Tudo começou com um soundbyte(1), criado por um alcoólatra e viralizado pelo Paulinho "das feiras", foi prontamente apadrinhado por tudo quanto fosse voz cantante, tribuno do capital ou palhaço de serviço. Daí para cá, a guerra psicológica promovida pelos media da classe dominante só tem ganho intensidade.
Vale tudo até tirar olhos. Descontextualizar, inventar, mentir, ignorar, tudo serve para tentar esconder os resultados obtidos por uma politica de devolução de direitos e rendimentos roubados ao trabalho na última década.
Ontem o supremo tribunal do terrorismo especulativo decidiu a favor da economia portuguesa e subiu-lhe dois valores na avaliação. Dois valores de uma assentada. A FITCH, pela primeira vez, subiu o rating da dívida portuguesa em dois níveis, de uma vez! Acontecimento único, recorde, primeira página dos matutinos. Parangonas em todos os quiosques.
Não? Não!
A noticia mereceu um retângulo esquerdo no Público e destaque no DN. Nos outros? Nada. Ou quase nada, nicles, não aconteceu, não é noticia, um quadradinho num cantinho. Não interessa.
Faz neste mesmo dia um ano que Uma Página Numa Rede Social alertava para mais uma descarada mentira lançada num blogue de fake news da direita ultramontana prontamente apadrinhada e divulgada como realidade factual pelos jornaleiros do I e do Sol.
Um ano todo dedicado à mentira, vigarice, encobrimento. Um ano dedicado a desinformar. No presente e para o futuro.
Para a ideologia dominante é essencial que da primeira experiência de apoio parlamentar da esquerda a um governo constitucional fique a memória de uma geringonça que se deslocou aos solavancos ao longo de quatro anos.
Por isso e porque gosto de compilar factos vou dedicar aqui um espacinho para coligir referências às muitas coincidências, vigarices, intrujices e ocultações destes últimos dois anos. Chamem-lhe teoria da conspiração
Se alguém se lembrar de alguma aqui não referida, agradeço que me avise, eu adiciono à lista.
Coincidência 2017/12/04 a 12/17
Uma reportagem da TVI denuncia um caso de gestão danosa numa IPSS com claras ligações a governantes do PS. Mais tarde viremos a saber que dirigentes do PSD e do CDS também terão passado ou estariam em vias de vir a passar por esse raríssimo caso de nepotismo alimentado a camarões e montado em beamers série 5.
Hoje, dia 17 de dezembro, as capas dos jornais continuam a dar prioridade máximo a esse raríssimo escândalo ignorando que a politica de devolução de direitos e rendimentos dos últimos dois anos levou a que a mais lúgubre orientadora da especulação bolsista subisse o rating da divida portuguesa em dois níveis de uma só vez.
Coincidência? Admito que sim.
Coincidências 2017/12/04 a 12/17
Ao fim de perto de seis meses de estudos e negociações foram ontem acordadas entre o Ministro Vieira da Silva do PS e o BE, para o melhor e para o pior, as alterações ao regime de contribuição dos recibos verdes. Cerca de 300 000 portugueses serão beneficiados nos descontos para a segurança social e no acesso ao subsidio de desemprego em valores que poderão totalizar os 100 000 000 de euros.
As capas dos jornais e aberturas dos telejornais dos caneiros televisivos mencionam o escândalo das Raríssimas realçando alegadas e ainda não provadas ligações do ministro do emprego e solidariedade social Vieira da Silva à instituição de que teria sido vice-Presidente da AG até 2015, tendo abandonado a instituição antes de entrara para o atual governo.
Vigarice - 2017/12/01
Escreve o DN online, com foto, que o ideal monárquico estaria a cativar elementos do BE e do PCP. Vai-se a ler a noticia e «têm-se visto umas dezenas de figuras [ligadas a esses partidos] nas sessões em que se reuném monárquicos mais tradicionais.
Vigarice - 2017/11/25
Fez neste dia uns quantos anos que um golpe de estado de direita recolocou o país nos eixos de uma democratadura burguesa salpicada de corruptos. Foi também o dia escolhido pelos grupos Newsplex e Impresa, especializados em produção e distribuição de fake news, para tentar vender uma narrativa segundo a qual o governo teria pago a figurantes para colocarem perguntas pré-estabelcidas numa espécie conferência de imprensa a realizar na Universidade de Aveiro.
1 - «É uma expressão dita por Paulo Portas, na altura em que ainda estava muito zangado com a solução política encontrada. Procurou minimizá-la e desvalorizá-la, foi esse o sentido da adjetivação que arranjou. Relevante, de facto, é que, tal como Passos Coelho, se enganaram porque estavam sempre, a cada dia - ou era o orçamento ou a União Europeia ou os mercados ou as agências de ‘rating’ -, permanentemente, ‘agora é que é, agora é que é' [o fim]... E, afinal, não tem sido. Acho que devia retirar a caracterização e classificação que fez.” » Jerónimo de Sousa, 21.5.2016. A fonte é o espesso dos bolsanamão.
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