A longa história do apoio do New York Times a golpes promovidos pelos EUA
(Alan MaCleod, O Diário.info, 2019/12/11)
O presidente boliviano Evo Morales foi deposto por um golpe de Estado apoiado pelos EUA no início deste mês, depois de generais do exército boliviano apareceram na televisão exigindo a sua renúncia. Enquanto Morales fugia para o México, o exército nomeou a senadora de direita Jeanine Añez como sua sucessora. Añez, uma conservadora cristã que tem descrito a maioria indígena da Bolívia como "satânica", chegou ao palácio presidencial segurando uma enorme Bíblia, declarando que a Cristandade estava de regresso ao governo. Anunciou de imediato que iria "tomar todas as medidas necessárias" para "pacificar" a resistência indígena à sua tomada do poder.
«Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação. Só há liberdade a sério quando pertencer ao povo o que o povo produzir.»(Sérgio Godinho)
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2019/09/07
Libertem Julian Assange
Uma sociedade apenas é tão livre quanto o for o seu mais problemático dissidente político
(Caitlin Johnston, ODiário.info, 2019/09/06)
As razões da perseguição, do exílio e da prisão de Julian Assange dizem muito sobre a real natureza da sociedade, e sobre o aparelho mediático dominante. Assange é perseguido porque revelou a verdade sobre crimes. Por isso também é atacado por poderosos meios de comunicação cuja especialidade é fazer o contrário.
Você não o saberia agora por nenhuma notícia publicada em qualquer meio de comunicação de massa ocidental, mas o músico Roger Waters vai interpretar a icónica música dos Pink Floyd “Wish You Were Here” em frente ao gabinete da secretária do Interior britânico Priti Patel, para chamar a atenção para a perseguição do fundador de WikiLeaks, Julian Assange.
(Caitlin Johnston, ODiário.info, 2019/09/06)
As razões da perseguição, do exílio e da prisão de Julian Assange dizem muito sobre a real natureza da sociedade, e sobre o aparelho mediático dominante. Assange é perseguido porque revelou a verdade sobre crimes. Por isso também é atacado por poderosos meios de comunicação cuja especialidade é fazer o contrário.
Você não o saberia agora por nenhuma notícia publicada em qualquer meio de comunicação de massa ocidental, mas o músico Roger Waters vai interpretar a icónica música dos Pink Floyd “Wish You Were Here” em frente ao gabinete da secretária do Interior britânico Priti Patel, para chamar a atenção para a perseguição do fundador de WikiLeaks, Julian Assange.
2019/07/28
A MenTVI MenTVIu !
A TVI mentiu. Nem é novidade, nem foi a primeira, nem a segunda nem a terceira vez, nem é a única, mas mentiu e importa, mais uma vez, repor a verdade. «O que se exige é que a TVI dê conta agora, com expressão idêntica à que dedicou à ofensa ao PCP e ao seu Secretário-geral, da Deliberação agora adoptada pela ERC. E, sobretudo, que peça desculpa pública ao PCP e a Jerónimo de Sousa, assim como às centenas de milhar de telespectadores que durante semanas deliberadamente enganou para sustentar, em pleno período pré-eleitoral, uma operação com indisfarçáveis e repudiáveis objectivos políticos»
Depois de um caneiro televisivo ter, durante dois meses, espalhado a infâmia, vou recolher aqui as noticias que for encontrando sobre o desmentido. Até ao momento nem uma menção da decisão da ERC nas página do caneiro desinformativo.
**************************************************
A calúnia
(Rui Sá, JN, 2019/07/29)
O filme "A calúnia", de Sydney Pollack, estreado em 1981 com dois grandes atores - Paul Newman e Sally Field - aborda a história de uma jornalista manipulada que conta uma história falsa sobre um homem que é inocente - e que, deste modo, fica com o seu nome manchado para sempre.
Depois de um caneiro televisivo ter, durante dois meses, espalhado a infâmia, vou recolher aqui as noticias que for encontrando sobre o desmentido. Até ao momento nem uma menção da decisão da ERC nas página do caneiro desinformativo.
