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2025/08/27

A Opinião da Srª Victoria [Fuck Europe] Nuland sobre a Destruição do NordStream

Victoria Nuland: "Estamos muito satisfeitos por saber que o Nord Stream 2 se tornou um monte de sucata no fundo do mar"
(RT, 27/01/2023)

Esta foi a opinião da Subsecretária de Estado para os Assuntos Políticos, Victoria Nuland, que usou as mesmas palavras para descrever o gasoduto há um ano.

As autoridades norte-americanas estão satisfeitas por saber que o gasoduto Nord Stream 2 sofreu grandes explosões no final de Setembro do ano passado, de acordo com declarações da Subsecretária de Estado para os Assuntos Políticos, Victoria Nuland, durante uma audição da Comissão de Relações Exteriores do Senado na quinta-feira.

Conversando com o senador republicano Ted Cruz sobre as sanções dos EUA contra Moscovo e o gasoduto, a funcionária disse: "Senador Cruz, eu, tal como o senhor... e, creio, como todo o governo presidencial... estou muito satisfeito por saber que o Nord Stream 2 se tornou, como disse, uma pilha de sucata no fundo do mar."

De notar que há exatamente um ano, a 27 de janeiro de 2022, Nuland disse praticamente a mesma coisa ao discutir a prontidão do Nord Stream 2 com o jornalista da AP, Matt Lee.

"Em relação ao Nord Stream 2, disse repetidamente que, se a Rússia invadir a Ucrânia, de uma forma ou de outra, o gasoduto não avançará. Foi isso que disse. [...] Mas o Nord Stream 2 está concluído. [...] Tudo o que têm de fazer é colocá-lo em funcionamento. Então, quando diz que não avançará, quer dizer que não abrirá para fornecer gás?", questionou o correspondente.

Por sua vez, Nuland afirmou que o gasoduto não estava pronto para ser posto em funcionamento, pois "não tinha sido testado, não tinha sido certificado". "Como o senador Cruz gosta de dizer, 'actualmente é um monte de sucata no fundo do mar'." "Precisa de ser testado, precisa de ser certificado...", disse.

A 26 de Setembro, os gasodutos foram atingidos por fortes explosões nas zonas económicas exclusivas da Suécia e da Dinamarca. Na sequência disso foram detetadas fugas de gás no mar, e as autoridades de vários países atribuíram os incidentes a possíveis atos de sabotagem.

Segundo o Presidente russo, Vladimir Putin, por trás destes ataques estava alguém "tecnicamente capaz de organizar as explosões e que já tinha recorrido a tal sabotagem, tendo sido apanhado em flagrante, mas impune". O presidente indicou ainda que o incidente foi benéfico para os Estados Unidos, que agora "podem fornecer recursos energéticos a preços mais elevados".

Por sua vez, o Ministério da Defesa russo denunciou a 29 de outubro que especialistas da Marinha Real Britânica estavam envolvidos nos ataques aos gasodutos no Mar Báltico.

A Única Teoria Credível Sobre a Destruição do NordStream

Jornalista lendário afirma que mergulhadores americanos fizeram explodir o oleoduto Nord Stream
(RT Castelhano, 08/02/2023)

De acordo com um artigo de Seymour Hersh, vencedor do Prémio Pulitzer de 1970, Joe Biden decidiu sabotar o oleoduto Nord Stream após mais de nove meses de discussões secretas com a equipa de segurança nacional.

O lendário repórter Seymour Hersh fez uma revelação chocante no seu artigo "Como os EUA destruiram o oleoduto Nord Stream", publicado no seu blogue pessoal na quarta-feira. Hersh, vencedor do Prémio Pulitzer de 1970, afirmou que os mergulhadores da Marinha dos EUA colocaram os explosivos sob o oleoduto Nord Stream em junho de 2022.

De acordo com uma fonte familiarizada com o assunto, a operação foi realizada sob a cobertura dos exercícios BALTOPS 22 da NATO. Três meses depois, os dispositivos foram ativados remotamente para destruir os oleodutos.

Sem surpresa, a Casa Branca rejeitou quaisquer acusações que ligassem os EUA às explosões, apesar da visão de Joe Biden de que os gasodutos seriam um meio que permitiria a Vladimir Putin usar "o gás natural como arma para as suas ambições políticas e territoriais".

Adrienne Watson, porta-voz da Casa Branca, classificou tais suposições como "uma ficção completamente falsa", enquanto Tammy Thorp, porta-voz da Agência Central de Inteligência (CIA), comentou de forma semelhante, afirmando que "esta alegação é completa e absolutamente falsa", recorda a jornalista.

De acordo com o seu artigo, Biden decidiu sabotar o Nord Stream após mais de nove meses de discussões secretas com a equipa de segurança nacional de Washington, explorando diferentes abordagens para encontrar a melhor.

"Durante grande parte desse tempo, a questão não era se a missão deveria ser executada", mas como fazê-la sem deixar provas claras "de quem era o responsável", disse Hersh. Dado que as explosões ocorreram no meio de hostilidades entre Moscovo e Kiev, qualquer "acção que pudesse ser atribuída ao governo violaria as promessas dos EUA de minimizar o conflito directo com a Rússia. O secretismo era essencial".

A Elaboração do Plano

À medida que as tensões entre a Ucrânia e Moscovo aumentavam, o governo de Biden também se concentrou no Nord Stream. "Enquanto a Europa continuasse a depender dos gasodutos para gás natural barato, Washington temia que países como a Alemanha estivessem relutantes em fornecer à Ucrânia o dinheiro e as armas necessárias para derrotar a Rússia", escreveu o repórter, referindo que "foi neste momento instável que Biden autorizou Jake Sullivan [Conselheiro de Segurança Nacional] a convocar um grupo interagências para elaborar um plano".

"O que ficou claro para os participantes, de acordo com a fonte com conhecimento direto do caso, é que Sullivan pretendia que o grupo apresentasse um plano para destruir os dois oleodutos Nord Stream e que estava a cumprir a vontade do presidente", lê-se no artigo.

Num primeiro momento, a Marinha propôs a utilização de um submarino para atacar o oleoduto diretamente, enquanto a Força Aérea considerou o lançamento de bombas com espoletas de retardamento que pudessem ser ativadas remotamente. No entanto, a CIA insistiu que qualquer método teria de ser secreto. "Isto não é uma brincadeira de crianças", disse a fonte, acrescentando que, se o ataque pudesse ser rastreado até aos Estados Unidos, seria interpretado como "um ato de guerra".

Neste contexto, a força-tarefa da CIA trabalhou para desenvolver um plano para uma operação secreta que utilizaria mergulhadores de profundidade para provocar uma explosão, embora a ideia tenha sido inicialmente recebida com ceticismo por membros do grupo interagências. Um dos factores que os preocupava era que as águas do Mar Báltico eram fortemente patrulhadas pela Marinha Russa e não existiam plataformas petrolíferas que pudessem ser utilizadas como cobertura para uma operação de mergulho.

A Operação

Para dar continuidade ao plano, os americanos decidiram pedir ajuda à Noruega. "Eles odiavam os russos, e a Marinha Norueguesa estava repleta de excelentes marinheiros e mergulhadores, com gerações de experiência na exploração altamente lucrativa de petróleo e gás em águas profundas", disse a fonte, acrescentando que os noruegueses saberiam como manter as coisas em segredo, uma vez que destruir o Nord Stream lhes permitiria vender muito mais gás natural à Europa.

