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2019/02/07

Os EUA como Paradigma da Democracia

Após 25 eleições em vinte anos, das quais o chavismo venceu 23, os EUA decidiram que a Venezuela precisa de ser democratada.

Vale a pena passar em revista a qualidade das "eleições" presidenciais no seio do império que decide quem deve e quem não deve ser democratado.

O ocupante da cadeira da casa branca não é nomeado em resultado de eleições directas "cada-pessoa-um-voto", mas por um colégio eleitoral. Lembram-se do salazarismo?

O tal colégio eleitoral emerge de umas eleições em que, tradicionalmente e principalmente pelos métodos e valores financeiros envolvidos nas campanhas, só dois candidatos podem almejar à nomeação: o candidato do partido (neoliberal) democrático e o candidato do partido (neoliberal) republicano.

O actual ocupante da casa branca, representante do partido (neo-liberal) republicano, que decretou a necessidade de democratar a Venezuela, teve 46% de votos nas urnas, menos 5% de votos do que a derrotada do partido (neoliberal) democrático, mas "conseguiu" a maioria do colégio eleitoral.

Os dois últimos ocupantes da casa branca pelo partido neoliberal republicano foram nomeados pelo colégio eleitoral com menos votos nas urnas do que o candidato derrotado do partido neoliberal democrático.

Na primeira votação que conduziu à nomeação do Bush Jr. foram inúmeras as irregularidades e fraudes reportadas, tendo a recontagem dos votos sido suspensa pelo Supremo Tribunal quando o candidato Al Gore estava já prestes a ganhar o decisivo estado da Florida.

Algumas das irregularidades passaram pela remoção de milhares de afro-americanos dos cadernos eleitorais nos estados do sul e pela utilização, na Florida, dos famosos boletins borboleta em que o eleitor premia o botão para votar num candidato e o cartão ficava perfurado noutro, de tal forma que num circulo de maioria judaica venceu um candidato neonazi.

O Bush Jr. foi nomeado pelo colégio eleitoral com menos 1% de votos e menos 500 000 votos do que o derrotado Al Gore, tendo este ficado conhecido como o primeiro ex-futuro presidente dos EUA.

O candidato do partido neoliberal democrático é nomeado por um colégio eleitoral em que 2/3 dos grandes eleitores são eleitos e 1/3 é nomeado pela nomenclatura do partido neoliberal democrático, o que permitiu que o candidato Bernie Sanders tivesse vencido as "directas" mas perdido a nomeação pelo colégio eleitoral do partido neoliberal democrático a favor de uma outra candidata mais neoliberal.

Alguém vê num regime destes alguma legitimidade para se pronunciar sobre a democraticidade do que quer que seja ou pela necessidade de democratar o que quer que seja?


2019/02/01

Entre o Trump e a UE Há 8 dias de Diferença

Trumpistas
(Jorge Cadima, Avante!, 2019/01/31)

Trump quer escolher o Presidente da Venezuela. Os fascistas Bolsonaro e Netanyahu também. A comunicação social das mentiras de guerra ladra em coro. Governos de países da UE proclamam ser contra Trump e o ascenso da extrema-direita. Mas o que os separa de Trump são 'oito dias'. O Governo PS, pela voz do MNE Santos Silva, não quer esperar tanto: o Presidente eleito e constitucional da Venezuela «tem de se ir embora». Não ficou saciado com a Líbia, Ucrânia, Síria, Iraque. O BE diz que «tem estado em contacto» com o Governo, cuja posição «é sensata». O PS diz que «este é o momento para responder à manifestação da vontade clara dos venezuelanos». Mas alguém pode negar que o momento foi escolhido por Trump? Até o Wall Street Journal (25.1.19) confessa: «O plano secreto do Governo Trump para dar apoio ao chefe da oposição Juan Guaidó foi previamente concebido e coordenado de forma estreita» durante várias semanas. A luz verde chegou na véspera da auto-proclamação do homem que o povo venezuelano não elegeu, através dum telefonema do Vice-Presidente Pence. «Vontade clara do povo da Venezuela»? Não: vontade clara do imperialismo esmagar um país e povo independentes e lançar mãos das maiores reservas petrolíferas comprovadas (24,9% do total mundial, segundo o Boletim Estatístico da OPEP, 2018), maiores que as da Arábia Saudita. Já começou o saque dos bens da Venezuela no estrangeiro.

