2019/07/28

A MenTVI MenTVIu !

A TVI mentiu. Nem é novidade, nem foi a primeira, nem a segunda nem a terceira vez, nem é a única, mas mentiu e importa, mais uma vez, repor a verdade. «O que se exige é que a TVI dê conta agora, com expressão idêntica à que dedicou à ofensa ao PCP e ao seu Secretário-geral, da Deliberação agora adoptada pela ERC. E, sobretudo, que peça desculpa pública ao PCP e a Jerónimo de Sousa, assim como às centenas de milhar de telespectadores que durante semanas deliberadamente enganou para sustentar, em pleno período pré-eleitoral, uma operação com indisfarçáveis e repudiáveis objectivos políticos»

Depois de um caneiro televisivo ter, durante dois meses, espalhado a infâmia, vou recolher aqui as noticias que for encontrando sobre o desmentido. Até ao momento nem uma menção da decisão da ERC nas página do caneiro desinformativo.


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A calúnia
(Rui Sá, JN, 2019/07/29)

O filme "A calúnia", de Sydney Pollack, estreado em 1981 com dois grandes atores - Paul Newman e Sally Field - aborda a história de uma jornalista manipulada que conta uma história falsa sobre um homem que é inocente - e que, deste modo, fica com o seu nome manchado para sempre.



Foi deste filme que me lembrei esta semana a propósito de uma decisão da ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social. Mas já lá iremos.

Teve grande impacto no país, no início do ano, uma notícia feita pela "jornalista de investigação" Ana Leal, da TVI, a propósito de um alegado favorecimento de um genro de Jerónimo de Sousa pela Câmara comunista de Loures presidida pelo ex-líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares. Em termos práticos, e a acreditar no que a reportagem transmitia, as atividades mafiosas dos comunistas eram evidentes: o genro de Jerónimo, um rapaz pouco qualificado e sem currículo, tinha ganho, por ajuste direto, um concurso da Câmara de Loures que lhe pagava dezenas de milhares de euros por quase nada fazer - para além de substituir umas lâmpadas. Pelo que a conclusão era clara: Jerónimo de Sousa e os comunistas armam-se em honestos, mas, na verdade, são como os outros e, se puderem, metem a mão na massa.

Foram dois meses em que o filão foi explorado até à exaustão, com mais de três horas de emissão em horário nobre e com direito a abertura de quatro edições do "Jornal das 8"! Situação que, naturalmente, causou mossa ao PCP. Porque se há coisa que é sagrada para os comunistas portugueses é a da honestidade no exercício dos cargos públicos. Uma postura ética que é reconhecida pela maioria dos portugueses, mesmo que não se revejam (ou sejam opositores!) das posições defendidas por este partido. Ficou, assim, a dúvida instalada: afinal são mesmo todos iguais? E repare-se, o alvo era, nem mais nem menos, o secretário-geral do PCP e um dos mais conhecidos presidentes de Câmara comunistas!

Vem agora a ERC dizer que nessa reportagem houve um "incumprimento cabal dos deveres de precisão, clareza, completude, neutralidade e distanciamento no tratamento desta matéria, o que originou a construção de uma reportagem marcadamente sensacionalista, sendo fatores que fragilizam o rigor informativo, por contribuírem para uma apreensão desajustada dos acontecimentos por parte dos telespectadores". Ou seja, não estávamos perante uma peça jornalística, mas sim de uma calúnia não baseada em factos e cujo enredo pretendia validar uma conclusão previamente determinada. Ou, para chamarmos os bois pelos nomes, perante uma calúnia. Onde, ao contrário do filme de Polansky, a jornalista não foi manipulada, sendo antes o rosto de um jornalismo (?) sem escrúpulos que tem o incentivo da Direção Editorial da TVI.


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ERC: «É notório o enviesamento e a falta de isenção da TVI»
(AbrilAbril, 2019/07/25)

Sobre a peça emitida em Janeiro, a propósito da contratação de prestação de serviços pela Câmara de Loures, a ERC diz que «é notório o enviesamento e a falta de isenção da TVI».

