Quem viu a reportagem dos justiceiros linchadores, apanhou no ar o ténue odor das violencias neonazis. Quem estava atento a esses pequenos sinais, viu umas peles mais escuras e uns cabelos encrespados nas imagens desfocadas de quem estava a tratar mal o cão, cheirou o ambiente nómada em redor da senhora que comprou o cavalo branco para tratar dele, detectou a esquerda cosmopolita na mulher que denunciou um partido por não receber em audiência a ONG a que presidia. Curiosa selecção de agressores de animais. Pergunto-me se foi aleatória ou representativa do panorama nacional de torturadores de animais. Onde estão ali os toureiros? Ou esses são demasiado bem vestidos para se tornarem vitimas do terrorismo?
Dos actos terroristas, levados a cabo pelos arruaceiros da ira nacional, emanava um intenso odor a práticas neonazis, uma estranha selecção dos alvos a abater, uma predilecção por mulheres que me levou a comentar em família que aqueles gajos não tinham nada a ver com defesas de animais, não passavam de uns neonazis quaisquer a capitalizar audiências num campo tradicionalmente dominado pelos seres humanos progressistas e civilizados.
Dois dias depois caiu-me em cima este post publicado nos idos de 2015 pelo Manifesto74. Fez-se luz. A simpatia dos dirigentes do PAN pelos arruaceiros vem de trás, dos tempos em que eram todos amigos. E sim, a teoria da conspiração impõe-se. Ninguém vê uma estranha coincidência na ajudinha que o Steve Bannon prometeu ás extremas-direitas europeias para as eleições de 2019 e a repentina mediatização dos Andrés Venturas e das ira's a quem ninguém tinha dado ainda a devida atenção? Cuidado com os apelos à "justiça da raiva" e aos linchamentos na praça pública, quem acaba por capitalizar com essas alarvidades é sempre a direita mais ultramontanamente neofascista. Foi assim que começou a violenta pregação evangelista do #EleNão. @Refer&ncia.
«Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação. Só há liberdade a sério quando pertencer ao povo o que o povo produzir.»(Sérgio Godinho)
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2018/11/18
2018/07/08
Expressões de Cultura Popular?
Ainda aceito a argumentação do Miguel Tiago que consegue evitar, navegando entre escolhos, as «expressões da cultura popular».
Não aceito que o pcp se vergue aos olés dos filhos dos latifundiários que nos incendiaram os centros de trabalho há 45 anos.
O PCP é ... Comunista ... isso implica ser a vanguarda do proletariado (eu sei, eu sei, são conceitos muito pesados), isso implica estar à frente, liderar a evolução ética, estética, social, política da época.
Estamos em 2018, o sofrimento animal, à medida que ganhamos consciência de que o planeta não está aqui para nos servir, vai-se tornando inaceitável. Em vez de liderarmos o processo, pior do que deixar a liderança para a burguesia, contrariamos o processo?
Interessante notar que enquanto os comunistas lideraram a luta pela evolução estética, cultural, social, política e ética, até meados do séc XX, fomos crescendo de forma imparável, não só no seio do proletariado, mas também entre todos os que se identificavam com essa liderança coletiva, com essa vanguarda.
Quando se consolidou o realismo-socialista como a verdadeira arte e "as tradições populares" como real expressão da cultura popular, deixámos de liderar, passámos a deixar arrastar-nos pela conjuntura. Foi causa, consequência, ou foram meros fenómenos correlacionados, ambos consequências de algum outro fator?
Sabiamos a polémica que ia dar? Se não adivinhávamos é porque continuamos muito afastados da realidade, pelo menos tanto como quando perdemos Almada na freguesia da Sobreda. Sabiamos que podia (e devia?) ser usado para ocultar a luta dos outros mamíferos, dos racionais, por melhores condições de vida? Tinhamos de pensar estrategicamente a posição face às touradas e taticamente face à proposta de projeto de lei. Não temos tempo para isso? Como também não soubemos ter sobre a morte medicamente assistida? E como não tivemos para ver a realidade na véspera de perder Almada?