Estamos perante uma tentativa de golpe, comandada de fora. Mais uma. É assim desde a eleição de Chávez em 1998. O problema não é ‘Maduro’, nem uma suposta ‘ditadura’. O problema é que o imperialismo não tolera países soberanos. A Arábia Saudita pode até esquartejar impunemente nos seus consulados, porque é um vassalo. Alguém acredita que Trump, Bolsonaro, Macrí ou Macron se preocupam com a democracia ou os povos?

Na Venezuela a oposição tem televisões, jornais, representação política (quando quer). Ganhou dois dos 25 actos eleitorais destes 20 anos. São os que os EUA/UE reconhecem. Perdeu os restantes 23, mas as grandes potências capitalistas fazem como nos referendos da UE: ignorá-los e seguir em frente. Com a sabotagem e bloqueio económico, o terror nas ruas, as infindáveis mentiras, as tentativas de assassinato do Presidente. Preparando o golpe e, se possível, a invasão. É o guião do «Assad tem de partir». Maduro foi reeleito há 9 meses, em eleições concordadas com a oposição – após negociações mediadas pelo ex-PM espanhol Zapatero – que à última hora não assinou os acordos. O veto veio de Washington: já preparava o golpe. Aguardava Bolsonaro. Mas o povo da Venezuela, face a enormes adversidades, tem sabido mobilizar-se e resistir. Como nas manifestações destes dias em apoio ao seu Presidente, silenciadas na comunicação social golpista e belicista que nos submerge com mentiras de guerra. É um testemunho da vitalidade, base popular e conquistas da Revolução Bolivariana. Mas a revolução precisa da solidariedade dos povos e dos seus amigos.

Em Portugal, confirma-se o pior da história do PS e das suas alianças com a direita mais extrema e o imperialismo. O BE segue no encalce. Mas não é óbvio que o monstro fascista alimentado por cada nova guerra e golpe não se vai querer ficar pela Ucrânia, o Brasil ou a Venezuela?

Elliot Abrams: Um Tenebroso Democratador

O Lado Oculto continua a ser uma fonte de preciosa informação. É graças a ele que ficamos a saber quem é o democratador que os governos da UE e o silva os negócios estrangeiros aceitam como cão de fila encarregue de gerir o pró-consul estado-unidense para a Venezuela. @Refer&ncia

Abrams: Restabelecer democracias é com ele
(José Goulão, O Lado Oculto, 2019/01/29)

Elliot Abrams, o enviado de Donald Trump para a Venezuela com a missão de “assessorar” o “presidente interino”, Juan Guaidó, no golpe de Estado comandado de Washington, é dono de um dos currículos mais sinistros e sangrentos das intervenções norte-americanas no estrangeiro, principalmente na América Latina. A sua escolha é um verdadeiro livro aberto sobre as intenções reais dos Estados Unidos neste processo e que deveria ser de leitura obrigatória para todos os governos que caminham ao lado de Trump na operação.

2019/01/24

De Que Lado Estás?

Governos que renovaram o apoio ao Presidente da República Bolivariana da Venezuela eleito com 67% dos votos expressos:
Bolivia
China
Cuba
Irão
México
Nicarágua
Palestina
Rússia
San Vicente e Las Granadinas
Turquia
Uruguai e mais 173 países que mantêm normais relações diplomáticas com a Venezuela e não viram necessidade de se pronunciarem.

Governos que expressaram apoio ao pró-consul norte americano para a Venezuela
Argentina (neo-liberal eleito c/ 52%)
Brasil (fascista eleito c/ 55%)
Canada
Chile (neo-liberal eleito c/ 55%)
Colombia (Assassinados 387 activistas sociais em 2018)
Costa Rica
Guatemala (neo-liberal acusado de corrupção por um organismo da ONU)
Honduras (neo-liberal "eleito" em fraude eleitoral)
Panama
Peru