Em causa está a informação exibida na rúbrica da jornalista Ana Leal, sob o título «Contratação de prestação de serviços pela Câmara Municipal de Loures ao genro de Jerónimo de Sousa».

A deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), a que o AbrilAbril teve acesso, conclui que a TVI «não cumpriu cabalmente com os deveres de precisão, clareza, completude, neutralidade e distanciamento no tratamento desta matéria, o que originou a construção de uma reportagem marcadamente sensacionalista».

A ERC lembra que a ausência destes factores contribui para uma «apreensão desajustada dos acontecimentos por parte dos telespectadores». Simultaneamente, reconhece que a investigação jornalística foi construída através da «descontextualização de alegados factos e da emissão de conclusões sem identificação de fontes de informação», designadamente documentos ou declarações, que comprovem as acusações avançadas por Ana Leal.

A ERC afirma tratar-se de um «registo sensacionalista», com «ausência de isenção», e que portanto resulta na «falta de rigor afirmativo». Conclusões patentes também no trabalho realizado pelo AbrilAbril poucos dias depois da transmissão da reportagem.

«Apesar da garantia de contraditório, sobressai uma construção sensacionalista», lê-se na deliberação. «Desde logo na formulação das perguntas aos dirigentes do PCP, é notório o enviesamento e a falta de isenção da TVI», afirma, sublinhando que «estas afirmações conduzem ao desrespeito pela presunção de inocência».

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ERC condena: TVI mentiu sobre o PCP
(António Santos, 2019/07/25, Manifesto74)

Dois meses de notícias, quatro aberturas de jornal das 8 e três horas de emissão em horário nobre. Foram estas as armas da TVI para difamar o PCP e o seu secretário-geral. Agora, é a Entidade Reguladora para a Comunicação Social que vem condenar a campanha anti-comunista da TVI por «incumprimento cabal (…) dos deveres de precisão, clareza, completude, neutralidade e distanciamento». «Falta de rigor informativo», «enviesamento e falta de isenção», «desequilíbrio» e «descontextualização» são as palavras com que a ERC descreve «uma reportagem marcadamente sensacionalista». Infelizmente, perante o crime, a ERC fica-se por um raspanete. Mas nós não. Apelamos a todos para que visitem a página da TVI para dar-lhe a única punição que terão a mentira e a calúnia. Digamos à TVI que não tem o direito de mentir e difamar impunemente. Usa o hashtag #Afinalsabia e o #tvimentiu.

É que, condenado o crime, mesmo com esta espúria sentença, agora impunha-se que o PCP tivesse, em jeito de direito de resposta, parte igual do tempo de antena que foi dedicado à calúnia. O espectáculo degradande da Ana Leal, André Carvalho Ramos e companhia só estaria saldado se o PCP e o principal visado, Jerónimo de Sousa, tivessem também direito dois meses de notícias, quatro aberturas de jornal das 8 e três horas de emissão em horário nobre para repor o seu bom nome. De qualquer outra forma, o crime continuará a compensar à TVI e aos seus donos.

Ontem a vítima da campanha de perseguição foi Jerónimo de Sousa, amanhã podes ser tu. Respondamos por isso, à campanha difamatória da TVI com outra campanha, popular, de condenação da mentira. Usemos as redes sociais, os fóruns telefónicos e todas as plataformas para reestabelecer a verdade. O Manifesto74 estará atento e registará aqui todas as manifestações de desagrado transmitidas à TVI.

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Sobre a deliberação da ERC - PCP tinha e tem razão: TVI mentiu e caluniou
(PCP, 2019/07/25)

A Deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) hoje conhecida sobre a operação que visou a honorabilidade do Secretário-geral do PCP, confirma o óbvio – a campanha persecutória que a TVI desenvolveu ao longo de dois meses baseou-se, como o PCP sempre denunciou, em mentiras, calúnia e difamação.

O que a ERC agora confirma é o que desde o início esteve patente. Nos termos usados pela ERC: verificou-se o «incumprimento cabal» por parte da TVI «dos deveres de precisão, clareza, completude, neutralidade e distanciamento no tratamento desta matéria, o que originou a construção de uma reportagem marcadamente sensacionalista, sendo factores que fragilizam o rigor informativo por contribuírem para uma apreensão desajustada dos acontecimentos por parte dos telespectadores».

