2020/01/29

Bolivia: os golpistas atuam como se fossem governo

Os golpistas do regime de Añez prendem 1400 opositores, fecham rádios, reprimem a contestação e preparam a chapelada que pretendem fazer passar por eleições com a ajuda da OEA que patrocinou o golpe. Ao mesmo tempo, o partido com maior representação parlamentar já nomeou os seu candidatos à presidência e vice-presidência e um novo estudo do MIT revela que não houve fraude eleitoral e Evo Morales foi mesmo eleito à primeira volta.

Entretanto os media corporativos portugueses decretaram que "En Bolivia No Se Pasa Nada", just business as usual, enquanto o governo português assobia para o ar.

Polícia boliviana respondeu com repressão a quem exigia justiça em El Alto -- Os agentes lançaram gás lacrimogéneo para dispersar as centenas de pessoas que esta quinta-feira exigiram justiça para as vítimas do massacre de Senkata, durante os protestos contra o golpe de Estado. (2020/03/06 . AbrilAbril)

Não houve fraude, revela estudo do MIT - Media corporativos silenciam o estudo de investigadores do MIT que chegaram à mesma conclusão de outro estudo publicado ainda em novembro: o então presidente boliviano havia sido reeleito à primeira volta. O jornal norte-americano Washington Post publicou uma análise nesta quinta-feira (27/02) que aponta que as eleições de outubro de 2019 na Bolívia, que indicavam a reeleição do hoje ex-presidente Evo Morales, foram legítimas, sem indicativos de fraude. A conclusão é a mesma de um estudo publicado em novembro pelo Centro de Pesquisa Econômica e Política (CEPR).(2020/02/27 - Opera Mundi)

2020/01/27

Chile - A brutal repressão da policia de Piñeras

Em 32 semanas de luta por uma constituição democrática, a policia de choque do regime neoliberal de Piñeras mistura gás pimenta e soda caústica nos depósitos dos canhões de água para queimar a pele e cegar os manifestantes, dispara chumbo grosso à altura dos olhos, tendo cegado dezenas de manifestantes e destruido a vista de centenas, já assassinou 43 manifestantes e ainda ninguém foi preso. Tudo muito democrático, muito livre e liberal.

En Chile No Pasa Nada! Ou pelo menos é disso que as Agências de Informação Centralizada nos querem convencer. As televisões portuguesas conseguiram não dizer nada sobre o chumbo nos olhos, não mostrar os jovens atropelados por carros de combate, não falar no gás pimenta e na soda cáustica misturados nos depósitos dos canhões de água. Como? "Critérios Editoriais" dizem eles. Corporação Censórea contrapomos nós, censura decretada pelas Agências de Informação Centralizada.

Mas está a acontecer e são inúmeros os media alternativos a noticiar os crimes do regime de Piñeras.

Estudantes fazem a maior manifestação do ano contra governo de Piñera, na capital do Chile -- Protesto é ápice da semana em que revoltas voltaram a acontecer na capital do país, após retorno de férias estudantis.(2020/03/07 O Globo)

Central Unitária de Trabalhadores do Chile lança ofensiva a favor da nova Constituição -- A CUT iniciou uma campanha, em articulação com os partidos da oposição, no sentido de apelar ao voto favorável a uma nova Constituição no referendo de 26 de Abril próximo.(2020/02/13)

França - a greve que os media querem esconder

Em França todos os dias há greves, manifestações, concentrações contra a reforma do sistema de pensões. Estranhamente nada disto "acontece" nas capas dos jornais corporativos ou nos telejornais das televisões portuguesas.

Mas a luta dos franceses é uma realidade. Aqui ficam algumas ligações para meios alternativos que as têm noticiado.

Protestos contra a reforma das pensões continuam fortes em França -- Milhares de pessoas voltaram a manifestar-se, esta quinta-feira, nas ruas de diversas cidades francesas para exigir a retirada do projecto de reforma das pensões de Macron, que já está a ser debatido.

Protestos contra a reforma das pensões em França mantêm-se há 2 meses -- Centenas de milhares de pessoas manifestaram-se em várias cidades francesas, esta quinta-feira, no âmbito da nona jornada de protestos contra o projecto de reforma das pensões de Macron.(2020/02/07)

Um directo não editado da manifestação de hoje 2020/01/28 - Melanchon sobre a gréve e a manifestação.