Em março, alguns membros da equipa voaram dos EUA para a Noruega para se reunirem com o Serviço Secreto e a Marinha Norueguesa. "Uma das principais questões era exatamente onde no Mar Báltico seria o melhor local para plantar os explosivos", explicou o jornalista. Os noruegueses não desiludiram e rapidamente encontraram o local certo.

Posteriormente, decidiu-se que uma sonobóia seria lançada à água, emitindo "uma sequência de sons tonais únicos e de baixa frequência, muito semelhantes aos emitidos por uma flauta ou piano", que seriam reconhecidos pelo temporizador para a ativar e detonar os oleodutos.

A 26 de setembro de 2022, uma aeronave de vigilância da Marinha Norueguesa realizou um voo aparentemente rotineiro e lançou uma sonobóia. "O sinal estendeu-se debaixo de água, inicialmente até ao Nord Stream 2 e depois até ao Nord Stream 1." Poucas horas depois, os explosivos de alta potência foram ativados e "três dos quatro oleodutos foram desativados". "Em poucos minutos, as bolsas de gás metano que restavam nos oleodutos fechados podiam ser vistas a espalhar-se pela superfície da água, e o mundo soube que algo irreversível tinha acontecido", concluía o artigo.

Quem é Hersh?

Seymour Hersh é um famoso jornalista norte-americano que ganhou o Prémio Pulitzer pela sua cobertura da Guerra do Vietname. O repórter tem sido o flagelo dos presidentes dos EUA desde a década de 1960 e já foi descrito pelo Partido Republicano como "a coisa mais próxima que o jornalismo americano tem do terrorismo".

Com apenas 30 anos, cobriu o massacre de My Lai, no Vietname, e foi o primeiro a reportar o bombardeamento do Camboja. Expôs a espionagem da CIA em solo americano contra ativistas anti-guerra e o plano de golpe contra Salvador Allende no Chile. Os seus artigos também ajudaram Washington a restringir o seu programa de armas químicas. Hersh alertou ainda para a falácia das armas nucleares no Iraque e expôs a tortura na prisão de Abu Ghraib.

2025/05/11

Comunicação de Putin sobre as negociações com a Ucrânia e as violações da trégua: Principais conclusões

Como tudo quanto é media já está a interpretar e a comentar o que Putin terá dito na sua noturna comunicação à imprensa é sempre boa ideia ler também o que Os Russos dizem que o seu presidente disse. Direitinhos da RT e ainda quentinhos aqui ficam os pontos chave da comunicação à imprensa de ontem á noite.

Comunicação de Putin sobre as negociações com a Ucrânia e as violações da trégua: Principais conclusões

Moscovo oferece a Kiev negociações diretas em Istambul a 15 de maio, sem quaisquer condições prévias

FOTO DE ARQUIVO: Presidente da Rússia, Vladimir Putin. © Sputnik / Ramil Sitdikov

O Presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu ao Governo ucraniano uma hipótese de retomar as negociações diretas "sem quaisquer pré-condições", apesar das repetidas violações de Kiev das iniciativas de paz anteriores.

Eis as principais conclusões do discurso do Presidente Putin na manhã de domingo, após um dia de reuniões com chefes de Estado estrangeiros que visitaram Moscovo para as comemorações do Dia da Vitória, que assinalam o 80.º aniversário da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazi.

1 Repetidas violações do cessar-fogo

Putin observou que a Rússia fez vários esforços para acalmar o conflito, que foram consistentemente minados pela Ucrânia. Em plena nova pressão ocidental por um cessar-fogo "incondicional" de 30 dias, recorda como a Ucrânia violou uma moratória de 30 dias sobre os ataques contra infraestruturas energéticas — acordada com o presidente norte-americano, Donald Trump — "pelo menos 130 vezes".

"A trégua da Páscoa iniciada pela Rússia também não foi observada. As formações ucranianas violaram o cessar-fogo quase 5.000 vezes", acrescentou. No entanto, “para a celebração do Dia da Vitória – que consideramos sagrado – declarámos uma trégua unilateral pela terceira vez”.
Kiev ignorou a iniciativa, mesmo quando Moscovo comunicou aos parceiros ocidentais que estava aberta ao seu prolongamento para além de 10 de Maio. Pelo contrário, sublinhou Putin, a Ucrânia lançou mais de 500 drones em ataques de grande escala e realizou cinco tentativas de violação da fronteira russa nas regiões de Kursk e Belgorod durante a trégua.

2 Negociações em Istambul sem quaisquer condições prévias

“Apesar de tudo, propomos que as autoridades de Kiev retomem as negociações interrompidas no final de 2022”, disse Putin. “Retomar as negociações diretas, e sublinho, sem quaisquer pré-condições.”

“Propomos começar sem demora na próxima quinta-feira, 15 de maio, em Istambul – onde foram realizadas e interrompidas anteriormente.”

“Estamos empenhados em negociações sérias com a Ucrânia... para eliminar as causas profundas do conflito e uma paz sustentável a longo prazo”, acrescentou.

3 Passo em direção a um cessar-fogo que Kiev respeite

Putin disse que as negociações propostas poderiam levar a uma nova e significativa trégua – ao contrário de acordos anteriores que a Ucrânia não honrou.

“Não descartamos que, no decurso destas negociações, seja possível concordar com alguns novos cessar-fogo – tréguas reais – que seriam observados não só pela Rússia, mas também pela Ucrânia”, disse.

Tal acordo, discutiu, poderia ser “o primeiro passo para uma paz sustentável e a longo prazo, e não um prólogo para a continuação do conflito armado após o rearmamento e a reorganização das Forças Armadas Ucranianas”.

4 A decisão cabe agora a Kiev e aos seus apoiantes

“A nossa proposta está em cima da mesa”, disse Putin. “A decisão cabe agora às autoridades ucranianas e aos seus curadores.”

Segundo o líder russo, os governos ocidentais – guiados por “ambições políticas pessoais” em lugar dos interesses dos seus povos – continuam a prolongar a guerra “pelas mãos dos nacionalistas ucranianos”.

5 Kiev tentou intimidar os líderes estrangeiros em Moscovo

Putin acusou ainda Kiev de tentar “intimidar” os líderes mundiais visitantes com ataques durante o cessar-fogo do Dia da Vitória.

“Não só rejeitaram a nossa proposta de cessar-fogo, como também tentaram intimidar os líderes reunidos em Moscovo”, disse.

“Estes líderes não são definidos pelos seus títulos, mas pelo seu carácter e vontade de defender as suas convicções”, acrescentou Putin. "E quem tentou intimidá-los? Aqueles que saúdam e aplaudem os antigos soldados das SS e elevam os colaboradores nazis à categoria de heróis nacionais?"

6 Gratidão àqueles que verdadeiramente querem a paz

“Aqueles que realmente querem a paz não podem deixar de apoiar” a sua proposta de negociações em Istambul, disse Putin. O presidente russo anunciou planos para conversar com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sobre o acolhimento das negociações propostas. Putin reiterou ainda o seu apreço pelos esforços de mediação da China, do Brasil, das nações africanas e do Médio Oriente e do novo governo dos EUA.

2025/03/13

O que Disse Putin Sobre a Proposta de Cessar Fogo

Declaração de Putin sobre a proposta de cessar-fogo de Trump na Ucrânia
(RT, 2025/03/13)
 
A Rússia está pronta, disse o presidente, sublinhando que tal acordo “deve conduzir a uma paz a longo prazo”



O Presidente russo, Vladimir Putin, confirmou na quinta-feira que a Rússia está pronta para discutir um cessar-fogo, mas que os termos de um acordo desse tipo devem ser esclarecidos. Putin disse em julho de 2024 que Moscovo não estava interessada em pausas de curto prazo, mas estava pronta para se envolver na abordagem das causas do conflito.