2019/01/19

BE Mais Uma Vez Contra as Democracias Latino-Americanas

Já sobre a Nicarágua tive a oportunidade de ler uns escritos no esquerda.net claramente inspirados nas narrativas mais bolorentas do imperialismo estado unidense que pôs no poder brasileiro o fascista bolsonaro. Na altura tentei comentá-los mas a democracia implementada no site do BE não mo permitiu. Desta vez o alvo é a Venezuela. Pergunto-me: estarão os opinadeiros desses escritos a ser financiados com os trinta dinheiros das democratadoras fundações do George Soros? @Refer&ncia

O BE defende um golpe militar na Venezuela?
(Bruno Carvalho, Manifesto74, 2019/01/18)

O Bloco de Esquerda publica um artigo inenarrável contra a Venezuela que defende um golpe militar, assinado por Tomás Marquez, que repete o argumentário utilizado pelos governos, partidos de direita e órgãos de comunicação social alinhados com o imperialismo. Vamos desmontar, ponto por ponto, uma posição que se inscreve na linha histórica do BE de se orientar na sua reflexão sobre política internacional por aquilo que é dito por Washington ou pela União Europeia.

2019/01/11

As Policias do Capital

Polícias eleitorais ou as duas faces da mesma moeda
(José Goulão, O Lado Oculto, 2019/01/10)

As fake news e as novelas das supostas ingerências externas em actos eleitorais são o pretexto para a criação de corpos transnacionais de polícia eleitoral e o reforço do neoliberalismo como fascismo social.

A par da convergência dos populismos e neofascismos para as muitas campanhas eleitorais que aí vêm no plano internacional, está também em campo uma variante aglutinadora que contribui para replicar, mais coisa menos coisa, as eleições presidenciais norte-americanas de 2016. Incluindo aquilo a que o mainstream parece reduzir a política de hoje: as fake news e as novelas das supostas ingerências externas em actos eleitorais. Tudo a funcionar como nevoeiro para disfarçar o grande objectivo em jogo: reforçar o neoliberalismo como fascismo social – com mais ou menos fascismo político.

2018/11/09

Voto Electrónico ou Fraude Instituida?

Alguém aqui tem consciência de que entre a tecla que prime no teclado e o sitio onde fica guardado o valor da tecla premida existe um programa informático, denominado controlador do teclado (keyboard driver) que define o valor da tecla premida?

Alguém aqui tem consciência de que entre a tecla que prime no teclado e a imagem que aparece no ecran existe um programa informático, denominado controlador gráfico (graphic driver) que desenha no ecran a imagem correspondente à tecla premida?

Alguém aqui tem consciência de que eu posso programar o controlador do teclado por forma a fazer corresponder a tecla 1 ao numero 2, por forma a gravar um voto no número 2 sempre que alguém prima a tecla para votar no 1?  E que posso programar o controlador gráfico para apresentar no ecran o voto no número 1 enquanto a urna electrónica está a gravar na memória o voto no número 2?

Alguém aqui tem consciência que eu posso programar a urna para gravar na memória um voto no número 2, não sempre que seja premida a tecla do voto no 1, mas apenas uma percentagem de vezes, digamos que igual à anunciada pelas mais fiéis sondagens da véspera? Alguém tem consciência de que eu posso fazê-lo acontecer de forma não deterministica mas aleatoriamente?

Alguém aqui tem consciência de que se a urna estiver ligada a uma qualquer rede informática, incluindo a internet, eu posso carregar a urna com o meu programa de fraude electrónica massiva, em qualquer momento, e apagá-lo, em qualquer momento, tornando impossível determinar se a urna alguma vez foi violada?

Alguém tem consciência de que, mesmo que a urna não esteja ligada a nenhuma rede informática, eu posso carregar a urna com o meu programa de fraude electrónica massiva, quando a urna é ligada e apagá-lo, quando a urna for desligada, ou quando imprimir os resultados, tornando impossível determinar se a urna alguma vez foi violada?

Alguém tem consciência de que com uma urna electrónica nunca mais haverá recontagens de votos pela simples razão de que o único resultado disponível é o que "o meu programa de fraude massiva" gravou na memória electrónica da urna electrónica?

Todas estas questões se tornaram absolutamente criticas no momento em que ouvi um governante ao serviço da classe dominante, do capital que já hoje gasta milhões a enganar eleitores, afirmar aos microfones que a votação electrónica vai ser experimentada em Évora nas eleições de 2019 para o parlamento europeu.