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A calúnia
(Rui Sá, JN, 2019/07/29)
O filme "A calúnia", de Sydney Pollack, estreado em 1981 com dois grandes atores - Paul Newman e Sally Field - aborda a história de uma jornalista manipulada que conta uma história falsa sobre um homem que é inocente - e que, deste modo, fica com o seu nome manchado para sempre.
2018/03/24
Ai Ai Ai Que o Facebroncas Faz Concorrência aos Media Corporativos
E sim, de facto gosto mais do Daniel escrito do que do Daniel falado.
Citizen Mercer
(Daniel Oliveira in Expresso, 2018/03/24)
Há muito tempo que o nosso rasto nas redes sociais é abusivamente utilizado para nos manipularem. Enquanto serviu o comércio estava tudo bem. Só quando governos começaram a cair porque, em vez de roupa e jogos, o Facebook nos vendeu partidos e candidatos, os políticos acordaram. E anunciam-se impostos, regulações, multas. Robert Mercer, o milionário que fez fortuna em fundos de investimento altamente especulativos e investiu na Cambridge Analytica, é a besta negra do momento. Mercer foi mecenas de Stephen Bannon, que colocou na Casa Branca, e financiou Ted Cruz, primeiro, e Donald Trump, depois. O informático libertário representa na perfeição o casamento entre as novas tecnologias e o poder financeiro. Está nos antípodas da retórica dos movimentos de direita que resistem à globalização. Porque anda metido com a Liga italiana e Trump, o ‘Brexit’ e a Rússia? O objetivo não é seguramente impor governos protecionistas. Além de ganhar dinheiro, o mais provável é que queira ajudar a criar o caos, enfraquecendo a democracia e o Estado. Na tradição do liberalismo radical, pessoas como Mercer desconfiam do sufrágio universal, que dá ao povo o direito de eleger quem lhes vai cobrar impostos e limitar o poder. Nada têm contra o sistema, que está nas suas mãos, ou contra a globalização, de que são um motor essencial. O seu problema é mesmo com a democracia.
Citizen Mercer
(Daniel Oliveira in Expresso, 2018/03/24)
Há muito tempo que o nosso rasto nas redes sociais é abusivamente utilizado para nos manipularem. Enquanto serviu o comércio estava tudo bem. Só quando governos começaram a cair porque, em vez de roupa e jogos, o Facebook nos vendeu partidos e candidatos, os políticos acordaram. E anunciam-se impostos, regulações, multas. Robert Mercer, o milionário que fez fortuna em fundos de investimento altamente especulativos e investiu na Cambridge Analytica, é a besta negra do momento. Mercer foi mecenas de Stephen Bannon, que colocou na Casa Branca, e financiou Ted Cruz, primeiro, e Donald Trump, depois. O informático libertário representa na perfeição o casamento entre as novas tecnologias e o poder financeiro. Está nos antípodas da retórica dos movimentos de direita que resistem à globalização. Porque anda metido com a Liga italiana e Trump, o ‘Brexit’ e a Rússia? O objetivo não é seguramente impor governos protecionistas. Além de ganhar dinheiro, o mais provável é que queira ajudar a criar o caos, enfraquecendo a democracia e o Estado. Na tradição do liberalismo radical, pessoas como Mercer desconfiam do sufrágio universal, que dá ao povo o direito de eleger quem lhes vai cobrar impostos e limitar o poder. Nada têm contra o sistema, que está nas suas mãos, ou contra a globalização, de que são um motor essencial. O seu problema é mesmo com a democracia.
2018/02/14
Critica da Imprensa Corporativa - I
No dia em que as parangonas são os juros dos cartões de crédito, as armas para a PSP na luta contra o terrorismo(*), a lei da paridade e os rendimentos da fundação, o prémio de "Irrelevância Criativa" vai para o "i", com o seu importado e consumista dia do consumo à pala de serem namorados, ou gostarem uns dos outros, ou não terem nada que fazer vou-com-el@-ao-chopem-a-ver-se-abicho-qualquer-coisa. Mas estaria a ser injusto se, em tanta primeira página, não reconhecesse uma única notícia. Claro que as há! Uma ou duas, mas apesar de tudo aparecem. Coisas como o facto de o governo ainda ter na gaveta a lei da paridade, as repercussões nacionais da Lava-Jato brasileira ou mesmo os desenvolvimentos em redor do independentismo catalão são sem dúvida notícias, todas na capa do DN.