Washington e Kiev aprovaram uma trégua temporária de 30 dias após uma reunião entre as respetivas delegações na Arábia Saudita na terça-feira.

Eis uma transcrição completa da resposta do Presidente russo:

Antes de avaliar como vejo a disponibilidade da Ucrânia para um cessar-fogo, gostaria de começar por agradecer ao Presidente dos Estados Unidos, Sr. Trump, por ter dado tanta atenção à resolução do conflito na Ucrânia.

Todos temos problemas suficientes para lidar. Mas muitos chefes de Estado, o Presidente da República Popular da China, o Primeiro-Ministro da Índia, os Presidentes do Brasil e da República da África do Sul estão a passar demasiado tempo a tratar desta questão. Estamos gratos a todos eles, porque isto visa cumprir uma missão nobre, uma missão para pôr fim às hostilidades e à perda de vidas humanas.

Em segundo lugar, concordamos com as propostas para cessar as hostilidades. Mas a nossa posição é que este cessar-fogo deve conduzir a uma paz a longo prazo e eliminar as causas iniciais desta crise.

Agora, sobre a disponibilidade da Ucrânia para cessar as hostilidades. À primeira vista, pode parecer uma decisão tomada pela Ucrânia sob pressão dos EUA. Na verdade, estou absolutamente convencido de que o lado ucraniano deverá ter insistido nisso (cessar-fogo) com os americanos com base na forma como a situação (na linha da frente) se está a desenrolar, nas realidades no terreno.

E como é que isso se está a desenrolar? Estou certo de que muitos de vós sabem que ontem estive na Região de Kursk e ouvi os relatórios do chefe do Estado-Maior, do comandante do grupo de forças "Norte" e do seu adjunto sobre a situação na fronteira, especificamente na área de incursão da Região de Kursk.

O que está a acontecer aí? A situação ali está completamente sob o nosso controlo, e o grupo de forças que invadiu o nosso território está completamente isolado e sob o nosso total controlo de tiro.

O comando das tropas ucranianas nesta zona foi perdido. E se nas primeiras fases, há literalmente uma ou duas semanas, os militares ucranianos tentavam sair de lá em grandes grupos, agora é impossível. Estão a tentar sair de lá em grupos muito pequenos, duas ou três pessoas, porque está tudo sob o nosso total controlo de fogo. O equipamento está completamente abandonado. É impossível evacuá-lo. Ele permanecerá lá. Isso já está garantido.

E se nos próximos dias houver um bloqueio físico, ninguém poderá sair. Haverá apenas dois caminhos. Render-se ou morrer.

E nestas condições, penso que seria muito bom para o lado ucraniano conseguir uma trégua de, pelo menos, 30 dias.

E nós somos a favor disso. Mas há nuances. Quais são? Em primeiro lugar, o que faremos com esta força de incursão na região de Kursk?

Se pararmos de lutar durante 30 dias, o que é que isso significa? Que todos os que lá estão se vão embora sem lutar? Devemos deixá-los ir depois de terem cometido crimes em massa contra civis? Ou será que a liderança ucraniana lhes ordenará que deponham as armas? Simplesmente rendam-se. Como é que isso vai funcionar? Não está claro.

Como serão resolvidas outras questões em toda a linha de contacto? São quase 2.000 quilómetros.

Como sabem, as tropas russas estão a avançar em quase toda a frente. E há operações militares em curso para cercar grupos bastante grandes de forças inimigas.

Esses 30 dias — como serão utilizados? Para a Ucrânia continuar com a mobilização forçada? Para receber mais fornecimentos de armas? Para treinar unidades recém-mobilizadas? Ou nada disto terá lugar?

Como serão resolvidas as questões de controlo e verificação? Como podemos ter a certeza de que nada disto vai acontecer? Como será organizado o controlo?

Espero que todos entendam isto ao nível do senso comum. Todas estas são questões sérias.

Quem dará ordens para interromper as hostilidades? E qual é o preço desses pedidos? Consegue imaginar? Quase 2.000 quilómetros. Quem determinará onde e quem violou o potencial cessar-fogo? Quem será o culpado?

Todas estas são questões exigem um exame minucioso de ambos os lados.

Portanto, a ideia em si é a correta, e certamente que a apoiamos. Mas há questões que precisamos de discutir. Acho que precisamos de trabalhar com os nossos parceiros americanos. Talvez eu fale com o Presidente Trump. Mas apoiamos a ideia de pôr fim a este conflito através de meios pacíficos.

2025/01/05

Queixam-se de quê?

Queixam-se de quê?

Os governos estão inocentes, «deixem-nos governar», já dizia o outro; a culpa toda é de factores externos e alheios e, acima de tudo, do povo – que ainda não se dispôs totalmente a ser domesticado.

A clique novembrista que sequestrou o 25 de Abril, assaltou os órgãos de poder e nos governa segundo uma forma de democracia pervertida e aleijada acordou revoltada, indignada, furibunda: os russos bombardearam a embaixada de Portugal em Kiev! É preciso vingar-nos, devolver-lhes em dobro o poder de fogo dos nossos mísseis, organizar uma missão patriótica como tão bem sabe o almirante candidato a salvador da pátria, desta feita colocando-se intrepidamente na vanguarda da poderosa frota de submarinos do Portas, quem sabe os deuses possam ser benévolos e consiga chegar à Ponta de Sagres – mas fica a intenção, Zelensky jamais a esquecerá. Enfim, há que fazer com que o maléfico Putin, o diabo em forma de gente, meta a viola no saco e engula as suas prosápias.

É fundamental recuperar os clarins de Aljubarrota, restaurar o quadrado invencível, ressuscitar a D.ª Brites, a padeira, para malhar à pazada agora nos russos em vez dos vizinhos espanhóis, que já são nossos aliados.

Bombardear embaixadas não se faz, é um crime «bárbaro», muito menos a portuguesa, representante da diplomacia de um povo seráfico e pacífico, amante da paz embora seja aconselhável não pronunciar esta última parte em voz alta porque ofende a opinião única, provoca os vigilantes cavaleiros da verdade terçando mentiras nos omniscientes meios de comunicação social do regime.

Sebastiânica saudade de grandeza

A história, porém, parece não ser tão linear como a pinta a casta governante.

Será que os russos resolveram vingar-se dos ataques com mísseis ATACAM norte-americanos e Storm Shadows britânicos contra alvos em Rostov, território da Federação, punindo apenas um membro da NATO, e logo Portugal?

Parece andar por aqui uma sebastiânica saudade de grandeza e um orgulho patriótico contrastante com o comportamento habitual dos governos, das maiorias parlamentares e do actual chefe de Estado, tão vocacionados para fazer desaparecer Portugal nos meandros conspirativos e não-democráticos, porque não-eleitos, da NATO e da União Europeia.

Por que razão iriam os russos escolher como alvo a punir logo um país que deixou de existir e mal se dá por ele porque o sim automático a todos os comportamentos imperiais, coloniais, expansionistas e provocatórios do «civilizado» Ocidente é sempre dado como adquirido? Além de ser um bom e incomparável aluno, sempre capaz de cumprir até mais do que os carrascos coloniais exigem.

Afinal, observando o cenário mais de perto e baixando o som do alarido parece que a embaixada não foi alvejada. Os mísseis, ou os seus destroços, atingiram «a zona» da embaixada», instalada num prédio onde existem outras representações diplomáticas de gigantes da arena mundial como o Montenegro, a Macedónia do Norte, a Argentina agora nas mãos de Milei, irmão de Cotrim, e, injustiça das injustiças, a Palestina.

