Vale sempre a pena ler os outros lados das noticias que nos metem casa adentro. Agora o sound-byte é Guta, e não vou aqui defender a teoria das falsas noticias. Vou tão só, saudavelmente, interrogar-me sobre o que não é dito acerca dos bombardeamentos em Guta. Quem são esses "inocentes e solidários" capacetes brancos que se filmam a filmar até à exaustão? Onde andam e o que fazem os membros da al-Nushra (ou da alquaida, ou do daesh, ou rebeldes, ou oposição Siria no estrangeiro - escolham a vossa mantra) que "galhardamente" defendem Guta do pérfido exército àrabe sirio? O que é que o Ocidente fez depois de Alepo, para ajudar a evacuar os civis de Guta? Ou preferiram deixá-los lá para serem filmados quando o governo voltasse "a tomar posse" do território sírio? Num momento em que estamos prestes a ver uma segunda edição de Aleppo, talvez valha a pena tentar outras perspetivas. Só para não cairmos nos mesmos maniqueismos over and over again. @Refer&ncia
Sem titulo
(Robert Fisk in The Independent)
«Mas, curiosamente, esses grupos armados são ignorados quando exprimimos a nossa indignação pela carnificina em Guta. Não há jornalistas ocidentais para os entrevistar - porque esses defensores de Guta nos cortavam a cabeça (um facto que também preferimos não mencionar) se tivéssemos a audácia de tentar entrar nos suburbios cercados. E - facto incrivel - mas imagens que recebemos não há um único homem armado. Isto não quer dizer que as crianças feridas e mortas ou os cadáveres ensanguentados [...] não sejam reais ou que os filmes sejam falsos. Isso quer dizer que as imagens não mostram toda a verdade. Estes filmes - e quem os faz - evitam mostrar-nos os combatentes da al-Nusrah que estão em Guta. E não há a mijima possibilidade que alguma vez nos-los venham a mostrar.»
«Mais ces groupes armés sont curieusement oubliés lorsque nous exprimons notre indignation sur le carnage de la Ghouta. Il n’y a pas de journalistes occidentaux pour les interviewer – parce que ces défenseurs de la Ghouta nous couperaient la tête (un fait que nous préférons aussi passer sous silence) si nous avions l’audace d’essayer d’entrer dans la banlieue assiégée. Et – fait incroyable – sur les images que nous recevons, il n’y a pas un seul homme armé. Cela ne veut pas dire que les enfants blessés, les enfants morts ou les cadavres ensanglantés – dont les visages sont dûment « floutés » par les sensibles chefs de rédaction de nos télévisions – ne sont pas réels ou que les films sont faux. Cela veut dire que les images ne montrent pas toute la vérité. Ces films – et ceux qui les font – se gardent bien de nous montrer les combattants d’al-Nusrah qui sont à la Ghouta. Et il n’y a aucune chance qu’ils nous les montrent jamais.»
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