Nova greve geral em França contra alteração das reformas -- Uniões sindicais e outros sectores convocaram para sexta-feira, 24, nova greve geral em França, contra a alteração do sistema de reformas dos trabalhadores, a qual o governo formaliza nesse dia.

França É a Linha da Frente na Guerra Contra a Segurança Social -- Milhões de franceses lutam há semanas contra o assalto do governo de Emmanuel Macron ao sistema de segurança social, desenvolvido a rogo do sistema financeiro privado, ansioso por transformar em lucros os descontos de vidas de trabalho.

Nuevas protestas en Francia contra reforma de pensiones
-- Las manifestaciones y paros en rechazo a la reforma del sistema de pensiones se suma a las de los "Chalecos Amarillos" contra las políticas de Emmanuel Macron.

Mais de 1,5 milhão nas ruas em protesto contra a reforma de Macron -- A CGT caracterizou como «histórica» a jornada de mobilização desta quinta-feira, afirmando que estiveram nas ruas de França cerca de 1 700 000 manifestantes, mais que no primeiro dia de protestos, a 5 de Dezembro.

Sindicatos não dão tréguas a Macron e mantêm pressão contra a reforma das pensões
AbrilAbril -- No final do 13.º dia de greves e da terceira jornada de mobilização nacional contra a reforma das pensões, a maioria dos sindicatos recusou a trégua natalícia que o governo de Macron tentou obter.

2020/01/25

A História É Uma Arma da Luta de Classes

Há 75 anos o Exército Vermelho libertou Auschwitz
(Gustavo Carneiro, Avante!, 2020/01/23)

A reescrita da História é um dos eixos da ofensiva ideológica do grande capital que marca o nosso tempo

Assinala-se na próxima segunda-feira, 27 de Janeiro, 75 anos sobre a libertação do campo de extermínio nazi de Auschwitz. Do muito que já se disse sobre o assunto, e do que seguramente se dirá nos próximos dias nos meios de comunicação social dominados pelo grande capital, não sobressai devidamente a identidade do libertador: a União Soviética e o seu Exército Vermelho.

Só quem andar distraído poderá achar estranho semelhante desvalorização ou mesmo ocultação, tal a dimensão e descaramento das operações de reescrita da História que marcam o nosso tempo. Elas são parte integrante da ofensiva ideológica que acompanha – e enquadra – o brutal e multifacetado ataque do imperialismo contra os direitos dos trabalhadores e dos povos.

2020/01/24

As #fakenews da RTP (III)

O substantivo é: vigarice!
(facebroncas, 2020/01/18)

No telejornal das 20:00 de 18/01 mostraram umas imagens às quais sobrepuseram excertos de declarações de uma entrevista telefónica com o presidente da câmara da Loures descontextualizando-as e deturpando-as. Só isso já seria desonesto. Mas desta vez conseguiram ir mais além.

A abertura da peça salienta a preocupação do autarca com o fim de uma PPP omitindo, propositada e desonestamente, que a principal preocupação é com o facto de não ser claro que a esse anunciado fim se venha ou não a seguir uma nova PPP, em lugar da passagem do Hospital para uma gestão pública, tal como defende o partido do autarca e o próprio autarca. Os textos em voz off e as intervenções da pivot, inseridas entre declarações do autarca, mantêm na obscuridade, desonesta e propositadamente, a oposição frontal do autarca à continuação da PPP.

Nunca tinha assistido a coisa tão manhosa.

Agradeço que transmita este texto tal como está aos assalariados que editaram a entrevista telefónica, à assalariada que leu os trechos capciosos, à estagiária que fez de pivot e aos editores do referido programa, com a adjetivação que se segue:
Sois uns vigaristas desonestos. Tende vergonha na cara sua corja fabricantes de #fakenews

sem mais

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A continuação do diálogo:

2020/01/22

Não são muitas a oportunidades para partilhar descrições factuais sobre a evolução da guerra de baixa intensidade movida pelos eua contra a nação venezuelana. São ainda menos os canais onde se conseguem divulgar essas descrições e ainda mais raros são os que atingem grandes audiências. Por tudo isso, é importante partilhar entre as nossas amizades os artigos que se opõem às narrativas dos agressores que tentam diabolizar os agredidos. @Refer&ncia

A Novela Das Marionetas de Trump na Venezuela
(João Pedro Stedile*, A Terra é Redonda/O Lado Oculto, 2020/01/20)

De usurpação em usurpação, o homem de mão de Trump na Venezuela, Juan Gaidó, prossegue a sua saga contra as instituições democráticas ao mesmo tempo que vai esfacelando a oposição de direita. Não na sua qualidade de presidente da República “interino” mas na de “presidente” de um parlamento paralelo decidiu nomear um chefe fascista ausente do país para “recuperar” a estação de televisão Telesur, espaço de liberdade de expressão e informação na América Latina. Desconhece-se como se processará o assalto às instalações e fontes de emissão, mas Washington não desiste de agitar Guaidó.

