2018/10/23

Hoje no Brasil, Amanhã em Portugal

A menos de uma semana das eleições no Brasil, o candidato fascista continua à frente em todas as sondagens. 

Hoje já sabemos como é que o "messias" conseguiu ludibriar uma parte dos 30 milhões de brasileiros arrancados à pobreza extrema por 10 anos de social-democracia, como é que o neo-fascista captou votos no meio de estudantes, que só o são porque os governos petistas abriram 18 novas universidades estaduais, como é que pôs mulheres a votar pela misogenia, negros pelo racismo e gays pela homofobia.

Hoje sabemos que o Capital esteve sempre do lado dele, sempre a dar-lhe dinheiro, propaganda e publicidade fácil. Hoje sabemos que o Capital, quando pôde escolher entre um democrata socialmente preocupado ou um fascista declarado, optou, hoje tal como em 1936, pelos fascistas declarados. 

Hoje já podemos dizer abertamente que as igrejas todas, as televisões todas, as das igrejas do capital e as do Capital com C maiúsculo, com a Record e a Globo à cabeça, fizeram tudo o que foi preciso para limpar o fascismo da cara do fascista e elevá-lo à categoria de messias com messias no nome.

Hoje já sabemos como se processam as campanhas negras do século XXI: alimentam-se as ignorâncias com notícias falsas, aquecem-se as #FakeNews com o fogo dos medos e deixam-se destilar os ódios no alambique das redes sociais. O capital vai lá estar para pagar os milhões de pacotes de whatsapp necessários para difundir o veneno.

Finalmente, cereja no topo do bolosonaro, os "democratas ", com d pequenino, vão falar em extremismoS, difusão de #fakeNews pelaS campanhaS dos candidatoS, corrupçõeS, tudo no plural, tudo bem embrulhado, para, no final, não escolherem o lado democrata da barricada anti-fascista e maquilharem com umas pinceladas de base os resquícios de fascismo ainda visíveis na cara do "esfaqueado".

O PT+PCdeB também tem culpas? O PT+PCdeB também errou? Também!

Mas agora, a quente, vamos olhar para Portugal, vamos ver emergir o alimentar das ignorâncias a esconder a transferência, do Capital para o Trabalho, de 3 mil milhões de euros, operada nestes últimos três anos por um governo social-democrata apoiado na esquerda parlamentar. 

É a quente que temos de denunciar como inaceitável a propagação de fotografias de ladrões sentados no chão e já manietados, substituto contemporâneo dos autos de fé no Rossio, em que a turba podia satisfazer a violência da sua miséria arremessando excrementos, e propagar os medos com que os neofascistas aquecem a ignorância para destilar ódios.

O dinheiro para propagar a peste já está a escorrer dos bolsos do capital para comprar os alambiques.


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