São os próprios serviços da ERC que registaram ser «notório o enviesamento e a falta de isenção da TVI», o «desequilíbrio» e a «descontextualização», bem como a «emissão de conclusões sem identificação de fontes de informação».

Quando a ERC refere «falta de rigor informativo», em concreto e de facto, o que faz é, por outras palavras, confirmar que aquele órgão de comunicação social mentiu deliberada e reiteradamente para dar corpo a uma operação de difamação construída para desinformar, manipular e enganar.

Regista-se, enquanto implícita confissão, que a TVI não tenha oposto contraditório pela simples razão que não tinha argumentos para o fazer. De facto, o que difundiu era, como a TVI reconhecidamente sabia, falso. Ainda que, mesmo depois de sucessivas denúncias e demonstrações documentadas das mentiras em que insistia, ter continuado a reproduzi-las ao longo de semanas.

Regista-se também que a ERC tenha dado conhecimento dos factos à Comissão da Carteira Profissional de Jornalista ainda que, como sempre se sublinhou, o que releva desta operação da TVI não são os actos ditados por óbvios desvios comportamentais reveladores em si da desqualificação profissional de quem deu rosto às peças, mas sim a opção editorial de quem, no comando da TVI, permitiu que a operação de difamação tenha beneficiado de mais de três horas de emissão e a “honra” de abertura de quatro edições do “Jornal das 8”.

A “recomendação” à TVI para “a necessidade de cumprimento escrupuloso dos deveres impostos em matéria de rigor informativo, rejeitando todas as formas de sensacionalismo” com que a ERC conclui a sua deliberação é pouco mais que um piedoso registo sem consequências.

O que se exige é que a TVI dê conta agora, com expressão idêntica à que dedicou à ofensa ao PCP e ao seu Secretário-geral, da Deliberação agora adoptada pela ERC. E, sobretudo, que peça desculpa pública ao PCP e a Jerónimo de Sousa, assim como às centenas de milhar de telespectadores que durante semanas deliberadamente enganou para sustentar, em pleno período pré-eleitoral, uma operação com indisfarçáveis e repudiáveis objectivos políticos.
http://www.pcp.pt/sobre-deliberacao-da-erc-pcp-tinha-tem-razao-tvi-mentiu-caluniou

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ERC dá razão ao PCP e diz que a TVI fez reportagem “sensacionalista” sobre genro de Jerónimo
(Maria Lopes, Público Online, 2019/07/26)

Regulador diz que “é notório o enviesamento e a falta de isenção da TVI” na “formulação das perguntas aos dirigentes do PCP” e na forma como a reportagem está construída. E remete eventuais sanções aos jornalistas para a Comissão da Carteira.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social considera que a reportagem da TVI sobre o alegado favorecimento do genro de Jerónimo de Sousa nos contratos com a Câmara de Loures foi “marcadamente sensacionalista” e que não cumpriu com as obrigações legais do rigor informativo.

Na deliberação do regulador, a que o PÚBLICO teve acesso, o conselho considera que ficou “verificado” que o canal violou os deveres de “rigor e independência” e também a regra de difundir “uma informação que respeite o pluralismo, o rigor e a isenção”, que lhe são impostos pela Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedido. Decidiu também "sensibilizar a TVI para a necessidade de cumprimento escrupuloso dos deveres impostos em matéria de rigor informativo, rejeitando todas as formas de sensacionalismo” e remeter à Comissão da Carteira Profissional de Jornalista estas conclusões para que esta entidade se pronuncie sobre o cumprimento dos deveres dos jornalistas que elaboraram as reportagens.

A ERC abriu um processo de averiguações sobre a reportagem da TVI emitida em Janeiro deste ano depois de duas queixas, uma delas do PCP, que questionavam a “ausência de rigor informativo”, consideravam que se estava perante um caso de “sensacionalismo” e alegavam a “violação dos deveres dos jornalistas”. O partido dizia mesmo que a TVI tinha protagonizado uma “operação” que visava “difundir uma campanha de suspeição, calúnia e insulto para atingir o secretário-geral do PCP e a sua honorabilidade”.

