Há momentos na história em que não podemos ficar a meio da ponte.
Perguntar-me-ão se gosto do Maduro. Honestamente, o pouco que conheço sobre o personagem chega-me dos media corporativos: o prolongamento de um natal, a antecipação de um carnaval, um jantar em Istambul, com um trinchador a dançar em vez de cortar a carne, meia dúzia de discursos pouco inspirados, enfim, uma tristeza, e por isso, não, não gosto do Maduro.
E depois?
O que dizer dos dois milhões de habitações que a revolução bolivariana já distribuiu pelos venezuelanos carenciados? E da brutal diminuição da pobreza conseguida pelo chavismo e agora parcialmente revertida pelo bloqueio dos eua? E da brutal diminuição do analfabetismo? E sobre o acesso a um sistema de saúde conseguido graças à importação de médicos cubanos, anteriormente inexistente, e que agora sofre com a falta de medicamentos que os eua não deixam a Venezuela importar? E o que dizer de um país querer gerir os seus próprios recursos, usufruir desses recursos e pô-los ao serviço do seu povo?
Precisamente! Gostar ou não do Maduro é absolutamente irrelevante.
Estamos num daqueles momentos da história em que só podemos estar ao lado do povo venezuelano, do povo, não dos guaidós que pedem invasões, nem das dondocas que ostentam os "welcome trump", nem do lumpen que queima camiões na Colômbia com coktails molotov ou dos presos "políticos" que puseram Caracas a ferro e fogo com as guarimbas.
Liberdade para o povo venezuelano? Esse é livre. São as dondocas e os guaidós e os guarimbistas que se queixam da ausência de liberdade para continuarem a roubar a ferro e fogo e são as agências de informação pagas pelas osf's, ned's & cia's que lhes dão visibilidade, essas, os media corporativos e aqueles que, como estranha e infelizmente o esquerda.net, teimam em ficar parados a meio da ponte.
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Mas agora fiquemo-nos com os que, como nós, atravessam a ponte para se juntarem ao martirizado povo venezuelano na Assembleia Internacional dos Povos.
Assembleia Internacional dos Povos convoca mobilização mundial pela Venezuela
(AbrilAbril, 2019/02/28)
A AIP terminou com a decisão de activar um plano de acção imediato, que inclui a realização de uma mobilização internacional, dia 16 de Março, contra a ingerência dos EUA nos assuntos internos na Venezuela.
A Assembleia Internacional dos Povos, reunida em Caracas, juntou mais de 400 delegados de quase 90 países em solidariedade com a Revolução Bolivariana Créditos / Alba Ciudad
O anúncio da mobilização foi feito esta quarta-feira pelo porta-voz da Alba Movimentos, Manuel Bertoldi, no encerramento do encontro que, desde domingo, juntou mais de 400 delegados de perto de 90 países em solidariedade com a Venezuela. «Trabalhámos durante três dias e reafirmámos o nosso compromisso com o povo venezuelano e com a Revolução Bolivariana», disse à imprensa, citado pela AVN.
Bertoldi explicou que a iniciativa da mobilização resulta do plano de acção desenvolvido durante a Assembleia Internacional dos Povos (AIP), visando expor perante o mundo a realidade venezuelana, «para que os povos do mundo se mobilizem contra a guerra e a ingerência dos EUA em território venezuelano e para que, fundamentalmente, blindemos os nossos continentes como território de paz», disse.
A sessão de encerramento da AIP, no Hotel Alba Caracas, ficou marcada pela leitura de um documento final ou manifesto que reúne as ideias que brotaram dos debates realizados desde domingo pelos mais de 400 delegados, pertencentes a diversas organizações sociais e partidos políticos dos cinco continentes.
No dia anterior, no Teatro Teresa Carreño, também em Caracas, o presidente da República, Nicolás Maduro, participou num acto com os delegados à AIP, tendo agradecido a solidariedade para com o seu país e a Revolução Bolivariana, e exposto detalhes sobre o que se passou no dia 23 na fronteira com a Colômbia.
«No sábado, dia 23 de Fevereiro, a Venezuela sofreu uma agressão por parte do governo colombiano nas pontes fronteiriças do estado de Táchira. Uma agressão que viola o direito internacional, que viola os acordos de integração binacionais, que viola o espírito de convivência e irmandande do povo da Colômbia e da Venezuela», denunciou, citado pelo Brasil de Fato.
A AIP exige o fim do bloqueio económico
Na declaração lida no final da reunião, afirma-se que o novo plano intervencionista «se expressa nas pressões externas promovidas a partir de instâncias ad hoc, como o chamado Grupo de Lima, que pretendem instaurar um autoritário golpe de Estado e não reconhecer as instituições democráticas venezuelanas».
O manifesto sublinha que «a Revolução Bolivariana avança num processo e proposta de transformação profunda, assente numa democracia participativa, centrada nos interesses populares», e que «o imperialismo norte-americano […] está determinado a derrubar este processo para assumir o controlo das riquezas naturais» do país.
Para esse efeito, afirma-se, «os Estados Unidos lançaram todas as estratégias de guerra, tentaram todas as tácticas possíveis: golpes de Estado, terrorismo, especulação financeira, bloqueio económico e inflação induzida».
A AIP exigiu o fim do bloqueio económico imposto à Venezuela, que «inflige sofrimento ao povo, atenta contra o projecto económico-produtivo e as políticas redistributivas», tendo já custado à Venezuela «mais de 30 mil milhões de dólares», e defendeu o direito do país caribenho a «organizar o seu modelo económico e a gerir os seus recursos naturais sob critérios de soberania».
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