Acabe-se com o capitalismo!
Nas eleições de Maio passado para o Parlamento Europeu, o PCP avançou com quatro orientações para combater eficazmente as crises climática e ambiental que lhe está subjacente.
1. «O fim do mercado do carbono, com o fim do regime de comércio de licenças de emissão da UE. A abordagem de mercado deve dar lugar a uma abordagem normativa, devendo as emissões incluídas neste regime ser consideradas em legislação já existente visando limitar as emissões, designadamente industriais (caso da Directiva do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPPC, por exemplo);»
A solução não pode passar por mais casinos bolsistas que engordam o capital à custa da ingenuidade dos pequenos investidores, a solução é limitar e diminuir as emissões. Ponto.
2. «Modificação das políticas agrícolas e comerciais vigentes, entre outros aspectos orientando as políticas agrícolas para a salvaguarda da soberania alimentar e para o apoio à produção local e às cadeias de abastecimento curtas, e orientando as políticas comerciais para a complementaridade e não para a competição (como pressupõe a desregulação e liberalização do comércio internacional) – entre produções, produtores e países;»
Está mais do que provado que a agropecuária intensiva é ecologicamente insustentável. Está mais do que provado que as longas cadeias de abastecimento são responsáveis por massivas perdas de bens alimentares entre a produção e o consumo. A solução está no apoio à produção local e à auto suficiência alimentar.
3. «Consolidação e aprofundamento das medidas tomadas no âmbito do passe social, tendo em vista, a prazo, uma gratuitidade dos transportes públicos (avaliando e eventualmente replicando experiências em curso noutros países);»
O transporte individual, não só mas mais expressivamente em meios urbanos, não é ecologicamente sustentável, nem pelo fabrico de milhões de unidades, nem pela poluição gerada, nem pelas emissões de CO2. A solução passa pela disponibilização pública, universal e gratuita de transportes colectivos de elevada qualidade.
4. «Controlo público do sector energético» com o qual a China, por exemplo, conseguiu apresentar-se na COP25 como o país com maior crescimento nas energias renováveis.
«Quatro propostas. Quatro orientações que permitiriam lograr uma redução das emissões de gases com efeito de estufa (com origem antropogénica) para a atmosfera terrestre. Além de outros efeitos positivos sobre o ambiente, a economia e a sociedade.»
«Estas quatro propostas e orientações chocavam de frente com as políticas da União Europeia e com as suas orientações sectoriais. Razão pela qual, referia o PCP, no imediato, a luta em defesa da Natureza, do planeta e dos seus recursos, como a luta pelo direito ao desenvolvimento – dois objectivos que não são contraditórios, antes complementares – exigem um confronto com as políticas e orientações da União Europeia.»
Alguém se lembra de as ver debatidas nas televisões?
No seminário que o Partido Comunista Português (PCP) e o Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL) organizaram em Setembro deste ano, em Palmela, «O Capitalismo não é verde. Uma visão alternativa sobre as alterações climáticas» foram debatidas e apresentadas estas e outras propostas e tendenciais de desenvolvimento, assim como o lugar pioneiro da ciência soviética no estudo dos impactos climáticos de grandes projectos ou o discurso de Fidel Castro, na Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, de 1992, e onde explicou serem os pobres os mais afectados pelas alterações climáticas: «Os primeiros a sofrer as consequências das alterações ao meio ambiente são os pobres. Eles não possuem carros, ar condicionado nem, possivelmente, móveis, isto se tiverem casa. Sobre eles caiem mais directamente os efeitos das grandes emissões de dióxido de carbono causadoras do aquecimento da atmosfera».
Mas alguém viu esse seminário nas têvês?
Precisamente. O capitalismo não é verde e importa trabalhar com os ambientalistas e trazê-los para esta nossa visão mais global, abrangente e verdadeiramente radical do ambientalismo: há que pôr fim ao sistema selvagem e intrinsecamente predador que trouxe o planeta para as actuais crises climática, bélica, alimentar e de extrema desigualdade em que os 1% mais ricos continuam a querer negociar o planeta habitado pelos restantes 99%.
(*) Este escrito inspirou-se (e reciclou) muito da segunda metade de um artigo de opinião do António Abreu, publicado no AbrilAbril, com o qual tenho de discordar com o titulo, o cabeçalho e a premência de toda a primeira metade.
«Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação. Só há liberdade a sério quando pertencer ao povo o que o povo produzir.»(Sérgio Godinho)
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2019/12/26
2019/12/15
O Capitalismo Não É Verde
A Grande Ilusão da Economia Verde
(Carl Boggs, CounterPunch/Adaptação de O Lado Oculto, 2019/12/11)
Sucedem-se as cimeiras climáticas, multiplicam-se as promessas para atingir metas de curto, médio e longo prazo, transformaram-se as questões ambientais em artigos da moda política e mediática e o aquecimento global continua a sua ascensão sem retorno. No centro de toda a novíssima inquietação ecológica estão as elites políticas, governamentais e, sobretudo, empresariais que colocaram o mundo no caminho da catástrofe. Isto é, os que estragam o planeta são os mesmos que cuidam agora de consertá-lo com base em enxurradas de promessas, mas sem mudar de atitudes e comportamentos. Ou seja, a tão propagandeada “economia verde” não passa de uma grande ilusão, melhor dizendo, uma imensa fraude.