Uns vidros partidos pelas explosões, uns sustos, tudo susceptível de caber naquele conceito que os militares norte-americanos em boa hora inventaram quando foram «libertar o Iraque»: o dos inevitáveis danos colaterais.

Tanto mais que na mesma «zona» funcionam o comando operacional da tenebrosa e torcionária polícia política nazi-banderista, responsável confessa pelo recentíssimo assassínio do tenente-general russo Kirilov, e alguns departamentos militares muito «criativos» dentro do aparelho de guerra do regime de Kiev. Esses sim, alvos na mira do ataque de Moscovo.

Tudo leva a crer, portanto, que a alegada punição portuguesa mais não foi do que uma infeliz coincidência de vizinhança, deitando água na fervura, no fervor e até no orgulho com que a clique governante lusa encarou a hipótese de ter sido a escolhida como alvo da fúria vingativa russa entre tantos apoiantes ocidentais do nazi-banderismo ucraniano na guerra com Moscovo.

Por outro lado, parece que na «zona» das redondezas da embaixada não caíram mísseis, a crer na versão oficial ucraniana, mas sim apenas destroços dos mísseis agressores, derrubados pelos «azoves» de serviço, atenuando a extensão dos prejuízos.

Aqui as opiniões dividem-se, é assim a propaganda de guerra. Kiev diz que abateu os seis mísseis hipersónicos lançados por Moscovo, graças à eficácia da sua já praticamente inexistente defesa antiaérea. Moscovo assegura que todos os mísseis atingiram os alvos seleccionados – na lista dos quais, para desespero do destemido cavaleiro andante Rangel, não estava a embaixada portuguesa. Quem fala verdade e quem mente? Venha o diabo e escolha.

Quem vai à guerra…

Suponhamos agora que, por absurdo, a Rússia tinha escolhido enviar um aviso aos dirigentes portugueses pela sua participação directa, através de apoio geopolítico e de ajuda material, em todo o processo golpista e terrorista ocorrido na Ucrânia e que conduziu ao actual estado de guerra. Moscovo tem ou não razão para estar descontente com o comportamento de Lisboa? Tem, sem dúvida.

«A casta usurpadora apátrida de Lisboa decidiu espezinhar a Lei Fundamental portuguesa e entrar numa guerra alheia, transformando Portugal – e, sobretudo, os portugueses – em alvos potenciais da parte escolhida como inimiga.»

E o povo português tem igualmente razões para não estar satisfeito com a política externa militarista e também ilegal da clique governante – porque orientada pela ordem internacional baseada em regras norte-americana e não pelo direito internacional – uma vez que nos envolve em guerras que não nos dizem respeito, violam a Constituição da República e ofendem o espírito do 25 de Abril, que também nasceu da necessidade de um urgente reencontro com a paz.

A casta usurpadora apátrida de Lisboa decidiu espezinhar a Lei Fundamental portuguesa e entrar numa guerra alheia, transformando Portugal – e, sobretudo, os portugueses – em alvos potenciais da parte escolhida como inimiga. Se os novembrista governantes conhecessem o povo e não vivessem cheios de si e encerrados em gabinetes onde existe ligação permanente por Skype aos burocratas não-eleitos e aos autocratas de Bruxelas, talvez já tivessem ouvido o velho aforismo segundo o qual «quem vai à guerra dá e leva». Então, se os russos tivessem atingido deliberadamente a embaixada lusitana em Kiev não estariam a praticar uma acção gratuita. A guerra é a guerra.

A democracia ou o golpismo nazi-banderista?

Defender a democracia é o objectivo do apoio ao regime corrupto de Zelensky até às últimas consequências (incluindo a extinção da vida na Terra, se necessária), explica o «arco da governação» com o desplante próprio de quem pratica a mentira e a manipulação como privilegiadas armas políticas. A democracia do regime nazi-banderista de Kiev? O apoio implícito, quando não explícito, ao genocídio e limpeza étnica praticados pelo regime sionista, a «única democracia do Médio Oriente», a «democracia» do criminoso de guerra Benjamin Netanyahu, valente defensor da «civilização ocidental» na região? A euforia irresponsável pela tomada «democrática» de Damasco pela al-Qaida? O reconhecimento presidencial de um candidato derrotado, mentor e condutor de esquadrões da morte, nas eleições legítimas e transparentes na Venezuela? Até a anulação de eleições livres na confrade Roménia porque foram ganhas por um candidato que não pertence à seita governamental e pró-Bruxelas de Bucareste.

Os portugueses têm razões para sentir vergonha dos seus governantes. Que dizem defender a democracia irmanando-se a regimes e correntes fascistas, envolvendo-se no expansionismo militarista imperial e colonial para que a paz seja finalmente encontrada no fim da guerra, sobretudo se for a paz dos cemitérios.

Os governos portugueses apoiaram deliberadamente o golpe nazi-banderista de 2014 na Praça Maidan, em Kiev, que «restabeleceu a democracia» derrubando um presidente e um sistema de governo resultantes de eleições democráticas, transparentes e que ninguém contestou; não emitiram um pio quando as novas autoridades autocráticas e nacionalistas da Ucrânia – que suprimiram os partidos capazes de fazerem oposição – avançaram para a guerra, a chacina e a limpeza étnica do Donbass, de maioria russa, em nome de uma raça pura, contra os «sub-humanos»; entraram deliberadamente na guerra, ao lado do regime ucraniano de apartheid, quando a Rússia decidiu defender os russos, como se os interesses dos portugueses fossem tidos e achados nesta situação. Como já se viu, a guerra ucraniana nada tem a ver com a democracia, essa história da Carochinha já fez o seu percurso e esfumou-se: agora é apenas uma sentença burocrática, ridícula, pervertida por imbecis desejosos de universalizar a imbecilidade.

Então os governos portugueses enviaram dois ou três tanques coxos, logo transformados em sucata, apenas para mostrarem a valentia bacoca de se dizerem em guerra; mandam fabricar drones para entregar aos nazi-banderistas de Kiev e alimentar uma guerra perdida, assim contribuindo para liquidar inutilmente milhares de vidas humanas por dia. O então primeiro-ministro Costa não se coibiu de atacar o tesouro nacional, e os rendimentos dos contribuintes, apropriando-se indevidamente de 250 milhões de euros para os lançar no poço sem fundo dos proveitos do ditador Zelensky, cujo mandato já caducou há mais de um ano. Costa recebeu como prebenda a presidência do Conselho Europeu e em poucos dias fez-nos ter saudades do retardado Charles Michel. Como Durão Barroso ao actuar como mordomo da cimeira que pôs em marcha a injustificada guerra contra o Iraque, Costa recebe a recompensa pelos bons serviços prestados à causa autocrática europeia e ao terrorismo de Estado norte-americano e – por arrastamento – israelita.

Os russos, naturalmente, teriam as suas razões para advertir as autoridades portuguesas – com o preço mais alto a ser pago pelo povo português – devido ao seu evidente envolvimento ao lado dos nazis de Kiev. Mas não o fizeram. Seria inútil e um desperdício de mísseis.

Vergonha do Martim Moniz

A rábula mediática e politiqueira, embrulhada em ademanes de palavreado diplomático das Necessidades exibidos com uma valentia bacoca e de banda desenhada, chegou mesmo a tempo de desviar o foco político e mediático da vergonha nacional que foi o assalto das «forças da ordem», ditas «de segurança», contra o Martim Moniz e a população dessa zona lisboeta, fazendo lembrar as «operações de limpeza» de outros tempos. Porém, não há memória de o famigerado capitão Maltês, da polícia de choque salazarista-marcelista, ter chegado alguma vez ao ponto de humilhar centenas de pessoas virando-as contra a parede como se já as tivesse definido como criminosas.