Depois?
Bem, depois vêm "as curtas". Coisas como o carnaval que já acabou e a musa do Ricardinho são desculpas para o líder de audiências mostrar carne. O futebol só está ausente nas capas da Sonae e da Newsplex. Mais uns carnavais e uns dias de consumo à lá americana e o uso que as vítimas de AVC fazem do 112 completam o ramalhete das irrelevâncias com que os fazedores de factos tentam enganar otários e pescar compradores.
Porque é que não compro jornais?
As capas são as montras dos conteúdos e pelas parangonas se percebe que nenhum dos editores sabe o que é informar, talvez tenham uns laivos de marketing ilustrados por umas interpretações esconsas de estudos de mercado, mas sobre jornalismo népias. Notícias? Nada que vá além do dono que mordeu o cão, e muitas vezes mesmo aquém do cão que mordeu o dono («Portugueses levam 2 horas a chamar o 112», «Medicina Chinesa abre» uma guerra de arlequim e mangerona nas licenciaturas, «séries da BBC com tecnologia» cá da casa).
Mas até há notícias
E no entanto haveria muito para encher as capas com informação, desde o facto de 51% das receitas dos hospitais privados serem provenientes do estado, isto é, dos nossos impostos, passando pelos dados do último boletim do INE de onde concluímos que a «Reposição de rendimentos resulta no maior crescimento económico desde 2000» até às noticias do Trabalho, para sabermos que a «Hotelaria do Norte tem 80 mil trabalhadores com salários congelados» e que o Metro de Lisboa subcontrata para colmatar necessidades quando essa «Opção sai mais cara do que contratação directa», ou que nos dizem algo sobre o mundo em que «Pela primeira vez, um órgão de supervisão europeu, o Comité Europeu de Direitos Sociais, reconhece, explicitamente, direitos sindicais para o pessoal militar [na Irlanda].»
Eu sei que isto dito assim até parece publicidade ao AbrilAbril, mas não é, trata-se apenas de constatar que onde há jornalistas nascem notícias e onde sobrevivem jornaleiros cresce erva ruim.
(*) Búúúuu tenham medo, muito medo do terrorismo, assim não vêm os nossos donos a meter ao bolso os vossos impostos.
Depois?
Bem, depois vêm "as curtas". Coisas como o carnaval que já acabou e a musa do Ricardinho são desculpas para o líder de audiências mostrar carne. O futebol só está ausente nas capas da Sonae e da Newsplex. Mais uns carnavais e uns dias de consumo à lá americana e o uso que as vítimas de AVC fazem do 112 completam o ramalhete das irrelevâncias com que os fazedores de factos tentam enganar otários e pescar compradores.
Porque é que não compro jornais?
As capas são as montras dos conteúdos e pelas parangonas se percebe que nenhum dos editores sabe o que é informar, talvez tenham uns laivos de marketing ilustrados por umas interpretações esconsas de estudos de mercado, mas sobre jornalismo népias. Notícias? Nada que vá além do dono que mordeu o cão, e muitas vezes mesmo aquém do cão que mordeu o dono («Portugueses levam 2 horas a chamar o 112», «Medicina Chinesa abre» uma guerra de arlequim e mangerona nas licenciaturas, «séries da BBC com tecnologia» cá da casa).
Mas até há notícias
E no entanto haveria muito para encher as capas com informação, desde o facto de 51% das receitas dos hospitais privados serem provenientes do estado, isto é, dos nossos impostos, passando pelos dados do último boletim do INE de onde concluímos que a «Reposição de rendimentos resulta no maior crescimento económico desde 2000» até às noticias do Trabalho, para sabermos que a «Hotelaria do Norte tem 80 mil trabalhadores com salários congelados» e que o Metro de Lisboa subcontrata para colmatar necessidades quando essa «Opção sai mais cara do que contratação directa», ou que nos dizem algo sobre o mundo em que «Pela primeira vez, um órgão de supervisão europeu, o Comité Europeu de Direitos Sociais, reconhece, explicitamente, direitos sindicais para o pessoal militar [na Irlanda].»
Eu sei que isto dito assim até parece publicidade ao AbrilAbril, mas não é, trata-se apenas de constatar que onde há jornalistas nascem notícias e onde sobrevivem jornaleiros cresce erva ruim.