Não temos tempo para tudo? Temos poucos deputados para o serviço? Uma declaração do tipo «votamos contra porque este tema é relevante e merece ser devidamente apreciado e legislado e somos contra esta tentativa de esconder a discussão (hoje!) da melhoria da qualidade de vida dos animais racionais que lhes foi roubada». Isto eu aceitaria e batia palmas. Sabia que assim que tivessemos oportunidade teriamos legislação à altura sobre a selvajaria tauromáquica.
Mas defesa das «expressões de cultura popular»!??
Quais "popular"? Dos cavaleiros de oliveira filhos e netos dos latifundiários que incendiaram (e voltavam a queimar e a matar, se pudessem, nas praças de touros!) os nossos centros de trabalho?
Popular??? Popular o Spinola e os seus apaniguados?? O Spinola das vésperas do 28 de Setembro, a apelar à maioria silenciosa que das bancadas aplaudia o seu bolorento salazarista e vaiava o Primeiro Ministro Vasco Gonçalves?
Cultura? Qual "cultura"? A da arte de espetar ferros no dorso do mamífero e fugir com os quadris do cavalo à investida dos cornos cerrados?
Cultura??? Qual? A do marialva? Da porrada na mulher quando o Benfica perde?
Qual "expressão"? A de regozijo por um ferro bem espetado nas trombas dos basbaques faz-de-conta-que-sou-latifundiário e dos quero-ter-um-porshe-comó-dele?
Se o PCP quisesse fazer alguma coisa para começar a limitar a barbárie das touradas, mesmo evitando a proibição, e eu tenho horror às proibições, por isso uso o menos possível, podia propor o fim do financiamento público das touradas, o fim da emissão das touradas, remetê-la para os canais pagos, proibir-lhe a publicidade em locais públicos como se faz com outros tipo de pornografia, aumentar o IVA dessa "indústria de entretenimento" e aproveitar para voltar a propor a diminuição do IVA na cultura, do teatro e da música, ... legislar sobre o tamanho e espessura dos ferros que se podem espetar no dorso do mamífero e sobre a àrea de dorso que pode ser, legalmente, coberta de sangue e sobre os decilitros de sangue que o mamífero pode cuspir até ser retirado da arena, ainda vivo, e libertado na campina até ao fim de semana seguinte.
Se o PCP se opusesse à proposta do pan pelas suas fragilidades, ou pelo momento em que foi apresentada, tinha bom remédio, apresentava outro projeto de lei ou dizia claramente: votamos contra porque isto é uma provocação destinada a esconder o que hoje se vota de realmente relevante: o direito a uma vida condigna para os animais racionais, vamos deixar a discussão a sério dos direitos dos irracionais para outra altura.
Não o fez. Embrulhou-se na defesa de um conceito retrógrado e semi-paternalista de cultura popular.
Um dos erros desta posição reside nessa visão retrógrada e semi-paternalista de cultura-popular, uma visão que no limite ainda obrigaria a legitimar outras "tradições", bem mais “populares, diga-se de passagem, recentemente proibidas (por iniciativa de quem, com propostas de quem e os votos de quem?) no âmbito de legislação apropriada. Barbariedades como queimar gatos para subirem a postes, ou as há mais tempo ilegalizadas lutas de cães, nunca chegaram a cair debaixo do recente guarda chuva pseudo-cultural e neo-patrioteiro das «expressões de cultura popular», expressões de selvajaria antes apadrinhadas por um fascismo salazarento como forma de deixar os basbaques verem os filhos dos latifundiários a pavonear-se em cavalos ajaezados e que nós tão bem caricaturizámos pela voz do Fernando Tordo vão lá mais de 40 anos.
O meu problema é ver o pcp a deixar cair o caráter decisivo de vanguarda para se remeter a pseudo-multiculturalismos que relativizam os aspetos retrógrados das “tradições”, mais das vezes impostas como escapes por um fascismo salazarento. O meu problema é vê-lo a vergar a neo-patriotismos conjunturais e seguidistas. Irrita-me, deixa-me triste e preocupado, muito preocupado. Pela segunda vez em poucos meses.
