não. O ser humano tem destas. Grandes grandezas e grandes defeitos. 

Adoramos padrões, o nosso cérebro é viciado em padrões, só conseguimos abstrair o que conseguimos padronizar, classificar, diferenciar. Só reconhecemos o que é diferente. E houve tempos em que detectar as diferenças podia significar viver ou morrer. 

Os seres humanos que há dezenas de milhares de anos não souberam distinguir o familiar amigo dos primos esfomeados não deixaram prole. Ficámos nós, os que sabem distinguir cores de pele, caras nas nuvens, formas de cabelo, círculos nas searas, feições, olhos, o teu filho saí ao pai, à mãe sabemos nós que sai.

Somos racistas descendentes de racistas tão só porque somos viciados em padrões. Mas alguns de nós já se curaram.

É isso, o racismo é essencialmente um subproduto da sobrevivência. E então? Damos a volta e vamos para casa? Só porque sabemos jogar ao descubra as diferenças temos de aceitar o racismo? Só porque toda a vida fomos omnivoros não podemos aprender a ser vegetarianos? 

Acabámos com a escravidão, acabámos com a varíola, estamos quase a acabar com a poliomielite. Bem sei que o racismo não é viral, bem sei que actualmente é puramente cultural, bem sei que é uma pequena deficiência mental que já só faz falta ao capital, facilmente tratável com doses maciças de cultura, conhecimento, urbanidade, sociabilidade, coisas dessas, mesinhas da avó.

E no meio disto tudo vem-me a Coisa Vilherme, outra vez, meter uns crómagnons pré-paleoliticos pelas casas das familias - adoro as familias, são assim umas coisas novas que de repente invadiram o nosso vocabulário para substituir as pessoas, os trabalhadores, os cidadãos, essas tretas pré-modernas do século passado, adoro as familias - dizia eu que a Coisa Vilherme me veio por na mesa do jantar um par de cromagnons crus e peludos. 

Acho que é crime. Acho que quem não fizer nada para tirar a Vilherme do ar é criminoso na forma omissa, quem virar a cara é criminoso colaborativo, quem achar aquilo normal é criminoso e quem achar bem ainda mais. E depois não venham chorar lágrimas de crocodilo porque aqui d'elrei o trump ganhou a chapelada e a europa anda a pagar ao Erdogan para afogar os candidatos a refugiados.

A Precariedade Destroi


A precariedade laboral, juntamente com o desemprego e o endividamento é das principais armas de arremesso do Capital contra o Trabalho. Mais não fosse, isso bastaria para lhe darmos luta sem quartel. Mas o que dizer sobre os danos psicológicos inflingidos a quem passa dois, três, dez anos da sua vida entre estágios e contratos de três e seis meses? O que dizer dos danos físicos? Só por isso deveriamos processar quem vem defender a precariedade como alternativa ao desemprego. A precariedade não é alternativa a nada. A precariedade destroi por isso temos de destruir quem a usa para nos destruir. Hoje, os precários inflexiveis denunciam mais um caso de uma coisa esquisita que ganha dinheiro a fintar a lei. Até quando?

0s "asilados" do JN


Não Vale a Pena Ler o Rio Rasca

Não sou masoquista e os indecorosos escritos do Rio Rasca não merecem o esforço de clicar no link que lhes dá acesso. Já a crítica do Jumento aos escritos do Rio Rasca merece a minha profunda admiração, não só porque conseguiu chafurdar através da porcaria do Rio Rasca e sair do outro lado assepticamente limpo, como ainda por cima nos oferece uma cristalina análise da podridão vertida pelo Rasca.

2016/11/22

AIJD reuniu-se em Portugal

A Associação Internacional de Juristas Democratas esteve reunida em Lisboa enquanto, em Istambul, na Turquia, o Erdogan prendia advogados dessa associação.
Os media portugueses ignoraram ambos os factos. Os media portugueses conseguiram não noticiar uns bons seis factos de relevância informativa relacionados com a assembleia magna de uma associação claramente humanista. Aqui no ciberespaço:
O Tempo das Cereja publicou a crónica de Pedro Tadeu no DN.
O abrilabril entrevistou o Roland Weil e denunciou a prisão de membros da Associação de Avogados Progressistas pelo erdoganico governo turco.

Monólogos a Dois (I) - Por terras do trumpismo


Em resposta a quem escreveu isto ocorreu-me responder assim:


Dear Adrian,
I've read half of your thoughts and then I gave up. 

It seems you have learned nothing with the defeat of neo-liberal-wall-street-democrats and the choice of a fascist to be your president. And you could. You could have learned with 1936 german elections. But you did not. And once you learned nothing you will keep repeating the same mistakes. 

Let me teach you some facts. 

People around the world are pissed with you americans. You have been spreading war and misery all across the world since the second world war. And now you have chosen Hillary, a well known war & misery champ to confront the tea party? And you expected that your fellow americans wold chose the clinton copy instead of the original tramp? 

Your Hillary was first lady when his husband started your wall of shame in the mexican border. Your Hillary is funded by pharmaceuticals, oil companies and wall street in a row. Your Hillary was first lady when his husband did the greater deregulation of financial markets since the 1921 crises (ok, one of the biggest) ... the one responsible for the 2008 crises. Your Hillary was in the wrong side every time the working class needed her.

How can you expect to mobilize the working class around the wall street globalization candidate? Can you please stop for a moment, get out of your middle class bubble, and try to impersonate a working american? And note that Bernie supporters did vote for Hillary, they simply did it without any enthusiasm (have you read Michel Moore thoughts about it? Yes? Ok, go and read them again and try to learn something) ... 