(*) Búúúuu tenham medo, muito medo do terrorismo, assim não vêm os nossos donos a meter ao bolso os vossos impostos.
2018/01/08
Da série: Donos Disto Tudo
Hà muito tempo percebi a importância de não descarregar nos capitalistas a culpa pelos desmandos do capitalismo. A coisa é mais complicada, mais orgânica, não são os "maus" capitalistas os culpados pelas desgraças do capitalismo, é o próprio sistema que produz capitalistas e se encarrega de exterminar os que não sejam suficientemente violentos, canibais, autofágicos. É o capitalismo que os selecciona. Só sobrevivem os maus.
A lista dos atuais donos do armamento ideológico veio do diário.info e fica aqui para referência futura:
Sumner Redstone (Murray Rothstein, Viacom, MTV),
Robert Iger (Disney),
Roger Ailes (Fox),
Stanley Gold (Shamrock ABC/Disney),
Barry Meyer (Warner Bros),
Michael Eisner (Disney),
Edward Adler (Time Warner),
Danny Goldberg – David Geffen (Dreamworks, Elektra/Asylum Records),
Jeffrey Katzenberg (Dreamworks, Disney),
Jean-Bernard Levy (Vivendi, França),
Joe Roth, Steven Spielberg, Ron Meyer, Mark Zuckerberg (Facebook),
Mortimer Zuckerman, Leslie Moonves (CBS).
A lista dos atuais donos do armamento ideológico veio do diário.info e fica aqui para referência futura:
Sumner Redstone (Murray Rothstein, Viacom, MTV),
Robert Iger (Disney),
Roger Ailes (Fox),
Stanley Gold (Shamrock ABC/Disney),
Barry Meyer (Warner Bros),
Michael Eisner (Disney),
Edward Adler (Time Warner),
Danny Goldberg – David Geffen (Dreamworks, Elektra/Asylum Records),
Jeffrey Katzenberg (Dreamworks, Disney),
Jean-Bernard Levy (Vivendi, França),
Joe Roth, Steven Spielberg, Ron Meyer, Mark Zuckerberg (Facebook),
Mortimer Zuckerman, Leslie Moonves (CBS).
2017/12/16
O Assalto da Direita
Tudo começou com um soundbyte(1), criado por um alcoólatra e viralizado pelo Paulinho "das feiras", foi prontamente apadrinhado por tudo quanto fosse voz cantante, tribuno do capital ou palhaço de serviço. Daí para cá, a guerra psicológica promovida pelos media da classe dominante só tem ganho intensidade.
Vale tudo até tirar olhos. Descontextualizar, inventar, mentir, ignorar, tudo serve para tentar esconder os resultados obtidos por uma politica de devolução de direitos e rendimentos roubados ao trabalho na última década.
Ontem o supremo tribunal do terrorismo especulativo decidiu a favor da economia portuguesa e subiu-lhe dois valores na avaliação. Dois valores de uma assentada. A FITCH, pela primeira vez, subiu o rating da dívida portuguesa em dois níveis, de uma vez! Acontecimento único, recorde, primeira página dos matutinos. Parangonas em todos os quiosques.
Não? Não!
A noticia mereceu um retângulo esquerdo no Público e destaque no DN. Nos outros? Nada. Ou quase nada, nicles, não aconteceu, não é noticia, um quadradinho num cantinho. Não interessa.
Vale tudo até tirar olhos. Descontextualizar, inventar, mentir, ignorar, tudo serve para tentar esconder os resultados obtidos por uma politica de devolução de direitos e rendimentos roubados ao trabalho na última década.
Ontem o supremo tribunal do terrorismo especulativo decidiu a favor da economia portuguesa e subiu-lhe dois valores na avaliação. Dois valores de uma assentada. A FITCH, pela primeira vez, subiu o rating da dívida portuguesa em dois níveis, de uma vez! Acontecimento único, recorde, primeira página dos matutinos. Parangonas em todos os quiosques.
Não? Não!
A noticia mereceu um retângulo esquerdo no Público e destaque no DN. Nos outros? Nada. Ou quase nada, nicles, não aconteceu, não é noticia, um quadradinho num cantinho. Não interessa.
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