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2018/04/15

Amarelândia: o Capital travestido de social-democrata

Mais um a querer enganar tolos. Todo muito democrata e muito liberal, vale a pena lê-lo, para ficarmos já a conhecer os sound-bytes da ideologia dominante para a primavera-verão. Que a democracia liberal não está em risco, é só a cultura democrática a ruir. Que os neoliberais andam muito preocupados com a extrema-direita e a esquerda devia aproveitar para conversar com eles, fazer, sei lá,[mais?] umas cedênciazinhas, explicar-lhes que a esquerda, desde que dialogante e domesticada, até lhes faz falta, sei lá. Eles até nem gostom da alt-right, ou que é. Que a tal liberdade económica para estraçalhar a economia não significa nada menos democracia, da dele, da tal liberal do Capital. Que até se vê obrigado a defender o Syriza, bonzinho, que cedeu em toda a linha para defender os pobres. Olha se não os tem defendido, digo eu. E até «o Draghi fez o que tinha de ser feito, apesar de ter sido demasiado lento por estar constrangido pelas regras [europeias ] e pela elite económica alemã». Esquerda ?!? Guru??? De quê?? Guru de quem??? Mas leiam, se não acreditam, leiam o que pensa esta coisa que para o i é de esquerda. Olha se não fosse!

Paul Mason - o novo guru da esquerda
(Jornal i, 2018/04/11)

Veio a Lisboa para participar numa conferência sobre a democracia europeia. Como a vê?

Bom, é uma boa ideia. Não é tanto que a democracia esteja em risco na Europa, apesar de em alguns países estar, mas mais a cultura democrática que sustenta a democracia, que é muito mais frágil do que as pessoas entendem. Temos na Polónia um governo que diz, dia sim dia não, que não quer a democracia liberal, que diz que a “democracia liberal impede que nós, o povo, expressemos os nossos verdadeiros desejos”. Desejos como banir o aborto ou a lei estapafúrdia de que ninguém pode questionar o papel do país no Holocausto. O que temos agora na outra ponta da Europa é um conjunto de elites que dizem que a democracia não é boa. Esta é uma mensagem partilhada pelos movimentos populistas em Itália, a verdadeira direita, a Liga Norte, e uma ala direita no Movimento 5 Estrelas. Tornaram-se cínicos da democracia. Temos de a reavivar pela prática e de fazer as pessoas perceberem que é bastante importante para elas controlarem o governo do qual dependem. A cultura democrática que temos na Europa é única no mundo e está rodeada de pessoas que dizem que é má. Os governos polaco e húngaro são o eco do que a China e a Rússia estão a dizer e, agora, do que os norte-americanos dizem. Em 2008, Peter Till, um empreendedor da alt-right, escreveu um artigo a dizer que a democracia e a liberdade são agora incompatíveis, que liberdade económica significa menos democracia. Desde 2008 que têm tentado chegar a este momento. Felizmente, a Europa tem uma cultura democrática, e a melhor forma de a manter é usando-a.