Vai? Quem autoriza? Quem deixou?

Tenham consciência de que no exato momento em que aceitarem premir uma tecla para votar, deixaram de saber em quem de facto terão votado.

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Algumas ligações para quem pretenda aprofundar o problema:

Wikipédia / 2018 - Em Espanhol (não existe ainda página em português).

Argentina / 2017 - CONICET aconselha a não implementar a votação electronica até encontrar formas de garantir o control dos registos da votação.

Portugal / 2018 - Isto é o que se pode ler nas páginas da CNE em Novembro de 2018.
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2018/11/03

A Democracia Segundo os Moscovici

Qual democracia?
(Anabela Fino in Avante!, 2018/10/31)

De tudo o que já se disse sobre o resultado das eleições de domingo no Brasil a afirmação mais espantosa é provavelmente a do comissário europeu de Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, que atribui o triunfo de Jair Bolsonaro a uma espécie de «cansaço democrático» fruto dos efeitos da crise que deixou «desigualdades impressionantes».

Integrando a eleição de Bolsonaro na tendência de recuo das «democracias liberais» em todo o mundo, Moscovici considera que este fenómeno «está talvez ligado a uma forma de cansaço democrático, sobre a qual aqueles que têm a democracia no coração deveriam reflectir, de modo a organizar um contra-ataque».

2018/10/23

Hoje no Brasil, Amanhã em Portugal

A menos de uma semana das eleições no Brasil, o candidato fascista continua à frente em todas as sondagens. 

Hoje já sabemos como é que o "messias" conseguiu ludibriar uma parte dos 30 milhões de brasileiros arrancados à pobreza extrema por 10 anos de social-democracia, como é que o neo-fascista captou votos no meio de estudantes, que só o são porque os governos petistas abriram 18 novas universidades estaduais, como é que pôs mulheres a votar pela misogenia, negros pelo racismo e gays pela homofobia.

Hoje sabemos que o Capital esteve sempre do lado dele, sempre a dar-lhe dinheiro, propaganda e publicidade fácil. Hoje sabemos que o Capital, quando pôde escolher entre um democrata socialmente preocupado ou um fascista declarado, optou, hoje tal como em 1936, pelos fascistas declarados. 

Hoje já podemos dizer abertamente que as igrejas todas, as televisões todas, as das igrejas do capital e as do Capital com C maiúsculo, com a Record e a Globo à cabeça, fizeram tudo o que foi preciso para limpar o fascismo da cara do fascista e elevá-lo à categoria de messias com messias no nome.

Hoje já sabemos como se processam as campanhas negras do século XXI: alimentam-se as ignorâncias com notícias falsas, aquecem-se as #FakeNews com o fogo dos medos e deixam-se destilar os ódios no alambique das redes sociais. O capital vai lá estar para pagar os milhões de pacotes de whatsapp necessários para difundir o veneno.

Finalmente, cereja no topo do bolosonaro, os "democratas ", com d pequenino, vão falar em extremismoS, difusão de #fakeNews pelaS campanhaS dos candidatoS, corrupçõeS, tudo no plural, tudo bem embrulhado, para, no final, não escolherem o lado democrata da barricada anti-fascista e maquilharem com umas pinceladas de base os resquícios de fascismo ainda visíveis na cara do "esfaqueado".

O PT+PCdeB também tem culpas? O PT+PCdeB também errou? Também!

Mas agora, a quente, vamos olhar para Portugal, vamos ver emergir o alimentar das ignorâncias a esconder a transferência, do Capital para o Trabalho, de 3 mil milhões de euros, operada nestes últimos três anos por um governo social-democrata apoiado na esquerda parlamentar. 

É a quente que temos de denunciar como inaceitável a propagação de fotografias de ladrões sentados no chão e já manietados, substituto contemporâneo dos autos de fé no Rossio, em que a turba podia satisfazer a violência da sua miséria arremessando excrementos, e propagar os medos com que os neofascistas aquecem a ignorância para destilar ódios.

O dinheiro para propagar a peste já está a escorrer dos bolsos do capital para comprar os alambiques.


