Dois exemplos do paraiso neoliberal.
E vai um. Uma farmacêutica (privada) a quem a UE pagou, com o nosso dinheiro, o desenvolvimento (privado) de uma vacina (privada), não quer cumprir o contrato com a UE porque na loja do lado lhe pagam mais pela vacina (privada). Quem se escandaliza com o negócio (privado) ainda não percebeu que as farmacêuticas (privadas) não se meteram no negócio das vacinas para acabar com a doença mas sim para lucrar com a doença. São os mercados a funcionar meus filhos, são os mercados.
«Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação. Só há liberdade a sério quando pertencer ao povo o que o povo produzir.»(Sérgio Godinho)
2021/01/31
2021/01/21
Sobre o regime de partido único em vigor nos eua
A propósito do dia em que Biden tomou posse e Trump regressou ao reality show da sua vidinha, Jorge F. Seabra escreveu o texto que a seguir se transcreve.
As eleições presidenciais nos Estados Unidos, talvez pela possibilidade (não concretizada) de Trump vencer, despertaram comentários críticos à estruturação política dos USA, vindos de meios que, em condições "normais”, quase sempre os omitem. De facto, qualquer reserva quanto ao processo eleitoral norte-americano ou à sua lei fundamental, é habitualmente apagada pelos grandes meios de comunicação social e essa omissão torna-se ainda mais notória quando se trata de justificar o papel assumido pelos Estados Unidos de “polícia do mundo” e a sua ingerência em países soberanos a pretexto da defesa dos “direitos humanos”.
As eleições presidenciais nos Estados Unidos, talvez pela possibilidade (não concretizada) de Trump vencer, despertaram comentários críticos à estruturação política dos USA, vindos de meios que, em condições "normais”, quase sempre os omitem. De facto, qualquer reserva quanto ao processo eleitoral norte-americano ou à sua lei fundamental, é habitualmente apagada pelos grandes meios de comunicação social e essa omissão torna-se ainda mais notória quando se trata de justificar o papel assumido pelos Estados Unidos de “polícia do mundo” e a sua ingerência em países soberanos a pretexto da defesa dos “direitos humanos”.
2021/01/19
A Referência Também Apoia A candidatura de João Ferreira
O João Ferreira clarifica – Manifesto74
Foi há poucos dias. Depois de escrever uma reportagem sobre o frio que os portugueses passam em casa, um dos entrevistados contou-me que uma mulher havia deixado de dar sinais de vida há poucos dias na aldeia dos seus pais, na Guarda. Cá fora, a vida decorria normalmente, como se nada fosse, mas atrás da porta, o corpo desta mulher estava em hipotermia e só foi descoberto depois de arrombarem a porta.
É assim o debate político. A narrativa mediática é que determina a campanha. Com sondagens para os gostos de alguns, debates que mais pareceram entrevistas e entrevistas que mais pareceram debates, assim como programas com comentadores ligados ao arco do poder, as eleições são um jogo viciado em que não há pé de igualdade entre candidatos. Cá fora, a vida decorre normalmente. Mas atrás dos cortinados, nos bastidores, há um país ligado às máquinas.
(Bruno Carvalho - Manifesto74 - 2021/01/17)
Foi há poucos dias. Depois de escrever uma reportagem sobre o frio que os portugueses passam em casa, um dos entrevistados contou-me que uma mulher havia deixado de dar sinais de vida há poucos dias na aldeia dos seus pais, na Guarda. Cá fora, a vida decorria normalmente, como se nada fosse, mas atrás da porta, o corpo desta mulher estava em hipotermia e só foi descoberto depois de arrombarem a porta.
É assim o debate político. A narrativa mediática é que determina a campanha. Com sondagens para os gostos de alguns, debates que mais pareceram entrevistas e entrevistas que mais pareceram debates, assim como programas com comentadores ligados ao arco do poder, as eleições são um jogo viciado em que não há pé de igualdade entre candidatos. Cá fora, a vida decorre normalmente. Mas atrás dos cortinados, nos bastidores, há um país ligado às máquinas.
2021/01/02
Sobre a Guerra em Curso
O vírus mais letal não é o Covid-19 — é a guerra
(John Pilger, in Resistir, 14/12/2020)
O Memorial das Forças Armadas britânicas é um lugar silencioso, fantasmagórico. Localizado na beleza rural de Staffordshire, num arvoredo de umas 30 mil árvores e relvados envolventes, suas figura homéricas celebram determinação e sacrifício. Os nomes de mais de 16 mil soldados britânicos estão ali listados. A literatura diz que “morreram no teatro de operações ou foram alvos de terroristas”.
No dia em que estive ali, um pedreiro estava a acrescentar novos nomes àqueles que haviam morrido em cerca de 50 operações por todo o mundo durante o período que é conhecido como “tempo de paz”. Malásia, Irlanda, Quénia, Hong Kong, Líbia, Iraque, Palestina e muitos mais, incluindo operações secretas tais como as da Indochina.
2020/09/05
2020/08/30
Parabéns Sérgio(com-um-brilhozinho-nos-olhos)
Amanhã é o primeiro dia do resto da sua vida
Num Tempo Que Passou, estava em Lisboa a gravar o "Sexualidades" e alguém me entregou uma carta. Familiar, no plural, qualquer coisa do género "vemos-o-programa,-vens-jantar-cá-a-casa?."
A minha disposição em Maré Alta, partilhar a mesa com o Sérgio Godinho! As suas canções há anos e anos comigo; inconfundíveis. Maravilhava-me como tantas palavras nelas cabiam, não metidas a martelo, mas por a sua mestria as tornar esguias e maleáveis, tudo encaixava e era único; seria ridículo ter Cuidado Com As Imitações.
2020/08/26
Não há festa como esta
«Para eles será sempre milagre nós irmos, como cantava o Zeca, sem sabermos de dores nem mágoas. Lembras-te? Das praias do mar onde o vento cortou amarras na baía do Seixal? Lembras-te das vagas, virando a proa à nossa galera, no mar de gente a descer à noite em direcção ao Palco 25 de Abril? Lembras-te de navegarmos na fresca brisa, onde a vitória ainda nos espera para dançar a carvalhesa? E não andamos ainda todos, de formas diferentes, é certo, à procura da moura encantada? E não esperamos, no fundo, que ainda venha a manhã clara?» (António Santos, Manifesto74)
Precisamos cada vez mais de textos bonitos, textos que nos espelhem a alma, nos acalentem a esperança. Nestes tempos de crescentes escuridões, do neoliberalismo, da pandemia, da precariedade, do desemprego, precisamos de coisas bonitas, da beleza da festa que é de todos os que a quiserem fazer. Vem isto a propósito da campanha de escuridão com que os donos disto tudo querem trancar as nossas almas do lado de fora da festa. Não vão conseguir. Vamos entrar pela festa dentro com toda a esperança num mundo onde a beleza seja de todos.
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