Mas temos a iliteracia estampada na capa do JN.
O que o Editor, e o Director, e o Horror, e o resto dos jornaleiros e dos estagiários mal pagos queriam dizer era: 73% das notas iguais ou superiores a 18 valores foram obtidas por alunos do ensino público.
E sim, claro que devemos contextualizar estes números na realidade nacional em que, números redondos, 1 milhão e seiscentos mil alunos frequentam o ensino público e 400 000 o ensino privado, demonstrando que com 1/5 dos alunos o ensino privado consegue mais de 1/4 das notas de excelência.
Mas se por aqui ficássemos estaríamos a enganar tolos.
Note-se que do ensino privado está excluida a enorme massa de alunos com dificuldades económicas, deixando nele só os economicamente potenciais candidatos a bons desempenhos, ao passo que a escola pública recebe toda a gente com um crescente grau de igualdade e justiça na razão direta da gratuicidade dos manuais e inversamente proporcionais ao volume prescrito de trabalhos de casa.
Depois de introduzido este decisivo fator de desigualdade económica, a leitura certa é que com 4/5 de T O D O S os alunos, a escola pública produz 3/4 das notas de excelência.
Parabéns Escola Pública, parabéns professores, parabéns crianças, jovens e adultos por este desempenho de excelência.
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