2020/02/09

Assange - Preso e Torturado sob Falsas Acusações

O julgamento começou na passada segunda feira e a campanha negra com origem nas Agências de Informação Centralizada já está em campo. Vale tudo até desenterrar falsas acusações, datadas de 2010, em que as alegadas vítimas são agora promovidas a menores de idade e que a justiça sueca já deu como não comprovadas. O importante é extraditá-lo para um país que vive debaixo de um regime totalitário (1)(2)(3). Estaremos nós à altura de defender O Homem que já passou 8 anos preso numa embaixada e mais um em isolamento, numa prisão de alta segurança, por nos mostrar a verdadeira face dos verdadeiros torturadores?

O Relator especial da ONU sobre Tortura revela pela primeira vez as descobertas chocantes que fez durante as investigações do caso Julian Assange. Tortura, prisão e fraude judicial são a regra num caso que pode pôr em risco a liberdade de imprensa.

Violação fabricada e manipulação de provas na Suécia, pressão do Reino Unido sobre a Suécia e tortura psicológica: Nils Melzer, relator especial da ONU para a Tortura fala pela primeira vez das descobertas chocantes que fez durante a sua investigação sobre o caso Assange.

Em entrevista ao jornal alemão Republik, o representante explica que o caso Assange é fundamental para o seu mandato, que consiste em combater a tortura em todas as suas formas. Para ele, apesar das denúncias de torturas sistemáticas contra o jornalista, quem está a ser perseguido é a vítima, e não os torturadores. "Assange denunciou a tortura, ele próprio foi torturado, e pode vir a ser torturado até a morte se for para os Estados Unidos", disse Melzer. Caso seja extraditado para os EUA, Assange pode ser condenado a até 175 anos de prisão.(4)

A defesa do ativista denuncia que Assange foi algemado 11 vezes, despido e levado para 5 celas diferentes no primeiro dia do julgamento de extradição -- A defesa do ativista denuncia o tratamento que o fundador do WikiLeaks está a receber durante o julgamento e durante a sua prisão e que existe um "alto risco de suicídio". Assange foi algemado 11 vezes, despido e levado para 5 celas diferentes no primeiro dia do julgamento de extradição. Os advogados do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, denunciaram nesta terça-feira, perante o tribunal, o tratamento excessivamente rigoroso a que o ativista foi submetido no primeiro dia do julgamento sobre a sua extradição para os Estados Unidos. (2020/02/25)



Manifestação em Londres pela libertação de Julian Assange -- Milhares de pessoas manifestaram-se este sábado, em Londres, contra a extradição para os EUA de Julian Assange, co-fundador da WikiLeaks. Temendo que essa decisão se concretize na audiência marcada para a semana que vem, gritaram palavras de ordem contra a extradição e mostraram cartazes em que lia «Prendam os criminosos de guerra! Liberdade para Julian Assange». Praça do Parlamento, Londres, Reino Unido. (2020/02/22)

Os deputados australianos Andrew Wilkie e George Christensen visitaram Julian Assange na prisão de Belmarsh -- Dois parlamentares australianos dizem que a visita à cela de Julian Assange confirmou o seu medo de que o fundador do Wikileaks tenha sofrido tortura psicológica. Falando aos jornalistas após a visita, o deputado Andrew Wilkey disse: “Saio de Belmarsh absolutamente sem dúvida que ele se tornou um prisioneiro político neste país e que os EUA estão determinados a extraditá-lo para se vingar. Não houve espionagem. Não houve hackers. Era apenas uma pessoa fazendo a coisa certa e publicando informações importantes para o interesse público e, francamente, é um escândalo internacional que ele esteja preso nessas condições como prisioneiro político. ” (2020/02/18)

Relator da ONU revela fatos chocantes sobre caso e alerta que Assange pode ser torturado até a morte -- Relator especial da ONU sobre Tortura revela pela primeira vez as descobertas chocantes que fez durante as investigações do caso Julian Assange. Tortura, prisão e fraude judicial são a regra em um caso que pode colocar a liberdade de imprensa em risco.(2020/02/05)

(1) Para a História de um Estado Totalitário
(2) Para a História de um Estado Totalitário (II)
(3) Os EUA como Paradigma da Democracia
(4) «Caso de Violação na Suécia - O início do ataque à imagem de Assange começou com as alegações do Estado sueco de que uma mulher o acusaria de violação. Melzer, que fala sueco fluentemente e testemunha ter lido todos os documentos relacionados com o processo, faz uma revelação inquietante: não há acusação de violação contra Assange e a declaração da suposta vítima foi reescrita pela polícia. "Em agosto de 2010, uma mulher chamada S.W [...] foi a uma esquadra da polícia em Estocolmo relatar ter tido relações sexuais com Julian Assange sem o uso de preservativos. Disse que estava com medo de ter sido infectada com o HIV e queria solicitar que Assange fizesse um teste de detecção da doença [...] antes que o interrogatório pudesse ser concluído, ela é informada de que Assange será preso por suspeita de estupro [...] A mulher recusa-se a continuar o interrogatório e vai para casa. S. W não acusou Assange de violação", relata Melzer. Mas em poucas horas, o caso já estava na imprensa. De acordo com Melzer, o próprio promotor de justiça vazou o caso para um tablóide sueco, em violação às leis do país, que proíbem a publicação do nome de suspeitos de envolvimento em crime sexual.»

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