«Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação. Só há liberdade a sério quando pertencer ao povo o que o povo produzir.»(Sérgio Godinho)
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2019/07/17
Um Trump ou Vários Iranianos? (Poema!)
O boçal
imperador de serviço
bolsou mais uns racismos,
travestidos
de misoginia variada,
e continua à frente
do império
dos donos disto tudo
Como recompensa
pelas xenofobias
bolsadas
o comentador
eleito presidente
dos portugueses
que nele votaram
reiterou o convite
ao xenófobo misógino
para dormir uma noite
na nossa casa
quando for ali
ao lado
a Madrid,
a compras,
na capital da península
(e se não é
devia ser
digo eu
e o que nós ganhávamos
se ela fosse capital
da nossa ibéria
mas não é
pronto)
Por troca
o cenoura
não quer por cá
iranianos
e o silva
de serviço
rasteja que sim senhor
ninguém me perguntou
mas eu respondo
antes iranianos
que americanos
de merda
O tempo dos monstros
(António Santos, Avante!, 2019/07/20)
«A crise consiste no facto de que o velho morre e o novo não pode nascer: neste interregno verificam-se os mais variados sintomas mórbidos» Da cela onde, há 80 anos, viria a morrer, Gramsci descrevia os nossos tempos com sibilina precisão. Donald Trump, arrais do capitalismo mundial e pontífice das ocidentais democracias à sua imagem criadas, veio a terreiro mandar quatro congressistas democratas «para a terra delas». Literalmente. O mundo, já algo dessensibilizado para os tweets de Trump, lavrou a cita nos rodapés dos noticiários e mandou arquivar, para amnésia futura, sob «Trump a ser politicamente incorrecto». Mas Ocasio-Cortez, Ayanna Pressley, Rashida Tlaib e Ilhan Omar são, note-se, estado-unidenses: as primeiras três por nascimento, a última por cidadania adquirida em criança. E Trump sabia-o, como também sabia que Obama nascera nos EUA, o que tampouco o impediu de, até hoje, insinuar o contrário. A nacionalidade é a mais importante arma ideológica de Trump, que se declara, aliás, «nacionalista». Na mesma tirada de tweets, Trump descreveu as congressistas como «anti-América», nação que as acusou de «odiar» e prometeu-lhes que «A América nunca será comunista», pelo que «SE NÃO ESTÃO BEM AQUI, VÃO-SE EMBORA» [sic]. Para o magnata, ser «americano» é uma ideologia: rezar ao mesmo deus, odiar os mesmos inimigos, venerar os símbolos nacionais, amar as forças armadas, ter medo da diferença e pertencer à «raça branca». Este, podia tê-lo escrito Gramsci, é, efectivamente, o tempo dos monstros.
A ideologia nacional de Trump não é nova. Foi sendo, durante o último século, visceralmente embutida na consciência popular. Theodore Roosevelt dizia que o «americanismo» é «uma questão de espírito, convicção e dever, e não uma questão de crença ou de nascimento», mas, e Trump percebeu-o, o conceito tão moldável que com ele também se pode dividir a classe trabalhadora, ganhar eleições e construir o fascismo.
Leia-se por este prisma a guerra declarada por Trump aos trabalhadores imigrantes. O Presidente dos EUA chama aos imigrantes «violadores» e «traficantes», refere-se publicamente às suas pátrias como «países de merda», encoraja a delação dos não-documentados e celebra, ufano, «as maiores rusgas de sempre». A Casa Branca, que esta semana declarou o fim do asilo, franqueou o trilho a milhares de actos de violência nas ruas, nas escolas e nos locais de trabalho de todo o país, alargando ainda o vasto sistema de campos de concentração ao longo da fronteira com o México onde crianças são enjauladas, abusadas e, por vezes, «suicidadas».
Há metade de uma América, ideologicamente americana, com cicatrizes da guerra civil, que aceita tudo isto. E é assim que alguém um dia patrioticamente faz notar que nos campos de concentração não cabem só imigrantes
2019/02/08
Porquê umas e não outras?
«Porquê umas e não outras?» Perguntava o Vitor Vieira num comentário a um post do Vitor Dias a propósito das declarações do Zapatero antes de o patrão lhos ter apertado. E deixava alguns dados que consultou nas duas CNE:
- O Maduro obteve 67,8% dos votos expressos, o que correspondeu a 31,7% do total de eleitores inscritos, com 54% de abstenção.
