Com um adiantamento por conta de meia pensão, o governo prepara-se para roubar aos reformados e pensionistas o aumento obrigatório por lei de 8% a 10% reduzindo-o para uns 3.5% a 4%.
E nós vamos deixá-los continuar a roubar aos pobres para dar aos ricos? Até quando?
O truque sujo do costa & medina torna-se miserável quando nos apercebemos que se estão a preparar para trocar um aumento da pensões legalmente obrigatório da ordem dos 9% para a vida por um bónus único de meia pensão e um aumento para a vida de apenas 4%.
É a diferença entre a geringonça que a dupla de trapaceiros Costa & Sousa conseguiu destruir e um governo de maioria xuxalista a ficar dia a dia mais cristalinamente clara.
Por lei, no dia 1 de Janeiro de 2023, as pensões teriam de ser aumentadas no valor da inflação mais os ganhos de produtividade em 2022, ou seja, 6% a 8% de inflação mais 2% a 3% de aumento do PIB, num total de 8% a 11%.
A diferença entre um aumento e um bónus é que um aumento da pensão é um aumento para a vida sobre o qual serão sempre calculados outros futuros aumentos, enquanto o bónus é pago uma vez na vida e os futuros aumentos não terão em conta esse valor.
Ora o vigarista prepara-se para roubar novamente os que menos têm em nome da redução de uma dívida contraída pela finança e os grandes grupos económicos.
Até quando é que vamos deixá-los ficar com os brioches todos à custa do nosso bem estar?
Sim, o PCP é que tem razão quando exige aumentos de salários e pensões e a imposição de limites nos preços inflacionados pelos gananciosos grandes grupos de distribuição ávidos de lucros. Limitem-se os preços dos bens essenciais e imponham-se impostos sobre os ganhos excessivos obtidos com a desculpa de uma guerra imposta aos povos pelos imperialismos deste mundo.
Torna-se cada dia mais cristalinamente nítido o que perdemos quando, nas últimas eleições legislativas, o eleitorados trocou uma geringonça, com apoio parlamentar à esquerda, por um governo de ladrões xuxalistas.
Sobre a generalidade desta e das restantes medidas do governo é especialmente significativo que o psd dispute com o ps a sua paternidade.
Como é que nos vamos comportar nas próximas? Vamos deixar lá os ladrões de sempre, a direitalha canalha e os seus sabujos xuxalistas? Ou vamos-lhes aos brioches e elegemos uma maioria de esquerda?
Tudo depende do que aprendermos até lá.
Outras reacções:
João Ferreira (Facebroncas)
Quando em 2015 o PCP disse que o PS só não formava governo se não quisesse, este foi o ponto de partida para se devolver aos reformados e pensionistas parte daquilo que o governo PSD-CDS lhes estava a roubar e para impedir o corte estrutural nas pensões então em preparação.
Nos anos que se seguiram, o PCP avisou: atenção que o PS não mudou; mudaram as circunstâncias, mudou a relação de forças, que forçou o PS a aceitar coisas que não faria por vontade própria.
Em 2022 mudaram as circunstâncias, mudou a relação de forças, o PS tem maioria absoluta e prepara um corte estrutural nas pensões e reformas. Mas atenção: nem esse corte, nem qualquer outra medida que o PS queira impor do alto da sua maioria absoluta - como a redução dos salários reais que está a querer impor - são inevitáveis. A luta social, a luta dos trabalhadores, dos reformados e pensionistas, das populações, será decisiva no rumo das coisas.
José Braz (Facebroncas)
Se bem percebi a 1/2 pensão prometida para outubro é na realidade uma tentativa de tentar roubar 4% a 6% de aumento legalmente obrigatório nas pensões. Quem trocou a geringonça pelo ps bem pode voltar a votar no pcp que continua a exigir o que é de lei: «O que se impunha era o aumento de todos os salários, incluindo o aumento intercalar do salário mínimo nacional para 800 euros; a valorização do poder de compra dos reformados; o controlo e fixação de preços de bens essenciais; a taxação dos lucros dos grupos económicos para investir no reforço dos serviços públicos, em particular, na saúde, na educação e na habitação.
As medidas anunciadas pelo Governo são parciais e curtas. Não dão uma resposta estrutural face ao agravamento das condições de vida e às exigências que a actual situação comporta e revelam mais vez a falta de vontade política do Governo em enfrentar os interesses dos grupos económicos, enquanto as desigualdades, as injustiças e o empobrecimento dos trabalhadores e dos reformados se agudizam.
Relativamente aos salários, o que o Governo anuncia é uma prestação que se esgota em Outubro e que não chega sequer a metade do valor da inflação já verificado.
Relativamente às pensões, o Governo pretende antecipar uma parte dos aumentos que a lei impõe em 2023 mas com prejuízo para os pensionistas quanto ao aumento a concretizar em Janeiro.
Se o Governo quer avançar com uma prestação adiantada em Outubro, que avance. Mas uma prestação num único mês não resolve o problema e isso não pode substituir os aumentos em Janeiro nos termos que a lei impõe. Isso não pode substituir o aumento das pensões, nem pode colocar em causa o aumento previsto para o próximo ano.»
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