2018/10/22

Um Bolsonaro de uma coerência avassaladora

Na tentativa de esclarecer algumas pessoas que acredito não saibam ainda quem é o candidato fascista, como a srª brasileira que faz directos e indirectos para os caneiros globo-bolsanamão e conseguiu não filmar o cartaz da foto, ou o sr. da tvista que acha o candidato fascista "imprevisível", deixo-lhes aqui algumas das afirmações do afinal previsível e coerente candidato fascista, complementadas com as citações d'O Lado Oculto, só para verem o calibre da previsibilidade do que andam a tentar lavar com lixívia.

Agora já não podem dizer que não sabiam.

«“Lula e Haddad vão apodrecer na cadeia” e “a faxina agora vai ser muito mais ampla”, porque “esses marginais vermelhos vão sair da nossa pátria”. Estas foram algumas promessas do candidato à Presidência do Brasil, Jair Bolsonaro, proferidas na Avenida Paulista, em São Paulo, precisamente a uma semana da segunda volta das eleições, a realizar no domingo. Fascista, xenófobo, homofóbico, racista, Bolsonaro é tudo isto não porque os adversários o digam no calor de uma campanha eleitoral»*, mas porque ele próprio o afirmou inúmeras vezes.

«Sou a favor sim de uma ditadura, de um regime de excepção» (1999, Câmara dos Deputados)

Entrevistador: “Se fosse eleito hoje Presidente da República fecharia o Congresso Nacional?
«Sem a menor dúvida, daria o golpe no mesmo dia! Não funciona! E tenho a certeza de que pelo menos 90% da população ia fazer uma festa, iria bater palmas, porque não funciona. O Congresso hoje em dia não serve para nada, só vota o que o Presidente quer. Se ele é a pessoa que decide, quem manda, que tripudia sobre o Congresso, dê logo o golpe, parta logo para a ditadura!» (Programa Câmara Aberta, 23 de Maio de 1999)

«Pau-de-arara** funciona. Eu sou favorável à tortura, você sabe disso. E o povo é favorável também» (Programa Câmara Aberta, 23 de Maio de 1999)

«Através do voto nada mudará neste país; nada, absolutamente nada! Só vai mudar, infelizmente, quando um dia partirmos para uma guerra civil aqui dentro, e fazendo o trabalho que o regime militar não fez. Matando uns 30 mil, começando com o Fernando Henrique Cardoso***; não deixar de fora não, matando! Se morrerem alguns inocentes, tudo bem, em todas as guerras morrem inocentes» (Programa Câmara Aberta, 23 de Maio de 1999)

«Não vou combater nem discriminar, mas se eu vir dois homens beijando-se na rua vou bater» (Folha de São Paulo, 19 de Maio de 2002)

«Eu sou estuprador agora. Jamais iria estuprar você, porque você não merece… vagabunda!» (Rede TV, 11 de Novembro de 2003)

«É um índio que está a soldo aqui em Brasília; veio de avião, agora vai comer uma costelinha de porco, beber uma cerveja, provavelmente um whisky e, quem sabe, telefonar para alguém para a sua noite ser mais agradável. Este é o índio que vem aqui falar de reservas indígenas. Ele devia ir ali fora comer capim para manter as suas orige» (Câmara dos Deputados, 14 de Maio de 2008)

«Se o filho começar a ficar meio gayzinho, leva um couro (sova) e muda logo o comportamento» (Participação Popular, TV Câmara, 17 de Outubro de 2010)

«Ó Preta (Gilberto Gil), eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro o risco de o meu filho se apaixonar por uma negra; os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu» (CQC, TV Bandeirantes, 28 de Março de 2011)

«Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar aqui uma de hipócrita: prefiro que um filho meu morra num acidente do que aparecer-me aí com um bigodudo. Para mim ele já está morto, mesmo» (Revista Playboy, 7 de Junho de 2011)

«Se um casal homossexual vier morar ao meu lado, isso irá desvalorizar a minha casa! Se eles andarem de mão dada e derem beijinhos, isso desvaloriza» (Revista Playboy, 7 de Junho de 2011)

«Orgulho da história de vida de Hitler eu não tenho, não é. Mas o que temos que entender é o seguinte: guerra é guerra. Ele foi um grande estrategista”
» (CQC TV Bandeirantes, 26 de Março de 2012)