Violência, xenofobia, arbitrariedade, desprezo feroz pelos direitos humanos, desumanidade cruel, raiva fascista com tonalidades de vingança no país que é de Novembro, governado por quem faz por desconhecer o que foi Abril. Tudo numa operação à medida dos programas racistas do Chega que o «arco da governação» aconchega no seu regaço como filho pródigo finalmente regressado meio século depois de transviado em 25 de Abril de 1974.

O chefe de Estado, que sabia imediatamente tudo sobre o que (não) se passara em Kiev, desconhecia, porém, a acção terrorista desencadeada nas suas vizinhanças porque «ainda não tinha visto as imagens». Nem parecia interessado em fazê-lo.

Afinal, fazendo uma radiografia da «operação de segurança» conduzida por forças policiais com nova farda mas mentalizadas como as de antigamente, parece que a culpa do estado de desastre económico e social – que não securitário, essa é outra patranha com que tentam envenenar os cidadãos – a que Portugal chegou é toda dos imigrantes e refugiados. Sem eles, viveríamos no país das maravilhas. As diligentes forças de «segurança», ao que consta, detiveram apenas uma das vítimas da rusga fascista, por sinal um branco, bem portuguesinho, indubitavelmente membro da raça pura, do jardim de Borrell, um aríete da «civilização ocidental».

O governo de apátridas ao serviço de interesses estrangeiros, ao contrário dos imigrantes e refugiados, esse tem as mãos limpas nesta hecatombe nacional anunciada, que ainda não passou do adro.

De que se queixa então o «arco da governação»? Dos russos, dos imigrantes, dos refugiados, dos mísseis que caem «na zona» da sua embaixada numa guerra para a qual os portugueses não são tidos e achados, dos anos de atraso com que a al-Qaida tomou Damasco, dos iranianos, dos chineses, dos venezuelanos, dos cubanos, até dos palestinianos por não se renderem como deviam ao sionismo, assumindo os caminhos do exílio e da extinção.

Os governos estão inocentes, «deixem-nos governar,» já dizia o outro; a culpa toda é de factores externos e alheios e, acima de tudo, do povo – que ainda não se dispôs totalmente a ser domesticado. Para isso se montou a operação do Martim Moniz, provavelmente outras e mais graves se seguirão, se não lhes fizermos frente com todas as nossas forças, meios, mobilização e convicções verdadeiramente democráticas. A instauração deliberada do estado policial espreita-nos. É que na sombra, como já se percebeu, lá está outro almirante, o homem providencial que certamente não desdenhará institucionalizar o «safanão dado a tempo», como dizia o beato de Santa Comba, tão bem como organizou o rebanho dos vacinados, provando assim que a domesticação do povo é possível, basta ele encarregar-se disso. Pelos vistos – talvez seja mesmo uma certeza que ele alimenta no seu ego inchado como um sapo – polícias, tropa e NATO não lhe faltarão.

2024/11/26

Estará o Ocidente finalmente pronto para admitir a derrota na Ucrânia?

Estará o Ocidente finalmente pronto para admitir a derrota na Ucrânia?

(Glenn Diesen*, Russia Today RT**, 2024/11/03)



A comunicação social está a mudar a narrativa à medida que a guerra por procuração perde força.

A revista The Economist noticia esta semana que “a Rússia está a destruir as defesas ucranianas” e a Ucrânia está subsequentemente “a lutar para sobreviver”. Em todos os meios de comunicação ocidentais, o público está a ser preparado para derrotas e concessões dolorosas em futuras negociações. Os jornalistas estão a mudar a narrativa, pois a realidade já não pode ser ignorada. O futuro sucesso de Moscovo tem sido óbvio pelo menos desde o Verão de 2023, mas foi ignorado para manter a guerra por procuração.

Estamos a assistir a uma impressionante demonstração de controlo narrativo: durante mais de dois anos, as elites político-mediáticas têm gritado “A Ucrânia está a vencer” e denunciado qualquer dissidência à sua narrativa como “propaganda do Kremlin” que visam reduzir o apoio à guerra. O que ontem era “propaganda russa” é agora subitamente o consenso das elites colectivas. A autorreflexão crítica está tão ausente como estava após a reportagem do Russiagate, depois das eleições de 2016 nos EUA.

Um controlo narrativo semelhante foi demonstrado quando os meios de comunicação social garantiram ao público durante duas décadas que os EUA controlavam o Afeganistão, antes de fugirem apressadamente com imagens dramáticas de pessoas a cair de um avião.

Os jornalistas enganaram o público no passado ao apresentarem as linhas da frente estagnadas como prova de que a Rússia não estava a ganhar vantagem. Contudo, numa guerra de desgaste, a direcção da guerra é medida pelas taxas de desgaste – as perdas de cada lado. O controlo territorial ocorre depois de o adversário estar exausto, uma vez que a expansão territorial é muito dispendiosa numa guerra de alta intensidade com linhas defensivas poderosas. As taxas de desgaste durante a guerra foram extremamente desfavoráveis para a Ucrânia e continuam a agravar-se. O actual colapso das linhas da frente de Kiev era muito previsível, uma vez que a sua mão-de-obra e armamento estavam esgotados.

Por que razão a narrativa anterior expirou? O público pode ser induzido em erro por falsas taxas de desgaste, mas não é possível encobrir as alterações territoriais após o eventual ponto de rutura. Além disso, a guerra por procuração foi benéfica para a NATO quando os russos e os ucranianos se sangravam uns aos outros sem quaisquer alterações territoriais significativas. Agora que os ucranianos estão exaustos e começam a perder território estratégico, já não é do interesse do bloco liderado pelos EUA continuar a guerra.

Controlo narrativo: armando a empatia

Em 2022, as elites políticas e mediáticas utilizaram a empatia como arma para obter o apoio público para a guerra e o desprezo pela diplomacia. O público ocidental foi convencido a apoiar a guerra por procuração contra a Rússia através de mensagens intermináveis sobre o sofrimento dos ucranianos e a injustiça da sua perda de soberania.

Aqueles que discordaram do mantra da NATO de que “as armas são o caminho para a paz” e, em vez disso, sugeriram negociações, foram rapidamente rejeitados como fantoches do Kremlin que não se preocupavam com os ucranianos. O apoio à continuação dos combates numa guerra que não pode ser ganha tem sido a única expressão aceitável de empatia.

Para os pós-modernistas que procuram construir socialmente a sua própria realidade, a rivalidade entre grandes potências é, em grande parte, uma batalha de narrativas. A transformação da empatia numa arma permitiu que a narrativa militar se tornasse imune às críticas. A guerra era virtuosa e a diplomacia traiçoeira, uma vez que a Ucrânia, alegadamente, travava a guerra “não provocada” da Rússia com o objectivo de subjugar todo o país. Um forte enquadramento moral convenceu as pessoas a enganarem-se e a autocensurarem-se em apoio desta nobre causa.

Até as críticas sobre a forma como os civis ucranianos foram arrastados para os carros pelo seu governo e enviados para a morte nas linhas da frente foram retratadas como apoio aos “pontos de discussão do Kremlin”, uma vez que minaram a narrativa de guerra da NATO.

