2019/05/08

As Campanhas Negras contra a Fenprof

De uma cristalinidade absoluta: como atacar o inatacável? É simples. Reduz-se a complexa variedade do arco íris ao universo do preto e branco, esconde-se o branco atrás de uma parede preta e dirigem-se todos os mísseis ao agora negro alvo que ficou a ocupar todo o espaço visível. É esse processo de vigarização social que o José Gabriel nos descreve num post sobre o miserável ataque a que a FENPROF está sujeita há largos anos.

A FENPROF, o Mário e Tudo e Tudo ...
(José Gabriel, Facebook, 2019/05/06)

É curioso observar como as grandes, médias, pequenas e minúsculas ofensivas contra entidades complexas e dotadas de carácter forte - goste-se delas ou não - seguem sempre uma estratégia de redução sucessiva da identidade do seu alvo até que este possa ser percepcionado - por um estupidificante processo de redução - como simples e individualizado até ao mais precatado dos cidadãos.

Assim, em crises internacionais, um país passa a regime, o regime a governo, o governo a governante e este a alvo exclusivo, a uma espécie de epítome de todo o conjunto. Contra ele se concentram os ódios dos todos os mais ou menos imbecis e, se os seus compatriotas caírem na armadilha, o seu acrisolado - e muitas vezes acrítico - amor. Todos nos lembramos: Cuba que se transformou em Fidel, o Iraque que se transformou em Saddam, Líbia que se transformou em Gaddafi, a Venezuela em Maduro e por aí fora, que os exemplos são intermináveis e bem demonstrativos dos eficazes - se bem que pouco criativos - processos de acção psicológica e manipulação de massas.



No que diz respeito a mais ou menos importantes processos internos o método é o mesmo. O partido transforme-se no líder, o sindicato no secretário geral ou coordenador, qualquer movimento complexo no seu inspirador. E contra eles se tentarão mover as vontades e os ódios até que mesmo muitas pessoas estimáveis vão mergulhando neste caldo irracional. E assim, as apreciações críticas que podem fazer-se - com ou sem justeza - a determinada organização, perdem-se no comentário individual e dialeticamente pobre, ou mesmo disparatado, à sua figura liderante.

A que propósito vem isto agora? - perguntareis. A razão é a personalização no secretário- geral da FENPROF, Mário Nogueira, de tudo o que de bem e de mal decorre da acção daquela federação sindical. Ora, quanto aos ataques - que chegam a níveis de ódio surpreendentes-, percebemos, pelo já exposto, os propósitos que servem (e não vamos cuidar aqui dos que são feitos por pura má fé, ignorância ou estupidez). A defesa - que tem de ser, ela própria, ataque -, pelo seu lado, não tem de cair - nem isso, felizmente tem acontecido - na discussão dos méritos ou da qualidade da pessoa em causa - nem o Mário precisa disso para nada - mas no sublinhar do facto de a FENPROF ser um colectivo que emana de um conjunto de milhares de professores, organizado em estruturas de decisão e controle democrático de que Mário Nogueira, como os outros - Antonio Teodoro, Paulo Sucena - que antes ocuparam tal posição, é coordenador o porta-voz. Eleito. Nem mais nem menos que isto.

Se me permitem uma referência pessoal, tendo eu pertencido durante alguns anos à direcção do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL), não me falta a experiência para garantir que jamais qualquer tendência, por mais pequena que fosse, de autocracia na liderança da FENPROF seria tolerada pelos seus órgãos próprios.

Portanto, ó comentadores da treta, ó jornalistas de aviário, ó gente de opinião fácil e pensamento breve, se quereis um alvo, dirigi-vos - democraticamente...- a quem de direito: uma federação sindical que não está nem nunca esteva à venda e que dos seus erros e vitórias assume por completo e colectivamente a responsabilidade.

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