Temos Pena: A Culpa É Dos EUA

Será possível ver como se comporta um país que deixe de obedecer aos EUA sem que os EUA o boicotem, bloqueiem, sancionem, subvertam e pirateiem?

Veja-se o exemplo português. Os EUA nunca sancionaram o botas, nunca bloquearam o regime do botas, deixaram o botas sossegado e até o aceitaram na NATO e nós só levámos 48 anos a ver-nos livre do botismo, mas pusemos-lhe um fim.

Veja-se o exemplo da Arábia Saudita, regime mais democrático não há e, tal como o do botas, nunca os EUA os sancionaram, bloquearam ou boicotaram, nem mesmo quando o Príncipe saudita cortou ás postas o jornalista do New York Times na embaixada da Arábia Saudita em Istambul ...

Veja-se o exemplo do Iraque. Bastou o parlamento iraquiano aprovar uma lei a pedir para tropas estrangeiras abandonarem o país, para os EUA o ameaçarem com as "mais terríveis sanções e o bloqueio da conta que o Iraque tem nos EUA por onde passa o dinheiro todo da venda de petróleo" ...

Deixem os venezuelanos tratar deles mesmos e veremos o que acontece, mas enquanto os EUA continuarem a nomear um Metedó, a organizar golpes e a roubar o dinheiro da Venezuela temos pena: a culpa é dos EUA 😎

2020/01/19

As Pensões de Reforma Que Pararam a França

França É a Linha da Frente na Guerra Contra a Segurança Social
(Salim Lamrani*, L’Humanité/O Lado Oculto, 2020/01/18)

Milhões de franceses lutam há semanas contra o assalto do governo de Emmanuel Macron ao sistema de segurança social, desenvolvido a rogo do sistema financeiro privado, ansioso por transformar em lucros os descontos de vidas de trabalho. E, contudo, o sistema francês de pensões – considerado um dos melhores do mundo - é saudável e capaz de absorver naturalmente o défice, de tal maneira que os próprios mentores da “reforma” admitem que não haveria urgência em fazê-la. Como a seguir se demonstra nas respostas do académico Salim Lamrani a 10 perguntas sobre o assunto, bastaria, por exemplo, que as mulheres tivessem salários iguais aos dos homens ou que houvesse um combate sério à evasão fiscal para o actual sistema de pensões estar perfeitamente equilibrado. França é, pois, a linha da frente da luta decisiva contra a ofensiva pela privatização da Segurança Social que mina a União Europeia. O neoliberalismo não dá tréguas.

2020/01/13

A Saúde Pública a Pagar Lucros Privados

SNS – Problemas e soluções
(Isabel do Carmo, Púbico, 2019/12/07)

Qualquer de nós que trabalhou em hospitais sabe que o que deseja a maioria dos recém-especialistas é ser contratada e ficar no SNS. Estará o Estado à espera que lhes aconteça como à menina do Capuchinho Vermelho e que venha um lobo e os coma? É que os lobos estão por aí. É o mercado…

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem aparecido aos olhos do público como sendo um caos, mas não é um caos. Convém ver a quem aproveita esse retrato e claro que se chega facilmente à conclusão que aproveita a quem vive do negócio da saúde: serviços privados e seguros. Não é o caso dos profissionais do SNS, que acreditam que este é um serviço que está na base, a par da Educação e da Segurança Social, do que nos resta na luta pela igualdade. Serviço público baseado no Orçamento Geral do Estado (OGE), o qual vive sobretudo dos impostos, que são progressivos. Um esforço de compensação das desigualdades de rendimentos. É também para isto que servem os nossos impostos. Podemos ter uma doença crónica como a diabetes ou uma doença aguda como um infarto ou um acidente vascular cerebral, sem temermos ficar na miséria, endividados ou morrer sem assistência.

