2019/09/28

Um Dia Mundial Censurado Pelos Media Corporativos

No passado dia 26 celebrou-se o «Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares estabelecido pela Assembleia-geral das Nações Unidas».

A celebração foi cuidadosamente expurgada, eliminada, censurada em todos os caneiros televisivos. Nem uma menção, uma nota de rodapé, nada! Nada! Não aconteceu. Até pareceu a conferência conjunta do PCP e do Grupo da Esquerda Europeia Esquerda Verde Nórdica sobre o ambiente: "O Capitalismo não é verde".

E sim, o planeta está já a atravessar uma catástrofe ambiental de dimensões hecatômbicas e por isso não deixo de saudar o espaço que a greve climática teve em todos os telejornais de dia 27 nem de saudar todos os mais jovens e menos jovens, sindicatos e movimentos que a ela aderiram e a fizeram engrossar.

Importa no entanto não deixar esquecer que a catástrofe nuclear está aí ao virar da esquina e não se vai fazer anunciar com trinta ano de antecedência como aconteceu com a crise Climática de que já Fidel Castro falava nos idos anos 90 do século passado. [1]

Porque é que os media corporativos teimam em esconder uma realidade que todos nós ganharíamos em conhecer? Quais são as Agências de Informação Centralizada que coordenam as relevâncias editoriais dos caneiros televisivos? @Refer&ncia

A emergência da Paz!
(Pedro Guerreiro, Avante!, 2019/09/26)

Hoje, dia 26 de Setembro, assinala-se o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, estabelecido pela Assembleia-geral das Nações Unidas.

A guerra nuclear constitui a mais destruidora ameaça que a Humanidade enfrenta. Apenas um por cento do total das armas nucleares, que estão presentemente preparadas para ser usadas no mundo, corresponde a vários milhares de vezes o potencial destruidor da bomba atómica lançada pelos EUA sobre Hiroxima, em 1945.



A guerra nuclear significaria o aniquilamento massivo de seres humanos e dos seres vivos em geral, assim como a destruição de estruturas essenciais para a resposta às necessidades mais básicas das populações. Pela conjugação de vários efeitos, imediatos e não imediatos, a utilização da arma nuclear, mesmo que de forma 'limitada', teria consequências devastadoras e duradouras sobre o meio ambiente, originando drásticas alterações climáticas, que perdurariam por vários anos, com catastróficas consequências para a Humanidade e a vida no planeta.

Pelos intentos belicistas que evidencia e os reais perigos que acarreta, a decisão dos EUA de criarem mais sofisticado armamento com fins nucleares e de rasgarem importantes acordos e tratados internacionais com vista à limitação do desenvolvimento deste tipo de armamento, representa uma acrescida e séria ameaça à segurança internacional e torna ainda mais premente a exigência do fim da espiral armamentista e da abolição das armas nucleares e de todas as armas de destruição massiva.

Uma exigência que tem hoje no Tratado de Proibição de Armas Nucleares um significativo instrumento para a sua concretização – contra a subscrição do qual os EUA e a NATO se mobilizam activamente. Recorde-se que PS, PSD e CDS votaram contra a adesão de Portugal a este Tratado, adesão que constituiria um importante contributo a favor da paz e do desarmamento.

A guerra representa uma brutal agressão aos direitos. Nas múltiplas formas que esta pode adoptar – desde o bloqueio económico, comercial e financeiro, à intervenção militar, passando pelas mais variadas operações de desestabilização e agressão – a guerra representa morte, sofrimento e destruição, incluindo do meio ambiente, como as criminosas agressões do imperialismo à Síria ou ao Iémen aí estão brutalmente a testemunhar.

Nestes dias, quando a propósito de questões ambientais se proclama que «enfrentamos o desastre do sofrimento silenciado de um enorme número de pessoas», que se «rouba o sonho e a infância», que se «nega e viola os direitos», que «não há tempo para continuar este caminho de loucura», seria incompreensível a indiferença face à cruel e inaceitável realidade da guerra, que rouba o sonho e a infância, nega e viola os direitos de milhões de crianças e jovens, assim como de milhões de mulheres e homens.

A Paz exige uma «acção de emergência». Exige o envolvimento de todos e de cada um. Exige o desenvolvimento de um amplo movimento em defesa da paz e pelo desarmamento, contra a ingerência, a agressão e a guerra. Exige a defesa da soberania e dos direitos dos povos, da solução pacífica e negociada dos conflitos e do não recurso à força ou à ameaça do recurso à força nas relações internacionais – de modo a prevenir a catástrofe para onde o capitalismo empurra a Humanidade e salvaguardar o futuro e o bem-estar dos povos e a vida no Planeta.

[1] https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Pelo-Mundo/Globalizacao-e-ecologia-nas-palavras-de-Fidel/6/11077

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