Não aceito que o pcp se vergue aos olés dos filhos dos latifundiários que nos incendiaram os centros de trabalho há 45 anos.
O PCP é ... Comunista ... isso implica ser a vanguarda do proletariado (eu sei, eu sei, são conceitos muito pesados), isso implica estar à frente, liderar a evolução ética, estética, social, política da época.
Estamos em 2018, o sofrimento animal, à medida que ganhamos consciência de que o planeta não está aqui para nos servir, vai-se tornando inaceitável. Em vez de liderarmos o processo, pior do que deixar a liderança para a burguesia, contrariamos o processo?
Interessante notar que enquanto os comunistas lideraram a luta pela evolução estética, cultural, social, política e ética, até meados do séc XX, fomos crescendo de forma imparável, não só no seio do proletariado, mas também entre todos os que se identificavam com essa liderança coletiva, com essa vanguarda.
Quando se consolidou o realismo-socialista como a verdadeira arte e "as tradições populares" como real expressão da cultura popular, deixámos de liderar, passámos a deixar arrastar-nos pela conjuntura. Foi causa, consequência, ou foram meros fenómenos correlacionados, ambos consequências de algum outro fator?
Sabiamos a polémica que ia dar? Se não adivinhávamos é porque continuamos muito afastados da realidade, pelo menos tanto como quando perdemos Almada na freguesia da Sobreda. Sabiamos que podia (e devia?) ser usado para ocultar a luta dos outros mamíferos, dos racionais, por melhores condições de vida? Tinhamos de pensar estrategicamente a posição face às touradas e taticamente face à proposta de projeto de lei. Não temos tempo para isso? Como também não soubemos ter sobre a morte medicamente assistida? E como não tivemos para ver a realidade na véspera de perder Almada?
Não temos tempo para tudo? Temos poucos deputados para o serviço? Uma declaração do tipo «votamos contra porque este tema é relevante e merece ser devidamente apreciado e legislado e somos contra esta tentativa de esconder a discussão (hoje!) da melhoria da qualidade de vida dos animais racionais que lhes foi roubada». Isto eu aceitaria e batia palmas. Sabia que assim que tivessemos oportunidade teriamos legislação à altura sobre a selvajaria tauromáquica.
Mas defesa das «expressões de cultura popular»!??
Quais "popular"? Dos cavaleiros de oliveira filhos e netos dos latifundiários que incendiaram (e voltavam a queimar e a matar, se pudessem, nas praças de touros!) os nossos centros de trabalho?
Popular??? Popular o Spinola e os seus apaniguados?? O Spinola das vésperas do 28 de Setembro, a apelar à maioria silenciosa que das bancadas aplaudia o seu bolorento salazarista e vaiava o Primeiro Ministro Vasco Gonçalves?
Cultura? Qual "cultura"? A da arte de espetar ferros no dorso do mamífero e fugir com os quadris do cavalo à investida dos cornos cerrados?
Cultura??? Qual? A do marialva? Da porrada na mulher quando o Benfica perde?
Qual "expressão"? A de regozijo por um ferro bem espetado nas trombas dos basbaques faz-de-conta-que-sou-latifundiário e dos quero-ter-um-porshe-comó-dele?
Se o PCP quisesse fazer alguma coisa para começar a limitar a barbárie das touradas, mesmo evitando a proibição, e eu tenho horror às proibições, por isso uso o menos possível, podia propor o fim do financiamento público das touradas, o fim da emissão das touradas, remetê-la para os canais pagos, proibir-lhe a publicidade em locais públicos como se faz com outros tipo de pornografia, aumentar o IVA dessa "indústria de entretenimento" e aproveitar para voltar a propor a diminuição do IVA na cultura, do teatro e da música, ... legislar sobre o tamanho e espessura dos ferros que se podem espetar no dorso do mamífero e sobre a àrea de dorso que pode ser, legalmente, coberta de sangue e sobre os decilitros de sangue que o mamífero pode cuspir até ser retirado da arena, ainda vivo, e libertado na campina até ao fim de semana seguinte.