(Carl Boggs, CounterPunch/Adaptação de O Lado Oculto, 2019/12/11)
Sucedem-se as cimeiras climáticas, multiplicam-se as promessas para atingir metas de curto, médio e longo prazo, transformaram-se as questões ambientais em artigos da moda política e mediática e o aquecimento global continua a sua ascensão sem retorno. No centro de toda a novíssima inquietação ecológica estão as elites políticas, governamentais e, sobretudo, empresariais que colocaram o mundo no caminho da catástrofe. Isto é, os que estragam o planeta são os mesmos que cuidam agora de consertá-lo com base em enxurradas de promessas, mas sem mudar de atitudes e comportamentos. Ou seja, a tão propagandeada “economia verde” não passa de uma grande ilusão, melhor dizendo, uma imensa fraude.
2019/11/01
A batalha ideológica pelo ambiente
«É importante trabalhar junto dos que olham para as questões ambientais com legítima preocupação, sem deixarmos de denunciar quais são os planos do capital nestas áreas, no sentido de aumentar a consciência e canalizar para o sítio certo a preocupação e o descontentamento. Para isso, temos de encontrar formas de valorização de importantes iniciativas que o PCP tem tido na área ambiental, com reconhecido mérito.» Diz o Vladimiro Valem e a Refer&ncia subcreve. Só é pena que o camarada vladimiro continue amarrado ao conjuntural e (atualmente redutor) operariado e não compreenda o estrutural (e abrangente) conceito de proletariado tal como foi pensado e definido pelos filósofos que tanto cita. Esse salto de uma coincidência conjuntural para um conceito de classe estrutural ajudar-nos-ia a todos a encontrar o atual proletariado e liderar os seus interesses de construção de uma sociedade sem exploradores nem explorados. Mas vamos ao que interessa, ao artigo todo, vale a pena ...
A batalha ideológica contra a mercantilização na Natureza
(Vladimiro Vale, O Militante, Jul/Ago 2019)
A batalha ideológica contra a mercantilização na Natureza
(Vladimiro Vale, O Militante, Jul/Ago 2019)
2019/09/19
Os Comunistas e o Ambiente - O Capitalismo Não É Verde
O Capitalismo não é verde. Uma visão alternativa sobre as alterações climáticas
(Jerónimo de Sousa, 2019/09/13, Palmela)
Permitam-me no encerramento deste nosso Seminário «O capitalismo não é verde. Uma visão alternativa sobre as alterações climáticas», co-organizado pelos deputados do PCP no Parlamento Europeu e pelo Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/ Esquerda Verde Nórdica do Parlamento Europeu que saude todos os presentes e antecipadamente agradeça a todos os oradores os seus contributos para o nosso enriquecimento mútuo e da nossa luta.
(Jerónimo de Sousa, 2019/09/13, Palmela)
Permitam-me no encerramento deste nosso Seminário «O capitalismo não é verde. Uma visão alternativa sobre as alterações climáticas», co-organizado pelos deputados do PCP no Parlamento Europeu e pelo Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/ Esquerda Verde Nórdica do Parlamento Europeu que saude todos os presentes e antecipadamente agradeça a todos os oradores os seus contributos para o nosso enriquecimento mútuo e da nossa luta.
O capitalismo Não é Verde - Conferência comunista censurada
O capitalismo não é verde
(Albano Nunes, Avante!, 2019/09/19)
A problemática da relação do homem com a natureza está desde a fundação do marxismo no primeiro plano das preocupações do movimento operário e do seu programa de emancipação social. O desenvolvimento do capitalismo com a intensificação da exploração do trabalho humano e a ilimitada predação da natureza tornou a luta em defesa do ambiente uma tarefa particularmente urgente e até dramática em várias regiões do planeta. E a questão das alterações climáticas, tornou-se um tema de actualidade.
(Albano Nunes, Avante!, 2019/09/19)
A problemática da relação do homem com a natureza está desde a fundação do marxismo no primeiro plano das preocupações do movimento operário e do seu programa de emancipação social. O desenvolvimento do capitalismo com a intensificação da exploração do trabalho humano e a ilimitada predação da natureza tornou a luta em defesa do ambiente uma tarefa particularmente urgente e até dramática em várias regiões do planeta. E a questão das alterações climáticas, tornou-se um tema de actualidade.