«Não vão ter sossego. E eu tenho imunidade para dizer que sou homofóbico, sim, com muito orgulho» (Canal TWTV, 5 de Junho de 2013)

«Fica aí, Maria do Rosário, fica! Há poucos dias chamaste-me estuprador, no Salão Verde (do Congresso) e eu disse que não te iria estuprar porque não mereces. Fica aqui a ouvir!» (Câmara dos Deputados, 9 de Outubro de 2014)

«Eu sou um liberal; se quiser empregar-te na minha empresa a ganhar dois mil reais por mês e a Dona Maria ganhar 1500 reais, se a Dona Maria não quiser ganhar isso que procure outro emprego! O patrão sou eu» (Zero Hora, 9 de Dezembro de 2014)

«Eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? “Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade…” Bonito pra c…, pra c…! Quem que vai pagar a conta? O empregador. No final, ele abate no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho. Quando ela voltar, vai ter mais um mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano» (Zero Hora, 9 dezembro de 2014).

«Maioria é uma coisa, minoria é outra… minoria tem que se calar, curvar-se à maioria, acabou» (Declaração à imprensa, 11 de Fevereiro de 2016)

«Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff» (Na sessão da Câmara de abril de 2016, quando votou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, dedicou seu voto ao coronel Brilhante Ustra, que na ditadura militar chefiou o DOI-Codi (serviços de inteligência e de repressão, acusado de cometer pelo menos seis assassinatos sob tortura)

«Se eu chegar à Presidência não vai haver dinheiro para as ONG. Esses inúteis vão ter que trabalhar. Se eu lá chegar, no que depender de mim cada cidadão vai ter uma arma de fogo dentro de casa. Não vai haver um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola» (Palestra no Clube Hebraica, Rio de Janeiro, 3 de Abril de 2017)

«Alguém viu um japonês por aí a pedir esmola? Porque é uma raça que tem vergonha na cara. Não é igual a essa raça que está aí em bem baixo ou como uma minoria que está a ruminar aqui ao lado» (Palestra no Clube Hebraica, Rio de Janeiro, 3 de Abril de 2017)

«Eu fui num quilombo em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles» (Palestra no Clube Hebraica, 3 de Abril de 2017).

«Deus acima de tudo. Não tem essa historinha de Estado laico não. O Estado é cristão e a minoria que for contra, que se mude. As minorias têm que se curvar para as maiorias» (Encontro na Paraíba, fevereiro de 2017)

“Eu vou dar carta branca à polícia para matar» (Evento em Deerfield Beach, Estados Unidos, 8 de Outubro de 2017)

«Vamos fuzilar a pretalhada aqui do Acre… Já que eles gostam tanto da Venezuela, então têm que ir para lá”» (Discurso no centro de Rio Branco, Acre, 1 de Setembro de 2018)

«Lá porque o cara veste uma T-shirt da minha campanha e comete um excesso, o que é que eu tenho a ver com isso?» (TV UOL, Outubro de 2018)

«E, seu Lula da Silva, se estavas à espera que o Haddad fosse Presidente para assinar o decreto de indulto, vou dizer-te uma coisa: vais apodrecer na cadeia. Brevemente terás o Lindbergh Faria (senador do Rio de Janeiro, PT) para jogar dominó no xadrez. Aguarda. O Haddad vai chegar aí também, mas não será para te visitar, será para ficar alguns anos ao teu lado. Já que vocês se amam tanto, vocês vão apodrecer na cadeia.» (Acto público, Avenida Paulista, São Paulo, 21 de Outubro de 2018)

«Perderam ontem, perderam em 2016 e vão perder de novo na semana que vem. Só que a faxina agora será muito mais ampla. Essa gente, se quiser ficar aqui, vai ter que se acolher sob a lei de todos nós. Ou vão para fora ou vão para a cadeia. Esses marginais vermelhos vão sair da nossa pátria”(Acto público, Avenida Paulista, São Paulo, 21 de Outubro de 2018)

* Luis O. Nunes em O Lado Oculto, 2018/10/28.
** Método de tortura utilizado pela ditadura militar
*** Fernando Henrique Cardoso, Presidente da República na ocasião