Os relatórios sobre as elevadas taxas de baixas ucranianas ameaçaram minar o apoio aos combates. Reportar sobre o fracasso das sanções ameaçou reduzir o apoio público às sanções. Reportar sobre a provável destruição do Nord Stream pelos EUA ameaçou criar divisões dentro da NATO. As reportagens sobre a sabotagem dos EUA e do Reino Unido aos acordos de Minsk e às negociações de Istambul ameaçaram a narrativa de que o Ocidente se limita a tentar “ajudar” a Ucrânia. Foi oferecida ao público a opção binária de aderir à narrativa pró-Ucrânia/NATO ou à narrativa pró-Rússia. Qualquer pessoa que a conteste com factos inconvenientes poderá assim ser acusada de apoiar os objectivos de Moscovo. Salientar que a Rússia estava a ganhar foi interpretado acriticamente como estar do seu lado.

Existem amplos factos e declarações que demonstram que a NATO tem lutado até ao último ucraniano para enfraquecer um rival estratégico. No entanto, o controlo narrativo estrito implica que tais provas não tenham sido autorizadas a ser discutidas.

Os objetivos de uma guerra por procuração: Sangrar o adversário

A estrita exigência de lealdade à narrativa esconde o facto de que a política externa dos EUA visa restaurar a primazia global e não um compromisso altruísta com os valores democráticos liberais. Os EUA consideram a Ucrânia um instrumento importante para enfraquecer a Rússia como rival estratégico.

A RAND Corporation, um think tank financiado pelo governo dos EUA e conhecido pelos seus estreitos laços com a comunidade de inteligência, publicou um relatório em 2019 sobre como os EUA poderiam sangrar a Rússia, puxando-a ainda mais para a Ucrânia. A RAND propôs que os EUA poderiam enviar mais equipamento militar para Kiev e ameaçar a expansão da NATO para provocar Moscovo a aumentar o seu envolvimento na Ucrânia:

“Fornecer mais equipamento militar e aconselhamento dos EUA poderá levar a Rússia a aumentar o seu envolvimento directo no conflito e a pagar o preço por isso… Embora o requisito de unanimidade da NATO torne improvável que a Ucrânia consiga tornar-se membro num futuro próximo, a insistência de Washington nesta possibilidade poderá impulsionar a determinação ucraniana, ao mesmo tempo que levará a Rússia a redobrar os seus esforços para impedir tal desenvolvimento.”

No entanto, o mesmo relatório da RAND reconheceu que a estratégia de sangrar a Rússia tinha de ser cuidadosamente “calibrada”, uma vez que uma guerra em grande escala poderia resultar na aquisição de territórios estratégicos pela Rússia, o que não é do interesse dos EUA . Depois de a Rússia ter lançado a sua operação militar em Fevereiro de 2022, a estratégia foi igualmente manter a guerra enquanto não houvesse mudanças territoriais significativas.

Em março de 2022, Leon Panetta (ex-chefe de gabinete da Casa Branca, secretário da defesa e diretor da CIA) reconheceu: “Estamos envolvidos num conflito aqui, é uma guerra por procuração com a Rússia, quer o digamos quer não… A forma de obter vantagem é, francamente, entrar e matar russos.” Até Zelensky reconheceu, em Março de 2022, que alguns estados ocidentais queriam usar a Ucrânia como representante: “Há aqueles no Ocidente que não se importam com uma guerra longa porque significaria exaurir a Rússia, mesmo que isso signifique o fim da Ucrânia e seja à custa de vidas ucranianas.”

O Secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, descreveu os objectivos da guerra por procuração na Ucrânia para enfraquecer o seu adversário estratégico:

“Queremos ver a Rússia enfraquecida ao ponto de não poder fazer o tipo de coisas que fez ao invadir a Ucrânia… Portanto, [a Rússia] já perdeu muita capacidade militar. E muitas das suas tropas, afirme-mo-lo francamente. E queremos que não tenham a capacidade de reproduzir essa capacidade muito rapidamente.”

Houve também indícios de mudança de regime como objectivo mais vasto da guerra. Fontes dos governos dos EUA e do Reino Unido confirmaram em Março de 2022 que o objectivo era que “o conflito se prolongasse e, assim, sangrasse Putin”, uma vez que “o único fim do jogo agora é o fim do regime de Putin”. O presidente norte-americano, Joe Biden, sugeriu que a mudança de regime era necessária na Rússia: “Por amor de Deus, este homem não pode permanecer no poder”. No entanto, a Casa Branca recuou posteriormente nestas observações perigosas.

Um porta-voz do então primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, fez também uma referência explícita à mudança de regime, defendendo que “as medidas que estamos a introduzir, que grandes partes do mundo estão a introduzir, destinam-se a derrubar o regime de Putin”. James Heappey, o ministro das Forças Armadas do Reino Unido, escreveu de forma semelhante no Daily Telegraph:

“O seu fracasso deve ser completo; A soberania ucraniana deve ser restaurada e o povo russo deve ser capacitado para ver quão pouco se preocupa com ele. Ao mostrar-lhes isto, os dias de Putin como Presidente estarão certamente contados, tal como os da elite cleptocrática que o rodeia. Perderá o poder e não poderá escolher o seu sucessor.”

Lutando até ao último ucraniano

Chas Freeman, antigo secretário adjunto da Defesa dos EUA para assuntos de segurança internacional e diretor para assuntos chineses no Departamento de Estado, criticou a decisão de Washington de “lutar até ao último ucraniano”.

Entretanto, o senador republicano Lindsey Graham descreveu os acordos favoráveis que os EUA estabeleceram com a Ucrânia: “Gosto do caminho estrutural em que estamos aqui. Enquanto ajudarmos a Ucrânia com as armas de que necessita e com o apoio económico, eles lutarão até à última pessoa.” O líder republicano do Senado, Mitch McConnell, advertiu contra a confusão do idealismo com a dura realidade dos objectivos dos EUA na guerra por procuração:

“O Presidente Zelensky é um líder inspirador. Mas as razões mais básicas para continuar a ajudar a Ucrânia a degradar e derrotar os invasores russos são os interesses americanos frios, duros e práticos. Ajudar a equipar os nossos amigos na Europa de Leste para vencerem esta guerra é também um investimento directo na redução das capacidades futuras de Vladimir Putin para ameaçar a América, ameaçar os nossos aliados e contestar os nossos interesses fundamentais... Finalmente, todos sabemos que a luta da Ucrânia para retomar o seu território não é nem o início nem o fim da competição estratégica mais ampla do Ocidente com a Rússia de Putin.”

O senador Mitt Romney argumentou que armar a Ucrânia estava “a diminuir e a devastar as forças armadas russas por uma quantia muito pequena de dinheiro… uma Rússia enfraquecida é uma coisa boa”, e tem um custo relativamente baixo, pois “não estamos a perder vidas na Ucrânia ”. .” O Senador Richard Blumenthal afirmou de forma semelhante: “estamos a obter o valor do nosso dinheiro no nosso investimento na Ucrânia” porque “por menos de 3 por cento do orçamento militar da nossa nação, permitimos que a Ucrânia degradasse a força militar da Rússia para metade… Tudo sem [a morte de] um único americano”. O congressista Dan Crenshaw concorda que “investir na destruição das forças armadas do nosso adversário, sem perder um único militar americano, parece-me uma boa ideia”.

O general norte-americano reformado Keith Kellogg argumentou de forma semelhante em Março de 2023 que “se conseguir derrotar um adversário estratégico sem utilizar quaisquer tropas dos EUA, estará no auge do profissionalismo”. Kellogg explicou ainda que utilizar ucranianos para combater a Rússia “tira um adversário estratégico da mesa” e permite assim que os EUA se concentrem no seu “principal adversário que é a China”. O antigo secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu ainda que derrotar a Rússia e usar a Ucrânia como baluarte contra a Rússia “tornará mais fácil” para os EUA “concentrarem-se também na China… se a Ucrânia ganhar, então terá o segundo maior exército da Europa”, o exército ucraniano, endurecido pela batalha, do nosso lado, e teremos um exército russo enfraquecido, e agora temos também a Europa a intensificar realmente os gastos com defesa.”