2020/01/12

A Saúde: Factos X Senso Comum Neoliberal

Muito bom. Uma excelente panorâmica que, da minha perspetiva, só peca em dois aspetos. Um é não denunciar o real motivo para o "bom" desempenho mediático do neoliberalismo: os media pertencem às mesmas corporações com participações cruzadas na saúde privada, e são esses media corporativos a impôr a agenda da ideologia dominante. O outro é propor um link para uma opinião neoliberalista sobre o papão da "carga fiscal" que não esclarece sobre quem recai esse alegado aumento, se sobre o trabalho ou o capital, nem sobre a diferença, em Portugal muito clara, entre impostos e contribuições sociais. É que, para quem não saiba, o aumento do emprego e dos salários faz crescer direta e imediatamente as contribuições sociais arrecadadas, e isso é bom porque significa que há mais trabalho e melhores salários.

O “caos” na Saúde, dizem eles
(Isabel do Carmo, Púbico, 2020/01/11)

Este clima atinge algo que é precioso – a relação utente ou doente com os serviços públicos e nomeadamente a relação médico-doente, que deve ir além da mera tecnocracia do diagnóstico e terapêutica.

2020/01/10

Mas ninguém os põe no lugar?

Estou cansado.

Vejo o país com a maior divida externa do mundo, a maior divida externa per capita do mundo, um país que vive do papel que imprime e impinge ao mundo como coisa de valor colocar-se na mais completa ilegalidade, praticar a mais abjeta pirataria, bombardear, invadir, ocupar, roubar, matar, torturar, trair e enganar, sem que o mundo o faça calar-se e remeter-se ao seu lugar de estado pária, terrorista, renegado a quem a comunidade internacional tem de socorrer para impor um governo que respeite o resto do mundo na sua legitima diversidade.

Olho para o mundo e vejo os eua a assassinarem um general de um país de que não gostam porque sim, porque não gostam. Vejo-os a manter tropas de ocupação na Síria, impunemente, apesar de o governo sirio já os ter mandado para a terra deles inúmeras vezes. Vejo-os a ocuparem militarmente o Iraque porque querem ver paga em petróleo a guerra que aí mantêm desde 2003, mesmo depois de o parlamento e o governo os terem finalmente mandado para casa. Vejo-os apoiar entusiásticamente um golpe de estado na Bolivia e o governo golpista que se lhe seguiu. Vejo-os intervir descaradamente na Venezuela, estrafegando o país com sanções ilegais, nomeando um pró-consul que mete dó, roubando e vilipendiando, organizando golpes e financiando golpistas. Vejo-os a apoiar a ocupação israelita de jerusalém à revelia de todas as resoluções e votações da ONU. Continuo a assistir a um bloqueio de 59 anos que não conseguiu dobrar um povo de Vencedores do Impossível.

E tenho de ver um miserável capacho, careca, verde bilioso, afirmar perante as câmaras que está e estará ao lado desse estado terrorista.

Estou cansado.

2020/01/09

A Morte "privada" Que Desapareceu dos Media

A Leonor não cabe na campanha
(Daniel Oliveira, in Espesso, 2020/01/08)

A morte de Leonor vai ficar nos registos do Hospital Garcia de Orta. O hospital público onde teve o tratamento que merecia. Infelizmente, tarde demais. Leonor, com 12 anos, tinha dores fortes e febre. Foi atendida pela primeira vez a 17 de dezembro, fez análises para saber se tinha uma infeção urinária e depois foi medicada para um problema muscular. A 20 de dezembro piorou e no dia seguinte voltou ao hospital. Nem a camisola a mandaram tirar, diz a mãe. Com enormes dores, gritou. A pediatra disse que ela não podia sentir tantas dores depois do medicamento que lhe tinha sido ministrado. Aconselhou uma consultada com um pedopsiquiatra. Estaria a pedir atenção.

2020/01/08

A Estupidificação Da Nova Ordem Capitalista

As modernidades para lá do espelho
(Manuel Augusto Araújo, AbrilAbril, 2020/01/07)

Ultrapassado o espelho da «modernidade» assumida por algumas esquerdas, por mais que lapidem a realidade o que se encontra, de facto, é a renúncia a uma sociedade que se oponha à desordem do mundo actual.