So tell me, how many people did you gather to vote? None? Uups. OK, I see, its something Bernie (and Obama's ten years ago) supporters used to do, but not you. Uuops. I understand. You are not an activist but you expect the others will do your job?

Last but not the least. Its easy to blame others but this will not help solve your problems. Its harder to find your own mistakes, but its the only way for you to stop repeating the same mistakes.

Oh and btw, if you really care, stop crying and start doing something about it. Try to implement a democratic, proportional, election method. Or are you afraid that something democratic can take form on the left of your democratic party? Try to have a left candidate, somebody the working class can follow. Try a "left" democratic party. Or are you afraid of the working class?

Maybe you prefer trump? Maybe its not their responsibility, maybe, just maybe, trump victory is your responsibility? Maybe its Hillary's responsibility? Did you ever thought about such possibility?

Ao que alguém retrocou genericamente isto:

o disparate campeia, e o discurso contra os "políticos", as "elites", enfim contra os "outros" campeia aqui, mesmo em inglês. Há mesmo quem diga que a vitória de Trump foi fabricada por Clinton! Get a life!
Não, a vitória do trumpismo não foi fabricada pelos clinton. O que acabou de fazer é desonesto. É sofistica da muito baixa. Carl Sagan dedica-lhe um capitulo n'Um Mundo Infestado de Demónios, chamou-lhe A Arte de Detectar Disparates e se a editora não estivesse completamente conspurcada eu aconselhá-la-ia a comprá-lo.
A Sra. até sabe o que o "discurso" disse, mas a única forma que arranjou para o descridibilizar foi caricaturalizá-lo e contestar a caricatura.
Aquilo a que chama o discurso contra as élites é de facto um discurso contra a mentira. Quem adubou o terreno para o trumpismo foi quem consecutiva e repetidamente, ao longo de décadas, prometeu e não cumpriu. Quem adubou o terreno da demagogia trumpista foi quem mentiu.
Quem lavrou a terra do trumpismo foram os partidos de inspiração social-democrata, mais uma vez, quando entre a social-democracia e o tachismo blairista neo-liberal, escolheram este último. Quem lavrou a demagogia trumpista foi a internacional socialista com as suas pequenas traições.
Quem semeou o trumpismo foram os pseudo-adeptos das semi-democracias hipócrito-representativas que aceitam eleições "the winner takes all", como se de um combate de boxe se tratasse, ou que pugnam pelos "circulos-uninominais" porque "aproximam os eleit...See more
Cara Sra. a demagogia trumpista não nasceu do nada. Cresceu e fez-se num regime em que 1% explora e manda nos restantes 99% com o entusiástico apoio dos carreiristas a que a Sra. chama elites e que mais não são do que assalariados, normalmente mal pagos, daqueles 1% que se estão a rir de nós por julgarmos que podemos mudar alguma coisa. Podemos ?
Adoro domingos com muitas almofadas, tartes e a chuva a bater nos vidros. Bom fim de semana 
Jose Braz

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Mais um Trumpista Encapotado


Bem! Munchau! Escreves tanta asneira que eu nem sei por onde começar. 

Vamos por partes ...

1. A forma ou a falácia - ao longo da tua opinião vertes um churrilho de chavões sem a menor preocupação com a fundamentação do que quer que seja. Alguns exemplos. «líder do Mundo Livre»? O que é um líder? E o que é esse mundo livre? Ainda andas nessa? 30 anos depois? Livre? Livre de quê? O M5Estrelas «desafia o conceito de direita e esquerda» dizes tu,  ou será "o teu conceito de esquerda direita marchar marchar" ? Tens uns "conceitos" muito mainstream. Tão mainstream que os Trumpismos dos teus conceitos também devem desafiar os teus conceitos. Enfim, sobre a forma das tuas falácias podíamos ficar aqui uns 30 000 caracteres mas não tenho dedos para tanto.

2. Onde é que foste buscar que «Em países democráticos, é comum os partidos da oposição acabarem por chegar ao poder»? Quantos partidos de (verdadeira) oposição nunca chegaram ao poder? A não ser que para ti os partidos se resumam àqueles dois ou três que costumam trocar cadeiras e galhardetes no banquete da coisa pública tipo Labour&Tories, Reps&Dems Hollande&Sarkozy. É isso, certo? Mais uma vez a tua visão é tão mainstream que vais acabar a chorar lágrimas de crocodilo pela eleição de um qualquer trumpista europeu.

3. Dizes tu que se o Renzi se demitir é o caos politico. Outras vez ? Se o Syriza ganhar é o fim! Foi? Se o brexit ganhar é o inferno, lembras-te ? Foi? Não há alternativa à austeridade? Não? Viu-se. Pára lá de gritar e abanar as mãos que vem ai o lobo, respira fundo, desce à terra e olha para a realidade sem os teus óculos de chavões pré-concebidos.

4. «De todos os candidatos que se assumiram como tal, ela [a le pena] é a que está mais bem preparada» dizes tu e mais quem? Mas preparada para quê? Para expulsar emigrantes? Queimar muçulmanos? Acabar com os sindicatos? Ilegalizar partidos? Largar skinheads trauliteiros? São os munchaus como tu que por levarem ao colo os fascistas acabam por elegê-los. És mesmo só bronco ou és realmente o fascista disfarçado de cordeiro que pareces?

A opinião dos munchaus anda por aqui caso alguém a queira ler.