É necessária uma nova narrativa de vitória, uma vez que uma Ucrânia apoiada pela NATO não pode, de forma realista, derrotar a Rússia no campo de batalha. A mais óbvia é afirmar que a Rússia falhou no seu objectivo de anexar toda a Ucrânia para ajudar a recriar a União Soviética e, posteriormente, conquistar a Europa. Esta falsificação permitiria à NATO reclamar a vitória. Após a desastrosa contra-ofensiva da Ucrânia no Verão de 2023, esta foi assinalada por David Ignatius no Washington Post, onde defendeu que a medida do sucesso é o enfraquecimento da Rússia:

“Entretanto, para os Estados Unidos e os seus aliados da NATO, estes 18 meses de guerra foram uma sorte inesperada estratégica, a um custo relativamente baixo (excepto para os ucranianos). O antagonista mais imprudente do Ocidente foi abalado. A NATO tornou-se muito mais forte com a adição da Suécia e da Finlândia. A Alemanha abandonou a dependência da energia russa e, em muitos aspetos, redescobriu o seu sentido de valores. As disputas da NATO fazem manchetes, mas, no geral, este foi um verão triunfal para a aliança.”

Sean Bell, antigo vice-marechal da Royal Air Force e funcionário do Ministério da Defesa, defendeu em Setembro de 2023 que a guerra degradou significativamente os militares russos a tal ponto que “já não representa uma ameaça credível para a Europa”. Bell concluiu, por isso, que “o objectivo ocidental deste conflito foi alcançado” e “A dura realidade é que os objectivos da Ucrânia já não estão alinhados com os seus apoiantes”.

A procuração ucraniana esgotou-se, o que põe fim à guerra por procuração, a menos que a NATO esteja preparada para entrar em guerra contra a Rússia. À medida que a NATO se prepara para reduzir as suas perdas, é necessária uma nova narrativa. Em breve será permitido apelar à realização de negociações como demonstração de empatia pelos ucranianos.

*Glenn Diesen é professor da Universidade do Sudeste da Noruega e editor da revista Russia in Global Affairs. Siga-o no Substack. Este artigo foi publicado originalmente na Substack de Glenn Diesen e editado pela equipa da RT.
** Para aceder ao original deste artigo copie este link para um navegador com VPN: https://swentr.site/news/606810-west-media-changes-narrative-ukraine/

2024/07/28

Sobre culpados e inocentes, invasores e invadidos, democracias e quando nos dá jeito

Eu já tinha prometido a mim mesmo não voltar ao tema e preocupar-me com a Palestina e o ressurgimento do neo-nazismo que são temas interessantes, mas como este meu amigo já escreveu tudo e eu concordo com tudo o que ele por aí verte, vou voltar ao assunto.

Sem titulo

(José Braz, Facebook, 2024.07.28)

[nome de um senhor] Ajudar a Ucrânia é ajudá-la a sentar-se à mesa das negociações, não é dar-lhe armas para continuar(mos) a matar ucranianos.

1. Ajudar a Ucrânia teria sido respeitar a vontade ucraniana expressa nas urnas (em eleições presidenciais vigiadas pela UE, pelos EUA e pela OCDE e reconhecidas pelo Ocidente Alargado como justas e democráticas) em vez de deixar a Victoria (Fuck Europe) Nulland, às ordens do então Vice-Presidente Joe Biden, organizar o golpe de estado de 2014 que pôs no governo os nacionalistas neonazis assumidos.

2022/06/01

Só Para Crentes ...

Um Dia Hão-de Acordar! (Hugo Dionisio, Facebroncas, 2020/05/28)

E depois dirão assim: “ninguém esperava por isto”? ao que responderemos: “ninguém”? “Mas nós dissemos que…” e ele responde: “pois, pois…”. “agora disseram tudo”!

Foi assim quando os EUA foram derrotados no Afeganistão e fugiram de mala às costas. Claro que quem lia outras fontes [...] sabia que chamavam a Karzai [...] o “presidente da Câmara de Kabul”. Foi assim com a crise de 2008, quando abundavam artigos económicos sobre a bolha imobiliária nos EUA. [...] O que conta para o cidadão medianamente informado é o que dá na TV!

Depois de assistir a uma pivot (para não lhe chamar jornalista) da CNN Portugal, a qual perante um general do exército, classificou a situação de Azovstal como uma “vitória estratégica” do regime nazovista de Ze… Fiquei tão estupefacto quanto o militar – cujo nome agora não recordo. Contudo, esta situação permitiu-me proceder a um exercício mental, sempre muito útil, e que consiste em tentarmos colocar-nos na cabeça do outro. Neste caso, da outra.

Partindo deste plano, dou apenas alguns exemplos do que pode chegar a ser a forma enviesada como um cidadão medianamente informado na TV e nos órgãos da industria monopolista da comunicação ocidental, olha para a realidade:

2022/05/09

A situação militar na Ucrânia

A situação militar na Ucrânia 
(Jacques Baud (*), soft.net, 2022/04/02)

Parte Um: O Caminho para a Guerra

Durante anos, do Mali ao Afeganistão, trabalhei pela paz e arrisquei a minha vida por ela. Não se trata, portanto, de justificar a guerra, mas de compreender o que nos levou a ela.

Vamos tentar examinar as raízes do conflito ucraniano. Comecemos por aqueles que nos últimos oito anos têm falado em "separatistas" ou "independentistas" do Donbass. Este é um equívoco. Os referendos realizados pelas duas autoproclamadas Repúblicas de Donetsk e Lugansk em maio de 2014, não foram referendos de "independência" (независимость), como alguns jornalistas sem escrúpulos afirmaram, mas referendos de "autodeterminação" ou "autonomia" (самостоятельность ). O qualificativo "pró-russo" sugere que a Rússia era parte do conflito, o que não era o caso, e o termo "russófonos" teria sido mais honesto. Além disso, esses referendos foram realizados contra o conselho de Vladimir Putin.

De facto, essas repúblicas não procuravam separar-se da Ucrânia, mas ter um esatuto de autonomia, garantindo-lhes o uso da língua russa como língua oficial — pois o primeiro ato legislativo do novo governo resultante do derrube, patrocinado pelos americanos, do presidente [eleito democraticamente] Yanukovych, foi a abolição, em 23 de fevereiro de 2014, da lei Kivalov-Kolesnichenko de 2012 que tornou o russo uma língua oficial na Ucrânia. Um pouco como se os golpistas alemães decidissem que o francês e o italiano não mais seriam as línguas oficiais da Suíça.

2022/03/19

Sobre uma autorização dada por uma juiza

Comecemos então pela declaração de não alinhamento: Sou pela paz e contra qualquer guerra imperialista como é o caso da invasão em curso. 

Eu sei que para os agentes do Ministério da Verdade, isto não é suficiente, eu sei que para a grande maioria dos crentes no Ministério da Verdade é imprescindivel denunciar os hereges citando-os nome a nome, país a país, não o faço porque a minha lista seria demasiado longa. Eu sei que por isso me vão, apesar de não o ser, acusar de putinófilo. É o preço a pagar por não me deixar emocionar com a propaganda do Ministério da Verdade. 