A batalha ideológica que se trava desde que Marx estabeleceu as traves mestras de interpretação do mundo, em que a ideia central é a relação entre o capital e o trabalho, a luta de classes, as relações entre infra-estrutura e superestrutura, tem sido intensa e, na actualidade, é polarizada pelo imperialismo norte-americano que persegue dois grandes objectivos consonantes: um económico e outro cultural.

2020/01/06

A Guerra Vigarista

Acabo de ouvir um opinadeiro na TSF afirmar que o Irão ameaça os interesses norte-americanos no médio oriente.

Vejamos se consigo compreender a coisa.

O médio oriente fica a uns 5000 km do território norte americano.

O Irão fica a uns 5000 km dos EUA, mais coisa menos coisa.

O Irão não tem bases militares no estrangeiro.

Os EUA têm mais de 20 bases militares em redor do Irão.

E o Irão é que ameaça os interesses dos EUA?

Ninguém mais nota um certo facciosismo na opinião do opinadeiro?

2020/01/05

O Negócio Prisional Privado

As privatizações ressuscitam o feudalismo
(Paul Craig Roberts, in Resistir, 03/01/2020)

A América é um país de escândalos. O mais recente é a utilização do trabalho dos call centers prisionais pelo multimilionário judeu Mike Bloomberg a fim de divulgar a propaganda da sua campanha presidencial.

Parece-me que o ataque de Bloomberg à Constituição americana é que constitui o escândalo, não a sua utilização da mão-de-obra prisional. Bloomberg quer revogar a Segunda Emenda e desarmar o povo americano exactamente no momento em que o país está a desmoronar espiritualmente, moralmente, economicamente e politicamente.

Tens fome? Vai vender sangue!

Ceifando o sangue dos pobres dos EUA: a mais recente etapa do capitalismo
(Alan MacLeod, MintPress O Diário.info, 2019/01/04)

Para boa parte do mundo, doar sangue é puramente um acto de solidariedade; um dever cívico que os saudáveis ​​cumprem para ajudar os necessitados. A ideia de ser pago por tal acção seria considerada bizarra. Mas nos Estados Unidos é um grande negócio. De facto, na desgraçada economia de hoje, em que cerca de 130 milhões de norte-americanos admitem a incapacidade de pagar por necessidades básicas como alimentação, habitação ou assistência médica, comprar e vender sangue é uma das poucas indústrias em expansão que restam nos EUA.

2020/01/03

As #fakenews da RTP (II)

Sobre a utilização da "voz off" para manipular o conteúdo das imagens.

Acabo de ver, na rtp 3 16:00, uma "peça" onde se pode ouvir uma voz off afirmar que o assassínio do general iraniano é festejado nas ruas (tendo por fundo um vídeo de telemóvel de uma longa bandeira iraquiana transportada por aquilo que parecem 1 dezena de pessoas aos saltos) e condenado pelo governo (tendo por fundo uns milhares de pessoas enlutadas).

Recapitulemos. A montagem "mostra" 10 pessoas (20?) aos saltos a comemorar (0k, à revelia do que a rtp nos habitou, acreditemos que) o assassinio do general iraniano e, em seguida, uns milhares de luto (acreditemos que) pelo assassinio do mesmo general iraniano. O texto lido diz: nas ruas comemora-se e o governo condena.

Perguntas: porque é que as primeiras 10 (20?) pessoas são "as ruas" e as segundas milhares de pessoas são "o governo"? Quem é que escreveu o texto que subverte o conteúdo das imagens? Porque é que em lugar de uma informação honesta o "critério editorial" da rtp é dar voz a um texto faccioso e manipulador que não reflete o conteúdos das imagens? Quando é que pensam contratar jornalistas, dos honestos e vertebrados e dispensar os mercenários vigaristas?

2020/01/01

A Moda ao Serviço da Ideologia Dominante

É «moderno» aceitar a pobreza?
(AbrilAbril, 2019/08/29)

A ideologia dominante vai encontrando formas de perpetuar a exploração através do discurso. E é sobretudo aos jovens que tenta vender como «modernas» as «velhas» condições de precariedade a que muitos estão sujeitos.

A precariedade laboral tem consequências directas sobre aqueles que a sofrem. Nos últimos anos, pudemos ver como os meios de comunicação dominante normalizaram e tentaram classificar como «modernas» ou «ecológicas» – e até «anti-sistema» e «anti-consumismo» – as condições em que os trabalhadores com vínculos precários vivem.