Se o PCP se opusesse à proposta do pan pelas suas fragilidades, ou pelo momento em que foi apresentada, tinha bom remédio, apresentava outro projeto de lei ou dizia claramente: votamos contra porque isto é uma provocação destinada a esconder o que hoje se vota de realmente relevante: o direito a uma vida condigna para os animais racionais, vamos deixar a discussão a sério dos direitos dos irracionais para outra altura.
Não o fez. Embrulhou-se na defesa de um conceito retrógrado e semi-paternalista de cultura popular.
Um dos erros desta posição reside nessa visão retrógrada e semi-paternalista de cultura-popular, uma visão que no limite ainda obrigaria a legitimar outras "tradições", bem mais “populares, diga-se de passagem, recentemente proibidas (por iniciativa de quem, com propostas de quem e os votos de quem?) no âmbito de legislação apropriada. Barbariedades como queimar gatos para subirem a postes, ou as há mais tempo ilegalizadas lutas de cães, nunca chegaram a cair debaixo do recente guarda chuva pseudo-cultural e neo-patrioteiro das «expressões de cultura popular», expressões de selvajaria antes apadrinhadas por um fascismo salazarento como forma de deixar os basbaques verem os filhos dos latifundiários a pavonear-se em cavalos ajaezados e que nós tão bem caricaturizámos pela voz do Fernando Tordo vão lá mais de 40 anos.
O meu problema é ver o pcp a deixar cair o caráter decisivo de vanguarda para se remeter a pseudo-multiculturalismos que relativizam os aspetos retrógrados das “tradições”, mais das vezes impostas como escapes por um fascismo salazarento. O meu problema é vê-lo a vergar a neo-patriotismos conjunturais e seguidistas. Irrita-me, deixa-me triste e preocupado, muito preocupado. Pela segunda vez em poucos meses.
2018/07/06
É uma Questão de Meses
É cada vez mais uma questão de tempo, de pouco tempo, talvez meses, no máximo um ou dois anos.
Como "espetáculo" já poucos bilhetes vende.
Como "economia" emprega o quê? 300 pessoas? 350 em todo o país?
Como atração turística, já foi, já não tem peso.
O que é que lhes resta? Os alfaiates dos fatos? Os fardos de palha? A exibição da selvajaria?
Não foi agora, é em Janeiro. Não foi desta, é da próxima. Já ninguém no seu perfeito juizo quer ver imagens destas.
E eu sei, eu sei. Cada verão a mais são mais 40 ou 50 ou 60 animais torturados no altar da bestialidade deshumana e é por isso que cada dia que passa é o eternizar de um sadismo em que ninguém pediu autorização ao torturado.
Mas também porque, por principio, sou um forte opositor às proibições, raramente lhes encontro utilidade e, as mais das vezes, acabam a varrer para debaixo do tapete, realidades que se vão tornando ilegalmente apetecíveis, talvez o caminho que há a fazer seja «[...] o da efectiva responsabilização do Estado na promoção de uma relação mais saudável entre os animais e os seres humanos, acompanhada de uma acção pedagógica com o objectivo de sensibilizar os cidadãos, em particular as crianças e os jovens, para a importância do bem-estar animal e a sua efectiva protecção»
Agora, por favor, não lhe chamem «expressão da cultura-popular» nem apelem ao «respeito pela diversidade cultural». A selvajaria tauromáquica do cavaleiro, filho e neto de latifundiários, vestido de berloques a espetar ferros no dorso do animal não tem nada de popular e muito menos de cultural.
A bestialidade de queimar gatos para os fazer subir ao poste não é tradição, nem popular e muito menos cultura, é tão só o transbordar de um sadismo endémico de uma população a quem foi negada a música e o bailado e que ficou entregue á miséria permanente e ao purificador fogo sazonal durante os anos e anos do fascismo salazarento.
A bestialidade de espetar ferros em mamiferos, para gáudio dos sádicos que já usaram as mesmas praças na repressão de operários e camponeses, não é tradição, nem popular e muito menos cultura, é tão só a passadeira vermelha para o sadismo endémico de uma casta que aplaude o sangue com as mesmas mãos com que resa ao sábado e distribui esmolas aos pobrezinhos, desde que estes fiquem longe da vista, porque essa gente não tem coração, só lhe ficou a raiva de ver o titere a cair da cadeira, em sentido literal e figurado.
