2017/11/03

Aos Cidadãos da Rússia

A 7 de Novembro, pelas 10:00 da manhã, completar-se-ão 100 anos sobre a distribuição deste panfleto* pelas ruas de Petrogrado.

Dirigindo-se «aos cidadãos da Rússia», o «Comité Militar Revolucionário do Soviete de Deputados Operários e Soldados de Petrogrado» informava que:
1. O governo provisório fora deposto.
2. O poder de estado passara para as mãos do Comité Militar Revolucionário do Soviete de Deputados Operários e Soldados de Petrogrado.
3. As causas pelas quais o povo lutara estavam asseguradas:
- A proposta imediata de uma paz democrática,
- A supressão da propriedade latifundiária da terra,
- O controlo operário sobre a produção,
- A criação de um Governo Soviético

A primeira revolução liderada por um partido comunista acabara de triunfar.

Os anos seguintes seriam de afirmação do poder soviético. O rechaçar de uma invasão por parte das potencias burguesas, uma guerra civil, um «comunismo de guerra», uma revolução agrária, a eliminação da propriedade privada dos meios de produção, uma nova politica económica, uma nova arte, uma nova educação, uma mulher com os mesmos direitos do homem, e mais, muito mais.

Depois, bem, depois muita água correu por baixo das pontes e o mundo nunca mais foi o mesmo. Durante 70 anos várias gerações viram um outro mundo, um mundo onde não havia quem vivesse do trabalho alheio, onde todos podiam trabalhar por um salário honroso, onde tinham direito a um teto, a cuidados médicos, a uma educação de qualidade.

Foi perfeito? Não, não foi. Mas foi só a segunda tentativa. E correu muito melhor e durou muito mais do que os meses da comuna.

Podia ser melhor? Podia. Pode! Tem de ser. Quem fez esta já não faz outra, mas nós temos o dever de aprender com os erros e os sucessos de quem viveu aquela experiência de 70 anos. Até esse dia, importa celebrar aquele 7 de Novembro que há 100 anos abriu os olhos da humanidade para um outro mundo. Um mundo sem amos.

  * o cartaz foi roubado ao abrilabril ;-)

1 comentário:

  1. A Revolução de Outubro vem na sequência da «fúria do mar» da revolução francesa de 1789 e do «assalto ao céu» da Comuna. Essa semente foi lançada e continua. Tem de haver uma alternativa ao mundo actual e a alternativa começou lá.



    A história da transformação do mundo, estas ideias morreram? Não morreram. Um mundo destes, com as suas desigualdades e injustiças, tem de ser mudado.[...]



    Mas, é preciso frisar, o que era essencial nunca falhou, nunca faltou. Por isso, creio que houve uma má gestão de imagem. Ou que não houve uma verdadeira preocupação com isso.»
    Levy Baptista em entrevista ao abrilabril

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