2018/10/20

Neo-liberalismo = Neo-fascismo

O neoliberalismo está de regresso às origens
(José Goulão in O Lado Oculto, 2018/10/18)

O fascismo é o regime político por excelência do neoliberalismo. Pode ter várias caras, mas vive da supressão dos direitos sociais e humanos, liberdades políticas e garantias da maioria dos cidadãos

A emergência do fenómeno Bolsonaro no Brasil arrasta consigo a crueza de uma realidade que há muito se vem desenvolvendo sob os nossos olhos, mas que nem sempre é olhada com a atenção merecida. A vaga populista que dia-a-dia ganha envergadura, principalmente na Europa e nas Américas, representa a entrada do neoliberalismo económico na última fronteira para tentar garantir a sobrevivência, à medida que os ventos de crise agravada sopram de todos os quadrantes. Fronteira essa que, uma vez cruzada, determina o reencontro da ditadura do mercado segundo os preceitos da «escola de Chicago» com o sistema político onde incubou: o fascismo.

2018/10/17

Um Frame por Haddad

A Refer&ncia não pode deixar de se solidarizar com o movimento internacional "Um Frame por Haddad" e por isso aqui deixa o apelo.

Ergamos a solidariedade internacionalista dos democratas portugueses!

O que é que fizeste hoje para ajudar os camaradas brasileiros a derrotar o fascista?

Usar um frame/quadro na tua foto de perfil pode fazer a diferença. A tua foto de perfil vai mais longe o que imaginas.

Começa tu ... a mudar o Brasil ;-)

É fácil: clicas em cima da foto de perfil do fb, escolhes atualizar/update foto e em seguida esvolhes uma moldura/frame ou primes selecionar moldura / select frame ;-)

2018/10/09

PCP Sobre as Eleições no Brasil

Sobre o resultado da primeira volta das eleições presidenciais no Brasil
(Gabinete de Imprensa do PCP, 2018/10/08)

Ao contrário da brutal campanha de manipulação da opinião pública que nos últimos dias apontava para uma vitória de Bolsonaro, este será obrigado a disputar em 28 de Outubro uma segunda volta com Fernando Haddad que, com 29,3%, ficou na segunda posição.

As ambições da reacção golpista que destituiu a legítima Presidente do Brasil e encarcerou Lula da Silva para impedir a sua candidatura e chegou mesmo ao ponto de não o deixar votar, viram-se para já goradas. Mas o resultado alcançado pelo candidato da extrema-direita, só possível pelos gravíssimos problemas sociais que afectam a grande massa do povo trabalhador brasileiro e a profunda crise das instituições democráticas em que a politização da justiça e a corrupção desempenham papel particularmente importante, bem como pela colossal operação de manipulação promovida pelos principais órgãos de comunicação social e pelo uso das redes sociais, constitui um perigo que não pode ser subestimado e que exige a unidade de todas as forças democráticas brasileiras e a mobilização popular em torno de objectivos que vão decididamente ao encontro das suas aspirações.

A possibilidade de barrar o caminho ao fascismo é real. Hoje como sempre o PCP estará ao lado dos comunistas e das forças democráticas e progressistas do Brasil na sua luta para derrotar o fascismo e retomar e aprofundar o caminho de progresso e soberania iniciado em 2002 com a primeira vitória presidencial de Lula da Silva.

2018/09/05

#ForaTemer Faz Crescer Número de Mortos no Rio de Janeiro

A noticia já tem uns meses, mas como o Brasil volta a estar nas têvês, vale sempre a pena lembrar que o número de mortos no Rio de Janeiro aumentou desde que o golpista "#ForaTemer pôs a tropa nas ruas do Rio. Quem o diz é a Globo, o esgoto mediático da mafia corrupta que se alcandorou ao poder depois de expulsar a Presidenta democraticamente eleita Dilma Roussef.

2018/07/24

O Golpe de Estado em Curso na Nicarágua

Estas são imagens que não aparecem nas notícias sobre a Nicarágua.

Do golpe de estado em curso na Nicarágua, só aparecem nos jornais os mesmos "jovens estudantes" que instalaram a violência na Venezuela.