Para terminar resta-me perguntar onde anda esse partido que se afirma de vanguarda? Vanguarda na defesa de que valores? Eu não o reconheço nesta defesa dos mais retrógrados gostos de uma minoria. Por onde anda esse partido a quem os cavaleiros de hoje voltariam a queimar os centros de trabalho que os pais e os avós deles queimaram há 45 anos? Faz-me falta um partido que consiga ser de facto uma vanguarda, um que reconheça a evolução onde ela está e a defenda com vigor.
Mas porque gosto de ter à mão de semear várias e diferentes perspetivas sobre estes temas, aparentemente mais distantes dos palcos onde se desenrola a decisiva luta de classes, deixo aqui alguns "alegados" argumentos com sabor a desculpas esfarrapadas. Só para futuras refer&ncias.
Como "espetáculo" já poucos bilhetes vende.
Como "economia" emprega o quê? 300 pessoas? 350 em todo o país?
Como atração turística, já foi, já não tem peso.
O que é que lhes resta? Os alfaiates dos fatos? Os fardos de palha? A exibição da selvajaria?
Não foi agora, é em Janeiro. Não foi desta, é da próxima. Já ninguém no seu perfeito juizo quer ver imagens destas.
E eu sei, eu sei. Cada verão a mais são mais 40 ou 50 ou 60 animais torturados no altar da bestialidade deshumana e é por isso que cada dia que passa é o eternizar de um sadismo em que ninguém pediu autorização ao torturado.
Mas também porque, por principio, sou um forte opositor às proibições, raramente lhes encontro utilidade e, as mais das vezes, acabam a varrer para debaixo do tapete, realidades que se vão tornando ilegalmente apetecíveis, talvez o caminho que há a fazer seja «[...] o da efectiva responsabilização do Estado na promoção de uma relação mais saudável entre os animais e os seres humanos, acompanhada de uma acção pedagógica com o objectivo de sensibilizar os cidadãos, em particular as crianças e os jovens, para a importância do bem-estar animal e a sua efectiva protecção»
Agora, por favor, não lhe chamem «expressão da cultura-popular» nem apelem ao «respeito pela diversidade cultural». A selvajaria tauromáquica do cavaleiro, filho e neto de latifundiários, vestido de berloques a espetar ferros no dorso do animal não tem nada de popular e muito menos de cultural.
A bestialidade de queimar gatos para os fazer subir ao poste não é tradição, nem popular e muito menos cultura, é tão só o transbordar de um sadismo endémico de uma população a quem foi negada a música e o bailado e que ficou entregue á miséria permanente e ao purificador fogo sazonal durante os anos e anos do fascismo salazarento.
A bestialidade de espetar ferros em mamiferos, para gáudio dos sádicos que já usaram as mesmas praças na repressão de operários e camponeses, não é tradição, nem popular e muito menos cultura, é tão só a passadeira vermelha para o sadismo endémico de uma casta que aplaude o sangue com as mesmas mãos com que resa ao sábado e distribui esmolas aos pobrezinhos, desde que estes fiquem longe da vista, porque essa gente não tem coração, só lhe ficou a raiva de ver o titere a cair da cadeira, em sentido literal e figurado.
Para terminar resta-me perguntar onde anda esse partido que se afirma de vanguarda? Vanguarda na defesa de que valores? Eu não o reconheço nesta defesa dos mais retrógrados gostos de uma minoria. Por onde anda esse partido a quem os cavaleiros de hoje voltariam a queimar os centros de trabalho que os pais e os avós deles queimaram há 45 anos? Faz-me falta um partido que consiga ser de facto uma vanguarda, um que reconheça a evolução onde ela está e a defenda com vigor.
Mas porque gosto de ter à mão de semear várias e diferentes perspetivas sobre estes temas, aparentemente mais distantes dos palcos onde se desenrola a decisiva luta de classes, deixo aqui alguns "alegados" argumentos com sabor a desculpas esfarrapadas. Só para futuras refer&ncias.
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