O racismo, racismo, racismo. Pois, racismo - a descriminação de alguém baseada em diferenças de aparência e que tem étimo no mais do que ultrapassado conceito de raça. A ciência contemporânea já lhe pôs fim, um fim completo e absoluto, em finais do século passado.
São maiores e mais numerosas todas as diferenças genéticas entre todos os de pele rosada que andam por aqui do que entre estes e os de pele mais acastanhada. Não existem raças. Ponto.
Mas então como é que ele continua vivinho e em crescimento? Emergente em programas de entretenimento familiar? A eleger trumpistas do outro lado do oceano? A contribuir para os brexits que trazem os democratistas europeus na maior das confusões? Nas bocas dos telejornais que estranham o facto de um exilado político ter direito ao subsídio para exilados políticos?
Porque a ideologia dominante precisa desesperadamente de manter quem trabalha, em guerra com quem trabalha. Qualquer diferença é boa para dividir. E dividir é bom para reinar.
No dia em que pararmos de olhar para as diferenças de quem anda no autocarro connosco vamos apanhar-nos a olhar para o que nos separa do outro branco, ou preto, ou amarelo, ou laranja às bolinhas, ou verde às riscas encarnadas, que vive na quinta da marinha e só vemos a sair do Jaguar do outro lado da rua onde não pára o autocarro.
O Capital nunca vai pousar a arma racista e isso é motivo mais do que suficiente para fazermos tudo o que pudermos para acabar com ele.
Mas isso é tudo? Só há racismo porque o Capital quer? Claro que não. Infelizmente não. O ser humano tem destas. Grandes grandezas e grandes defeitos.
Adoramos padrões, o nosso cérebro é viciado em padrões, só conseguimos abstrair o que conseguimos padronizar, classificar, diferenciar. Só reconhecemos o que é diferente. E houve tempos em que detectar as diferenças podia significar viver ou morrer.
Os seres humanos que há dezenas de milhares de anos não souberam distinguir o familiar amigo dos primos esfomeados não deixaram prole. Ficámos nós, os que sabem distinguir cores de pele, caras nas nuvens, formas de cabelo, círculos nas searas, feições, olhos, o teu filho saí ao pai, à mãe sabemos nós que sai.
Somos racistas descendentes de racistas tão só porque somos viciados em padrões. Mas alguns de nós já se curaram.
É isso, o racismo é essencialmente um subproduto da sobrevivência. E então? Damos a volta e vamos para casa? Só porque sabemos jogar ao descubra as diferenças temos de aceitar o racismo? Só porque toda a vida fomos omnivoros não podemos aprender a ser vegetarianos?
Acabámos com a escravidão, acabámos com a varíola, estamos quase a acabar com a poliomielite. Bem sei que o racismo não é viral, bem sei que actualmente é puramente cultural, bem sei que é uma pequena deficiência mental que já só faz falta ao capital, facilmente tratável com doses maciças de cultura, conhecimento, urbanidade, sociabilidade, coisas dessas, mesinhas da avó.
E no meio disto tudo vem-me a Coisa Vilherme, outra vez, meter uns crómagnons pré-paleoliticos pelas casas das familias - adoro as familias, são assim umas coisas novas que de repente invadiram o nosso vocabulário para substituir as pessoas, os trabalhadores, os cidadãos, essas tretas pré-modernas do século passado, adoro as familias - dizia eu que a Coisa Vilherme me veio por na mesa do jantar um par de cromagnons crus e peludos.
Acho que é crime. Acho que quem não fizer nada para tirar a Vilherme do ar é criminoso na forma omissa, quem virar a cara é criminoso colaborativo, quem achar aquilo normal é criminoso e quem achar bem ainda mais. E depois não venham chorar lágrimas de crocodilo porque aqui d'elrei o trump ganhou a chapelada e a europa anda a pagar ao Erdogan para afogar os candidatos a refugiados.
O conceito de raça só foi sustentável até ao momento em que a genética estabeleceu que: <> a partir desse dia o conceito de raça só consegue manter-se no meio da ignorânca. Agora já sabem. Já não podem continuar a tentar vender a ideia de que existem raças. Se o fizerem não passam de trapalhões vigaristas. Boa noite. (http://www.livescience.com/47627-race-is-not-a-science...)
ResponderEliminarO link acima está incompleto fica aqui o correcto
ResponderEliminarhttps://www.livescience.com/47627-race-is-not-a-science-concept.html