2018/11/09

Voto Electrónico ou Fraude Instituida?

Alguém aqui tem consciência de que entre a tecla que prime no teclado e o sitio onde fica guardado o valor da tecla premida existe um programa informático, denominado controlador do teclado (keyboard driver) que define o valor da tecla premida?

Alguém aqui tem consciência de que entre a tecla que prime no teclado e a imagem que aparece no ecran existe um programa informático, denominado controlador gráfico (graphic driver) que desenha no ecran a imagem correspondente à tecla premida?

Alguém aqui tem consciência de que eu posso programar o controlador do teclado por forma a fazer corresponder a tecla 1 ao numero 2, por forma a gravar um voto no número 2 sempre que alguém prima a tecla para votar no 1?  E que posso programar o controlador gráfico para apresentar no ecran o voto no número 1 enquanto a urna electrónica está a gravar na memória o voto no número 2?

Alguém aqui tem consciência que eu posso programar a urna para gravar na memória um voto no número 2, não sempre que seja premida a tecla do voto no 1, mas apenas uma percentagem de vezes, digamos que igual à anunciada pelas mais fiéis sondagens da véspera? Alguém tem consciência de que eu posso fazê-lo acontecer de forma não deterministica mas aleatoriamente?

Alguém aqui tem consciência de que se a urna estiver ligada a uma qualquer rede informática, incluindo a internet, eu posso carregar a urna com o meu programa de fraude electrónica massiva, em qualquer momento, e apagá-lo, em qualquer momento, tornando impossível determinar se a urna alguma vez foi violada?

Alguém tem consciência de que, mesmo que a urna não esteja ligada a nenhuma rede informática, eu posso carregar a urna com o meu programa de fraude electrónica massiva, quando a urna é ligada e apagá-lo, quando a urna for desligada, ou quando imprimir os resultados, tornando impossível determinar se a urna alguma vez foi violada?

Alguém tem consciência de que com uma urna electrónica nunca mais haverá recontagens de votos pela simples razão de que o único resultado disponível é o que "o meu programa de fraude massiva" gravou na memória electrónica da urna electrónica?

Todas estas questões se tornaram absolutamente criticas no momento em que ouvi um governante ao serviço da classe dominante, do capital que já hoje gasta milhões a enganar eleitores, afirmar aos microfones que a votação electrónica vai ser experimentada em Évora nas eleições de 2019 para o parlamento europeu.

Vai? Quem autoriza? Quem deixou?

Tenham consciência de que no exato momento em que aceitarem premir uma tecla para votar, deixaram de saber em quem de facto terão votado.

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Algumas ligações para quem pretenda aprofundar o problema:

Wikipédia / 2018 - Em Espanhol (não existe ainda página em português).

Argentina / 2017 - CONICET aconselha a não implementar a votação electronica até encontrar formas de garantir o control dos registos da votação.

Portugal / 2018 - Isto é o que se pode ler nas páginas da CNE em Novembro de 2018.
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