Quanto ao escrito do "jornalista", abaixo reproduzido, realço os factos comprovadamente assumidos sem recurso a pressões ou torturas: o nazi foi autorizado por uma juiza a ir combater ao lado de nazis e o nazi, autorizado pela juiza, arrebanhou dinheiro e mais sete nazis para se juntarem, na Ucrânia, a um grupo maior de nazis para combater o invasor russo. Sobre a necessidade, alegada por Putin,de desnazificar a Ucrânia, como motivo para a invasão, não acrescento nada ao escrito do "jornalista".

As verdades apuradas pelos censurados media russos

Alguém já disse que a verdade é a primeira vitima da guerra. Acrescento eu: a verdade e a liberdade.

Não se trata aqui de defender a Rússia ou de apoiar um dos imperialismos contra o outro imperialismo. Este blog sempre foi um consistente apoiante da Paz e lutador contra todas as guerras imperialistas, invasões ou ocupações, fossem elas mais ou menos declaradas ou mais ou menos hibridas e encapotadas. Fossem elas ocupações ilegais como a do estado terrorista israelita na Palestina, invasões militares como a do Iraque, destruições como as da Jugoslávia ou da Tchetchénia, bloqueios como o que os EUA mantém contra Cuba há mais de 60 anos, ou guerras hibridas como a que movem contra a Venezuela.g Este post vai servir para ir atualizando as inverdades propagadas pelo Ministério da Verdade e para denunciar a censura imposta aos media russos pelos regimes da NATO.



Repito, aqui a questão nem se coloca na vigarice que impera do lado de cá, o que me choca verdadeiramente é que os vigaristas do lado de cá não nos querem deixar ver se há ou não vigarice do lado de lá.

2022/06/27 - Centro comercial de Kremenchuk estava vazio ao lado de depósito de munições - Em 27 de Junho de 2022, o exército russo bombardeou uma fábrica convertida em armazém militar em Kremenchuk, o que provocou o incêndio do shopping center localizado ao lado. Sem surpresa, a Ucrânia e os ocidentais acusaram os militares russos de bombardear directamente o shopping, excepto que os vídeos filmados lá provam que a versão russa é verdadeira.

Apesar das desmistificações sistemáticas e cada vez mais rápidas, a Ucrânia continua a espalhar informações falsas sobre os “crimes de guerra” do exército russo. Depois da enorme mentira de Boucha, depois da estação de Kramatorsk, depois das falsas acusações de violação de menores negadas pelo antigo Provedor de Direitos Humanos ucraniano, eis agora o caso do atentado ao centro comercial Kremenchuk.

Em 27 de Junho de 2022, os militares russos realizaram um ataque aéreo de longo alcance contra armazéns localizados na Fábrica de Máquinas Rodoviárias de Kremenchuk, contendo armas e munições fornecidas à Ucrânia pelos Estados Unidos e vários países europeus. A usina em questão está localizada nas seguintes coordenadas: 49°04’25.1″N 33°25’37.4″E. A explosão de munições no armazém causou um incêndio no centro comercial abandonado nas proximidades.

No mesmo dia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anuncia que mais de mil civis estavam supostamente no shopping no momento do bombardeio e acusa o exército russo de ter deliberadamente visado essa infra-estrutura civil.

Problema, muito rapidamente esta versão leva água como o Titanic. Vídeos divulgados durante o incêndio mostram muito poucos carros no estacionamento, mas também uma completa ausência de mulheres e crianças!

Como pode haver mil pessoas em um shopping com pouquíssimos carros no parque e sem mulheres ou crianças? Era o dia reservado aos homens sem carro?

Em Kremenchug, região de Poltava, foi atingido o centro comercial e de entretenimento Silpo, logo atrás do qual está a fábrica de máquinas rodoviárias de Kremenchug.

A julgar pela destruição das paredes e pilares, a própria explosão estava algures atrás - e então começou um incêndio no próprio shopping. O shopping em si é feito de materiais altamente inflamáveis: o que alguns consideram os sons de munição explodindo pode facilmente revelar-se uma quebra de estruturas deformadas ou o som de vidro estourando.

Agora, por sugestão de Zelensky, toda a mídia mundial escreve sobre um ataque deliberado a um alvo civil, deixando em silêncio a presença de objectivos estrategicamente importantes atrás do próprio shopping.

Por que há tantos militares em uniforme e até mesmo com mochilas perto do tranquilo centro comercial e de entretenimento em Kremenchug?

E por que há tão poucos carros civis no estacionamento, já que mais de 1000 pessoas poderiam ter morrido lá dentro?

No entanto, se olharmos no Google Maps, o shopping e várias lojas estão marcadas como fechadas temporária ou permanentemente, e não há avisos com menos de 4 meses!

Claramente, parece que ninguém vem a este shopping desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, enquanto Kremenchuk não está na linha de frente. Isso explicaria por que quase não havia carros e nem clientes!

2022/05/01 - Piloto que teria abatido 40 aviões russos afinal nunca existiu - Aparentemente a força aerea ucraniana desmentiu hoje a noticia do nyt que as tvs nacionais acritica e prontamente republicaram, segundo a qual teria falecido ontem o piloto super-heroi que teria abatido 40 aviões russos. Segundo o post da fau a personagem é um superheroi inventado.(ver noticia no final do post (1)).

2022/04/27 - As "valas comuns" de Mangush são afinal campas individuais no extremo de um cemitério. As "valas comuns" de Mangush e Starichrim, anunciadas pelas autoridades ucranianas, onde estariam a ser enterrados cerca de 20 000 mortos de Mariupol, e rapidamente propagandeadas pelas televisões do Ministério da Verdade com base em fotografias de satélite, revelaram-se hoje, pelas imagens colhidas no local por um repórter de guerra português, serem afinal cerca de 700 campas individuais, numeradas, com um caixão por campa. Um vídeo apanhado no facebook desmascara mais este embuste dos canais nacionais, mas a reportagem do Bruno de Carvalho aos 10:31 do Jornal da CNN de 27 de Abril ilustra melhor e mais sucintamente o que por lá se pode ver. Depois disto, torna-se ainda mais gritantemente vigarista a punch-line da pivot que introduz a peça do jornalista no local com o seguinte introito: «De Mariupól chegam imagens de satélite que mostram a existência de valas comuns em algumas zonas da cidade, o repórter Bruno Amaral de Carvalho esteve em dois desses locais» ... e diz, uns segundos depois, o tal repórter que esteve em dois desses locais «O que vimos aqui são de facto valas individuais, eaah, túmulos individuais,[...]». Mas a vale a pena ver a peça do repórter no local.

2022/03/01

4 Opiniões Sobre a Guerra da Ucrânia e dois epílogos servidos frios

 

Agora, depois de muitos se pronunciarem sobre a catástrofe que se abateu sobre a Europa, tive a oportunidade de encontrar quatro coincidentes olhares de quatro indivíduos. São pessoas com as quais estou geralmente em desacordo, se bem que em graus diversos, porque, se o mundo é a cores, as mentes humanas são universos de cor. Pena é que as queiram reduzir a um mesmo cinzento próprio dos tempos negros que varreram o mundo faz agora uns provectos oitenta anos, quase um século.

Arrisco começar com a perspetiva de um douto constitucionalista da nossa praça, passando em seguida pelo olhar de um perigoso extremista, de onde navegaremos para a visão de um pequeno-burguês com tribuna nos media corporativos, para terminar com um dos oráculos nacionais. Todos eles partilhando a mesma categoria de reais cripto-comunistas mascarados de anti-comunistas ferrenhos ao longo dos últimos 30 anos. Como sobremesa, sirvo os conselhos de Henry Kissinger, envelhecidos em cascos de carvalho desde 2014 e a posição dos comunistas portugueses, a frio, em cima da ceia, como sorvete que pare a digestão de tão lauto banquete, farto de bom senso tardio.