2018/09/23
CETA - um ano de vigência "provisória"
Silenciosa, secreta e ignominiosamente o CETA lá foi percorrendo o caminho aberto pelos servidores do capital e, ao arrepio de uma trânsparência que lhe poderia por fim, completa agora um ano de "aplicação provisória", não foi votado, não foi ratificado mas está a ser aplicado. Grande democratadura a desta ue que depois vem chorar lágrimas de crocodilo pelo crescimento da direita mais retrógrada nas polónias e hungrias principais apoiantes desta desgraçada desregulamentação dos mercados.
Entretanto os milhos geneticamente modificados, e os corantes, conservantes e herbicidas cancerigenos, permitidos do outro lado do oceano, lá vão reentrando na nossa alimentação ... sem ninguém dar por nada.
Entretanto os milhos geneticamente modificados, e os corantes, conservantes e herbicidas cancerigenos, permitidos do outro lado do oceano, lá vão reentrando na nossa alimentação ... sem ninguém dar por nada.
2018/06/12
As Propostas do PCP para Baixar a Gasolina
Sobre as causas e as medidas que se impõem para travar a escalada no preço dos combustíveis
(Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do CC do PCP, 2017/06/11)
Fica aqui um resumo para rápida leitura.
Factos:
- O PS finge que o problema não existe.
- A direitalha demagoga culpa os impostos.
- Nós sofremos com os aumentos.
- Os lucros da GALP ascenderam, em 2017, a 602 milhões de euros
- Destes a GALP vai entregar 423 milhões aos accionistas
- A remuneração dos acionistas da GALP aumenta 10,4% face a 2016!
Os lucros da GALP não fazem esquecer os lucros da Repsol, da BP ou de outras grandes multinacionais. Mas a verdade é que, se não tivesse sido privatizada, a GALP seria uma peça chave na redução da factura dos combustíveis no nosso País, se fosse o Estado português a deter o seu controlo. As margens destas empresas, têm vindo a crescer nos últimos anos, subindo os preços sempre que o preço do barril sobe e travando as descidas, mesmo quando o preço do barril de petróleo desce.
(Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do CC do PCP, 2017/06/11)
Fica aqui um resumo para rápida leitura.
Factos:
- O PS finge que o problema não existe.
- A direitalha demagoga culpa os impostos.
- Nós sofremos com os aumentos.
- Os lucros da GALP ascenderam, em 2017, a 602 milhões de euros
- Destes a GALP vai entregar 423 milhões aos accionistas
- A remuneração dos acionistas da GALP aumenta 10,4% face a 2016!
Os lucros da GALP não fazem esquecer os lucros da Repsol, da BP ou de outras grandes multinacionais. Mas a verdade é que, se não tivesse sido privatizada, a GALP seria uma peça chave na redução da factura dos combustíveis no nosso País, se fosse o Estado português a deter o seu controlo. As margens destas empresas, têm vindo a crescer nos últimos anos, subindo os preços sempre que o preço do barril sobe e travando as descidas, mesmo quando o preço do barril de petróleo desce.
2017/10/22
Outro video para partilhar: You, me and the money
OK! Tirando duas ou três simplificações de que as mais gritantes são:
1. Capital não é «dinheiro e propriedade nas suas diversas formas», Capital é aquela parte do dinheiro e da propriedade nas suas diversas formas investida na aquisição de força de trabalho que, esta sim, cria mais valia, assim podendo produzir mais Capital. A ideia ilustra-se com as minhas poupanças que tenho debaixo do colchão e que não são capital versus as, também minhas, também poupanças, que tenho investidas numa fábrica de salsichas aqui do conselho e que por se destinarem (também) à aquisição de força de trabalho são Capital.
2. A «regra nº1 do capital» não é produzir mais capital, a razão de ser do Capital é a maximização da produção de mais valia. E esta «aparentemente pequena» nuance é «muito» relevante não só por ser real, mas pelas implicações que tem no desenvolvimento das desigualdades, assimetrias e contradições do capitalismo. A saber. Assim de cor: 1.a - o capitalismo só pode resolver um qualquer problema na estrita medida em que essa resolução faça crescer a produção de mais valia, 1.b - os problemas humanos, para o capitalismo, só são problemas a resolver na estrita medida em que a sua resolução faça crescer a produção de mais valia, 1.c - a correcção de qualquer anomalia, assimetria ou contradição só será encarada pelo capitalismo na estrita medida em que (isso mesmo ... trálárá tréléré triliri). Mas, last but not the least, é na maximização da produção de mais valia que reside o foco da principal contradição do capitalismo: o antagonismo existente entre o carácter privado da apropriação privada da mais valia socialmente produzida, e o carácter social da produção de mais valia. Ilustrando resumidamente: em capitalismo só é possível "produzir" (e é na produção que a mais valia é criada) num intrincado e interdependente caldo social, mas depois a mais valia criada é apropriada pelos indivíduos, individual e privadamente em vez de socialmente distribuída.
Mas, simplificações à parte, ou mesmo apesar e por causa delas, o video ilustra muito bem o carácter intrinsecamente destruidor do capitalismo.
Vamos acabar com ele? Já somos milhões a pensar nisso...
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