Do golpe de estado em curso na Nicarágua, só aparece no telejornal o mesmo "jovem violinista", que tocava ao lado dos mesmos capacetes de mota, armados com fisgas e espingardas, que já vimos nas ruas da Venezuela.

Do golpe de estado em curso na Nicarágua, só ouvimos a versão dos bispos católicos, que escondem nas suas igrejas as armas artesanais com que os "jovens estudantes" aterrorizam o povo nicaraguense.

Ao golpe de estado em curso na Nicarágua, a cartelização censórea chama "violência nas ruas", ao mesmo tempo que entrevista os mesmos jovens armados de pedras, bastões e fisgas que, há quatro anos, semeavam a morte nas ruas de Caracas. Não, claro que não são "os mesmos", mas se tirarmos o som, são iguaizinhos aos outros.

Sobre a oposição ao golpe de estado em curso na Nicarágua os caneiros televisivos e os jornaleiros escondem as manifestações populares que mobilizam milhares de nicaraguenses contra a violência da direita financiada pelo capital.

Será que, sem petróleo, a Nicarágua vai conseguir resistir ao golpe como a Venezuela tem conseguido, apesar da constante intervenção da CIA?

Será que nos vamos conseguir mobilizar para evitar na Nicarágua o golpe que já deram no Brasil e que continuam a tentar dar na Venezuela?

2018/05/31

Epá! Este Gajo Não É Comunista, Pois Não?

A Europa e o abismo
(Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 30/05/2018)

Itália é apenas o último episódio na degradação contínua de um aspeto central da construção Europeia e da moeda única: a sua compatibilidade com o funcionamento das Democracias.

Diz muito do monumental falhanço que é a arquitetura do Euro que, por estes dias, entre a proteção da ortodoxia financeira inerente às regras e a garantia do direito dos povos a decidirem o seu futuro, faz com que prevaleça em muitas cabeças a segunda.

Como se já não bastasse que, pela segunda vez desde 2011, em Itália se vá nomear um Governo “tecnocrático”, que é uma palavra simpática para dizer que se vai nomear alguém sem legitimidade democrática, Bruxelas decidiu piorar as coisas com o habitual tom paternalista e ameaçador e as subsequentes retratações mais ou menos tíbias.

2018/05/30

As Democráticas Eleições no México

Mais de cem políticos assassinados no México no período eleitoral
(Abril Abril, 2018/05/28)

A consultora de riscos Etellekt dá conta de 313 agressões contra políticos entre 8 de Setembro de 2017 e 26 de Maio de 2018. Mais de uma centena encontram-se sob ameaça e 102 foram assassinados.

A campanha para as eleições que terão lugar a 1 de Julho no México começou a 30 de Março, mas o período eleitoral já se prolonga há oito meses. No mais recente relatório sobre «violência política», apresentado esta segunda-feira, a consultora de análise de riscos Etellekt revela que, entre 8 de Setembro do ano passado e 26 de Maio último, se registaram 357 agressões contra políticos e candidatos às eleições (incluindo neste registo atentados contra familiares).

2018/02/25

Intolerância é Eufemismo

Três sinais numa semana. Um raper condenado a três anos de prisão, pelas letras das suas músicas, um livro, sobre o narcotráfico na galiza, retirado de circulação, e uma obra de arte, alusiva aos presos politicos catalães, removida da arco. Por três vezes, em três situações distintas, perante diferentes circunstâncias, a actuação do estado repressivo, do estado ao serviço do capital, da monarquia castelhana, mostrou a sua real face. À contestação política o estado respondeu com a violência repressora.

E como ainda hà pouco se referia aqui um excelente discurso de António Avelãs Nunes na abertura do FSM da Pessoa Idosa que abordava com extrema lucidez o esboroar das fronteiras democráticas aqui fica o aviso: «[...] As soluções ’brandas’ que têm sido adoptadas só serão prosseguidas se “o modelo chileno dos anos 1970” não ficar disponível para o grande capital financeiro. Se as condições o permitirem (ou o impuserem, por não ser possível continuar o aprofundamento da exploração dos trabalhadores através dos métodos ‘sofisticados’ actualmente utilizados), o estado capitalista pode vestir-se e armar-se de novo como estado fascista, sem as máscaras que actualmente utiliza.» @Refer&ncia