- O Marcelo obteve 52% dos votos expressos, o que correspondeu a 24,8% do total de eleitores inscritos, com 51,3% de abstenção
- O primeiro ganha em dois indicadores e até a abstenção foi semelhante, com uma diferença inferior a 3 pontos percentuais.
Qual a diferença? Respondo eu, a Venezuela tem as maiores reservas de petróleo verificadas do planeta.
- O Maduro obteve 67,8% dos votos expressos, o que correspondeu a 31,7% do total de eleitores inscritos, com 54% de abstenção.
- O Marcelo obteve 52% dos votos expressos, o que correspondeu a 24,8% do total de eleitores inscritos, com 51,3% de abstenção
- O primeiro ganha em dois indicadores e até a abstenção foi semelhante, com uma diferença inferior a 3 pontos percentuais.
Qual a diferença? Respondo eu, a Venezuela tem as maiores reservas de petróleo verificadas do planeta.
2018/03/08
Fascismo ou Ditadura Constitucionalizada?
Marcelo não conheceu o fascismo?
(Pedro Tadeu in dn, 2018/03/08)
Marcelo Rebelo de Sousa teve a sensatez e a sensibilidade de emitir uma nota “a lamentar” (lê-se no título) a morte do coronel João Varela Gomes: “O Presidente da República apresenta à Família do Senhor Coronel João Varela Gomes condolências invocando a sua militância cívica, em particular, a sua consistente luta contra a ditadura constitucionalizada antes do 25 de Abril de 1974″, diz o texto enviado às redacções no passado dia 28 de Fevereiro.
Informo o leitor ou a leitora, caso não saiba, que Varela Gomes passou pelas prisões da PIDE (a polícia política de Salazar), participou na campanha eleitoral do general Humberto Delgado (que desafiou o regime), esteve na conspiração da Sé em 1959 e no assalto ao quartel de Beja em 1962 (que o qualificaram como um dos heróis da resistência).
Depois do 25 de Abril, Varela Gomes liderou a 5.ª Divisão do Estado-Maior das Forças Armadas, que percorreu o país a promover sessões de esclarecimento e de propaganda sobre a Revolução dos Cravos e o Movimento das Forças Armadas. No 25 de Novembro de 1975 ficou do lado dos derrotados e teve de fugir do país. Voltou em 1979.
(Pedro Tadeu in dn, 2018/03/08)
Marcelo Rebelo de Sousa teve a sensatez e a sensibilidade de emitir uma nota “a lamentar” (lê-se no título) a morte do coronel João Varela Gomes: “O Presidente da República apresenta à Família do Senhor Coronel João Varela Gomes condolências invocando a sua militância cívica, em particular, a sua consistente luta contra a ditadura constitucionalizada antes do 25 de Abril de 1974″, diz o texto enviado às redacções no passado dia 28 de Fevereiro.
Informo o leitor ou a leitora, caso não saiba, que Varela Gomes passou pelas prisões da PIDE (a polícia política de Salazar), participou na campanha eleitoral do general Humberto Delgado (que desafiou o regime), esteve na conspiração da Sé em 1959 e no assalto ao quartel de Beja em 1962 (que o qualificaram como um dos heróis da resistência).
Depois do 25 de Abril, Varela Gomes liderou a 5.ª Divisão do Estado-Maior das Forças Armadas, que percorreu o país a promover sessões de esclarecimento e de propaganda sobre a Revolução dos Cravos e o Movimento das Forças Armadas. No 25 de Novembro de 1975 ficou do lado dos derrotados e teve de fugir do país. Voltou em 1979.
2018/01/22
Marcelo Ficou Mal Na Selfie
As trabalhadoras da antiga Triumph estiveram à porta do palácio mas o presidente dos afetos e dos abraços não quis pousar com o trabalho.
2018/01/17
A Selfie Que Continua a Faltar
No dia em que ao presidente dos afetos se lhe esgotaram os ditos, não foi só o AbrilAbril a fazê-lo notar, também o Manifesto74 já tinha dado por isso. Porque será que para o trabalho nem selfies há?
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