As denúncias até pediam à ERC que aplicasse uma “sanção" à TVI e aos autores da reportagem, conta o texto da deliberação. Mas o regulador responde que não tem competências de actuação disciplinar sobre a conduta dos profissionais do jornalismo no exercício da profissão e remete o assunto para a Comissão da Carteira.

A reportagem da TVI descreve a contratação de serviços prestados à Câmara de Loures, presidida pelo comunista Bernardino Soares, pelo genro de Jerónimo de Sousa. “A modalidade de adjudicação por ajuste directo é indicada como promovida pela ligação familiar do líder do partido”, descreve o relatório de visionamento feito pelo departamento de análise de media do regulador. Este relatório descreve detalhadamente os quase oito minutos e meio de reportagem, incluindo todas as imagens dos contratos, a descrição dos trabalhos e os valores envolvidos, assim como as respostas dadas aos jornalistas pelo presidente do município. Por diversas vezes o relatório aponta a falta de identificação das fontes de informação.

Em Março, a ERC questionou o director de Informação da TVI para que se pronunciasse sobre as queixas, mas durante dois meses não teve resposta. Em Junho, a TVI enviou ao regulador apenas a “indicação do endereço onde se encontram disponibilizadas as imagens” sobre a peça que a ERC pedira dois meses antes, sem qualquer outro comentário.

Perante a análise da reportagem, a ERC conclui que “é notório o enviesamento e a falta de isenção da TVI” na “formulação das perguntas aos dirigentes do PCP” quando o repórter pergunta a Bernardino Soares se houve “jobs for the boys”. O exercício do contraditório, a que está obrigada a comunicação social, é feito de forma deficiente quando as respostas são “entrecortadas pelas acusações do repórter e transmitidas parcialmente”, a preto e branco e com flashes, como que a confirmar a existência de irregularidades.

“Apesar da garantia de contraditório, sobressai uma construção sensacionalista”, considera a ERC, que afirma também que houve um “desrespeito pela presunção de inocência”. “Há, portanto, a transmissão de uma investigação jornalística construída através da descontextualização de alegados factos e da emissão de conclusões sem identificação de fontes de informação (documentos ou declarações) comprovativos das suspeitas avançadas, num registo sensacionalista, com ausência de isenção e que portanto resulta na falta de rigor informativo”, vinca o conselho regulador.

E acrescenta: “Entende-se que a TVI não cumpriu cabalmente com os deveres de precisão, clareza, completude, neutralidade e distanciamento no tratamento desta matéria, o que originou a construção de uma reportagem marcadamente sensacionalista, sendo factores que fragilizam o rigor informativo por contribuírem para uma apreensão desajustada dos acontecimentos por parte dos telespectadores.”

Nesta quinta-feira à tarde, o PCP emitiu um comunicado em que acusa a TVI de ter mentido e de ter feito uma “campanha persecutória" ao longo de dois meses (em período de pré-campanha eleitoral para as europeias) que se baseou “em mentiras, calúnia e difamação”. Apesar de se congratular com a decisão da ERC, o partido considera que a sensibilização do regulador à TVI para que esta cumpra os seus deveres de rigor informativo é “pouco mais que um piedoso registo sem consequências”. Por isso, exige que o canal noticie a decisão da ERC “com expressão idêntica” em antena à que deu às reportagens, e “peça desculpa ao PCP e a Jerónimo de Sousa” e aos telespectadores.

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A TVI nunca nos perdoou
(Miguel Tiago, Facebroncas, 2019/07/25)

Sugiro à Ana Leal que faça uma reportagem sobre o facto de o seu director, Sérgio Figueiredo, ser funcionário do Santander (accionista da TVI) à altura da resolução do banif e de ter colocado uma notícia a circular sobre o banif que viria a custar ao estado 6 mil milhões de euros. Só por mero acaso, a única parte que restou do banif foi entregue ao Santander a custo zero. Nesse ano, o Santander teve mais de 200 milhões de lucro.

Denunciámos esta falcatrua em 2015. A TVI nunca nos perdoou

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